sábado, 23 de novembro de 2013

O MENSALÃO EM 2030

Brasil, ano de 2030. Você vai à livraria e compra a nova edição da História do Brasil para uma criança. Abre no ano de 2013 e depara com o Mensalão. A capa mostra dois homens de punhos erguidos, cara de mártires e o título: “Justiça neles”. Nos capítulos, as falas dos mensaleiros mostram o absurdo de suas versões diante dos fatos e leva a criança a questionar: isso aconteceu mesmo?.

“Viva o PT!”. Assim começa o primeiro capítulo. Palavras de José Genoino, que tinha saúde de ferro para a corrupção e coração fraco para a Justiça. Então o guri pergunta: mas que vida Genoino deu ao partido?. Os mensaleiros foram o símbolo da desfiguração de quem recorreu aos piores métodos para ter o poder e sepultaram a estrela que já foi símbolo de esperança. Não há “viva”, mas sim um desesperado suspiro pela sobrevivência.

“Estamos juntos”. Eis o segundo capítulo, com o telefonema de Lula aos presos. Aí a sinceridade infantil se manifesta: como ele diz que ‘está junto’ se antes ‘não sabia de nada’?. A verdade é que a memória do “filho do Brasil” agia segundo seus interesses. Para o resto, bastava a lei do silêncio.

“Querem me fuzilar”. Terceiro e patético capítulo, com a autoria de José Dirceu, que já liderou estudantes contra a corrupção. Em carta, se declarava inocente e afirmava que continuaria lutando pelo povo. Sua maior luta, porém, era pelo senso de ridículo, perdido nos malotes recheados de dólares. Dirceu encarregou-se de sua ruína com suas decadentes declarações.

“Preso Político”. Capítulo ainda incompreensível, mesmo com o passar dos anos. O jovem questiona: como alguém podia ser ‘preso político’ no governo do próprio partido? E sendo condenado por juízes indicados pelos próprios companheiros?. Os petistas não respondiam à questão e optavam pelos jargões mofados de “mídia golpista” e “tribunal de exceção”.

“Impeachment de Barbosa”. Os militantes questionaram o “preparo e a boa fé” do presidente do Supremo, cogitando sua saída do STF numa nota assinada só por gente boa: o filho de Dirceu, a mulher de Genoino e outros descarados, como João Stédile (presidente do MST) e a filósofa Marilena Chauí, professora da USP e defensora da “corrupção do bem”. Para Chauí, a corrupção compensava quando operada em prol do povo. Mas a postura de tais personalidades era compreensível: mentes acostumadas ao desmando realmente acham absurda a aplicação da lei.

“Celas indignas”. Essa foi a constatação do sexto capítulo. Após 10 anos no poder, o PT resolveu se preocupar com o sistema penitenciário. Iriny Lopes esteve na Papuda e se disse “indignada com a situação física altamente delicada” de Genoino. Já Dilma manifestou “grande preocupação humanitária” com a saúde do deputado. Então a criança pergunta: e os direitos humanitários dos outros 360 mil presos da época?.

“Não aceitamos humilhação”, dizia o bilhetinho entregue aos pelegos que faziam vigília na porta do presídio. Mas humilhação verdadeira passavam as famílias dos presos “comuns”, que aguardavam até 24 horas na fila, com senha e revista íntima para visitar seus parentes duas vezes na semana. Enquanto isso, as esposas dos mensaleiros frequentavam o presídio todos os dias, sem sequer ouvir falar de filas. O país era “de todos”, mas a lei apenas para o pobre.

O livro de 2030 segue com capítulos que renovam a cada linha o conceito de “cúmulo do absurdo”. Mas com o governo petista, até mesmo a verdade corre perigo e, se depender da companheirada, nenhum desses fatos fará parte da “história oficial” do país. Para isso, o governo terá total auxílio das universidades, abarrotadas de intelectuais que fazem política acima do conhecimento.

O mesmo governo que nega as provas e constrói mártires, não poupará esforços na imposição de sua versão. Por eles, em 2030, ao entrarmos na livraria em busca da História do Brasil, brilhará forte a estrela do partido. E a memória de 2013 terá título romântico: “Verás que um filho teu não foge à luta”.

Assustadoramente, o PT nos faz crer que os piores capítulos ainda estão por vir.

Gabriel Tebaldi, 20 anos, é estudante de História da Ufes

Um comentário:

  1. Um peão da roça sempre dizia: "Um kabôko mais ordinário do que esse Lula, Muié ninhuma pári!" " Ele é o último ôvo q o Urubú botõ!"

    kkkk... Sinhtia Dhas

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