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segunda-feira, 31 de maio de 2010
BNDES FINANCIA ESTRADA NA BOLÍVIA QUE FACILITA O TRÁFICO DE COCAÍNA PARA O BRASIL
Evo e aquele colar que Lula já pôs no pescoço: Serra pôs o dedo na ferida; crítica foi até moderada perto do que faz o governo boliviano. Mas Lula, Dilma, Marco Aurélio, Dirceu e o ministro Oscar Coca (!!!) não gostaram…
Depois que José Serra apontou o governo da Bolívia de conivência com o tráfico de cocaína para o Brasil, a reação de certa imprensa se limitou ao “outro-ladismo”: falou o governo da Bolívia — para atacar Serra; falou Marco Aurélio Garcia — para atacar Serra; falou Dilma Rousseff — para atacar Serra; falou até, imaginem só!, José Dirceu, um chefe de quadrilha, segundo a Procuradoria Geral da República — para atacar Serra, é claro! Afinal de contas, o pré-candidato tucano à Presidência teve só um surto de irresponsabilidade, ou o que ele diz faz sentido? Bem, o que ele afirmou chega a ser tímido. E um tanto incompleto: A CUMPLICIDADE SE ESTENDE AO GOVERNO BRASILEIRO. E VOCÊS VERÃO POR QUÊ.
Lula com Evo, que pregou nesta sexta o fim do capitalismo: “Vamos fazer inveja a Serra”, disse o brasileiro…
Reportagem de Duda Teixeira e Fernando Barros de Mello, na VEJA desta semana, evidencia os detalhes da cumplicidade do governo boliviano com a produção e tráfico de cocaína. Mas faltava ver a coisa também na ponta de cá. Leiam este trecho da reportagem:
Com o auxílio do dinheiro dos contribuintes brasileiros, ficará ainda mais fácil para os traficantes colocar cocaína e crack nas ruas das nossas cidades. Em agosto do ano passado, na Bolívia, o presidente Lula, enfeitado com um colar de folhas de coca, prometeu um empréstimo de 332 milhões de dólares do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a rodovia Villa Tunari-San Ignacio de Moxos. Na ocasião, a segurança de Lula não foi feita por policiais, mas por centenas de cocaleiros armados com bastões envoltos em esparadrapo. Com 60 000 habitantes, a cidade de Villa Tunari é o principal centro urbano de Chapare. A rodovia, apelidada pelos bolivianos de “estrada da coca”, cruzará as áreas de cultivo da planta e, teoricamente, deveria fazer parte de um corredor bioceânico ligando o porto chileno de Iquique, no Pacífico, ao Atlântico. Como só garantiu financiamento para o trecho cocaleiro, a curto prazo a estrada vai favorecer principalmente o transporte de cocaína para o Brasil. O próprio BNDES não aponta um objetivo estratégico para a obra, apenas a intenção de “financiar as exportações de bens e serviços brasileiros que serão utilizados na construção da rodovia, tendo como principal benefício a geração de empregos e renda no Brasil”. Traduzindo: emprestar dinheiro para a obra vai fazer com que insumos como máquinas ou asfalto sejam comprados no Brasil. O mesmo efeito econômico, contudo, seria atingido se o financiamento fosse para uma obra em território nacional.
Na Bolívia, suspeita-se que o financiamento do BNDES seja uma maneira de conferir contratos vantajosos a construtoras brasileiras sem fiscalização rigorosa. Os promotores bolivianos investigam um superfaturamento de 215 milhões de dólares na transcocaleira. “Essa rodovia custou o dobro do que seria razoável e não tem licenças ambientais. Seu objetivo é expandir a fronteira agrícola dos plantadores de coca”, diz José María Bakovic, ex-presidente do extinto Serviço Nacional de Caminhos, órgão que administrava as rodovias bolivianas. Desde que Morales foi eleito, Bakovic já foi preso duas vezes por denunciar irregularidades em obras públicas. As mães brasileiras não são as únicas que sofrem com a amizade do governo brasileiro com Morales.
As provas da ajuda de Evo Morales ao narcotráfico
•Depois da eleição de Morales, a produção de cocaína e pasta de coca na Bolívia cresceu 41%
•A quantidade de cocaína que entra no Brasil pela fronteira com a Bolívia aumentou 200%
•Morales é presidente de seis associações de cocaleiros da região do Chapare, seu reduto eleitoral
•Ele quer ampliar a área de cultivo de coca para 21 000 hectares. Para atender ao consumo tradicional, como o uso da folha em chás e cosméticos, basta um terço disso
•Expulsou a DEA, agência antidrogas americana, que dava apoio à polícia boliviana no combate ao tráfico
•A pedido dos cocaleiros, Morales acabou com o projeto que ajudava agricultores a substituir a coca por plantações de banana, melão, café e cacau
Serra abandona tom amistoso e foca críticas ao Governo Lula.
BRASÍLIA - O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) abandonou de vez ontem o tom amistoso e disparou críticas contra o que classificou de falta de planejamento do governo federal para fazer investimentos em infraestrutura no País. A fala do tucano ocorreu ontem à tarde durante o 2º Exame Fórum, em São Paulo, que debateu o tema "A construção da 5ª maior economia do mundo". Pela manhã, a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, discorreu sobre as conquistas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e as potencialidades do pré-sal.
Batendo firme na questão da falta de investimentos, Serra abriu sua fala dizendo que o País é a nona economia do mundo e que, para atingir o nível de crescimento de uma quinta economia do planeta até 2040, o Brasil deveria crescer a uma taxa de 4,5% ao ano, com aportes na faixa de 20% anuais.
Serra afirmou que o governo federal não tem programado os investimentos e que, por isso, muitas obras acabam ficando paradas. Para o tucano, a iniciativa privada está preparada para dar a sua contrapartida, mas depende de obras de infraestrutura que não foram feitas.
Serra citou como exemplos de maiores gargalos o fornecimento de energia e a infraestrutura aeroportuária, bem como as rodovias. "Uma análise entre 134 países mostrou que o Brasil está em 128º em ruindade de portos. A falta de infra-estrutura inibe o investimento privado."
Posteriormente, acrescentou que o escoamento da soja que sai do Mato Grosso para o Porto de Paranaguá, no Paraná, custa mais caro do que enviar a mesma carga para a China.
O tucano alertou que as concessões de termoelétricas estão vencendo em 2012 e que o governo não tomou nenhuma iniciativa ainda para tratar sobre elas. Sobre energia, ele citou que em Cuiabá, capital do Mato Grosso, a população ainda não dispõe do fornecimento de gás na região.
"A infraestrutura está toda lá e a população de Cuiabá, que tem o gasoduto boliviano vizinho à cidade não dispõe de gás. Como isso é possível?" questionou.
No final de sua fala, José Serra voltou a bater na tecla do aparelhamento do estado pelo PT, comparando com sua gestão à frente do Estado de São Paulo.
"No meu governo, nunca tivemos loteamento de cargos. O que acontece no governo federal é gravíssimo. No caso da Anvisa, tinha um candidato do PT que foi para lá e agora vai concorrer a deputado. Esse tipo de coisa 'perverteu' as agências reguladoras", afirmou Serra.
Do ponto de vista econômico, o tucano disse que para os investimentos serem feitos a contento é fundamental a integração da equipe econômica.
"Você tem de ter uma equipe econômica integrada, responsabilidade fiscal, monetária e cambial. Tem de ter toda uma equipe integrada: Fazenda, Planejamento, Banco Central. Trabalhando com determinação e conhecimento é possível fazer isso", alfinetou.
Serra recusou-se a responder a crítica do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, que disse que o tucano "não podia ser eleito de jeito nenhum". Ele também fugiu de perguntas relacionadas ao seu vice.
Pré-sal
Em relação ao pré-sal, Serra enalteceu as possibilidades que o petróleo pode viabilizar, mas alertou que é preciso ter critério em relação aos investimentos.
"O petróleo é uma benção, mas precisa ser bem aproveitado. Se não for bem aproveitado, nós podemos ter a dissolução de muito da atividade econômica doméstica e não investimentos para o futuro. É muito importante que os rendimentos do petróleo fiquem num fundo soberano e que sejam investidos nos seus retornos em estados, municípios, para o Brasil inteiro e para as regiões produtoras também."
A pré-candidata petista iniciou seu discurso dizendo que "o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro". Ela também não poupou elogios aos progressos do governo Lula. "É sabido que a partir de 2003, quando começa a política industrial do governo Lula, implantou a volta da indústria naval. O governo deixa várias vantagens que devem ser ampliadas."
Dilma estimou que o País poderá ter um crescimento econômico de 5,5% a partir de 2014, consolidando a caminhada rumo ao patamar de 5ª economia do mundo. Dentre os desafios apontados por ela está "a ampliação de investimentos públicos e privados como o PAC".
Ela ainda sinalizou que poderá propor mudanças na Previdência Social que incluam um prazo mais longo de contribuição. "O tal do bônus demográfico nada mais é do que isso: a sua população em idade de trabalho ativo é maior que sua população dependente, jovem, criança e velho. Mas a terceira idade está ficando difícil. A gente vai ter que estender ela um pouco mais para lá".
Batendo firme na questão da falta de investimentos, Serra abriu sua fala dizendo que o País é a nona economia do mundo e que, para atingir o nível de crescimento de uma quinta economia do planeta até 2040, o Brasil deveria crescer a uma taxa de 4,5% ao ano, com aportes na faixa de 20% anuais.
Serra afirmou que o governo federal não tem programado os investimentos e que, por isso, muitas obras acabam ficando paradas. Para o tucano, a iniciativa privada está preparada para dar a sua contrapartida, mas depende de obras de infraestrutura que não foram feitas.
Serra citou como exemplos de maiores gargalos o fornecimento de energia e a infraestrutura aeroportuária, bem como as rodovias. "Uma análise entre 134 países mostrou que o Brasil está em 128º em ruindade de portos. A falta de infra-estrutura inibe o investimento privado."
Posteriormente, acrescentou que o escoamento da soja que sai do Mato Grosso para o Porto de Paranaguá, no Paraná, custa mais caro do que enviar a mesma carga para a China.
O tucano alertou que as concessões de termoelétricas estão vencendo em 2012 e que o governo não tomou nenhuma iniciativa ainda para tratar sobre elas. Sobre energia, ele citou que em Cuiabá, capital do Mato Grosso, a população ainda não dispõe do fornecimento de gás na região.
"A infraestrutura está toda lá e a população de Cuiabá, que tem o gasoduto boliviano vizinho à cidade não dispõe de gás. Como isso é possível?" questionou.
No final de sua fala, José Serra voltou a bater na tecla do aparelhamento do estado pelo PT, comparando com sua gestão à frente do Estado de São Paulo.
"No meu governo, nunca tivemos loteamento de cargos. O que acontece no governo federal é gravíssimo. No caso da Anvisa, tinha um candidato do PT que foi para lá e agora vai concorrer a deputado. Esse tipo de coisa 'perverteu' as agências reguladoras", afirmou Serra.
Do ponto de vista econômico, o tucano disse que para os investimentos serem feitos a contento é fundamental a integração da equipe econômica.
"Você tem de ter uma equipe econômica integrada, responsabilidade fiscal, monetária e cambial. Tem de ter toda uma equipe integrada: Fazenda, Planejamento, Banco Central. Trabalhando com determinação e conhecimento é possível fazer isso", alfinetou.
Serra recusou-se a responder a crítica do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, que disse que o tucano "não podia ser eleito de jeito nenhum". Ele também fugiu de perguntas relacionadas ao seu vice.
Pré-sal
Em relação ao pré-sal, Serra enalteceu as possibilidades que o petróleo pode viabilizar, mas alertou que é preciso ter critério em relação aos investimentos.
"O petróleo é uma benção, mas precisa ser bem aproveitado. Se não for bem aproveitado, nós podemos ter a dissolução de muito da atividade econômica doméstica e não investimentos para o futuro. É muito importante que os rendimentos do petróleo fiquem num fundo soberano e que sejam investidos nos seus retornos em estados, municípios, para o Brasil inteiro e para as regiões produtoras também."
A pré-candidata petista iniciou seu discurso dizendo que "o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro". Ela também não poupou elogios aos progressos do governo Lula. "É sabido que a partir de 2003, quando começa a política industrial do governo Lula, implantou a volta da indústria naval. O governo deixa várias vantagens que devem ser ampliadas."
Dilma estimou que o País poderá ter um crescimento econômico de 5,5% a partir de 2014, consolidando a caminhada rumo ao patamar de 5ª economia do mundo. Dentre os desafios apontados por ela está "a ampliação de investimentos públicos e privados como o PAC".
Ela ainda sinalizou que poderá propor mudanças na Previdência Social que incluam um prazo mais longo de contribuição. "O tal do bônus demográfico nada mais é do que isso: a sua população em idade de trabalho ativo é maior que sua população dependente, jovem, criança e velho. Mas a terceira idade está ficando difícil. A gente vai ter que estender ela um pouco mais para lá".
JOSÉ SERRA ATACA AS FARC.
A notícia mais sensacional dos últimos dias foi o ataque frontal que o candidato José Serra fez ao presidente da Bolívia, Evo Morales, relativamente à facilitação da produção e do tráfico de drogas que seu governo patrocina para o Brasil. Serra certamente está de posse de maiores e mais detalhadas informações para trazer o tema para o centro do debate da campanha presidencial. Esse tema é um divisor de águas.
José Serra questiona não apenas a política externa de Lula; questiona também a leniência com que o PT, Lula e sua candidata tratam a questão das drogas. Objetivamente o PT é sócio das FARC no Foro de São Paulo e fez do Brasil um grande mercado para seus parceiros. A aliança com Hugo Chávez precisa também ser compreendida dentro desse arco de aliança mais amplo amparado pelo Foro de São Paulo.
Ao fazer a acusação direta o candidato José Serra pôs o dedo na ferida, demarcou seu campo político e se alinhou, de fato, com os interesses maiores do Brasil. Não há dúvida de que acertou ao dizer que as drogas, vindas da Bolívia, com a leniência do poder estabelecido nos dois lados da fronteira, estão destruindo a nossa juventude. Todas as classes sociais estão expostas aos seus efeitos devastadores. O crime organizado prospera e a violência explode onde as gangues estão agindo, ao custo de muito sofrimento e de muitas vidas frustradas.
O diagnóstico de Serra é certeiro e corajoso. No lugar dele eu mandaria reforçar a segurança pessoal, pois esses criminosos ligados ao tráfico internacional não têm limites. Basta ver o que fizeram na Colômbia, provocando a guerra civil, e no México, praticamente transformado em um narcoestado, uma terra sem lei. O Brasil, a prosseguir a leniência do governo federal, corre o risco de ambas asmazelas.
Serra contrariou grandes interesses econômicos, ideológicos e políticos com a sua fala. Assumiu uma postura de estadista. Foi à luta. Não será mais possível confundir ambas as candidaturas de Serra e Dilma, por mais que se aproximem no espectro ideológico. José Serra alinhou-se com os interesses maiores do Brasil e dos brasileiros. Finalmente alguém parece disposto a fazer o que precisa ser feito contra os bandidos das FARC e seus amigos.
Esse gesto também favorece uma aproximação com o governo dos EUA, que o PT e Lula deliberadamente afrontam. O Brasil precisa ser para os EUA o que é para eles a Inglaterra. Essa postura de afronta e de não cooperação tem custado perda de eficiência exportadora e a má vontade daquele país nos fóruns multilaterais. Parece que Serra está disposto a corrigir esse trágico engano. Certamente isso implicará no afastamento do governo delinqüente do Irã e mesmo da China.
Resta saber como conciliar isso com a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com seu discurso favorável à descriminalização das drogas. Serra parece ter tomado o partido da razão, lutando para proteger a juventude. Fez a escolha certa. FHC precisa calar a boca sobre o assunto e deixar o candidato ir ao encontro das legítimas e vitais aspirações nacionais.
Penso que essa simples tomada de posição levou para seu lado parte ponderável do eleitorado órfão, que duvidava que algum candidato estivesse disposto a comprar a briga com as FARC e seus aliados tupiniquins. Serra fez isso. É um grande mérito. Será que teremos finalmente um estadista no Palácio do Planalto?
por pontofranco
José Serra questiona não apenas a política externa de Lula; questiona também a leniência com que o PT, Lula e sua candidata tratam a questão das drogas. Objetivamente o PT é sócio das FARC no Foro de São Paulo e fez do Brasil um grande mercado para seus parceiros. A aliança com Hugo Chávez precisa também ser compreendida dentro desse arco de aliança mais amplo amparado pelo Foro de São Paulo.
Ao fazer a acusação direta o candidato José Serra pôs o dedo na ferida, demarcou seu campo político e se alinhou, de fato, com os interesses maiores do Brasil. Não há dúvida de que acertou ao dizer que as drogas, vindas da Bolívia, com a leniência do poder estabelecido nos dois lados da fronteira, estão destruindo a nossa juventude. Todas as classes sociais estão expostas aos seus efeitos devastadores. O crime organizado prospera e a violência explode onde as gangues estão agindo, ao custo de muito sofrimento e de muitas vidas frustradas.
O diagnóstico de Serra é certeiro e corajoso. No lugar dele eu mandaria reforçar a segurança pessoal, pois esses criminosos ligados ao tráfico internacional não têm limites. Basta ver o que fizeram na Colômbia, provocando a guerra civil, e no México, praticamente transformado em um narcoestado, uma terra sem lei. O Brasil, a prosseguir a leniência do governo federal, corre o risco de ambas asmazelas.
Serra contrariou grandes interesses econômicos, ideológicos e políticos com a sua fala. Assumiu uma postura de estadista. Foi à luta. Não será mais possível confundir ambas as candidaturas de Serra e Dilma, por mais que se aproximem no espectro ideológico. José Serra alinhou-se com os interesses maiores do Brasil e dos brasileiros. Finalmente alguém parece disposto a fazer o que precisa ser feito contra os bandidos das FARC e seus amigos.
Esse gesto também favorece uma aproximação com o governo dos EUA, que o PT e Lula deliberadamente afrontam. O Brasil precisa ser para os EUA o que é para eles a Inglaterra. Essa postura de afronta e de não cooperação tem custado perda de eficiência exportadora e a má vontade daquele país nos fóruns multilaterais. Parece que Serra está disposto a corrigir esse trágico engano. Certamente isso implicará no afastamento do governo delinqüente do Irã e mesmo da China.
Resta saber como conciliar isso com a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com seu discurso favorável à descriminalização das drogas. Serra parece ter tomado o partido da razão, lutando para proteger a juventude. Fez a escolha certa. FHC precisa calar a boca sobre o assunto e deixar o candidato ir ao encontro das legítimas e vitais aspirações nacionais.
Penso que essa simples tomada de posição levou para seu lado parte ponderável do eleitorado órfão, que duvidava que algum candidato estivesse disposto a comprar a briga com as FARC e seus aliados tupiniquins. Serra fez isso. É um grande mérito. Será que teremos finalmente um estadista no Palácio do Planalto?
por pontofranco
Governo Lula, humilhado, joga a toalha e dá adeus ao Conselho de Segurança da ONU
A declaração a seguir é do chanceler Celso Amorim. Cheio de ressentimento, ele joga a toalha,admitindo implicitamente que o seu governo não conseguirá uma posição no Conselho de Segurança da ONU. Secretaria Geral da ONU e Nobel da Paz para Lula, então, nem pensar. Amorim foi quem ajudou Lula a se enterrar nesse caso do Pacto Ribentrop-Molotov ou de Munique ou de Teerã. Ele e Lula levaram nos dedos de Clinton. Apanharam de uma mulher e agora choram pelos cantos. Leiam:
- Você não pode adotar uma política de que quem não está comigo está contra mim. Isso não existe. Nas Nações Unidas você tem que votar de acordo com sua consciência e suas convicções. E agir de acordo com suas convicções. Nós não temos o poder — porque não temos veto — de levar adiante nossas posições como os outros podem. Mas eles não podem impor a nós violentarmos a nossa consciência e violentarmos aquilo que nós obtivemos.
. Lula não desiste de protagonizar papagaiadas e hoje tirou foto com o líder cocaleiro Evo Morales, tentando ser engraçadinho: “Vamos fazer inveja ao Serra”. Pouco antes, a Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína traficada da Bolívia sob os olhos benevolentes de Morales.
- Você não pode adotar uma política de que quem não está comigo está contra mim. Isso não existe. Nas Nações Unidas você tem que votar de acordo com sua consciência e suas convicções. E agir de acordo com suas convicções. Nós não temos o poder — porque não temos veto — de levar adiante nossas posições como os outros podem. Mas eles não podem impor a nós violentarmos a nossa consciência e violentarmos aquilo que nós obtivemos.
. Lula não desiste de protagonizar papagaiadas e hoje tirou foto com o líder cocaleiro Evo Morales, tentando ser engraçadinho: “Vamos fazer inveja ao Serra”. Pouco antes, a Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína traficada da Bolívia sob os olhos benevolentes de Morales.
domingo, 30 de maio de 2010
VACINAÇÃO DE MENINGITE EM SALVADOR. CONFUSÃO. GOVERNO DO PT.
PMDB de Minas ameaça votar contra Dilma.
A insistência do PT em emplacar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, ao governo mineiro abriu nova crise com o PMDB. Em represália, uma ala do partido ameaça votar contra a aliança com Dilma Rousseff para a Presidência.
Dirigentes do PMDB avisaram o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que a parceria com Dilma corre risco se os petistas não apoiarem o senador Hélio Costa na disputa ao Palácio da Liberdade.
"Lamentavelmente, companheiros do PT estão usando uma política rasteira contra mim", desabafou Costa. "Mas não adianta o PT fazer pressão e guerra de guerrilha no grito porque isso não me abala."
Ex-ministro das Comunicações, Costa não escondeu a contrariedade com rumores dando conta de que teria desistido da cadeira hoje ocupada pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) para concorrer à reeleição ao Senado. "Se eu quisesse voltar ao Senado, não precisaria fazer esforço", insistiu. "Sou pré-candidato ao governo."
O PMDB de Minas detém 69 dos 804 votos da convenção do partido, marcada para 12 de junho, com o objetivo de homologar a candidatura do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), como vice na chapa de Dilma. Temer também comanda o PMDB.
Sozinhos, os mineiros não conseguem desmanchar a aliança, mas podem fazer corpo mole na campanha. Além disso, a insatisfação tem potencial para contaminar grupos, já que os diretórios de São Paulo e Pernambuco são contra o casamento com o PT e apoiam José Serra (PSDB). Detalhe: a convenção do PT é em 13 de junho, 24 horas depois do encontro peemedebista.
"O clima está péssimo e para toda ação há uma reação", alfinetou Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Costa no Senado. "A insatisfação em Minas tem nome e uma coisa é certa: a bancada do PMDB votará contra a coligação com Dilma se o PT não fechar conosco."
Intervenção. Na quarta-feira, uma reunião de dirigentes estaduais do PT com o presidente do partido, José Eduardo Dutra, em Brasília, escancarou o mal-estar. Petistas se queixaram da pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer o acordo com o PMDB a qualquer custo, de olho no precioso tempo de TV da sigla na propaganda eleitoral. O grupo chegou a dizer a Dutra que o casamento com o PMDB só sairá em Minas e no Maranhão se houver intervenção nas seções regionais.
Desde que Dilma começou a crescer nas pesquisas de intenção de voto - ganhando fôlego em Minas, o segundo colégio eleitoral do País, depois de São Paulo -, o PT mineiro voltou a bater o pé pela candidatura de Pimentel. Um dos principais coordenadores da campanha de Dilma, o ex-prefeito venceu a prévia realizada no início do mês contra o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.
Apesar de Pimentel ter conquistado o direito de representar o partido na corrida ao Palácio da Liberdade, o PMDB dava como certo que ele seria candidato ao Senado, deixando a vaga ao governo para Costa. Na prática, esse cenário pode até se tornar realidade - com o anúncio da composição da chapa no próximo dia 6, conforme prometido -, mas não sem trauma. Motivo: discípulos do ex-prefeito não querem desistir da briga pela cadeira de Anastasia, afilhado do tucano Aécio Neves.
"Estamos muito animados e convictos de que o melhor candidato para ganhar do PSDB o governo mineiro é mesmo Pimentel", afirmou o deputado federal Reginaldo Lopes, presidente do PT de Minas. "Vamos convencer o PMDB e os demais partidos da base aliada de que a candidatura do Pimentel também é melhor para Dilma, porque ele tem votos de amplos setores."
Embora Costa esteja na dianteira em todas as pesquisas, petistas o comparam nos bastidores a um "cavalo paraguaio": bom de largada, mas ruim de chegada. Sem querer jogar mais combustível na crise, Pimentel assegurou que o acordo com o PMDB será cumprido, com palanque único para Dilma.
Articulador político do Planalto, Padilha evitou espichar a polêmica e disse não acreditar que o PMDB vote contra a dobradinha com o PT. "A melhor forma de conquistarmos o governo de Minas e o Senado é em aliança com o PMDB", resumiu.
Para complicar ainda mais o cenário, os seguidores de Patrus conseguiram empurrar o encontro do PT mineiro para 19 e 20 de junho. Foi uma estratégia para lavar as mãos e obrigar o Diretório Nacional do PT - que se reúne antes, em 11 de junho - a arcar com o desgaste da "intervenção branca" em Minas. Adversários de Pimentel também desejam que ele pague a fatura política por eventual renúncia.
MAIS UM PETISTA CONDENADO. Futuro gerente da campanha de Dilma.
O futuro gerente de finanças da campanha de Dilma pode ter de ressarcir prefeitura de Diadema. Petistas defendem Filippi Jr.
Priscilla Borges
A condenação do futuro tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff e ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr., pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, não preocupam a cúpula petista. Como divulgou nesta sexta-feira o jornal "Folha de S. Paulo", a corte determinou que Filippi Jr. devolva aos cofres de Diadema os valores pagos pela contratação, sem licitação, do escritório de advocacia do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh.
O escritório foi contratado pela prefeitura de Diadema entre 1983 e 1996 e recebeu R$ 2,1 milhões, de acordo com a reportagem da Folha. O TJSP quer a devolução do montante pago aos advogados. Além disso, o ex-prefeito foi condenado à perda dos direitos políticos por cinco anos, o que não altera a possibilidade de ele continuar trabalhando na campanha da pré-candidata do PT à Presidência. Filippi Jr. pode recorrer da decisão.
O presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, afirmou ao iG que a decisão do tribunal não causa problemas ao PT ou à campanha da pré-candidata à presidência Dilma Rousseff. “Temos de analisar os fatos. Ele foi condenado por uma atitude que tomou enquanto prefeito, em 1996. Depois disso, ele foi tesoureiro na campanha de Lula à Presidência em 2006 e a conduta dele foi exemplar. Não houve ressalvas à prestação de contas dele”, ressaltou.
Para Dutra, não há motivos para que a confiança na capacidade de Filippi Jr. em coordenar as finanças da campanha de Dilma seja quebrada. O presidente nacional do PT contou que tentou contato com o ex-prefeito, que está em viagem para os Estados Unidos, mas não conseguiu.
Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara dos Deputados, reforça que a decisão do tribunal não é definitiva. “Essa é a decisão de uma instância apenas. Há ainda recursos judiciais que serão feitos. Não há preocupações sobre isso”, garantiu.
Priscilla Borges
A condenação do futuro tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff e ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr., pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, não preocupam a cúpula petista. Como divulgou nesta sexta-feira o jornal "Folha de S. Paulo", a corte determinou que Filippi Jr. devolva aos cofres de Diadema os valores pagos pela contratação, sem licitação, do escritório de advocacia do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh.
O escritório foi contratado pela prefeitura de Diadema entre 1983 e 1996 e recebeu R$ 2,1 milhões, de acordo com a reportagem da Folha. O TJSP quer a devolução do montante pago aos advogados. Além disso, o ex-prefeito foi condenado à perda dos direitos políticos por cinco anos, o que não altera a possibilidade de ele continuar trabalhando na campanha da pré-candidata do PT à Presidência. Filippi Jr. pode recorrer da decisão.
O presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, afirmou ao iG que a decisão do tribunal não causa problemas ao PT ou à campanha da pré-candidata à presidência Dilma Rousseff. “Temos de analisar os fatos. Ele foi condenado por uma atitude que tomou enquanto prefeito, em 1996. Depois disso, ele foi tesoureiro na campanha de Lula à Presidência em 2006 e a conduta dele foi exemplar. Não houve ressalvas à prestação de contas dele”, ressaltou.
Para Dutra, não há motivos para que a confiança na capacidade de Filippi Jr. em coordenar as finanças da campanha de Dilma seja quebrada. O presidente nacional do PT contou que tentou contato com o ex-prefeito, que está em viagem para os Estados Unidos, mas não conseguiu.
Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara dos Deputados, reforça que a decisão do tribunal não é definitiva. “Essa é a decisão de uma instância apenas. Há ainda recursos judiciais que serão feitos. Não há preocupações sobre isso”, garantiu.
Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.
Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.
Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.
O IMPASSE NUCLEAR.
Os Estados Unidos anunciaram sua nova estratégia de segurança nacional, pela qual abandonam as posições antes fixadas pelo governo Bush. No documento, no entanto, o presidente Barack Obama afirma que os EUA vão continuar a assegurar a segurança mundial, embora ressalve que não poderão fazer isso sozinhos.
Essa posição já confronta um desafio, no qual os EUA insistem na imposição de sanções ao Irã, por causa de seu programa nuclear, necessitando para isso do apoio do Conselho de Segurança da ONU. Com eleições parlamentares em novembro, o governo sofre intensa pressão interna, a ponto de se desdizer.
Em razão das relações que construiu com o Irã, o Brasil dispôs-se a negociar um acordo com os iranianos, observando as condições impostas pelo presidente Obama. Feito o acordo, intermediado também pela Turquia, eis que o governo norte-americano o nega, alegando que as condições mudaram de outubro para cá.
O impasse está posto. O acordo não garante que o Irã não terá urânio suficiente para fabricar a bomba, só que irá beneficiar uma parte dele, para fins pacíficos, na Turquia. A desconfiança persiste entre as duas partes e Brasil e Turquia não têm condições de oferecer garantias adicionais, além das estabelecidas no acordo.
Ontem, encerrou-se uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear pelo qual se pretende criar uma zona livre dessas armas no Oriente Médio. Um acordo era dificultado por Israel, que não afirma nem nega que tenha a bomba. Mas os países árabes querem que Israel seja citado explicitamente.
Diante do panorama armamentista mundial, é muito difícil obter progressos. Os EUA têm mais de 5.000 ogivas nucleares. Outros países têm a bomba, mas escondem seus quantitativos. Se o Iraque a tivesse, provavelmente os norte-americanos não o teriam invadido. A escalada é insensata, mas como impedi-la?
Obama é contra a bomba, mas o complexo industrial-militar dos EUA não abre mão de seu arsenal.
Essa posição já confronta um desafio, no qual os EUA insistem na imposição de sanções ao Irã, por causa de seu programa nuclear, necessitando para isso do apoio do Conselho de Segurança da ONU. Com eleições parlamentares em novembro, o governo sofre intensa pressão interna, a ponto de se desdizer.
Em razão das relações que construiu com o Irã, o Brasil dispôs-se a negociar um acordo com os iranianos, observando as condições impostas pelo presidente Obama. Feito o acordo, intermediado também pela Turquia, eis que o governo norte-americano o nega, alegando que as condições mudaram de outubro para cá.
O impasse está posto. O acordo não garante que o Irã não terá urânio suficiente para fabricar a bomba, só que irá beneficiar uma parte dele, para fins pacíficos, na Turquia. A desconfiança persiste entre as duas partes e Brasil e Turquia não têm condições de oferecer garantias adicionais, além das estabelecidas no acordo.
Ontem, encerrou-se uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear pelo qual se pretende criar uma zona livre dessas armas no Oriente Médio. Um acordo era dificultado por Israel, que não afirma nem nega que tenha a bomba. Mas os países árabes querem que Israel seja citado explicitamente.
Diante do panorama armamentista mundial, é muito difícil obter progressos. Os EUA têm mais de 5.000 ogivas nucleares. Outros países têm a bomba, mas escondem seus quantitativos. Se o Iraque a tivesse, provavelmente os norte-americanos não o teriam invadido. A escalada é insensata, mas como impedi-la?
Obama é contra a bomba, mas o complexo industrial-militar dos EUA não abre mão de seu arsenal.
Planalto gastou R$ 3 mi para exibir Dilma em viagens. Campanha com dinheiro público.
Ao ungir Dilma Rousseff como sua candidata, Lula se auto-atribuiu a tarefa de convertê-la de auxiliar desconhecida em presidenciável competitiva.
Com antecedência nunca antes vista na história desse país, o presidente antecipou sua própria sucessão. Levou a ministra-candidata à vitrine já em 2009.
Exibiu-a em inaugurações e inspeções de obras, num vaivém que inspirou os rivais a acusá-lo de usar a máquina pública com propósitos eleitorais.
Uma pergunta passou a boiar na atmosfera: Quanto custou ao contribuinte brasileiro a movimentação urdida para catapultar Dilma?
Um deputado oposicionista, Raul Jungmann (PPS-PE), transformou a dúvida num requerimento de informações. Endereçou-o à Casa Civil da Presidência.
Esse tipo de requerimento é uma prerrogativa que a Constituição confere aos congressistas. Coube à sucessora de Dilma, Erenice Guerra, responder.
No questionário, Jungmann circunscreveu sua curiosidade a eventos realizados entre 1º de setembro de 2009 e 19 de fevereiro de 2010, quase seis meses.
Em pesquisa prévia, o deputado contabilizara 26 as viagens e eventos. Inquiriu sobre os custos da participação de Dilma, de Lula e dos convidados oficiais.
Na chefia da Casa Civil desde abril, quando Dilma trocou o posto pelos palanques, Erenice respondeu apenas um pedaço do questionário.
Limitou-se a informar a cifra referente à participação de Dilma nos pa©mícios: R$ 3,052 milhões. Para ser exato: R$ 3.052.870,94.
Ou seja, noves fora o grosso dos custos (Lula e comitiva) a Viúva foi levada a torrar uma média de R$ 508,8 mil por mês para promover a candidata oficial.
As cifras incluem, segundo a resposta da Casa Civil: “Fornecimento de alimentação, diárias, hospedagem...”
“...Serviços de telecomunicações, de apoio logístico e locação de veículos terrestres [utilizados por Dilma] nas viagens”.
E quanto ao resto? “As demais despesas relacionadas a combustível das aeronaves oficiais, locação de veículos aéreos...”
“Custo estimado por convidado e número de convidados que integraram a comitiva presidencial, deixam de ser informadas”.
Por quê? “Não são da competência desta secretaria [de Administração da Casa Civil] e tampouco constam do nosso sistema de apropriação de custos”. Pena.
Só numa das viagens, a “Caravana do São Francisco”, Lula e Dilma dispuseram de um séquito de mais de cem convidados. Seria razoável saber quanto custou.
O Planalto sempre alegou que o périplo promocional de Dilma não ultrapassou as fronteiras da lei. Foram atos de governo, não de campanha.
Decisões tomadas pelo TSE deram ares de pantomima à alegação. O rol de viagens inclui, por exemplo, um deslocamento ocorrido em 22 de janeiro de 2010.
Nesse dia, Lula e Dilma foram à inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo. A coisa virou comício.
Em discurso transmitido ao vivo pela emissora estatal, Lula fez campanha para Dilma. Ao julgar representação da oposição, o TSE multou-o em R$ 10 mil.
Noutra viagem listada por Jungmann e incluída nos levantamento de custos da Casa Civil, Lula levou a candidatura de Dilma ao interior de Minas Gerais.
Cabo eleitoral e candidata foram a cidades do Vale do Jequitinhonha, em 9 de fevereiro de 2010. Uma visita impregnada de 2010.
Num dos discursos do dia, Lula, com Dilma a tiracolo, disse: “Vou fazer a sucessão”. Para quê? “Dar continuidade ao que nós estamos fazendo...”
“...Porque este país não pode retroceder. Este país não pode voltar para trás como se fosse um caranguejo”.
De novo, provocado pela oposição, o TSE condenou Lula por campanha ilegal e fora de época. Multou-o, nesse caso, em R$ 5 mil.
Não foram as únicas multas. Houve outras, resultantes de transgressões praticadas em viagens e eventos não listados no requerimento que a Casa Civil respondeu.
A azáfama administrativo-eleitoral foi tanta que, em 27 de janeiro, de passagem por Recife, Dilma viu Lula ser recolhido a um hospital da capital pernambucana.
O mal-estar do presidente foi passageiro. Rendeu-lhe uma madrugada no leito hospitalar e um check-up de emergência.
Permanente mesmo só a impressão de que o contribuinte –inclusive os eleitores de José Serra e Marina Silva— financiou parte do empreendimento eleitoral de Lula.
Com antecedência nunca antes vista na história desse país, o presidente antecipou sua própria sucessão. Levou a ministra-candidata à vitrine já em 2009.
Exibiu-a em inaugurações e inspeções de obras, num vaivém que inspirou os rivais a acusá-lo de usar a máquina pública com propósitos eleitorais.
Uma pergunta passou a boiar na atmosfera: Quanto custou ao contribuinte brasileiro a movimentação urdida para catapultar Dilma?
Um deputado oposicionista, Raul Jungmann (PPS-PE), transformou a dúvida num requerimento de informações. Endereçou-o à Casa Civil da Presidência.
Esse tipo de requerimento é uma prerrogativa que a Constituição confere aos congressistas. Coube à sucessora de Dilma, Erenice Guerra, responder.
No questionário, Jungmann circunscreveu sua curiosidade a eventos realizados entre 1º de setembro de 2009 e 19 de fevereiro de 2010, quase seis meses.
Em pesquisa prévia, o deputado contabilizara 26 as viagens e eventos. Inquiriu sobre os custos da participação de Dilma, de Lula e dos convidados oficiais.
Na chefia da Casa Civil desde abril, quando Dilma trocou o posto pelos palanques, Erenice respondeu apenas um pedaço do questionário.
Limitou-se a informar a cifra referente à participação de Dilma nos pa©mícios: R$ 3,052 milhões. Para ser exato: R$ 3.052.870,94.
Ou seja, noves fora o grosso dos custos (Lula e comitiva) a Viúva foi levada a torrar uma média de R$ 508,8 mil por mês para promover a candidata oficial.
As cifras incluem, segundo a resposta da Casa Civil: “Fornecimento de alimentação, diárias, hospedagem...”
“...Serviços de telecomunicações, de apoio logístico e locação de veículos terrestres [utilizados por Dilma] nas viagens”.
E quanto ao resto? “As demais despesas relacionadas a combustível das aeronaves oficiais, locação de veículos aéreos...”
“Custo estimado por convidado e número de convidados que integraram a comitiva presidencial, deixam de ser informadas”.
Por quê? “Não são da competência desta secretaria [de Administração da Casa Civil] e tampouco constam do nosso sistema de apropriação de custos”. Pena.
Só numa das viagens, a “Caravana do São Francisco”, Lula e Dilma dispuseram de um séquito de mais de cem convidados. Seria razoável saber quanto custou.
O Planalto sempre alegou que o périplo promocional de Dilma não ultrapassou as fronteiras da lei. Foram atos de governo, não de campanha.
Decisões tomadas pelo TSE deram ares de pantomima à alegação. O rol de viagens inclui, por exemplo, um deslocamento ocorrido em 22 de janeiro de 2010.
Nesse dia, Lula e Dilma foram à inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo. A coisa virou comício.
Em discurso transmitido ao vivo pela emissora estatal, Lula fez campanha para Dilma. Ao julgar representação da oposição, o TSE multou-o em R$ 10 mil.
Noutra viagem listada por Jungmann e incluída nos levantamento de custos da Casa Civil, Lula levou a candidatura de Dilma ao interior de Minas Gerais.
Cabo eleitoral e candidata foram a cidades do Vale do Jequitinhonha, em 9 de fevereiro de 2010. Uma visita impregnada de 2010.
Num dos discursos do dia, Lula, com Dilma a tiracolo, disse: “Vou fazer a sucessão”. Para quê? “Dar continuidade ao que nós estamos fazendo...”
“...Porque este país não pode retroceder. Este país não pode voltar para trás como se fosse um caranguejo”.
De novo, provocado pela oposição, o TSE condenou Lula por campanha ilegal e fora de época. Multou-o, nesse caso, em R$ 5 mil.
Não foram as únicas multas. Houve outras, resultantes de transgressões praticadas em viagens e eventos não listados no requerimento que a Casa Civil respondeu.
A azáfama administrativo-eleitoral foi tanta que, em 27 de janeiro, de passagem por Recife, Dilma viu Lula ser recolhido a um hospital da capital pernambucana.
O mal-estar do presidente foi passageiro. Rendeu-lhe uma madrugada no leito hospitalar e um check-up de emergência.
Permanente mesmo só a impressão de que o contribuinte –inclusive os eleitores de José Serra e Marina Silva— financiou parte do empreendimento eleitoral de Lula.
sábado, 29 de maio de 2010
GOVERNO SERRA VAI ENTREGAR REMÉDIO EM CASA.
O pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, enfatizou a melhoria na questão da Saúde e garantiu que, se eleito, fará verdadeira revolução nessa área. Entre suas propostas está a entrega de medicamentos em residências de baixa renda. Dessa forma, ele garantiu que sai muito mais barato, não só para quem precisa quanto para o governo. Isso porque o primeiro poupa as energias por não precisar perder tempo e mais saúde para encarar filas e o governo poupa ao direcionar e controlar o destino destes medicamentos.
Outro aspecto na área da Saúde que pretende fortalecer é com mais investimentos a serem direcionados desde a prevenção de doenças até o tratamento nos chamados “hospitais de ‘excelência’”, que detém a alta tecnologia para a medicina avançada para que os mais pobres tenham acesso a cura de doenças mais complexas como ocorre no Hospital das Clínicas de São Paulo.
A promessa destes hospitais é para todo o país. Mas também garantiu a conservação dos mesmos para não ocorrer como os de Cáceres e Rondonópolis, os quais ele, enquanto ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002), deixou ‘como novos’ e viu, ao longo dos anos da gestão Lula ficarem deteriorados.
Outro aspecto na área da Saúde que pretende fortalecer é com mais investimentos a serem direcionados desde a prevenção de doenças até o tratamento nos chamados “hospitais de ‘excelência’”, que detém a alta tecnologia para a medicina avançada para que os mais pobres tenham acesso a cura de doenças mais complexas como ocorre no Hospital das Clínicas de São Paulo.
A promessa destes hospitais é para todo o país. Mas também garantiu a conservação dos mesmos para não ocorrer como os de Cáceres e Rondonópolis, os quais ele, enquanto ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002), deixou ‘como novos’ e viu, ao longo dos anos da gestão Lula ficarem deteriorados.
NOSSO DINHEIRO FINANCIANDO TRÁFICO DA COCA?
Nos últimos sete anos, o governo brasileiro orientou sua política externa inspirado na cartilha do Partido dos Trabalhadores. Nossos diplomatas e o presidente Lula percorreram o mundo abraçando regimes que violam os direitos humanos, como o de Cuba, ou que desenvolvem às escondidas a bomba atômica, como o do Irã. Em comum, os governos desses países cultivam a retórica antiamericana. A substituição de uma política externa de estado, como era a tradição do Itamaraty, por uma política externa de partido, como é a do governo Lula, coloca a ideologia acima dos interesses brasileiros. Na semana passada, o pré-candidato a presidente José Serra, do PSDB, apontou um dos efeitos dessa diplomacia ao falar das relações do presidente boliviano Evo Morales com o tráfico de entorpecentes.
"Você acha que a Bolívia ia exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível", disse Serra em entrevista a uma rádio. No dia seguinte, reforçou: "O Brasil deveria falar com o governo boliviano, fazer gestões, pressionar para que se controle a exportação ilegal de cocaína para nossa juventude". Seus comentários foram classificados pela pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, como "demonização" do país vizinho.
Dilma defendeu a linha vigente no Itamaraty: "Provamos que o Brasil pode ser protagonista sem atitudes imperialistas, sem jamais esquecer que na América Latina estão nossos parceiros". Serra, no entanto, não atacou a Bolívia nem os bolivianos, mas a política do atual governo daquele país. E o fez até com comedimento. Mais do que cúmplice, como disse o candidato tucano, Evo Morales, empossado em 2006, é patrocinador de narcotraficantes. Pior: o governo Lula não só fecha os olhos para o que acontece na Bolívia, como se prepara para financiar a construção de uma estrada que facilitará o escoamento da cocaína para o Brasil. Ou seja, a droga que destrói os sonhos de famílias de todas as classes sociais chegará mais rapidamente às nossas cidades - e com a ajuda do contribuinte brasileiro.
Irritado com as declarações de Serra, um ministro boliviano com nome sugestivo, Oscar Coca, exigiu provas. Ei-las: Morales entrou na política defendendo os plantadores de folha de coca da região de Chapare, no departamento de Cochabamba. Na nova Constituição boliviana, ditada pelo presidente e aprovada em referendo no início do ano passado, a coca é considerada "recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social". Essa foi a fórmula encontrada para vender ao mundo a ideia de que a defesa da produção de coca visa a preservar os usos culturais da planta, como em chás e ao natural, para mascar. Se isso fosse verdade, o presidente boliviano deveria incentivar a redução da área plantada, não o seu aumento. Morales anunciou a intenção de ampliar o cultivo de coca em 21 000 hectares. A demanda tradicional não precisa de mais de 7 000 hectares para ser suprida.
Além disso, a maior parte da produção boliviana tem fins ilícitos: 71% da coca do país é transformada em droga. Em Chapare, reduto eleitoral de Morales, esse índice sobe para espantosos 95%. As ações de combate ao narcotráfico foram desmanteladas uma a uma no governo Morales. A DEA, agência antidrogas americana, por exemplo, foi expulsa do país em 2008. Ela dava apoio à polícia local especializada no combate ao narcotráfico (FELCN), complementando salários, comprando uniformes e ministrando cursos. Sem esse auxílio externo, a FELCN não tem sequer gasolina para perseguir traficantes e encontrar laboratórios de refino de cocaína. As apreensões atuais são, na maior parte, realizadas próximas à fronteira com o Brasil, e só por insistência e com a ajuda da Polícia Federal brasileira.
Morales também expulsou da Bolívia a agência americana de desenvolvimento, a Usaid, que os paranoicos esquerdistas latino-americanos sempre viram como um braço da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. Seus integrantes financiavam projetos para dar alternativas econômicas aos pequenos agricultores, como a plantação de banana, melão, café e cacau. Sem a Usaid, as lavouras de coca avançaram e a exportação de frutas caiu 41% em um ano. Morales prefere que o seu país ganhe dinheiro vendendo droga ao Brasil. Sob sua supervisão, as plantações de coca agora estão presentes nos nove departamentos bolivianos e em três reservas florestais.
Desde 2007, a Bolívia fabrica o pó de cocaína, com laboratórios montados em associação com cartéis colombianos. Até então, o país exportava apenas a pasta de coca.
O incentivo de Morales fez a produção de cocaína e pasta de coca crescer 41%. A política cocaleira teve o efeito desejado pelo governo boliviano: o negócio prosperou. O volume de cocaína apreendido pela Polícia Federal nos quatro estados brasileiros que fazem fronteira com a Bolívia triplicou.
"Os traficantes estão fazendo a festa, porque o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do continente, atrás apenas dos Estados Unidos, e chegar a esse mercado nunca foi tão fácil", diz o boliviano Humberto Vacaflor, especialista em narcotráfico. Entre 80% e 90% da droga consumida no Brasil é boliviana - por não ter a mesma qualidade da colombiana, ela é desprezada por americanos e europeus. O comércio do pó aumenta os lucros da bandidagem organizada e financia outros tipos de crime no Brasil. No Rio de Janeiro, 60% das ocorrências estão relacionadas à droga.
Além de pó, os traficantes bolivianos vendem pasta de coca ao Brasil. O produto, misturado à soda cáustica, é transformado em pedras de crack, uma droga barata e bem mais perigosa do que a cocaína. Quando inalado com frequência, o crack leva a convulsões, a paradas cardíacas e ao desequilíbrio de áreas cerebrais responsáveis pelo controle da respiração. No Brasil, 13 anos é a idade média com que se começa a usar crack. Dois terços dos viciados morrem em menos de cinco anos.
O governo lançou recentemente o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack. O pacote de medidas tem mais casca do que conteúdo. Entre outras coisas, anuncia que será aumentada a vigilância na fronteira com Bolívia, Colômbia e Paraguai e propõe dobrar o número de leitos em hospitais públicos para dependentes químicos, de 2 500 para 5 000. A segunda medida é questionável. "Os hospitais não possuem estrutura para atender usuários de crack, porque esses pacientes têm comportamento violento e precisam ficar isolados", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um dos maiores especialistas no tratamento de dependentes químicos do Brasil.
No programa partidário na TV, a candidata governista Dilma Rousseff defendeu "apoio e carinho" para enfrentar a ameaça do crack. "Nós, mães, vamos estar na linha de frente", disse a pré-candidata, apelando para a empatia de gênero. O suporte materno, sem dúvida, é necessário. Em termos de política pública, no entanto, o ideal é pressionar os países exportadores da matéria-prima do crack, como a Bolívia, a combater o narcotráfico e reduzir as plantações de coca. "Mais do que na falta de apoio familiar, a origem do problema da droga no Brasil está na enorme facilidade de obtê-la", diz Laranjeira.
DINHEIRO DOS BRASILEIROS PARA FINANCIAR A COCAÍNA?
Com o auxílio do dinheiro dos contribuintes brasileiros, ficará ainda mais fácil para os traficantes colocar cocaína e crack nas ruas das nossas cidades. Em agosto do ano passado, na Bolívia, o presidente Lula, enfeitado com um colar de folhas de coca, prometeu um empréstimo de 332 milhões de dólares do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a rodovia Villa Tunari-San Ignacio de Moxos. Na ocasião, a segurança de Lula não foi feita por policiais, mas por centenas de cocaleiros armados com bastões envoltos em esparadrapo.
Com 60 000 habitantes, a cidade de Villa Tunari é o principal centro urbano de Chapare. A rodovia, apelidada pelos bolivianos de "estrada da coca", cruzará as áreas de cultivo da planta e, teoricamente, deveria fazer parte de um corredor bioceânico ligando o porto chileno de Iquique, no Pacífico, ao Atlântico. Como só garantiu financiamento para o trecho cocaleiro, a curto prazo a estrada vai favorecer principalmente o transporte de cocaína para o Brasil. O próprio BNDES não aponta um objetivo estratégico para a obra, apenas a intenção de "financiar as exportações de bens e serviços brasileiros que serão utilizados na construção da rodovia, tendo como principal benefício a geração de empregos e renda no Brasil".
Via "VEJA.
Traduzindo: emprestar dinheiro para a obra vai fazer com que insumos como máquinas ou asfalto sejam comprados no Brasil. O mesmo efeito econômico, contudo, seria atingido se o financiamento fosse para uma obra em território nacional.
Na Bolívia, suspeita-se que o financiamento do BNDES seja uma maneira de conferir contratos vantajosos a construtoras brasileiras sem fiscalização rigorosa. Os promotores bolivianos investigam um superfaturamento de 215 milhões de dólares na transcocaleira. "Essa rodovia custou o dobro do que seria razoável e não tem licenças ambientais. Seu objetivo é expandir a fronteira agrícola dos plantadores de coca", diz José María Bakovic, ex-presidente do extinto Serviço Nacional de Caminhos, órgão que administrava as rodovias bolivianas. Desde que Morales foi eleito, Bakovic já foi preso duas vezes por denunciar irregularidades em obras públicas. As mães brasileiras não são as únicas que sofrem com a amizade do governo brasileiro com Morales.
"Você acha que a Bolívia ia exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível", disse Serra em entrevista a uma rádio. No dia seguinte, reforçou: "O Brasil deveria falar com o governo boliviano, fazer gestões, pressionar para que se controle a exportação ilegal de cocaína para nossa juventude". Seus comentários foram classificados pela pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, como "demonização" do país vizinho.
Dilma defendeu a linha vigente no Itamaraty: "Provamos que o Brasil pode ser protagonista sem atitudes imperialistas, sem jamais esquecer que na América Latina estão nossos parceiros". Serra, no entanto, não atacou a Bolívia nem os bolivianos, mas a política do atual governo daquele país. E o fez até com comedimento. Mais do que cúmplice, como disse o candidato tucano, Evo Morales, empossado em 2006, é patrocinador de narcotraficantes. Pior: o governo Lula não só fecha os olhos para o que acontece na Bolívia, como se prepara para financiar a construção de uma estrada que facilitará o escoamento da cocaína para o Brasil. Ou seja, a droga que destrói os sonhos de famílias de todas as classes sociais chegará mais rapidamente às nossas cidades - e com a ajuda do contribuinte brasileiro.
Irritado com as declarações de Serra, um ministro boliviano com nome sugestivo, Oscar Coca, exigiu provas. Ei-las: Morales entrou na política defendendo os plantadores de folha de coca da região de Chapare, no departamento de Cochabamba. Na nova Constituição boliviana, ditada pelo presidente e aprovada em referendo no início do ano passado, a coca é considerada "recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social". Essa foi a fórmula encontrada para vender ao mundo a ideia de que a defesa da produção de coca visa a preservar os usos culturais da planta, como em chás e ao natural, para mascar. Se isso fosse verdade, o presidente boliviano deveria incentivar a redução da área plantada, não o seu aumento. Morales anunciou a intenção de ampliar o cultivo de coca em 21 000 hectares. A demanda tradicional não precisa de mais de 7 000 hectares para ser suprida.
Além disso, a maior parte da produção boliviana tem fins ilícitos: 71% da coca do país é transformada em droga. Em Chapare, reduto eleitoral de Morales, esse índice sobe para espantosos 95%. As ações de combate ao narcotráfico foram desmanteladas uma a uma no governo Morales. A DEA, agência antidrogas americana, por exemplo, foi expulsa do país em 2008. Ela dava apoio à polícia local especializada no combate ao narcotráfico (FELCN), complementando salários, comprando uniformes e ministrando cursos. Sem esse auxílio externo, a FELCN não tem sequer gasolina para perseguir traficantes e encontrar laboratórios de refino de cocaína. As apreensões atuais são, na maior parte, realizadas próximas à fronteira com o Brasil, e só por insistência e com a ajuda da Polícia Federal brasileira.
Morales também expulsou da Bolívia a agência americana de desenvolvimento, a Usaid, que os paranoicos esquerdistas latino-americanos sempre viram como um braço da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. Seus integrantes financiavam projetos para dar alternativas econômicas aos pequenos agricultores, como a plantação de banana, melão, café e cacau. Sem a Usaid, as lavouras de coca avançaram e a exportação de frutas caiu 41% em um ano. Morales prefere que o seu país ganhe dinheiro vendendo droga ao Brasil. Sob sua supervisão, as plantações de coca agora estão presentes nos nove departamentos bolivianos e em três reservas florestais.
Desde 2007, a Bolívia fabrica o pó de cocaína, com laboratórios montados em associação com cartéis colombianos. Até então, o país exportava apenas a pasta de coca.
O incentivo de Morales fez a produção de cocaína e pasta de coca crescer 41%. A política cocaleira teve o efeito desejado pelo governo boliviano: o negócio prosperou. O volume de cocaína apreendido pela Polícia Federal nos quatro estados brasileiros que fazem fronteira com a Bolívia triplicou.
"Os traficantes estão fazendo a festa, porque o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do continente, atrás apenas dos Estados Unidos, e chegar a esse mercado nunca foi tão fácil", diz o boliviano Humberto Vacaflor, especialista em narcotráfico. Entre 80% e 90% da droga consumida no Brasil é boliviana - por não ter a mesma qualidade da colombiana, ela é desprezada por americanos e europeus. O comércio do pó aumenta os lucros da bandidagem organizada e financia outros tipos de crime no Brasil. No Rio de Janeiro, 60% das ocorrências estão relacionadas à droga.
Além de pó, os traficantes bolivianos vendem pasta de coca ao Brasil. O produto, misturado à soda cáustica, é transformado em pedras de crack, uma droga barata e bem mais perigosa do que a cocaína. Quando inalado com frequência, o crack leva a convulsões, a paradas cardíacas e ao desequilíbrio de áreas cerebrais responsáveis pelo controle da respiração. No Brasil, 13 anos é a idade média com que se começa a usar crack. Dois terços dos viciados morrem em menos de cinco anos.
O governo lançou recentemente o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack. O pacote de medidas tem mais casca do que conteúdo. Entre outras coisas, anuncia que será aumentada a vigilância na fronteira com Bolívia, Colômbia e Paraguai e propõe dobrar o número de leitos em hospitais públicos para dependentes químicos, de 2 500 para 5 000. A segunda medida é questionável. "Os hospitais não possuem estrutura para atender usuários de crack, porque esses pacientes têm comportamento violento e precisam ficar isolados", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um dos maiores especialistas no tratamento de dependentes químicos do Brasil.
No programa partidário na TV, a candidata governista Dilma Rousseff defendeu "apoio e carinho" para enfrentar a ameaça do crack. "Nós, mães, vamos estar na linha de frente", disse a pré-candidata, apelando para a empatia de gênero. O suporte materno, sem dúvida, é necessário. Em termos de política pública, no entanto, o ideal é pressionar os países exportadores da matéria-prima do crack, como a Bolívia, a combater o narcotráfico e reduzir as plantações de coca. "Mais do que na falta de apoio familiar, a origem do problema da droga no Brasil está na enorme facilidade de obtê-la", diz Laranjeira.
DINHEIRO DOS BRASILEIROS PARA FINANCIAR A COCAÍNA?
Com o auxílio do dinheiro dos contribuintes brasileiros, ficará ainda mais fácil para os traficantes colocar cocaína e crack nas ruas das nossas cidades. Em agosto do ano passado, na Bolívia, o presidente Lula, enfeitado com um colar de folhas de coca, prometeu um empréstimo de 332 milhões de dólares do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a rodovia Villa Tunari-San Ignacio de Moxos. Na ocasião, a segurança de Lula não foi feita por policiais, mas por centenas de cocaleiros armados com bastões envoltos em esparadrapo.
Com 60 000 habitantes, a cidade de Villa Tunari é o principal centro urbano de Chapare. A rodovia, apelidada pelos bolivianos de "estrada da coca", cruzará as áreas de cultivo da planta e, teoricamente, deveria fazer parte de um corredor bioceânico ligando o porto chileno de Iquique, no Pacífico, ao Atlântico. Como só garantiu financiamento para o trecho cocaleiro, a curto prazo a estrada vai favorecer principalmente o transporte de cocaína para o Brasil. O próprio BNDES não aponta um objetivo estratégico para a obra, apenas a intenção de "financiar as exportações de bens e serviços brasileiros que serão utilizados na construção da rodovia, tendo como principal benefício a geração de empregos e renda no Brasil".
Via "VEJA.
Traduzindo: emprestar dinheiro para a obra vai fazer com que insumos como máquinas ou asfalto sejam comprados no Brasil. O mesmo efeito econômico, contudo, seria atingido se o financiamento fosse para uma obra em território nacional.
Na Bolívia, suspeita-se que o financiamento do BNDES seja uma maneira de conferir contratos vantajosos a construtoras brasileiras sem fiscalização rigorosa. Os promotores bolivianos investigam um superfaturamento de 215 milhões de dólares na transcocaleira. "Essa rodovia custou o dobro do que seria razoável e não tem licenças ambientais. Seu objetivo é expandir a fronteira agrícola dos plantadores de coca", diz José María Bakovic, ex-presidente do extinto Serviço Nacional de Caminhos, órgão que administrava as rodovias bolivianas. Desde que Morales foi eleito, Bakovic já foi preso duas vezes por denunciar irregularidades em obras públicas. As mães brasileiras não são as únicas que sofrem com a amizade do governo brasileiro com Morales.
TSE recebe novo pedido de multa contra Lula e Dilma, Agora é 25 mil.
GUSTAVO URIBE - Agência Estado
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou hoje com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que sejam aplicadas multas no valor de R$ 25 mil ao PT, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à pré-candidata da sigla à presidência, Dilma Rousseff. O MPE acusa os petistas de terem feito propaganda eleitoral antecipada da ex-ministra no programa partidário do partido, veiculado em cadeia nacional no dia 13.
O pedido de punição é assinado pelo procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, que também solicita ao TSE a redução do tempo reservado à propaganda partidária do PT no segundo semestre de 2011. Na representação divulgada esta tarde, Gurgel afirma que o PT fez "explícita exaltação" do nome de Dilma, além de ter promovido "propaganda negativa" do presidenciável do PSDB, José Serra.
O procurador-geral transcreve no documento trechos do programa, como nas comparações feitas entre os governos "Lula/Dilma" e "FHC/Serra", que evidenciam, de acordo com ele, desrespeito à Lei Eleitoral número 9.096, de 1995, que proíbe conteúdo eleitoral e referências de políticos não filiados à legenda na peça. "Para exaltar seu nome, valeu até a comparação com o líder sul-africano Nelson Mandela", destacou Gurgel.
O PT apresentou a pré-candidata no programa partidário da sigla como figura-chave nas conquistas alcançadas pelo governo Lula. O anúncio de dez minutos, que teve como protagonistas a ex-ministra e o presidente, insistiu na biografia de Dilma e nas iniciativas do governo federal capitaneadas pela petista. Durante a peça, Lula disse que a trajetória de Dilma o fazia lembrar do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, líder do movimento de oposição ao regime de apartheid.
Ainda no programa, o presidente atribuiu o programa Luz Para Todos, uma das vitrines do governo de Lula, como um projeto de Dilma e utilizou três pontos para comparar os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso - geração de emprego, racionamento de energia e ascensão da classe com redução da pobreza no País. Em todos, exibiu números vantajosos sobre o "governo Fernando Henrique/Serra".
Reincidente
O procurador-geral lembrou na representação que tanto Lula como Dilma já foram condenados pela prática de propaganda eleitoral antecipada, o que justifica a aplicação da multa máxima, de R$ 25 mil. O presidente já foi multado quatro vezes e a pré-candidata, duas. Gurgel também ressaltou que pediu a cassação da transmissão da propaganda partidária do PT no segundo semestre de 2011, e não no primeiro, uma vez que a transmissão neste semestre já foi cassada pelo TSE.
Na semana passada, o PSDB também ingressou com representação na Justiça Eleitoral para que o PT, o presidente Lula e a ex-ministra Dilma sejam punidos pelo programa partidário. Os tucanos querem que o TSE multe os três em R$ 250 mil ou valor correspondente ao custo da propaganda. A legenda de oposição também pede que o PT seja punido com a perda do direito de veicular sua propaganda partidária no segundo semestre de 2011.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou hoje com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que sejam aplicadas multas no valor de R$ 25 mil ao PT, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à pré-candidata da sigla à presidência, Dilma Rousseff. O MPE acusa os petistas de terem feito propaganda eleitoral antecipada da ex-ministra no programa partidário do partido, veiculado em cadeia nacional no dia 13.
O pedido de punição é assinado pelo procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, que também solicita ao TSE a redução do tempo reservado à propaganda partidária do PT no segundo semestre de 2011. Na representação divulgada esta tarde, Gurgel afirma que o PT fez "explícita exaltação" do nome de Dilma, além de ter promovido "propaganda negativa" do presidenciável do PSDB, José Serra.
O procurador-geral transcreve no documento trechos do programa, como nas comparações feitas entre os governos "Lula/Dilma" e "FHC/Serra", que evidenciam, de acordo com ele, desrespeito à Lei Eleitoral número 9.096, de 1995, que proíbe conteúdo eleitoral e referências de políticos não filiados à legenda na peça. "Para exaltar seu nome, valeu até a comparação com o líder sul-africano Nelson Mandela", destacou Gurgel.
O PT apresentou a pré-candidata no programa partidário da sigla como figura-chave nas conquistas alcançadas pelo governo Lula. O anúncio de dez minutos, que teve como protagonistas a ex-ministra e o presidente, insistiu na biografia de Dilma e nas iniciativas do governo federal capitaneadas pela petista. Durante a peça, Lula disse que a trajetória de Dilma o fazia lembrar do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, líder do movimento de oposição ao regime de apartheid.
Ainda no programa, o presidente atribuiu o programa Luz Para Todos, uma das vitrines do governo de Lula, como um projeto de Dilma e utilizou três pontos para comparar os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso - geração de emprego, racionamento de energia e ascensão da classe com redução da pobreza no País. Em todos, exibiu números vantajosos sobre o "governo Fernando Henrique/Serra".
Reincidente
O procurador-geral lembrou na representação que tanto Lula como Dilma já foram condenados pela prática de propaganda eleitoral antecipada, o que justifica a aplicação da multa máxima, de R$ 25 mil. O presidente já foi multado quatro vezes e a pré-candidata, duas. Gurgel também ressaltou que pediu a cassação da transmissão da propaganda partidária do PT no segundo semestre de 2011, e não no primeiro, uma vez que a transmissão neste semestre já foi cassada pelo TSE.
Na semana passada, o PSDB também ingressou com representação na Justiça Eleitoral para que o PT, o presidente Lula e a ex-ministra Dilma sejam punidos pelo programa partidário. Os tucanos querem que o TSE multe os três em R$ 250 mil ou valor correspondente ao custo da propaganda. A legenda de oposição também pede que o PT seja punido com a perda do direito de veicular sua propaganda partidária no segundo semestre de 2011.
Para EUA, pacto de Teerã é ''inaceitável''
Os EUA qualificaram ontem o acordo mediado por Brasil e Turquia com o Irã de "inaceitável" e informaram que a carta enviada pelo presidente Barack Obama ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se consistia em "instruções para negociação".
Contradizendo o Itamaraty, o governo americano afirmou ainda que o chanceler Celso Amorim "sabia perfeitamente" que o acordo de troca de combustível com o Irã, fechado no dia 17, não levaria os EUA a desistirem das sanções contra Teerã. Os EUA rejeitaram o acordo sob o argumento de que ele não resolvia o problema de o Irã continuar enriquecendo urânio. Amorim e o governo brasileiro esperavam que, com o acordo, os EUA deixassem de buscar as sanções. na ONU contra o Irã.
O Itamaraty sustenta que o Brasil fez tudo o que Obama recomendava na carta enviada a Lula em 20 de abril. "Ninguém nos disse: olha, se eles não pararem com o enriquecimento a 20%, esqueça o acordo", disse Amorim nesta semana.
Washington convocou uma entrevista para "esclarecer" pontos sobre o acordo e desmentiu Amorim. "O ministro das Relações Exteriores do Brasil sabia perfeitamente da importância dessa questão (do enriquecimento)", disse um dos três altos funcionários do governo que participaram da entrevista. "Em fevereiro, o subsecretário Bill Burns reuniu-se com Amorim e discutiu esse assunto longamente, e a secretária Hillary Clinton também falou disso com Amorim e com Lula", disse outro funcionário.
Os americanos disseram também que "nunca pediram aos brasileiros que saíssem negociando em nome dos americanos". A carta de Obama a Lula, segundo eles, era apenas uma reação à ideia proposta pelos brasileiros e turcos. "Não sentimos a necessidade de sermos abrangentes em relação a tudo o que seria necessário para um acordo aceitável com o Irã. A carta não continha instruções para negociação."
Os americanos afirmaram que o acordo é "simplesmente inaceitável", pois ele permite que o Irã continue enriquecendo urânio, o que vai contra as atuais resoluções da ONU. Afirmaram ainda que o acordo está defasado, porque hoje o Irã já tem um estoque de urânio muito maior do que tinha em outubro, quando as potências fizeram proposta parecida.
Um dos funcionários tentou por panos quentes nas recentes rusgas entre Brasil e EUA. "Temos visto muitas notícias sobre como esse caso (do Irã) está causando tensão no relacionamento entre EUA e Brasil", disse. "Mas nosso relacionamento bilateral abrange dúzias de questões, é uma relação muito forte."
Reações. Alfredo Valadão, do Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po), de Paris, adverte que a diplomacia brasileira interveio em um tema desconhecido do país, provocando mal-estar parceiros históricos, como os EUA. "No Irã, o Brasil foi além da retórica e atrapalhou toda uma estratégia internacional e uma manobra diplomática importante dos EUA", disse. "Por que demonstramos mais confiança em Mahmoud Ahmadinejad do que em Obama, na democracia americana ou francesa?"
Para o diretor da Faculdade de Economia da FAAP, Rubens Ricupero, as relações bilaterais ficaram agora mais "complicadas". "É um acordo que toca em tópicos muito sensíveis para os EUA", diz. Mas, acredita ele, o governo Obama não deve dar ao episódio uma proporção exagerada, por reconhecer a importância do Brasil como força regional.
Para Alexandre Barros, cientista político, as discordâncias não devem comprometer as relações bilaterais. "Os EUA tendem a ficar muito irritados, mas isso vai passar", diz. "Brasil e EUA têm interesses comerciais e investimentos, é uma relação muito antiga e tradicional para se deixar comprometer por isso."
Ag. Estado
Contradizendo o Itamaraty, o governo americano afirmou ainda que o chanceler Celso Amorim "sabia perfeitamente" que o acordo de troca de combustível com o Irã, fechado no dia 17, não levaria os EUA a desistirem das sanções contra Teerã. Os EUA rejeitaram o acordo sob o argumento de que ele não resolvia o problema de o Irã continuar enriquecendo urânio. Amorim e o governo brasileiro esperavam que, com o acordo, os EUA deixassem de buscar as sanções. na ONU contra o Irã.
O Itamaraty sustenta que o Brasil fez tudo o que Obama recomendava na carta enviada a Lula em 20 de abril. "Ninguém nos disse: olha, se eles não pararem com o enriquecimento a 20%, esqueça o acordo", disse Amorim nesta semana.
Washington convocou uma entrevista para "esclarecer" pontos sobre o acordo e desmentiu Amorim. "O ministro das Relações Exteriores do Brasil sabia perfeitamente da importância dessa questão (do enriquecimento)", disse um dos três altos funcionários do governo que participaram da entrevista. "Em fevereiro, o subsecretário Bill Burns reuniu-se com Amorim e discutiu esse assunto longamente, e a secretária Hillary Clinton também falou disso com Amorim e com Lula", disse outro funcionário.
Os americanos disseram também que "nunca pediram aos brasileiros que saíssem negociando em nome dos americanos". A carta de Obama a Lula, segundo eles, era apenas uma reação à ideia proposta pelos brasileiros e turcos. "Não sentimos a necessidade de sermos abrangentes em relação a tudo o que seria necessário para um acordo aceitável com o Irã. A carta não continha instruções para negociação."
Os americanos afirmaram que o acordo é "simplesmente inaceitável", pois ele permite que o Irã continue enriquecendo urânio, o que vai contra as atuais resoluções da ONU. Afirmaram ainda que o acordo está defasado, porque hoje o Irã já tem um estoque de urânio muito maior do que tinha em outubro, quando as potências fizeram proposta parecida.
Um dos funcionários tentou por panos quentes nas recentes rusgas entre Brasil e EUA. "Temos visto muitas notícias sobre como esse caso (do Irã) está causando tensão no relacionamento entre EUA e Brasil", disse. "Mas nosso relacionamento bilateral abrange dúzias de questões, é uma relação muito forte."
Reações. Alfredo Valadão, do Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po), de Paris, adverte que a diplomacia brasileira interveio em um tema desconhecido do país, provocando mal-estar parceiros históricos, como os EUA. "No Irã, o Brasil foi além da retórica e atrapalhou toda uma estratégia internacional e uma manobra diplomática importante dos EUA", disse. "Por que demonstramos mais confiança em Mahmoud Ahmadinejad do que em Obama, na democracia americana ou francesa?"
Para o diretor da Faculdade de Economia da FAAP, Rubens Ricupero, as relações bilaterais ficaram agora mais "complicadas". "É um acordo que toca em tópicos muito sensíveis para os EUA", diz. Mas, acredita ele, o governo Obama não deve dar ao episódio uma proporção exagerada, por reconhecer a importância do Brasil como força regional.
Para Alexandre Barros, cientista político, as discordâncias não devem comprometer as relações bilaterais. "Os EUA tendem a ficar muito irritados, mas isso vai passar", diz. "Brasil e EUA têm interesses comerciais e investimentos, é uma relação muito antiga e tradicional para se deixar comprometer por isso."
Ag. Estado
LULA,EVO E A COCA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o ataque de José Serra ao presidente da Bolívia, Evo Morales, cujo governo foi acusado pelo tucano de ser "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil. "Vamos posar aqui, vamos fazer inveja no Serra", disse Lula a Evo, a quem abraçava, logo após a foto oficial de chefes de Estado no 3.º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro.
Lula fez a declaração enquanto sorria, em frente aos fotógrafos, no saguão do Museu de Arte Moderna (MAM). De mãos dadas com o presidente do Brasil, Morales também riu, mas não comentou a declaração.
No Recife, Serra reiterou ontem que a Bolívia faz "corpo mole" no combate à produção e exportação de cocaína. Ele ainda declarou que "não vale uma nota de três reais" a declaração do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia que avaliara seu posicionamento sobre o assunto como "político e eleitoral".
"Quando entro numa briga é para valer, não tenho receio de enfrentar adversários, e a coca tem do seu lado defensores e aproveitadores poderosos", afirmou, em entrevista, depois da festa de lançamento da pré-candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu aliado, ao governo de Pernambuco.
Demonização. No interior de Santa Catarina, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que não é atitude "de estadista" atribuir responsabilidade ao governo boliviano pela produção e tráfico de cocaína. "Incriminar um governo é diferente de dizer que da Bolívia vem droga."
Anteontem, Dilma já havia criticado a atitude do tucano. Ela qualificou as declarações do adversário como tentativa de "demonização" da Bolívia.
De acordo com a petista, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça estão colaborando "intensamente" com a Bolívia no combate ao narcotráfico. Ela disse ter conversado na quinta-feira com o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, que a informou sobre uma atuação conjunta entre os dois países que culminou com o fechamento de um laboratório de produção de cocaína.
"É preciso que haja conversa entre os ministérios da Justiça", propôs Dilma. E reiterou: "É prudente não atribuir, sem informações e provas, responsabilidades ao governo boliviano. Não é papel de estadista fazer isso."
Pressão. Serra declarou que é "impossível" que até 90% da cocaína consumida no Brasil venha da Bolívia sem que o governo do país vizinho "faça corpo mole". "Eu acho que o governo brasileiro deve pressionar o governo boliviano fortemente, não pela força, mas pela pressão moral, no sentido de que combata a exportação da coca para o Brasil", defendeu.
Segundo o tucano. para poupar a juventude brasileira "desta verdadeira peste, desta praga que é a cocaína e o crack, é preciso atuar nas origens". "Não é só reprimir o traficante local, não é só fazer o tratamento do jovem. Combater contrabando é muito difícil, mas é mais fácil combater o contrabando no país de origem que no de destino, porque tem uma cadeia produtiva, tem a colheita, o transporte, a manufatura", argumentou.
Discurso. Pouco depois da sessão de fotografias de Lula e Evo Morales, a entrevista coletiva do boliviano, que estava agendada para as 16 horas, foi cancelada. O presidente boliviano se recusou a responder a perguntas de jornalistas e deu apenas um palpite sobre a Copa do Mundo: "O Brasil será campeão".
Antes, em discurso na reunião plenária de cúpula, no início da tarde, Morales foi muito aplaudido. "Precisamos salvar a humanidade e a natureza do capitalismo", defendeu. Para ele, criou-se uma "anticivilização" em que tudo vira mercadoria. "Essa anticivilização está levando à destruição do planeta", discursou.
O presidente boliviano comparou a colonização da América a um "genocídio" e afirmou que a riqueza de civilizações europeias foi construída à custa de "sangue e ouro do nosso continente". "Uma civilização não se faz com guerras, balas e bases militares. Não haverá paz enquanto não existir justiça social."
Lula fez a declaração enquanto sorria, em frente aos fotógrafos, no saguão do Museu de Arte Moderna (MAM). De mãos dadas com o presidente do Brasil, Morales também riu, mas não comentou a declaração.
No Recife, Serra reiterou ontem que a Bolívia faz "corpo mole" no combate à produção e exportação de cocaína. Ele ainda declarou que "não vale uma nota de três reais" a declaração do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia que avaliara seu posicionamento sobre o assunto como "político e eleitoral".
"Quando entro numa briga é para valer, não tenho receio de enfrentar adversários, e a coca tem do seu lado defensores e aproveitadores poderosos", afirmou, em entrevista, depois da festa de lançamento da pré-candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu aliado, ao governo de Pernambuco.
Demonização. No interior de Santa Catarina, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que não é atitude "de estadista" atribuir responsabilidade ao governo boliviano pela produção e tráfico de cocaína. "Incriminar um governo é diferente de dizer que da Bolívia vem droga."
Anteontem, Dilma já havia criticado a atitude do tucano. Ela qualificou as declarações do adversário como tentativa de "demonização" da Bolívia.
De acordo com a petista, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça estão colaborando "intensamente" com a Bolívia no combate ao narcotráfico. Ela disse ter conversado na quinta-feira com o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, que a informou sobre uma atuação conjunta entre os dois países que culminou com o fechamento de um laboratório de produção de cocaína.
"É preciso que haja conversa entre os ministérios da Justiça", propôs Dilma. E reiterou: "É prudente não atribuir, sem informações e provas, responsabilidades ao governo boliviano. Não é papel de estadista fazer isso."
Pressão. Serra declarou que é "impossível" que até 90% da cocaína consumida no Brasil venha da Bolívia sem que o governo do país vizinho "faça corpo mole". "Eu acho que o governo brasileiro deve pressionar o governo boliviano fortemente, não pela força, mas pela pressão moral, no sentido de que combata a exportação da coca para o Brasil", defendeu.
Segundo o tucano. para poupar a juventude brasileira "desta verdadeira peste, desta praga que é a cocaína e o crack, é preciso atuar nas origens". "Não é só reprimir o traficante local, não é só fazer o tratamento do jovem. Combater contrabando é muito difícil, mas é mais fácil combater o contrabando no país de origem que no de destino, porque tem uma cadeia produtiva, tem a colheita, o transporte, a manufatura", argumentou.
Discurso. Pouco depois da sessão de fotografias de Lula e Evo Morales, a entrevista coletiva do boliviano, que estava agendada para as 16 horas, foi cancelada. O presidente boliviano se recusou a responder a perguntas de jornalistas e deu apenas um palpite sobre a Copa do Mundo: "O Brasil será campeão".
Antes, em discurso na reunião plenária de cúpula, no início da tarde, Morales foi muito aplaudido. "Precisamos salvar a humanidade e a natureza do capitalismo", defendeu. Para ele, criou-se uma "anticivilização" em que tudo vira mercadoria. "Essa anticivilização está levando à destruição do planeta", discursou.
O presidente boliviano comparou a colonização da América a um "genocídio" e afirmou que a riqueza de civilizações europeias foi construída à custa de "sangue e ouro do nosso continente". "Uma civilização não se faz com guerras, balas e bases militares. Não haverá paz enquanto não existir justiça social."
Serra defende ‘ocupação’ da fronteira.
Presidenciável tucano, ontem em Cuiabá, voltou a criticar o presidente Evo Morales e promete obras estruturais para o Estado
Presidenciável José Serra esteve ontem em Cuiabá no ato para reforçar a candidatura do correligionário Wilson Santos
SONIA FIORI
O ex-governador de São Paulo, presidenciável José Serra (PSDB), defendeu maior ocupação dos cerca de 710 quilômetros de fronteira seca de Mato Grosso com a Bolívia como uma das principais medidas no combate ao tráfico de drogas. No discurso, feito em meio a um ato suprapartidário de PSDB, DEM e PTB, no sábado, em Cuiabá, o tucano voltou a criticar o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Serra disse que diante do crescimento da produção de coca no país e com o verificado aumento da exportação para o Brasil, tendo Mato Grosso como um dos maiores receptadores, a posição de Morales é de omissão.
“Acho que é impossível o governo boliviano não ser conivente. Portanto, acho que tem que ter uma ação de pressão com o governo boliviano”, reiterou. Serra criticou também financiamentos através do BNDES para construção de estrada, que, segundo ele, irá facilitar o transporte do produto.
O candidato tucano acentuou o discurso do “toma lá, da cá”, destacando que o acordo entre Brasil e Bolívia gera também a necessidade de assegurar uma contrapartida do país vizinho em relação ao combate às drogas.
Ele ressaltou no evento que cerca de 80% a 90% da cocaína é oriundo da Bolívia – num alerta feito na semana passada que chegou a dar início ao conflito diplomático. Mesmo assim, o candidato tucano reforçou, no evento suprapartidário, sua decisão de, em sendo eleito, primar pela instalação de novas políticas públicas, como a criação do Ministério da Segurança Pública.
No ato, o candidato do PSDB ao governo, Wilson Santos, também reafirmou a defesa em torno de mudanças urgentes para o combate às drogas na região de fronteira seca. Ele alertou para os baixos investimentos na área a cargo do Executivo estadual.
Outro mote forte de campanha do presidenciável José Serra se dá em torno da área da saúde. No evento, ele criticou a estagnação do setor após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação a programas implementados pelo ex-presidente Luiz Fernando Cardoso, como o PSF (Programa de Saúde da Família).
Ao defender a instalação de hospitais de excelência, como atendimento universal da saúde, ele assegurou que, caso eleito, transformará o Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) em um centro de atendimento em Mato Grosso. Ele também lançou a proposta de entrega de medicamentos em casa, sem dar maiores detalhes sobre o funcionamento.
Entre os eixos de campanha, Serra sustentou questões de logística e de infraestrutura, como a retomada de projetos para a viabilização de hidrovias, a conclusão da BR-163 – como via de escoamento de grãos e ainda a chegada da Ferronorte à capital mato-grossense.
O presidenciável também criticou a falta de empenho do governo federal para o trato com questões de energia - lembrando nesse fase do discurso os problemas relacionados a Mato Grosso em relação ao gás natural veicular – que atravessa problemas a respeito de contratos que sustentem a venda do produto no mercado interno.
Presidenciável José Serra esteve ontem em Cuiabá no ato para reforçar a candidatura do correligionário Wilson Santos
SONIA FIORI
O ex-governador de São Paulo, presidenciável José Serra (PSDB), defendeu maior ocupação dos cerca de 710 quilômetros de fronteira seca de Mato Grosso com a Bolívia como uma das principais medidas no combate ao tráfico de drogas. No discurso, feito em meio a um ato suprapartidário de PSDB, DEM e PTB, no sábado, em Cuiabá, o tucano voltou a criticar o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Serra disse que diante do crescimento da produção de coca no país e com o verificado aumento da exportação para o Brasil, tendo Mato Grosso como um dos maiores receptadores, a posição de Morales é de omissão.
“Acho que é impossível o governo boliviano não ser conivente. Portanto, acho que tem que ter uma ação de pressão com o governo boliviano”, reiterou. Serra criticou também financiamentos através do BNDES para construção de estrada, que, segundo ele, irá facilitar o transporte do produto.
O candidato tucano acentuou o discurso do “toma lá, da cá”, destacando que o acordo entre Brasil e Bolívia gera também a necessidade de assegurar uma contrapartida do país vizinho em relação ao combate às drogas.
Ele ressaltou no evento que cerca de 80% a 90% da cocaína é oriundo da Bolívia – num alerta feito na semana passada que chegou a dar início ao conflito diplomático. Mesmo assim, o candidato tucano reforçou, no evento suprapartidário, sua decisão de, em sendo eleito, primar pela instalação de novas políticas públicas, como a criação do Ministério da Segurança Pública.
No ato, o candidato do PSDB ao governo, Wilson Santos, também reafirmou a defesa em torno de mudanças urgentes para o combate às drogas na região de fronteira seca. Ele alertou para os baixos investimentos na área a cargo do Executivo estadual.
Outro mote forte de campanha do presidenciável José Serra se dá em torno da área da saúde. No evento, ele criticou a estagnação do setor após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação a programas implementados pelo ex-presidente Luiz Fernando Cardoso, como o PSF (Programa de Saúde da Família).
Ao defender a instalação de hospitais de excelência, como atendimento universal da saúde, ele assegurou que, caso eleito, transformará o Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) em um centro de atendimento em Mato Grosso. Ele também lançou a proposta de entrega de medicamentos em casa, sem dar maiores detalhes sobre o funcionamento.
Entre os eixos de campanha, Serra sustentou questões de logística e de infraestrutura, como a retomada de projetos para a viabilização de hidrovias, a conclusão da BR-163 – como via de escoamento de grãos e ainda a chegada da Ferronorte à capital mato-grossense.
O presidenciável também criticou a falta de empenho do governo federal para o trato com questões de energia - lembrando nesse fase do discurso os problemas relacionados a Mato Grosso em relação ao gás natural veicular – que atravessa problemas a respeito de contratos que sustentem a venda do produto no mercado interno.
NÃO HEVERÁ ALGUÉM TÃO DEDICADO À VITÓRIA DO SERRA,DIZ AÉCIO.
RIO - Depois de rejeitar a pressão para ser vice de José Serra (PSDB), Aécio Neves diz que sua presença na chapa garantiria, no máximo, mais 5% dos votos para o presidenciável. Em entrevista à repórter Adriana Vasconcelos, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO, Aécio diz que "Não haverá alguém tão dedicado à vitória" de Serra. ( ouça trecho da entrevista )
- Isso (5%) significa meio por cento dos votos nacionais e com risco de desguarnecermos a nossa retaguarda e termos outras perdas, se eu não estiver em Minas. Não haverá no meu partido ou fora dele alguém tão dedicado à vitória de Serra. Temos o melhor candidato e condições para vencer em Minas e no Brasil - declarou o tucano, que apresentou números de pesquisas do PSDB para se justificar.
O tucano diz ainda que não teme ser responsabilizado por uma eventual derrota de Serra nas urnas.
- De forma alguma. Na vida devemos ter convicções e lutar por elas. Precisamos fortalecer diariamente nossas convicções e resistir às pressões que nos afastam delas. Estou absolutamente seguro de que tomei a melhor decisão, pensando no meu país - declarou.
A pressão sobre Aécio aumentou depois que Serra perdeu a dianteira nas pesquisas de intenção de voto, o que desencadeou uma nova ofensiva dentro e fora do PSDB no sentido de convencê-lo a ser o vice da chapa.
- Isso (5%) significa meio por cento dos votos nacionais e com risco de desguarnecermos a nossa retaguarda e termos outras perdas, se eu não estiver em Minas. Não haverá no meu partido ou fora dele alguém tão dedicado à vitória de Serra. Temos o melhor candidato e condições para vencer em Minas e no Brasil - declarou o tucano, que apresentou números de pesquisas do PSDB para se justificar.
O tucano diz ainda que não teme ser responsabilizado por uma eventual derrota de Serra nas urnas.
- De forma alguma. Na vida devemos ter convicções e lutar por elas. Precisamos fortalecer diariamente nossas convicções e resistir às pressões que nos afastam delas. Estou absolutamente seguro de que tomei a melhor decisão, pensando no meu país - declarou.
A pressão sobre Aécio aumentou depois que Serra perdeu a dianteira nas pesquisas de intenção de voto, o que desencadeou uma nova ofensiva dentro e fora do PSDB no sentido de convencê-lo a ser o vice da chapa.
"Virou política de governo mandar cocaína para acabar com juventude", diz Serra
O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) voltou a atacar o governo boliviano em encontro hoje do partido em Cuiabá (MT). "Parece que virou política de governo mandar cocaína para acabar com nossa juventude", disse o tucano.
O ex-governador afirmou também que as relações entre dois países no caso, Brasil e Bolívia não podem ser tratadas como se fossem entre dois partidos. "O interesse nacional tem que ficar acima dessas questões partidárias."
Na quarta-feira, Serra havia dito que o governo do presidente Evo Morales é "cúmplice" do narcotráfico. No dia seguinte, a pré-candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, criticou Serra pelas declarações e disse que a fala dele "demoniza" a Bolívia.
Os ataques de hoje ocorreram durante encontro do PSDB na capital de Mato Grosso que lançou o nome do ex-prefeito da cidade Wilson Santos para a disputa do governo no Estado. No evento, diversas faixas foram espalhadas com os dizeres "Serra presidente" e "Wilson Santos governador".
AGRICULTURA
Serra também prometeu no encontro investimentos na agricultura e chamou o setor de "âncora verde". "Não fosse a agricultura, o Plano Real não teria dado certo.
O tucano disse que os investimentos seriam feitos em infraestrutura, como em ferrovias e hidrovias. Ele também prometeu renegociação de dívidas agrícolas.
O ex-governador afirmou também que as relações entre dois países no caso, Brasil e Bolívia não podem ser tratadas como se fossem entre dois partidos. "O interesse nacional tem que ficar acima dessas questões partidárias."
Na quarta-feira, Serra havia dito que o governo do presidente Evo Morales é "cúmplice" do narcotráfico. No dia seguinte, a pré-candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, criticou Serra pelas declarações e disse que a fala dele "demoniza" a Bolívia.
Os ataques de hoje ocorreram durante encontro do PSDB na capital de Mato Grosso que lançou o nome do ex-prefeito da cidade Wilson Santos para a disputa do governo no Estado. No evento, diversas faixas foram espalhadas com os dizeres "Serra presidente" e "Wilson Santos governador".
AGRICULTURA
Serra também prometeu no encontro investimentos na agricultura e chamou o setor de "âncora verde". "Não fosse a agricultura, o Plano Real não teria dado certo.
O tucano disse que os investimentos seriam feitos em infraestrutura, como em ferrovias e hidrovias. Ele também prometeu renegociação de dívidas agrícolas.
Visita de Serra.
O presidenciável tucano José Serra, segundo as informações, vem preparado para fazer um duro discurso contra a situação em Mato Grosso, em evento que o PSDB promove hoje à tarde, em Cuiabá. Como é praxe, JS recebeu um relatório sobre as necessidades do Estado e deverá deverá fazer propostas, sobretudo, na área de infra-estrutura. Maior produtor de soja do País, o Estado apresenta estradas precárias que dificultam o escoamento da produção. É o que revela uma reportagem especial do site IG.
Outro ponto a ser abordado pelo tucano é a Operação Jurupari, que expôs um suposto esquema de fraude ambiental envolvendo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), com foco na gestão anterior, do republicano Blairo Maggi. Serra deverá se encontrar representantes da Central Única de Favelas (Cufa) e com empresários do agronegócio.
Outro ponto a ser abordado pelo tucano é a Operação Jurupari, que expôs um suposto esquema de fraude ambiental envolvendo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), com foco na gestão anterior, do republicano Blairo Maggi. Serra deverá se encontrar representantes da Central Única de Favelas (Cufa) e com empresários do agronegócio.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
PT E PMDB NÃO SE ENTENDEM EM MINAS.
A pouco mais de uma semana do prazo final para definir a candidatura única PT-PMDB ao governo de Minas Gerais, os líderes dos dois partidos divergiram nesta sexta (28) sobre o critério para definir a cabeça de chapa. Disputam a indicação o senador Hélio Costa (PMDB) e o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel (PT).
Sem chegar a um consenso, as duas legendas haviam definido fazer pesquisas para aferir quem tem mais chances --as sondagens devem ser feitas neste fim de semana-- contra o governador Antonio Anastasia (PSDB).
Hélio Costa disse hoje que o ponto decisivo serão as pesquisas quantitativas que o colocam a frente do petista. Ele descartou "critério políticos" da decisão e disse que tem o aval dos presidentes do PMDB, Michel Temer, e do PT, José Eduardo Dutra.
Já o presidente do PT mineiro, deputado federal Edu Lopes, defendeu que o escolhido seja "o mais bem colocado do ponto de vista qualitativo", em referência às pesquisas que levam em conta características subjetivas do candidato. Lopes argumentou que Pimentel tem "mais chegada" que Costa, que já perdeu duas eleições para o governo mineiro. O deputado disse ainda que não vai admitir intervenção do PT nacional na questão.
Apoio do PT
Ontem (27) o ex-governador mineiro, Newton Cardoso (PMDB), desafeto de Costa no partido, disse que o PT fará "corpo mole" caso não fique com a cabeça de chapa. Hoje, Costa disse ter confiança no apoio petista. "Tenho obrigação a acreditar no PT, se o presidente Lula acreditou por cinco anos como ministro [das Comunicações]."
VIA folhaonline.
Sem chegar a um consenso, as duas legendas haviam definido fazer pesquisas para aferir quem tem mais chances --as sondagens devem ser feitas neste fim de semana-- contra o governador Antonio Anastasia (PSDB).
Hélio Costa disse hoje que o ponto decisivo serão as pesquisas quantitativas que o colocam a frente do petista. Ele descartou "critério políticos" da decisão e disse que tem o aval dos presidentes do PMDB, Michel Temer, e do PT, José Eduardo Dutra.
Já o presidente do PT mineiro, deputado federal Edu Lopes, defendeu que o escolhido seja "o mais bem colocado do ponto de vista qualitativo", em referência às pesquisas que levam em conta características subjetivas do candidato. Lopes argumentou que Pimentel tem "mais chegada" que Costa, que já perdeu duas eleições para o governo mineiro. O deputado disse ainda que não vai admitir intervenção do PT nacional na questão.
Apoio do PT
Ontem (27) o ex-governador mineiro, Newton Cardoso (PMDB), desafeto de Costa no partido, disse que o PT fará "corpo mole" caso não fique com a cabeça de chapa. Hoje, Costa disse ter confiança no apoio petista. "Tenho obrigação a acreditar no PT, se o presidente Lula acreditou por cinco anos como ministro [das Comunicações]."
VIA folhaonline.
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Obs. Coloque a sua legenda no comentário do post, junto com o email para entrarmos em contato.
GOLPES, ONGS E A MALA DE DINHEIRO. AMANHÃ NAS BANCAS (REV.ÉPOCA)
Agnelo Queiroz, candidato do PT ao governo de Brasília, é acusado de receber R$ 256 mil desviados de programa do Ministério do Esporte.
Por Murilo Ramos e Marcelo Rocha
O ex-ministro do Esporte e candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, terá um caminho duro até as eleições de outubro. Um obstáculo difícil será superar o adversário Joaquim Roriz (PSC), político popular que ficou quase 14 anos no poder e está na dianteira das pesquisas eleitorais realizadas até agora. Antes, porém, Agnelo terá de se defender de denúncias que o relacionam a desvios de verbas do Segundo Tempo, principal programa do Ministério do Esporte no governo Lula.
Uma investigação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal no início de abril, batizada de Operação Shaolin, prendeu cinco pessoas, apreendeu documentos e colheu depoimentos sobre o destino de quase R$ 3 milhões repassados pelo ministério a duas associações de kung fu de Brasília. O relatório final da operação compromete Agnelo com um golpe milionário e sugere o envio das informações ao Ministério Público Federal (MPF) para que a investigação seja aprofundada. Os desdobramentos do caso dirão se o ex-ministro terá condições de se livrar das graves acusações ou se ele aumentará a lista dos políticos de Brasília flagrados com a mão no dinheiro público.
ACUSAÇÃO
No inquérito, o delegado afirma que Agnelo “teria se valido da condição de ex-ministro” para ser favorecido pelo esquema de corrupção. Agnelo nega.
ÉPOCA teve acesso ao relatório da Polícia Civil. “Os indícios preliminares colhidos sugerem que Agnelo Queiroz teria se valido de sua condição de ex-ministro do Esporte para se beneficiar de um suposto esquema de desvio de recursos pertencentes a associações que receberam verbas do programa Segundo Tempo”, afirma, no documento, Giancarlos Zuliani Junior, o delegado responsável pela investigação. A origem das irregularidades foi o repasse de R$ 2,9 milhões para a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak) e para a Associação João Dias de Kung Fu. O maior convênio, de R$ 2 milhões, foi assinado em 2005 pelo então secretário executivo da pasta e atual ministro, Orlando Silva, com a Febrak.
A federação teria de desenvolver atividades desportivas com 10 mil alunos da rede pública de ensino enquanto não estavam em sala de aula. O segundo convênio, de R$ 920 mil, foi firmado com a associação em 2006, quando Agnelo não era mais ministro do Esporte. Segundo a polícia, as associações, presididas pelo policial militar, professor de kung fu e suplente de deputado distrital João Dias (PCdoB), se apropriaram de R$ 2 milhões dos convênios sem prestar os serviços combinados.
A investigação sustenta que as ONGs de Dias forjavam a compra de materiais que seriam usados durante as atividades com as crianças, tais como quimonos, jogos de xadrez, damas, varetas e alimentos. As associações teriam atuado em conluio com empresas que forneciam notas fiscais frias para driblar a fiscalização do ministério.
De acordo com a apuração da polícia, empresas de fachada cobravam 17% do valor das notas para emitir os papéis frios, sacar os recursos depositados pelas associações em suas contas e devolver o dinheiro para as ONGs de João Dias. Os investigadores afirmam que Dias desviou recursos para a compra de uma casa avaliada em R$ 850 mil para construir duas academias de ginástica e financiar sua campanha para deputado distrital em 2006.
O INÍCIO
Então secretário, o atual ministro Orlando Silva assinou com João Dias o contrato com a Febrak. Segundo uma testemunha, desse convênio teriam saído R$ 256 mil para Agnelo
Uma testemunha disse ao delegado Giancarlos Zuliani que sacou entre os dias 7 e 8 de agosto de 2007 o equivalente a R$ 335 mil em uma agência do Banco de Brasília, o BRB. Essa testemunha não será identificada na reportagem porque, segundo um envolvido nas investigações, ela ainda não está sob proteção da polícia. A mesma testemunha disse que colocou R$ 256 mil numa mochila e seguiu até a cidade-satélite de Sobradinho, acompanhada de Eduardo Pereira Tomaz, principal assessor de João Dias nos projetos do Segundo Tempo. Chegando ao local indicado, o estacionamento de uma concessionária de motos, um Honda Civic de cor preta, diz a testemunha, estacionou ao lado do carro onde estava com Eduardo. Eduardo, prossegue o relato, entregou a mochila com o dinheiro ao passageiro do carro preto.
A testemunha diz ter identificado o homem que pegou a mochila. “O local onde ocorreu a suposta entrega possuía boa iluminação, razão pela qual o declarante pode afirmar com convicção que Agnelo Queiroz foi a pessoa que recebeu a mochila contendo R$ 256 mil”, diz o relatório da polícia. O depoimento fornece detalhes do encontro em Sobradinho. O ex-ministro teria despejado o dinheiro no chão do carro para conferir os valores e, ao final, tirado R$ 1.000 e dado como gorjeta para Eduardo e para a testemunha.
Eduardo e João Dias foram presos temporariamente durante a Operação Shaolin. Um manuscrito encontrado na casa de Dias chamou a atenção dos policiais. Trata-se de um bilhete que relaciona o número “300.000″ ao nome “Agnelo”. O papel foi submetido a perícia, que identificou João Dias como o autor do manuscrito. Gravações telefônicas autorizadas pela 3ª Vara Criminal de Brasília, segundo os investigadores, interceptaram ligações realizadas por Ana Paula Oliveira, mulher de Dias, para Agnelo Queiroz na manhã de 5 de abril, logo após a prisão de João Dias Ferreira. De acordo com a investigação, Ana Paula tentou falar três vezes com Agnelo para “solicitar a indicação de um advogado para defender seu marido na situação relacionada ao Segundo Tempo”. Em outro momento, segundo a polícia, Dias quis auxílio de Agnelo para se defender em uma ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal.
O IMÓVEL
A casa de João Dias em um condomínio nos arredores de Brasília. Dias comprou-a enquanto recebia dinheiro do Ministério do Esporte
A polícia indiciou sete pessoas, entre elas João Dias e Eduardo Pereira Tomaz. Além de sugerir o envio das informações para o MPF, Zuliani pede que seja feito um rastreamento dos telefones celulares usados por Agnelo e pelos outros envolvidos na suposta entrega de dinheiro em Sobradinho. Propõe, também, que sejam pedidos os extratos telefônicos que contêm as chamadas geradas e recebidas pelas linhas usadas pelos suspeitos, inclusive Agnelo.
Agnelo nega ter recebido dinheiro proveniente das associações ligadas a João Dias. Diz não ter havido o encontro em Sobradinho descrito pela testemunha e ataca os investigadores. “Esse é um inquérito ilegal e clandestino, arquitetado por uma facção da Polícia Civil do Distrito Federal que estava sob o comando dos meus adversários e que tinha na linha de frente o ex-governador José Roberto Arruda”, afirma.
“Esse dossiê, travestido de relatório final de um inquérito, produzido por um grupo da Polícia Civil do Distrito Federal que não tem competência legal para fazê-lo, está sendo usado por meus adversários políticos do momento para tentar equiparar a minha biografia ao prontuário policial deles.” Indagado sobre sua relação com João Dias, Agnelo afirma que foram “correligionários” no PCdoB na eleição de 2006, mas nega que tenha recebido pedido para ajudá-lo na defesa contra a denúncia do MP. “A investigação obedeceu a todas as condições técnicas e foi concluída”, afirma o diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Pedro Cardoso. “O relatório foi encaminhado pelo delegado constituído para a Justiça.”
João Dias nega o envio de pacotes de dinheiro para Agnelo. “Não existe possibilidade de qualquer tipo de benefício direto ou indireto ao ex-ministro Agnelo. Nunca houve nenhum tipo de ajuda financeira”, disse Dias a ÉPOCA. Dias afirma que não escreveu o bilhete e se compromete a fazer novos exames grafotécnicos para provar que a letra não é dele. De acordo com o Ministério do Esporte, os convênios com as associações de kung fu foram firmados obedecendo a critérios técnicos.
O ministério diz que o dinheiro desviado, avaliado em R$ 4 milhões em valores atuais, foi cobrado dos representantes das ONGs. Eduardo Tomaz nega o encontro de Sobradinho e a entrega do dinheiro relatada pela testemunha no inquérito.
Diz uma lei não escrita, estabelecida há meses na política do Distrito Federal, que não vence as eleições quem tiver mais votos, mas quem conseguir sobreviver a denúncias de corrupção. Para Agnelo, o maior desafio agora não é enfrentar uma disputa com Roriz, mas provar que as acusações contra ele são inconsistentes.
TRÁFICO DE DROGA,. SERRA RECEBE APOIO.
Tucanos manifestam apoio às críticas de Serra contra a Bolívia
Senadores do PSDB manifestaram apoio às críticas do pré-candidato à Presidência, José Serra, que mostrou preocupação com a falta de empenho da Bolívia em conter o tráfico de cocaína. Em entrevista a uma rádio carioca, Serra acusou o governo boliviano de ser cúmplice do tráfico de drogas para o Brasil. Para Alvaro Dias (PR), o ex-governador falou com propriedade e citou dados divulgados pela ONU que comprovam tal fato.
“Ele disse a verdade. Trata-se de um fato revelado pelas Nações Unidas, num relatório do Banco Mundial. Serra disse que o Brasil precisa agir, ao contrário dos que querem que o governo brasileiro continue passando a mão na cabeça de governos autoritários da América Latina, contemplando o tráfico de drogas, as violências, e organizações criminosas”, afirmou o tucano.
A senadora Marisa Serrano (MS) também endossou as palavras de Serra. Segundo ela, só quem vive no Mato Grosso do Sul sabe como as fronteiras brasileiras "estão permeáveis à ação do crime organizado". De acordo com a tucana, o Brasil está cada vez mais fragilizado porque vem percebendo o crescimento do tráfico de drogas sem que a Bolívia mostre empenho para coibir a ação dos traficantes."Acho que quando Serra levantou este problema ele pensou no quanto a cocaína tem vitimado famílias inteiras em nosso país", alertou.
Conforme a tucana, as críticas que políticos do PT estão fazendo a Serra demonstram o quanto eles estão distanciados da realidade. "Seria interessante que eles viessem a Mato Grosso do Sul e perguntassem ao povo o que eles acham do comportamento do governo boliviano quando o assunto é tráfico de cocaína", ironizou.
ONU confirma procedência
→ Dados divulgados pelo escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Drogas e Crime mostram que cerca de 90% da cocaína consumida no Brasil são provenientes da Bolívia.
Senadores do PSDB manifestaram apoio às críticas do pré-candidato à Presidência, José Serra, que mostrou preocupação com a falta de empenho da Bolívia em conter o tráfico de cocaína. Em entrevista a uma rádio carioca, Serra acusou o governo boliviano de ser cúmplice do tráfico de drogas para o Brasil. Para Alvaro Dias (PR), o ex-governador falou com propriedade e citou dados divulgados pela ONU que comprovam tal fato.
“Ele disse a verdade. Trata-se de um fato revelado pelas Nações Unidas, num relatório do Banco Mundial. Serra disse que o Brasil precisa agir, ao contrário dos que querem que o governo brasileiro continue passando a mão na cabeça de governos autoritários da América Latina, contemplando o tráfico de drogas, as violências, e organizações criminosas”, afirmou o tucano.
A senadora Marisa Serrano (MS) também endossou as palavras de Serra. Segundo ela, só quem vive no Mato Grosso do Sul sabe como as fronteiras brasileiras "estão permeáveis à ação do crime organizado". De acordo com a tucana, o Brasil está cada vez mais fragilizado porque vem percebendo o crescimento do tráfico de drogas sem que a Bolívia mostre empenho para coibir a ação dos traficantes."Acho que quando Serra levantou este problema ele pensou no quanto a cocaína tem vitimado famílias inteiras em nosso país", alertou.
Conforme a tucana, as críticas que políticos do PT estão fazendo a Serra demonstram o quanto eles estão distanciados da realidade. "Seria interessante que eles viessem a Mato Grosso do Sul e perguntassem ao povo o que eles acham do comportamento do governo boliviano quando o assunto é tráfico de cocaína", ironizou.
ONU confirma procedência
→ Dados divulgados pelo escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Drogas e Crime mostram que cerca de 90% da cocaína consumida no Brasil são provenientes da Bolívia.
SERRA: reação boliviana não vale uma 'nota de R$ 3'
Serra e Jarbas Vasconcelos
Após o discurso no lançamento da pré-candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco, o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, disse à imprensa que as declarações do governo boliviano "não valem uma nota de três reais". Em nota divulgada hoje, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia disse que as opiniões de Serra sobre o tráfico de drogas no país são "irresponsáveis".
Antes, na fala para o público, o tucano voltou a dizer que o governo boliviano é cúmplice do tráfico de drogas. "O Brasil não produz armas. As drogas não são plantadas nem manufaturadas no Brasil. Elas vêm das fronteiras, principalmente da Bolívia", disse. O evento acontece na tarde desta sexta-feira em uma casa de shows em Olinda, na região de Recife, capital pernambucana.
Sem mencionar a reação do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia no discurso, criticou a política externa do governo Lula. "Temos de pedir para o governo boliviano combater. Nós não combatemos direito até agora. Essa disposição de enfrentar interesses contrariados às vezes assusta. Eu peitei a briga contra a indústria de medicamentos, contra a indústria do cigarro. O governo federal tem que se jogar na área de segurança. Tem que ser co-responsável pela segurança".
Após o discurso no lançamento da pré-candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco, o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, disse à imprensa que as declarações do governo boliviano "não valem uma nota de três reais". Em nota divulgada hoje, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia disse que as opiniões de Serra sobre o tráfico de drogas no país são "irresponsáveis".
Antes, na fala para o público, o tucano voltou a dizer que o governo boliviano é cúmplice do tráfico de drogas. "O Brasil não produz armas. As drogas não são plantadas nem manufaturadas no Brasil. Elas vêm das fronteiras, principalmente da Bolívia", disse. O evento acontece na tarde desta sexta-feira em uma casa de shows em Olinda, na região de Recife, capital pernambucana.
Sem mencionar a reação do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia no discurso, criticou a política externa do governo Lula. "Temos de pedir para o governo boliviano combater. Nós não combatemos direito até agora. Essa disposição de enfrentar interesses contrariados às vezes assusta. Eu peitei a briga contra a indústria de medicamentos, contra a indústria do cigarro. O governo federal tem que se jogar na área de segurança. Tem que ser co-responsável pela segurança".
A FRASE DO DIA.
“As declarações mostram o grau de tensão entre o Brasil e as grandes potências. A pretensão do presidente Lula de se tornar líder mundial está nos colocando numa posição muito difícil.”
Dep. Emanuel Fernandes
Dep. Emanuel Fernandes
ACORDO COM O IRÃ.
Críticas dos EUA revelam grau de tensão do Brasil com grandes potências
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Emanuel Fernandes (SP), considerou “bastante duras” as declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que afirmou nesta quinta-feira (27) ter divergências sérias em relação à postura do Brasil com o Irã.
Segundo o tucano, a vontade do presidente Lula de se colocar como protagonista nas principais questões mundiais expõe o Itamaraty e coloca o país em uma situação difícil. “As declarações mostram o grau de tensão entre o Brasil e as grandes potências. A pretensão do presidente Lula de se tornar líder mundial está nos colocando numa posição muito difícil”, afirmou Emanuel.
Hillary acusou o Irã de “usar” o governo brasileiro para ganhar tempo e disse que o pacto com Teerã deixa o mundo mais perigoso. Na mais dura declaração sobre a iniciativa brasileira, a secretária de Estado indica que divergências estão azedando as relações entre Washington e Brasília.
De acordo com o parlamentar do PSDB, as declarações mostram que o Brasil está na pior posição possível. “É muito sério ser enxergado como alguém que está ajudando o Irã a continuar o seu programa nuclear e a protelar um acordo”, afirmou.
Já o deputado Renato Amary (SP) disse que as declarações de Hillary são uma sinalização para que o presidente Lula tome providências cautelosas e reveja o seu posicionamento. “Essa questão envolve um problema muito sério não só para o Irã e o Brasil, mas para o mundo todo”, observou o tucano, também integrante da Comissão de Relações Exteriores.
Para Amary, o Brasil se expõe num momento em que a maioria das nações não vê o pacto com bons olhos. “O mundo inteiro clama para que o Irã não dê continuidade ao programa de enriquecimento de urânio e não desenvolva a bomba atômica, mas o presidente Lula parece não pensar assim", alertou o deputado.
Acordo é visto com desconfiança mundo afora
→ Pelo acordo mediado por Brasil e Turquia, o Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urânio para a Turquia, de onde o combustível seria enviado para ser enriquecido na Rússia e França. O acordo foi rejeitado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que, liderados pelos EUA, anunciaram um consenso para aplicar nova rodada de sanções contra o Irã.
→ O grande problema é que o Irã afirmou que vai continuar enriquecendo urânio a 20%, mesmo com o pacto. A Casa Branca afirma que o acordo Brasil-Turquia-Irã foi apenas uma tentativa de Teerã de evitar as sanções.
→ No relatório sobre a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, divulgado ontem, o governo americano não vê o Brasil como participante do bloco Bric, sigla que identifica as principais nações emergentes, se referindo apenas à Índia, Rússia e China. Enquanto essas três nações são chamadas de "centros de influência do século 21", o Brasil é classificado apenas como "nação cada vez mais influente" - mesmo grupo de Indonésia e África do Sul.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Eduardo Lacerda)
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Emanuel Fernandes (SP), considerou “bastante duras” as declarações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que afirmou nesta quinta-feira (27) ter divergências sérias em relação à postura do Brasil com o Irã.
Segundo o tucano, a vontade do presidente Lula de se colocar como protagonista nas principais questões mundiais expõe o Itamaraty e coloca o país em uma situação difícil. “As declarações mostram o grau de tensão entre o Brasil e as grandes potências. A pretensão do presidente Lula de se tornar líder mundial está nos colocando numa posição muito difícil”, afirmou Emanuel.
Hillary acusou o Irã de “usar” o governo brasileiro para ganhar tempo e disse que o pacto com Teerã deixa o mundo mais perigoso. Na mais dura declaração sobre a iniciativa brasileira, a secretária de Estado indica que divergências estão azedando as relações entre Washington e Brasília.
De acordo com o parlamentar do PSDB, as declarações mostram que o Brasil está na pior posição possível. “É muito sério ser enxergado como alguém que está ajudando o Irã a continuar o seu programa nuclear e a protelar um acordo”, afirmou.
Já o deputado Renato Amary (SP) disse que as declarações de Hillary são uma sinalização para que o presidente Lula tome providências cautelosas e reveja o seu posicionamento. “Essa questão envolve um problema muito sério não só para o Irã e o Brasil, mas para o mundo todo”, observou o tucano, também integrante da Comissão de Relações Exteriores.
Para Amary, o Brasil se expõe num momento em que a maioria das nações não vê o pacto com bons olhos. “O mundo inteiro clama para que o Irã não dê continuidade ao programa de enriquecimento de urânio e não desenvolva a bomba atômica, mas o presidente Lula parece não pensar assim", alertou o deputado.
Acordo é visto com desconfiança mundo afora
→ Pelo acordo mediado por Brasil e Turquia, o Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urânio para a Turquia, de onde o combustível seria enviado para ser enriquecido na Rússia e França. O acordo foi rejeitado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que, liderados pelos EUA, anunciaram um consenso para aplicar nova rodada de sanções contra o Irã.
→ O grande problema é que o Irã afirmou que vai continuar enriquecendo urânio a 20%, mesmo com o pacto. A Casa Branca afirma que o acordo Brasil-Turquia-Irã foi apenas uma tentativa de Teerã de evitar as sanções.
→ No relatório sobre a Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, divulgado ontem, o governo americano não vê o Brasil como participante do bloco Bric, sigla que identifica as principais nações emergentes, se referindo apenas à Índia, Rússia e China. Enquanto essas três nações são chamadas de "centros de influência do século 21", o Brasil é classificado apenas como "nação cada vez mais influente" - mesmo grupo de Indonésia e África do Sul.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Eduardo Lacerda)
Itamar declara apoio a Serra, mas critica tucano por elogios a Lula.
O ex-presidente Itamar Franco disse nesta quinta-feira que vai apoiar José Serra (PSDB) na disputa à Presidência porque ele é o candidato escolhido pelo seu partido, o PPS. Itamar, no entanto, criticou o tucano pelos elogios que ele tem feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ele não tem que elogiar o presidente Lula. Se não quer falar mal do presidente Lula, fica quieto. Mas se começa a elogiar muito o presidente Lula, eu que estou sentado lá falo: ‘Uai, então para que eu vou mudar, se o próprio candidato da oposição está elogiando?’.”
Possível candidato ao Senado em dobradinha com o ex-governador Aécio Neves (PSDB) por Minas Gerais, Itamar apoiou a posição do tucano mineiro de não ser vice de Serra.
Segundo ele, a presença de Aécio é fundamental em Minas para que eles possam reeleger o governador Antonio Anastasia. Itamar usou a figura de um beija-flor para dizer que Aécio não pode ficar eventualmente em Minas Gerais, tem que estar todo o tempo no Estado.
“O Beija-flor bica aqui, bica lá. Ele [Aécio] tem que se dedicar primeiro aqui, em Minas. Campanha de beija-flor ele pode fazer para o Serra em outro Estado, mas em Minas não, porque é fundamental a vitória do governador Anastasia, por tudo o que se fez aqui, sobretudo no sentido ético.”
“Ele não tem que elogiar o presidente Lula. Se não quer falar mal do presidente Lula, fica quieto. Mas se começa a elogiar muito o presidente Lula, eu que estou sentado lá falo: ‘Uai, então para que eu vou mudar, se o próprio candidato da oposição está elogiando?’.”
Possível candidato ao Senado em dobradinha com o ex-governador Aécio Neves (PSDB) por Minas Gerais, Itamar apoiou a posição do tucano mineiro de não ser vice de Serra.
Segundo ele, a presença de Aécio é fundamental em Minas para que eles possam reeleger o governador Antonio Anastasia. Itamar usou a figura de um beija-flor para dizer que Aécio não pode ficar eventualmente em Minas Gerais, tem que estar todo o tempo no Estado.
“O Beija-flor bica aqui, bica lá. Ele [Aécio] tem que se dedicar primeiro aqui, em Minas. Campanha de beija-flor ele pode fazer para o Serra em outro Estado, mas em Minas não, porque é fundamental a vitória do governador Anastasia, por tudo o que se fez aqui, sobretudo no sentido ético.”
PERDEU, CARA!
A resposta da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, ao governo brasileiro foi tão dura quando se pode ser na diplomacia. A proposta do Brasil e da Turquia faz o “mundo mais inseguro, não menos”, disse Hillary. Não há nada pior a dizer sobre um país no ambiente internacional. E isso significa que não se negocia a partir daí. A decisão é de Barack Obama, não de Hillary, é óbvio.
Trata-se de um golpe nas ambições megalonanicas muito maior do que, na média, acusa a imprensa brasileira — que ou demora a reagir ou serve, vergonhosamente, ao lobby do muitas vezes desastrado Itamaraty. Por quê? Sei lá… Está um tanto viciada nos supostos sucessos de Lula. Convencionou-se por aqui, com raras exceções, que, se ele diz que algo vai acontecer, então é porque vai. E a situação pode assumir um aspecto verdadeiramente surrealista a depender do caso.
É impressionante que, contra os fatos, a pregação do Itamaraty e de Lula ainda encontre eco por aqui. O Irã deixou claro que não abre mão de enriquecer o urânio em seu próprio território. A tal troca era só uma firula. Tenta-se, com a gritaria, mudar uma evidência. Lula está acostumado. É assim que age no ambiente interno. Fala o que lhe dá na telha e não é contestado. Conta a história como lhe convém. No caso do Irã, meteu-se num vespeiro certamente maior do que imaginava. Erro de cálculo do Itamaraty.
Há um conjunto de fatores que concorre para isso. O leitor sabe que, nos Estados Unidos, sou republicano, assim como, em Dois Córregos, torço para o Mocoembu, não para o Botafogo local. Mas é fato que, se John McCain tivesse vencido a disputa, talvez o governo americano estivesse mais aberto a uma intermediação como a brasileira ou, sei lá, tivesse sido menos rápido em desmoralizar o acordo com a proposta de sanções. O passivo dos republicanos nessa área seria, sem dúvida, bem maior. Obama, ao contrário, está livre para não responder pelos “erros” (concorde-se ou não com essa avaliação) do antecessor. O Itamaraty certamente não pôs essa questão na balança.
O Brasil também apostava num Obama “fraco”. Escrevi aqui durante a campanha eleitoral americana que boa parte dos que torciam pela eleição do democrata apostava, no fundo, que ele seria um presidente “antiamericano”, o que era uma bobagem. Por mais que não tenha, e não tenho, especial simpatia pelo atual titular da Casa Branca, ele é quem é, e isso significa incorporar todos os que o antecederam. Parte do seu papel nem depende de sua vontade.
“Nova estratégia”?
Veio a publico justamente ontem o documento com a Estratégia de Segurança Nacional do governo democrata — apresentado justamente por Hillary, que deu um pito no Brasil. Obama tem, sim, um viés, digamos, meio lulesco, especialmente no hábito de oferecer mais do mesmo como se fosse uma revolução. É o caso do documento — e já deixo claro em que ponto essa questão se conecta com o resto do meu texto.
No que um articulista do New York Times interpretou como um dos “tapas” em George W. Bush, Obama afirma que o peso do novo século não pode cair só nos ombros dos americanos e diz que os adversários da América gostariam de ver o páis nfraquecido pelo exercício excessivo do poder. O documento afirma a importância da diplomacia etc e tal… Mas atenção!
“Porquanto o uso da força seja às vezes necessário, nós vamos sempre esgotar as outras opções antes da guerra e pesar cuidadosamente o peso e o risco da ação e da inação (…)”. Quando necessário, “vamos buscar um amplo apoio internacional, trabalhando com instituições como a Otan e o Conselho de Segurança da ONU”. Bush dizia que os EUA não precisavam de permissão para agir, Obama escreve que os “EUA se reservam o direito de agir unilateralmente, se necessário, para defender nossa nação e nossos interesses”, mas sempre respeitando regras.
Isso “enterra” a doutrina Bush, como se vai dizer no Brasil? Não! Essa é a doutrina de segurança dos Estados Unidos. O que Obama está dizendo é que ele pode fazer o mesmo, só que com o coração partido e batendo um papinho. Volto ao Brasil.
De volta ao Brasil
O Brasil enxergou no governo Obama uma janela de oportunidades — um pouco, assim, como se o galo tivesse saído para dar uma ciscada, e o terreiro tivesse sido confiado aos frangotes. E se meteu na aventura iraniana. De fato, Obama enfrenta um combate acirrado dos republicanos, que ainda duvidam — e levam essa dúvida a milhões de americanos — que ele possa ser o homem certo para defender os EUA de seus inimigos. Por lá, o confronto é aberto, e ninguém considera sabotagem um partido de oposição fazer… oposição!!!
Isso torna o atual presidente dos EUA um pouco menos Obama do que o Obama que foi eleito? Sim! Mas sempre foi uma tolice supor que uma abordagem como a brasileira, de protagonismo irresponsável, tivesse chance de prosperar. E, agora de acordo com o documento, os EUA podem ser acusados de qualquer coisa no caso do Irã, menos de “unilateralistas”. Na sua ação, conta com o apoio dos cinco membros permanentes e da maioria esmagadora do Conselho de Segurança e com o quase consenso da Europa. Isolado, nessa questão, está o Brasil.
Perdeu, Cara! A bravata foi desmoralizada. Pede pra sair!
Com Reinaldo Azevedo - Veja Online
Trata-se de um golpe nas ambições megalonanicas muito maior do que, na média, acusa a imprensa brasileira — que ou demora a reagir ou serve, vergonhosamente, ao lobby do muitas vezes desastrado Itamaraty. Por quê? Sei lá… Está um tanto viciada nos supostos sucessos de Lula. Convencionou-se por aqui, com raras exceções, que, se ele diz que algo vai acontecer, então é porque vai. E a situação pode assumir um aspecto verdadeiramente surrealista a depender do caso.
É impressionante que, contra os fatos, a pregação do Itamaraty e de Lula ainda encontre eco por aqui. O Irã deixou claro que não abre mão de enriquecer o urânio em seu próprio território. A tal troca era só uma firula. Tenta-se, com a gritaria, mudar uma evidência. Lula está acostumado. É assim que age no ambiente interno. Fala o que lhe dá na telha e não é contestado. Conta a história como lhe convém. No caso do Irã, meteu-se num vespeiro certamente maior do que imaginava. Erro de cálculo do Itamaraty.
Há um conjunto de fatores que concorre para isso. O leitor sabe que, nos Estados Unidos, sou republicano, assim como, em Dois Córregos, torço para o Mocoembu, não para o Botafogo local. Mas é fato que, se John McCain tivesse vencido a disputa, talvez o governo americano estivesse mais aberto a uma intermediação como a brasileira ou, sei lá, tivesse sido menos rápido em desmoralizar o acordo com a proposta de sanções. O passivo dos republicanos nessa área seria, sem dúvida, bem maior. Obama, ao contrário, está livre para não responder pelos “erros” (concorde-se ou não com essa avaliação) do antecessor. O Itamaraty certamente não pôs essa questão na balança.
O Brasil também apostava num Obama “fraco”. Escrevi aqui durante a campanha eleitoral americana que boa parte dos que torciam pela eleição do democrata apostava, no fundo, que ele seria um presidente “antiamericano”, o que era uma bobagem. Por mais que não tenha, e não tenho, especial simpatia pelo atual titular da Casa Branca, ele é quem é, e isso significa incorporar todos os que o antecederam. Parte do seu papel nem depende de sua vontade.
“Nova estratégia”?
Veio a publico justamente ontem o documento com a Estratégia de Segurança Nacional do governo democrata — apresentado justamente por Hillary, que deu um pito no Brasil. Obama tem, sim, um viés, digamos, meio lulesco, especialmente no hábito de oferecer mais do mesmo como se fosse uma revolução. É o caso do documento — e já deixo claro em que ponto essa questão se conecta com o resto do meu texto.
No que um articulista do New York Times interpretou como um dos “tapas” em George W. Bush, Obama afirma que o peso do novo século não pode cair só nos ombros dos americanos e diz que os adversários da América gostariam de ver o páis nfraquecido pelo exercício excessivo do poder. O documento afirma a importância da diplomacia etc e tal… Mas atenção!
“Porquanto o uso da força seja às vezes necessário, nós vamos sempre esgotar as outras opções antes da guerra e pesar cuidadosamente o peso e o risco da ação e da inação (…)”. Quando necessário, “vamos buscar um amplo apoio internacional, trabalhando com instituições como a Otan e o Conselho de Segurança da ONU”. Bush dizia que os EUA não precisavam de permissão para agir, Obama escreve que os “EUA se reservam o direito de agir unilateralmente, se necessário, para defender nossa nação e nossos interesses”, mas sempre respeitando regras.
Isso “enterra” a doutrina Bush, como se vai dizer no Brasil? Não! Essa é a doutrina de segurança dos Estados Unidos. O que Obama está dizendo é que ele pode fazer o mesmo, só que com o coração partido e batendo um papinho. Volto ao Brasil.
De volta ao Brasil
O Brasil enxergou no governo Obama uma janela de oportunidades — um pouco, assim, como se o galo tivesse saído para dar uma ciscada, e o terreiro tivesse sido confiado aos frangotes. E se meteu na aventura iraniana. De fato, Obama enfrenta um combate acirrado dos republicanos, que ainda duvidam — e levam essa dúvida a milhões de americanos — que ele possa ser o homem certo para defender os EUA de seus inimigos. Por lá, o confronto é aberto, e ninguém considera sabotagem um partido de oposição fazer… oposição!!!
Isso torna o atual presidente dos EUA um pouco menos Obama do que o Obama que foi eleito? Sim! Mas sempre foi uma tolice supor que uma abordagem como a brasileira, de protagonismo irresponsável, tivesse chance de prosperar. E, agora de acordo com o documento, os EUA podem ser acusados de qualquer coisa no caso do Irã, menos de “unilateralistas”. Na sua ação, conta com o apoio dos cinco membros permanentes e da maioria esmagadora do Conselho de Segurança e com o quase consenso da Europa. Isolado, nessa questão, está o Brasil.
Perdeu, Cara! A bravata foi desmoralizada. Pede pra sair!
Com Reinaldo Azevedo - Veja Online
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