sexta-feira, 16 de julho de 2010

ACERTO DE CONTAS.

Não é de hoje que o mercado político vê com desconfiança as pesquisas eleitorais do Instituto Futura. Desconfiança que ganhou robustez quando, no mais recente levantamento do instituto, ficou claramente demonstrado ter havido manipulação de números referentes a uma série de consultas sobre a influência do governador na escolha de candidatos pelo eleitorado.
Nada menos de 46 perguntas sobre a influência do governador foram feitas naquela consulta, mas pouquíssimas respostas foram divulgadas no jornal “A Gazeta”, parceira do instituto. O que se comenta no mercado é que tais questões revelavam sinais de desgaste no quesito influência de Hartung na escolha de candidatos.

O único dado relacionado a essas questões que foi publicado dizia respeito à queda na avaliação do governo, ainda assim em espaço reduzido. De fora do noticiário ficaram duas questões pertinentes ao peso, também em queda, do apoio do governador na sucessão.

Ao que parece, a omissão não foi percebida pela revista “Carta Capital”, que apontou Hartung como um dos governadores capazes de transferir popularidade para candidatos.

Neste próximo final de semana mais uma pesquisa Futura sobre as eleições no Estado será divulgada. E o precedente das omissões já transformou a desconfiança em receio. Partiu do PR, partido do senador Magno Malta, um requerimento na Justiça Eleitoral para ter acesso, verificar e fiscalizar a última pesquisa eleitoral do Futura.

O receio, sem dúvida, tem fundamento, pois Hartung não esconde de ninguém seu desejo de ver Malta derrotado nas urnas. Para isso, montou uma chapa clandestina casando as candidaturas ao Senado de Rita Camata e Ricardo Ferraço, que estão em coligações diferentes.

Na coligação de Ferraço o outro candidato ao Senado é Magno Malta e não Rita Camata. Não será de estranhar, portanto, que na próxima pesquisa o Futura coloque Ferraço e Rita à frente de Malta. Porque o papel do instituto tem sido o de funcionar como fator de desestabilização dos políticos que não rezam pela cartilha do governador.

O pedido do PR à Justiça Eleitoral, contudo, pode ter efeito inibidor com relação a esta manobra, inspirada, com certeza, na reportagem de “Carta Capital” que coloca Hartung como uma potente máquina de transferir votos.

A reportagem da revista foi baseada justamente nas pesquisas do Instituto Futura. A base é falsa, mas não custa prevenir.

Foi correta, portanto, a ação preventiva do PR em defesa de seu candidato ao Senado. Significou, em última análise, um acerto de contas – não em termos de cifras, mas de votos.

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