Senhoras e senhores! É com alegria que inicio a indicação dos “Melhores do Ano”. A política nos enche de orgulho e merece nosso reconhecimento. Portanto, conheçam os candidatos e entrem na campanha! O show de horrores está apenas começando!
Começamos pela disputada categoria do “Me engana que eu gosto”. E o primeiro candidato é o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, que em abril prometeu que as obras do Aeroporto voltariam até semana que vem. Agora o consórcio pediu mais 15 dias para apresentar seus orçamentos. Segundo o ministro, o atraso não comprometerá os prazos de entrega da obra.
Seu discurso em abril foi bonito: “A obra é uma pedra no sapato da sociedade. Minha palavra é a garantia de que esse cronograma vai ser rigorosamente cumprido”. E o melhor: “Será a referência de avaliação de desempenho dos aeroportos”.
Mas o páreo na categoria é duro com Dilma Rousseff. Na última quarta-feira, a presidente revelou que dá suas fugidinhas na segurança e soltou uma pérola: “Seria muito bom fugir para namorar”. Tanto Dilma quanto Franco concorrem, também, na categoria de Comediantes.
Outra categoria é a “Chorando de Barriga Cheia”, que trás Renan Calheiros (PMDB) como aposta do Senado. Para abastecer a despensa do presidente eram desembolsados R$ 98 mil em seis meses. A lista tinha apenas itens de primeira necessidade: 25 quilos de camarões vermelhos grandes, 20 quilos de salmão e carnes como marreco, pato, costelinha e pernil de cordeiro.
Mas o Itamaraty vai além e gasta R$ 159,00 por café da manhã para um diplomata e R$ 237,00 para almoço ou jantar. Dos 42 itens de alimentação analisados pelo Tribunal de Contas, todos foram mais caros do que no Senado, pagando até 430% a mais. O café de um diplomata daria para comprar 40 croissants ou 12 quilos de pão francês na melhor padaria da capital.
Já o prêmio mais cobiçado lança uma pergunta: “Coerência, pra que te quero?”. O nome de peso é o deputado Sérgio Borges (PMDB), condenado por improbidade administrativa e que assumiu como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Agora o deputado condenado irá fiscalizar as contas do governo. Impedido de disputar eleições por oito anos e com seus direitos políticos suspensos pelo TJES, Borges receberá salário de R$ 25 mil e, segundo a Assembleia, encaixa-se nos critérios de idoneidade moral e reputação ilibada.
Enquanto isso sobram represálias na Polícia Militar. Exemplo é o cabo Fábio Pedra, com 21 anos de serviço, que, em janeiro, abordou a mulher do coronel Henrique Grecco dirigindo um Fusca sem documentos nem licença do veículo, com três crianças (uma no colo) e todas sem cinto de segurança. Durante a abordagem, o coronel chegou ao local e impediu que a mulher fosse autuada. Dias depois, o cabo foi transferido para o interior de Linhares.
Por sua vez, a categoria de “Frase do Ano” trás um militar, o tenente-coronel José Dirceu, que lançou sua filosofia ao ser parado numa blitz em Vitória: “Você sabe que eu sou coronel da polícia, né?”. O PM briga pelo título com Ronaldo, que defendeu a Copa alegando que será “um evento pelo povo e uma oportunidade para o país”. Sobre o Mundial, o Fenômeno afirmou em 2011: “Não se faz Copa com hospital”.
Esses são apenas alguns candidatos ao prêmio “Melhores do Ano”. O reflexo da qualidade política vem nas estatísticas. Segundo o Instituto Futura, 54% dos capixabas não sabem qual é a função da Assembleia Legislativa e a incompetência gera o caos: o povo reprovou 65% das estradas do Estado, 60% acham a saúde ruim ou péssima e 54% dizem o mesmo sobre segurança pública. Aliás, segundo a FGV, 70% dos brasileiros não confiam na polícia.
Mas quem se importa? Enquanto isso, o coronel Dirceu segue com salário de R$ 11 mil; Dilma convoca capixabas para discutir as alianças de 2014; deputados se trancam com Casagrande para firmar a reeleição; e o Congresso bate boca pelas cotas raciais para deputados. Esses, porém, já são candidatos da semana que vem.
Até lá, o país seguirá como sempre, indo do nada a lugar nenhum.
Gabriel Tebaldi,
Começamos pela disputada categoria do “Me engana que eu gosto”. E o primeiro candidato é o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, que em abril prometeu que as obras do Aeroporto voltariam até semana que vem. Agora o consórcio pediu mais 15 dias para apresentar seus orçamentos. Segundo o ministro, o atraso não comprometerá os prazos de entrega da obra.
Seu discurso em abril foi bonito: “A obra é uma pedra no sapato da sociedade. Minha palavra é a garantia de que esse cronograma vai ser rigorosamente cumprido”. E o melhor: “Será a referência de avaliação de desempenho dos aeroportos”.
Mas o páreo na categoria é duro com Dilma Rousseff. Na última quarta-feira, a presidente revelou que dá suas fugidinhas na segurança e soltou uma pérola: “Seria muito bom fugir para namorar”. Tanto Dilma quanto Franco concorrem, também, na categoria de Comediantes.
Outra categoria é a “Chorando de Barriga Cheia”, que trás Renan Calheiros (PMDB) como aposta do Senado. Para abastecer a despensa do presidente eram desembolsados R$ 98 mil em seis meses. A lista tinha apenas itens de primeira necessidade: 25 quilos de camarões vermelhos grandes, 20 quilos de salmão e carnes como marreco, pato, costelinha e pernil de cordeiro.
Mas o Itamaraty vai além e gasta R$ 159,00 por café da manhã para um diplomata e R$ 237,00 para almoço ou jantar. Dos 42 itens de alimentação analisados pelo Tribunal de Contas, todos foram mais caros do que no Senado, pagando até 430% a mais. O café de um diplomata daria para comprar 40 croissants ou 12 quilos de pão francês na melhor padaria da capital.
Já o prêmio mais cobiçado lança uma pergunta: “Coerência, pra que te quero?”. O nome de peso é o deputado Sérgio Borges (PMDB), condenado por improbidade administrativa e que assumiu como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Agora o deputado condenado irá fiscalizar as contas do governo. Impedido de disputar eleições por oito anos e com seus direitos políticos suspensos pelo TJES, Borges receberá salário de R$ 25 mil e, segundo a Assembleia, encaixa-se nos critérios de idoneidade moral e reputação ilibada.
Enquanto isso sobram represálias na Polícia Militar. Exemplo é o cabo Fábio Pedra, com 21 anos de serviço, que, em janeiro, abordou a mulher do coronel Henrique Grecco dirigindo um Fusca sem documentos nem licença do veículo, com três crianças (uma no colo) e todas sem cinto de segurança. Durante a abordagem, o coronel chegou ao local e impediu que a mulher fosse autuada. Dias depois, o cabo foi transferido para o interior de Linhares.
Por sua vez, a categoria de “Frase do Ano” trás um militar, o tenente-coronel José Dirceu, que lançou sua filosofia ao ser parado numa blitz em Vitória: “Você sabe que eu sou coronel da polícia, né?”. O PM briga pelo título com Ronaldo, que defendeu a Copa alegando que será “um evento pelo povo e uma oportunidade para o país”. Sobre o Mundial, o Fenômeno afirmou em 2011: “Não se faz Copa com hospital”.
Esses são apenas alguns candidatos ao prêmio “Melhores do Ano”. O reflexo da qualidade política vem nas estatísticas. Segundo o Instituto Futura, 54% dos capixabas não sabem qual é a função da Assembleia Legislativa e a incompetência gera o caos: o povo reprovou 65% das estradas do Estado, 60% acham a saúde ruim ou péssima e 54% dizem o mesmo sobre segurança pública. Aliás, segundo a FGV, 70% dos brasileiros não confiam na polícia.
Mas quem se importa? Enquanto isso, o coronel Dirceu segue com salário de R$ 11 mil; Dilma convoca capixabas para discutir as alianças de 2014; deputados se trancam com Casagrande para firmar a reeleição; e o Congresso bate boca pelas cotas raciais para deputados. Esses, porém, já são candidatos da semana que vem.
Até lá, o país seguirá como sempre, indo do nada a lugar nenhum.
Gabriel Tebaldi,
Fonte: A Gazeta
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