domingo, 23 de janeiro de 2011

A TRAGÉDIA E A LETARGIA.

Os números da tragédia do Rio de Janeiro servem de base para uma reflexão sobre a necessidade das pessoas em consumir informação nova. E isso pode ser constatado da forma mais dramática possível: ontem, o número de mortos passava de 760, mas esse dado já nem chama mais a atenção dos leitores. É como se a avalanche de informações a respeito do assunto causasse algum tipo de entorpecimento. Isso pode parecer um tanto óbvio, mas não é: o fato de nos acostumarmos com dados negativos nos conduz a uma espécie de letargia. A sociedade já não se espanta como deveria com os números da (in)segurança, da (falta de) educação e mesmo da pobreza ainda existente no nosso país, apesar do discurso e da propaganda oficial vender a ideia de uma nação resolvida socialmente. Letárgica, a opinião pública não reage, não cobra, deixa a acomodação tomar conta das autoridades. Até o próximo desastre.


O jornalista tem a obrigação de indignar-se diariamente, de espantar-se diante do fato. Ou corre o risco de cometer o erro de alguns jornais regionais: não conseguir enxergar a gravidade da maior tragédia climática já ocorrida no país e optar por colocar na primeira página uma foto enorme de... Ronaldinho Gaúcho. Aí não é letargia. É... deixa pra lá.
 
Fonte: http://glo.bo/ehcSJT

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