quarta-feira, 14 de julho de 2010

OS VERDADEIROS PAIS DO BOLSA FAMILIA.

Em épocas eleitorais, os políticos disputam a paternidade ou, pelo menos, a sociedade em projetos de sucesso. Entra-se num vale tudo. É o caso do Bolsa Família, disputado pelo PT, de Dilma Rousseff, e pelo PSDB, de José Serra. Ambos os partidos foram vitais na implantação e disseminação do programa --assim como o DEM, ex-PFL.


Como nesse tempo eu morava em Brasília e sempre tive interesse em temas sociais, testemunhei toda essa articulação em câmara lenta. Estive presente, aliás, em muitas das reuniões e debates para tirar a ideia do papel.

Não há dúvida de que um dos principais pioneiros do Bolsa Família é Cristovam Buarque. Ele criou o bolsa-escola quando foi governador de Brasília e saiu divulgando pelo Brasil e por muitos países essa solução. Teve como aliados a Unesco e Unicef --o que ajudou disseminar nacionalmente a eficácia do projeto.

Ao mesmo tempo, desenvolvia-se em Campinas um programa de renda mínima pelo então prefeito José Roberto Teixeira (PSDB). Mas não tinha uma condicionalidade tão fincada na escola --mas dá para dizer que ele foi um dos pioneiros de medidas que, no futuro, acabariam no Bolsa Família.

Lembremos que o bolsa-escola foi transformado em política nacional no governo FHC, onde, no Ministério da Educação, havia vários intelectuais da Unicamp ( Maria Helena Guimarães e Paulo Renato Souza, por exemplo) que estavam em Campinas. Nessa época, aliás, o PT chamava a bolsa-escola de bolsa-esmola.

Coube a Lula, claro, dar uma extraordinária dimensão ao programa.

Essa é a história --o resto é invenção. Mas o fato é que, como toda boa ideia, ela tem muitos sócios.

Gilberto Dimenstein

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