Numa campanha, a baixaria é importante. A baixaria, sendo isto mostrar de tudo, até o jeito de o candidato sentar na privada, não tem nada demais. É só coleta e mostra de informações e o eleitor que decida o que é ou não relevante. Já a agressão física, bem, numa campanha, ela é tão legítima quanto em qualquer outra circunstância, basicamente, em legítima defesa. É bem verdade que José Serra é um tanto quanto antipático e feio de doer, mas daí a ser uma agressão, vai muita coisa. De modo que não se entende porque diabos um militante petista inventou de tacar um objeto na cabeça do candidato no calçadão de Campo Grande, RJ. Bem, não é a primeira vez que petistas agem raivosamente em campanhas. No passado, eles cercaram o então governador Mário Covas e deram até uma cabada de vassoura no seu cocoruto. Dias antes, o então presidente do PT, José Dirceu, falava em alto bom som aos militantes: eles precisam apanhar nas urnas e nas ruas. Incentivou fortemente os seus correligionários a darem porrada. A coisa foi registrada em vídeo:
Por volta de 0:51, um militante diz o que é aquele tumulto: isso é luta. Isso é luta. É assim que os fanáticos entendem a luta política: porrada mesmo. Faltou pouco para agredirem o dono da gráfica que imprimiu panfletos que mostravam a posição interna do PT e do governo Lula a respeito do aborto. Do quase trágico, a coisa foi ao ridículo, já que dias depois se descobriu que a mesma empresa havia imprimido uma série de panfletos anti-serra a pedido de petistas.
Segundo a jornalista Cecilia Ritto, da sucursal carioca da Veja, uma auxiliar de enfermagem de nome Marcelhe Mattos, foi empurrada pela turba petista. Pediu educação e ouviu, segundo ela, em resposta: “estamos sendo pagos para isso, para dar porrada”. Essa tática pode ser só para irritar o adversário, mas, muito mais provavelmente, é um alerta: você pode até vencer, mas veja o que enfrentará em seguida.
A coisa se deu mais ou menos na hora do almoço. Até este momento ninguém do PT disse que houve agressão direta de Serra ao tal militante. Ainda que fosse o caso de os tucanos terem provocado os petistas, nem por isto o candidato mesmo merecia ser agredido. O caso, porém, é que ninguém disse nada até agora, não há nenhum relato de provocações de quaisquer dos dois lados, só se sabe que houve um enfrentamento verbal e nada foi dito a respeito de qualquer provocação de Serra. Até porque todos sabem que ele não é do tipo que peita multidões. Nem a Carta Capital, Bob Fernandes, Nassif, Paulo Henrique Amorim, Istoé, Terra, IG, nenhum dos habituais porta vozes do PT atribuiu ao candidato qualquer responsabilidade no evento. E tempo para fofocas mil já houve de sobra.
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