Luiz Paulo Vellozo Lucas
O 2º turno das eleições presidenciais nos estados, onde a disputa regional foi resolvida no 1º turno, é uma grande oportunidade para refletir, e votar, pensando no Brasil. Somos herdeiros de um federalismo de subserviência dos tempos coloniais que favorece a ilusão de cultivar relações de privilégio com o poder central. Por isso, ainda é forte entre nós a ilusão de que "a questão nacional" é menos importante que nossos problemas locais. Ou então, que é grande demais para nossa pequena capacidade de influir.
A opção de não nos alinharmos nacionalmente para nos adaptarmos melhor a quem estiver no poder não é apenas oportunista, mas é também uma opção que nos deixa de mãos atadas diante dos problemas e desafios do país que se refletem em nosso estado.
O Espírito Santo precisa de um governo federal que governe bem o Brasil. Que não seja orientado pela visão fragmentada e populista que se legitima nos atendimentos parciais de interesses localizados. Que seja nacional, com visão de conjunto, de floresta não de arvores, de um tecido urdido com unidade e harmonia de formas e cores, e não uma colcha de retalhos.
O Brasil precisa de um Plano Real II que enfrente os problemas estruturais de nossa economia que aparecem em quatro dimensões interligadas:1)O Brasil possui a mais alta taxa de juros do mundo;2)A taxa de câmbio está defasada e com pressão para piorar;3)A carga tributária é muito alta e concentrada nos impostos indiretos que encarecem os produtos e serviços e pesam mais sobre os mais pobres;4)O "apagão" de infraestrutura causado pela baixa taxa de investimento compromete o crescimento.
No setor petróleo, por exemplo, o governo faz exatamente o contrário do que o país precisa. Muda um modelo regulador que estava gerando 25 bilhões de Reais por ano (fora impostos) para o setor público, para outro que já custou mais de 100 bilhões de Reais em recursos fiscais. A Petrobrás se desvaloriza no mercado, é posta para dar lucro a fornecedores e corretores, a fazer favores políticos e a comprometer-se com investimentos sem racionalidade econômica como a refinaria do Maranhão.
José Serra encarna neste 2º turno a opção para quem não quer que a descoberta de petróleo signifique ver o Brasil se parecendo cada dia mais com a Venezuela de Chávez, para quem não quer que os órgãos públicos sejam capturados por partidos políticos, para quem quer pagar menos impostos, ao mesmo tempo em que exige qualidade e eficiência nos serviços prestados pelo estado.
José Serra, como líder político e ser humano, possui valores e convicções permanentes, como presidente, vai dar exemplo de trabalho e virtude, competência e compromisso com o Brasil. A vitória de José Serra vai nos ajudar a mostrar aos nossos filhos que falar a verdade vale a pena, que a inteligência pode vencer a esperteza, que estudar e trabalhar é o caminho do progresso.
José Serra é mais Brasil!
Luiz Paulo Vellozo Lucas é deputado federal (PSDB-ES).
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