sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

WASHINGTON LUÍS - FIM DA REPÚBLICA VELHA.

WASHINGTON LUÍS ( 15/11/1926 a 24/10/1930 )
Fim da República Velha.


Candidato único nas eleições de 1926, Washington Luís foi o último representante da política dos governadores. Promoveu a reforma dos portos, inaugurou rodovias, criou a policia rodoviária federal, e tentou, sem sucesso estabilizar a economia. Mas a quebra da Bolsa de Nova York e a cisão entre as elites dos estados colaboraram para a eclosão da revolução que depôs o Governo em 1930.
Chegava ao fim a República Velha.


QUEM FOI WASHINGTON LUÍS?

Desportista, bon vivant, Washington Luís era farrista, carnavalesco, tinha boa voz, gostava de cantar e frequentava o meio teatral. Receita certa para cair nas graças do povo e dos cartunistas. Tinha o apelido de Rei da Fuzarca. Mas a não anistia aos tenentes rebeldes e medidas contra movimentos operários foram aumentando a antipatia da classe média pelo Governo Federal.

"A questão social no Brasil é um caso de polícia"
Washington Luís.

Washington Luís Pereira de Sousa (Macaé, 26 de outubro de 1869 — São Paulo, 4 de agosto de 1957) foi um advogado, historiador e político brasileiro, décimo primeiro presidente do estado de São Paulo, décimo terceiro presidente do Brasil e último presidente da República Velha.


Foi deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias antes do término do seu mandato como presidente da república, por um golpe militar, que passou o poder, em 3 de novembro, às forças político-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930. Foi o criador do primeiro serviço de Inteligência do Brasil em 1928.

O apelido que o definia era Paulista de Macaé, pois, embora nascido no estado do Rio de Janeiro, sua biografia política foi toda construída no estado de São Paulo. Foi chamado também de O estradeiro, e, durante a Revolução de 1930, de Doutor Barbado pelos seus opositores.

Início da carreira


Fez seus primeiros estudos na cidade do Rio de Janeiro como aluno interno do renomado Colégio Pedro II. Para Washington Luís poder estudar, seus pais, que eram pobres, tiveram que tirar os outros filhos da escola.

Graduou-se em Direito em 1891 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais, onde iniciou a carreira política. Como historiador, suas principais obras foram A Capitania de São Paulo e Na Capitania de São Vicente.

Foi vereador em 1897 e intendente em 1898 em Batatais. Como intendente, fez uma experiência pioneira de Reforma Agrária no Brasil. Iniciou a sua carreira política no Partido Republicano Federal (PRF), ingressando depois no Partido Republicano Paulista (PRP), elegendo-se deputado estadual para o biênio 1904 — 1905.

Participou ativamente na Assembleia Constituinte estadual de 1905, apoiando sobretudo o municipalismo, defendendo ampla autonomia dos municípios frente aos governos estaduais e federal.

Secretário de Justiça e Segurança Pública


Deixou o cargo de deputado estadual para assumir, em 13 de março de 1906, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, onde permaneceu até 1 de maio de 1912.

A secretaria de Justiça, reorganizada pela lei nº 1.006 de 17 de dezembro de 1906, foi reformada passando a cuidar também da segurança pública, tendo seu comando centralizado nas mãos de Washington Luís, abrangendo a "polícia de carreira", a chamada hoje, Polícia Civil, criada pouco antes, em dezembro de 1905, e a Força Pública paulista, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Coube a Washington luís modernizar a Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, com a vinda de uma missão militar francesa. Instalou a recém-criada Polícia Civil de São Paulo, nomeando apenas funcionário público de carreira formado em direito para o cargo de delegado de polícia, não mais aceitando nomeações pelos líderes políticos locais: os coronéis, que ficaram, assim, com seu poder reduzido. Esta modernização da Polícia Civil recebeu o nome de "polícia sem política".

Reorganizou o Gabinete de Identificações, atual Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt; Reorganizou o Gabinete Médico Legal; Criou o Gabinete de Reclamação e Objetos Achados. Instituiu a identificação dactiloscópica nas delegacias, a mais técnica mais moderna da época. Exigiu que os promotores denunciassem pais, muitos na época, que não registravam os filhos, o que deu impulso ao registro civil em São Paulo.

Em 1910, apoiou a Campanha Civilista de Rui Barbosa. Incentivou a criação do Automóvel Clube de São Paulo do qual foi seu vice presidente. Percorreu as estradas paulistas, traçando os primeiros projetos para a melhoria de suas rodovias e implantação de um plano rodoviário estadual.

Seu maior desafio nesta secretaria foram os contínuos ataques dos índios aos trabalhadores da estrada de ferro Noroeste do Brasil e aos pioneiros do oeste paulista. Outro grande desafio foi a greve dos soldados da Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, na onda de greves de 1907, tendo decidido ir pessoalmente ao Quartel da Luz e convencido os soldados a encerrá-la. Conseguiu manter a ordem pública durante a disputada campanha eleitoral de 1910 entre Rui Barbosa e Hermes da Fonseca.

Sua diretriz administrativa como secretário de Justiça e Segurança foi:

Não prender sem motivo, não prender sem processar!

— Washington Luís[2]

Ainda em 1910, criou o Gabinete de Investigações e Capturas, o qual deu maior eficiência à polícia civil de São Paulo. Criou em 1909 a Penitenciária do Estado de São Paulo e iniciou sua construção.

Deputado estadual em 1912-1913


Foi novamente eleito deputado estadual para o mandato de 1912 a 1913, quando defendeu que presos com boa conduta deveriam ter redução da pena e que deveria se utilizar presidiários na construção de estradas. Conseguiu também como deputado estadual a aprovação da lei estadual nº 1.406 de 1913, que estabelecia o regime penitenciário do estado de São Paulo e regulamentava a utilização de presos na construção de rodovias, sendo que uma das principais obras viárias a utilizar presidiários foi a Estrada Velha de Campinas, iniciada em 1916.

Essa lei, no seu artigo 16, estabelecia que o governo paulista estabelecer sistema de viação pública e as características das rodovias paulistas, o que foi feito, pelo decreto estadual 2.585 de 15 de julho de 1915. O governador Lucas Nogueira Garcez entendia que a lei 1.406 podia ser vista como a "gênese da moderna legislação rodoviária brasileira"

E assim, Washington Luís, explicou a importância das estradas, na Câmara dos Deputados paulista:

As estradas aproximam os centros produtores dos centros consumidores, valorizam as terras que atravessam, tornam baratos os produtos que exploram e trazem a facilidade de comunicação para correios e escolas!

Prefeito de São Paulo


Foi prefeito da cidade de São Paulo, de 15 de janeiro de 1914 a 15 de agosto de 1919, sendo que, no primeiro mandato (1914-1917) foi eleito vereador, e posteriormente eleito prefeito pela Câmara Municipal de São Paulo. Para o segundo mandato (1917-1919), foi eleito pelo voto direto do povo.

Recuperou e editou os documentos quinhentistas da Câmara Municipal de São Paulo, criou as feiras-livres de alimentos e enfrentou os 3 "Gs" a Primeira Guerra Mundial, a Gripe espanhola (1918) e as greves operárias de 1917. Ou 4 "G"s se incluirmos a grande geada de 1918. Construiu e recuperou 200 quilômetros de estradas municipais paulistanas.

Foi um dos patrocinadores e organizadores do "Primeiro Congresso Paulista de Estradas de Rodagem", realizado em São Paulo, de 30 de maio a 7 de junho de 1917, que discutiu regras e fontes de recursos para ampliação e para manutenção da malha rodoviária paulista. Buscou, também, apoio empresarial para investimentos em rodovias. Washington Luís foi eleito, ao final do Congresso, o primeiro presidente da "Associação Permanente de Estradas de Rodagem".

A sua insistência em priorizar rodovias foi mal vista pelos seus adversários políticos. Sua política, porém, foi firmemente defendida por Monteiro Lobato, que atribuía o desenvolvimento dos EUA à sua enorme rede rodoviária.

Oficializou o brasão da cidade de São Paulo em 1916.

Washington Luís, como historiador dos governadores paulistas, inspirou-se no governador Bernardo José Maria de Lorena que construiu a Calçada do Lorena, Bernardo José Pinto Gavião Peixoto que abriu a Estrada da Maioridade e nos governadores da década de 1860 que investiram a maior parte do orçamento da província na recuperação da "Estrada da Maioridade".

A agitação operária e a greve de 1917


A Washington Luís, caluniosamente, quando presidente do Estado de São Paulo, foi-lhe atribuída a frase "Questão social é questão de polícia", quando a frase verdadeira foi:

A agitação operária é uma questão que interessa mais à ordem pública do que à ordem social, representa o estado de espírito de alguns operários, mas não de toda a sociedade!

— Washington Luís

Não havendo nenhum registro de abuso de autoridade de Washington Luís nem como secretário da Justiça nem em demais cargos que ocupou.

Sendo que durante sua gestão no comando da capital paulista, se deu a agitação dos anarquistas durante a chamada Greve Geral de 1917. Washington Luís era o prefeito da capital paulista e Altino Arantes o presidente do estado e encarregado do policiamento e da ordem pública.

De acordo com depoimentos da época da greve de 1917, textos publicados e relatos de jornais, entrevistas de coveiros e funcionários da Polícia em diversos órgãos da Imprensa Oficial e da imprensa operária, foram de centenas os mortos da "Greve geral de 1917", sendo atacados, pelos grevistas, funcionários da prefeitura, inclusive enfermeiros, conforme relata o Presidente Altino Arantes na sua Mensagem ao Congresso do Estado de 1918. Washington Luís então redobrou os esforços para manter os serviços públicos funcionando normalmente durante a greve de 1917.

No governo do estado de São Paulo


Em 1 de maio de 1920, chegou à presidência do estado (governador), na qual ficou até 1 de maio de 1924, e consolidou sua posição de comando na comissão executiva do Partido Republicano Paulista (PRP).

A prioridade de seu governo era povoamento do interior do estado e o grande número de obras rodoviárias executadas. "Governar é abrir estradas" foi seu lema, na campanha eleitoral de 1920. Devido a esse lema, recebeu o apelido de "Estradeiro", lema e prioridade de governo, os quais, foram, depois, assimilados pelos governadores posteriores de São Paulo. A sua frase ainda é citada pelos políticos paulistas.

A frase, na sua íntegra, que é uma extensão da frase de Afonso Pena "Governar é povoar", dava ênfase à ocupação do território:

Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é, pois, fazer estradas!

— Washington Luís

Foi muito criticado pelos seus adversários que eram contra essa novidade da época: as estradas, chegando a ser chamado de "General Estrada de Bobagem", um trocadilho com "Estrada de Rodagem".

Seguiram a tradição de Washington Luís e também são considerados Estradeiros, os seguintes governadores paulistas: Ademar de Barros, Paulo Egídio Martins, Paulo Maluf e Orestes Quércia. Franco Montoro deu impulso às pequenas estradas do interior do estado chamadas de "estradas vicinais".

Ademar, em 27 de dezembro de 1938 declarou:

O programa rodoviário idealizado pelo ex-presidente Washington Luís será por mim integralmente realizado. Abrir estradas! Eis aí uma das acertadas soluções para o desenvolvimento econômico-financeiro do Estado. Convencido da oportunidade desta medida, estudei a realização de uma completa rede rodoviária, a unir todos os centros produtores, estes com as saídas naturais da riqueza estadual!

— Ademar de Barros

As principais estradas implantadas, visando ligar São Paulo aos estados vizinhos e ao porto de Santos, foram:

1.São Paulo - Bananal, na divisa com o Rio de Janeiro;

2.São Paulo - Santos (pavimentada), recuperando a Estrada do Mar, antiga Estrada da Maioridade.

3.São Paulo - Ribeirão Preto;

4.São Paulo - Sorocaba.

De seu mandato como presidente do estado de São Paulo (1920-1924), destacam-se ainda:

1.Garantiu a segurança do estado, enviando tropas da Polícia Militar para combater, na fronteira com o Mato Grosso do Sul, os revoltosos do levante tenentista de 5 de julho de 1922.

2.Presidiu o centenário da Independência do Brasil, reformou o Museu do Ipiranga e construiu e inaugurou, em 7 de setembro de 1922, o Monumento da independência e diversos monumentos ao longo da Rodovia Caminho do Mar, que liga a capital paulista ao litoral, como o Padrão do Lorena e o Cruzeiro Quinhentista.

3.Restabeleceu a imigração europeia interrompida pela primeira guerra mundial para as lavouras de café. Criou um tribunal rural para dirimir conflitos entre colonos e fazendeiros.

4.Criou colônias agrícolas especialmente de japoneses e procurou não enviar imigrantes diretamente para terras devolutas do sertão do estado por entender que não estavam adaptados ainda ao novo clima e solo.

5.Estabelece por lei, em 1921, que, as terras devolutas do estado, possam ser adquiridas, por doação do estado, e não mais por compra, como se fazia até então, permitindo a posseiros regularizarem suas terras.

6.Realizou o reconhecimento do oeste paulista ainda composto de terras virgens visando seu povoamento.

7.A Semana de Arte Moderna de 1922, que ele apoiou.

8.Pediu ao escritor Monteiro Lobato que escrevesse um livro para ser usado em aulas de leitura das escolas estaduais. Tal livro chamado: "A menina do nariz arrebitado" lançou Monteiro Lobato na literatura infanto juvenil.

9.A criação de várias faculdades de farmácia e odontologia no interior do estado em uma iniciativa pioneira de interiorizar a educação.

10.Criou o Museu Republicano de Itu.

11.Modernizou o Arquivo do Estado de São Paulo, editando e publicando documentos históricos valiosos e transformou o Museu Paulista ( Museu do Ipiranga) em museu histórico com enfoques nos Bandeirantes.

12.Recebeu em 1923, o rei da Bélgica.

13.Em 1922, O Gabinete de Investigações e Capturas, da Secretaria de Justiça e Segurança, desbaratou o Partido Comunista de São Paulo, subordinado à Rússia e que foi o primeiro partido político desta ideologia a ser organizado no Brasil.

14.Realizou uma reforma completa do ensino público estadual e uma reforma do poder judiciário.

15.Refinanciou a dívida interna e a dívida externa do Estado.

16.Criou os processos de indenização por acidente de trabalho.

17.Estabeleceu em definitivo as fronteiras de São Paulo com o Rio de Janeiro e com o Paraná. Encaminhou o problema da divisa de São Paulo com Minas Gerais que finalmente foi resolvida no governo de Armando de Sales Oliveira.

Senador da República e a candidatura à presidência


.Logo depois de Washington Luís deixar o governo paulista, ocorre a Revolução de 1924, e ele, então, se alista nas tropas que combateram a Revolução de 1924, dando seu apoio ao seu sucessor no governo paulista, o Dr. Carlos de Campos.

Passa brevemente pelo Senado Federal, eleito em 1925, após deixar o governo de São Paulo, assumindo a vaga aberta pelo falecimento do senador Alfredo Ellis em 1925.

É escolhido para disputar a presidência da república, como candidato único, sem nenhuma oposição e dissidência, tal era seu prestígio político. Foi apoiado, sem restrições, pelo PRP e demais partidos republicanos estaduais, no tradicional esquema de revezamento entre Minas Gerais e São Paulo na presidência da república, conhecido como política do café-com-leite.

Assim, no dia 1 de março de 1926, Washington Luís obtém a maior votação até então para a presidência da república: 688.528 votos contra 1.116 votos dados ao general Joaquim Francisco de Assis Brasil. Fernando de Melo Viana é eleito, no mesmo dia, vice presidente da república.


DISCURSO DE POSSE ( ortografia não autorizada )

“Senhores.


Agradeço, Senhor Embaixador, as atenciosas palavras que Vossa Excelência acaba de me dirigir, em nome dos Embaixadores e das Embaixadas Especiais ou das Missões Diplomáticas acreditadas junto ao Governo Brasileiro.

É motivo para mim de grande jubilo, ao assumir o Governo, receber das Potencias amigas, pelo seus representantes, as expressões cordiais dos seus afetuosos sentimentos, a que o Brasil é sempre mui sensível, e que o Brasil retribua com sincera efusão e verdadeiro desvanecimento.

As amáveis expressões, com que Vossa Excelência se refere á minha passagem pela administração de São Paulo, revelam bem o carinho com que os povos amigos acompanham a própria vida das circunscrições em que se divide o país, cujas condições naturais e cuja cultura política merecem de Vossa Excelência palavra tão cativantes.

Seria desnecessário assegurar aos Augustos soberanos e Governos aqui representados que empregarei todos os meus esforços em beneficio da paz, que é a maior garantia do progresso e da felicidade dos povos.

Muito penhorado me confesso, Senhor Embaixador, pelos termos expressivos de que Vossa Excelência se serviu, com relação ao Brasil e á minha pessoa. Faço, por minha vez, ardentes votos pela ventura de cada um dos Embaixadores especiais e dos Membros do Corpo Diplomático, e pela felicidade pessoal dos Soberanos e Chefes de Estado que representam, aos quais dirijo, como aos seus dignos representantes, as mais efusivas homenagens”.

Fonte: BONFIM, João Bosco Bezerra. Palavra de Presidente - Discursos de Posse de Deodoro a Lula. Brasília: LGE Editora, 2004


GOVERNO DE WASHINGTON LUÍS. QUEM ERA QUEM.

Vice-Presidente: Fernando de Melo Viana
Fernando de Melo Viana


Ministro da Agricultura, Industria e Comércio: Geminiano Lyra Castro

Ministro das Relações Exteriores: Octávio Mangabeira

Octávio Mangabeira



Ministro da Justiça e Negócios Interiores: Augusto Viana do Castello

Ministro da Guerra: Nestor Sezefredo dos Passos
                              Arnaldo de Siqueira Pinto da Luz





Nestor Sezefredo dos Passos


Ministsro da Fazenda: Getúlio Dornelles Vargas
                                  Francisco Chaves de O. Botelho



Getúlio Dornelles Vargas


 
Ministro da Marinha: Arnaldo de Siqueira Pinto da Luz
                                Nestor Sezefredo dos Passos


Arnaldo de Siqueira Pinto da Luz




Ministro da Viação e Obras Públicas: Vitor Kônder


CULTURA
Pixinguinha compôe Carinhoso.

É durante o mandato de Washington Luís que Pixinguinha grava marcos do choro, como Lamentos, Carinhoso e Amigo do povo, do amigo Donga. Em 1927, a Odeon passa a usar o sistema de gravação elétrica, dando inicio à era da voz e aproximando a música do rádio. Em vez dos sons instrumentais, os cantores que não precisavam mais gritar para terem a voz registrada como nas gravações anteriores.
O cinema vivia fase de expansão. Surgiram pioneiros em vários estados e os temas ficaram mais variados.São desta fase filmes como Barro Humano de Ademar Gonzaga, Fragmentos da vida, de José Medina, em São Paulo, e os clássicos de Humberto Mauro, Na primavera da vida, Brasa dormida e Sangue mineiro.

No período foram inaugurados o Museu do Ipiranga em São Paulo e o da República em Itú. Foi ainda iniciativa de Washington Luís transformar a residência de Rui Barbosa em Museu: A Fundação Casa de Rui Barbosa, a primeira casa histórica do País, em Agosto de 1930. Foi o último evento oficial do Presidente antes de ser deposto pelos militares.



PIXINGUINHA


ECONOMIA ( câmbio vil )

Washington Luís foi Presidente durante a maior crise da história do capitalismo: a quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Getúlio Vargas, então Ministro da Fazenda, tentou promover a estabilização financeira fixando o ouro como lastro do Mil-réis, mas a medida desvalorizou a moeda e foi bastante impopular na classe média, que vivia de importados. O governo federal perdeu também o apoio da oligarquia cafeeira ao recusar a concessão de novos financiamentos para o café.



MODERNISMO ( a todo vapor )

O modernismo brasileiro ganhav prestígio. Anita Malfatti expôs no Salão do Outono em março de 1926. Em 1928, Cícero Dias realizou impactante exposição no Salão da Policlinica e Lesar Segall, no Palace Hotel.

Naquele mesmo ano, Oswald de Andrade, Tarcila do Amaral (já  casados) e Raul Bopp lançaram o Movimento Antropofágico, que tinha como porta-voz a Revista de Antropofágia e como símbolo o antológico Abaporu. Em 1929, Tarcila fazia sua primeira exposição no Brasil. 

O embate entre os grupos modernistas 'Pau-brasil/Antropofágicos' e os 'Verdeamarelos' seguiu firme na literatura. Mario de Andrade lançou "Amar, verbo intransitivo" em 1927 e um ano depois Macunaíma. Já o 'verdeamarelo" Cassiano Ricardo lançou Vamos caçar papagaios e, em 1929, uma de suas obras mais conhecidas: Martim Cererê

Abaporu


SAMBA ( dos morros para a cidade )

É nos anos 20 que o samba se desenvolve, dissociando-se do maxixe, da polca e do tango. A proximidade entre o cantor Francisco Alves e o compositor Sinhô, fez algumas canções que chegaram ao asfalto, como Jura, lançada  em 1928. Mas foi  Noel Rosa um dos maiores responsáveis pela aproximação dos morros e da  cidade: com Ismael Silva ele compôe o clássico "Com que roupa", sucesso no carnaval de 1929. Ismael era um dos grandes expoentes da Turma do Estácio, e que fundara a "Deixa falar", primeira agremiação carnavalesca a utilizar a denominação de escola de samba. Especialistas afirmam que a Deixa falar, não foi uma escola, mas um rancho que usou a denominação que teria sido inventada por Ismael. No ano seguinte, vinha ao mundo a Estação Primeira de Mangueira.


Francisco Alves


RODOVIAS (Governar é abrir estradas)

Washington Luís deu prioridade à conclusão de obras de rodovias entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo: Entregou mais de 1300 km. Inaugurou a rodovia Rio/Petrópolis, a primeira rodovia asfaltada do Brasil. Criou, também a Policia Rodoviária Federal, conhecida na época como Policia de Estradas.

ALIANÇA LIBERAL ( cisão entre os Estados )

A insistência de Washington Luís na candidatura de Júlio Prestes à sua sucessão provocou uma cisão entre os grandes Estados. Contrários ao Governo Federal, mineiros e gaúchos lançam a candidatura de Getúlio Vargas à Presidência e de João Pessoa para vice. Em plena crise de 1929, o programa da  Aliança Liberal , falava diretamente à classe média: combatia a valorização do café, defendia a proteção dos trabalhadores, liberdades individuais, anistia politica e reforma eleitoral. No entanto Júlio Prestes venceu as eleições em 1º de março de 1930, marcadas por fraudes de todos os tipos.

REVOLUÇÃO DE 1930 ( Washington Luís é deposto )

O descontentamento com o Governo Federal era geral. A conspiração revolucionária ganhou força após o assassinato de João Pessoa em 26 de Junho. A morte do então Presidente da Paraíba, candidato a vice na chapa de Getúlio Vargas, estava ligada a desentendimentos pessoais e politicos locais, mas foi explorada politicamente pelos revolucionários.

Planejada por nomes com Flores da Cunha, João Néves da Fontoura, Osvaldo Aranha e Lindolfo Collor, todos colegas de Getúlio Vargas, Francisco Campos e Virgilio de Melo Franco, a revolução estourou no Rio Grande do Sul e em Minas no dia 3 de outubro.

No dia quatro, ela explode na Paraíba e se espalha pelo Nordeste sob o comando de Juarez Távora. As tropas revolucionárias que já dominavam o sul do País, se prepararam para tomar São Paulo, um dos focos da resistência, junto com a Bahia e Pará. Mas antes do confronto, em 24 de outubro, Washington Luís é deposto e preso pelos Generais do Exército Tasso Fragos, Mena Barreto e Leite de Castro, e pelo Almirante Isaías de Noronha, da Marinha.


Getúlio Vargas em Itararé, a caminho do Rio de Janeiro.


Fontes: Wikipédia, O Estadão - Google










                             











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