A opção preferencial pelo silêncio, adotada pela presidente Dilma Rousseff, tem conseguido bons resultados. Não são poucos os críticos do ex-presidente Lula encantados pela discrição de Dilma. Discrição muito estudada, é bom ressaltar. A presidente quer pontuar sua atuação de forma a se diferenciar de seu padrinho político, um falastrão capaz de discorrer sobre economia mundial, meio ambiente e futebol. Detalhe: numa mesma frase. Dilma se cala. Busca criar a imagem de gestora zelosa, com suas manifestações reservadas apenas para momentos especiais.
Os bons resultados, como dito acima, são perceptíveis. O problema é o exagero. Chico de Gois, ótimo repórter de Política da imprensa nacional, a quem vi iniciar e crescer na profissão, registrou dias atrás: "Faz 20 dias que Dilma deu sua última entrevista. Durou 25 segundos, como deixa claro a página da Presidência na internet". A agenda da presidente é, muitas vezes, sigilosa, reduzida ao essencial. Ou nem isso. E começam a surgir entre jornalistas questionamentos sobre tanto sigilo. Na semana passada, por exemplo, surgiu a informação oficial de uma viagem para São Paulo. Apenas isso. Bastou para se levantarem algumas hipóteses a respeito da necessidade de se manter o segredo. Eles iam desde uma piora repentina na já abalada saúde do ex-vice-presidente José Alencar até a uma consulta médica de Dilma, com inevitáveis comentários a respeito do tratamento contra o câncer recentemente enfrentado pela presidente.
Aqui já se falou sobre a necessidade democrática de a presidente dar satisfação de seus atos para a nação. Os defensores de Dilma argumentam: ela tem o direito de escolher sua maneira de governar. Isso é verdade - e entre um governante verborrágico, no pior sentido da palavra, e um dono de silêncio obsequioso, talvez a segunda opção seja mesmo melhor. O problema surge quando o exagero no estilo começa a provocar suspeitas de que esse silêncio não é apenas um estilo, mas uma necessidade. Isso pode gerar um ruído de comunicação ensurdecedor.
Fonte: Antonio Carlos Leite. A Gazeta - http://glo.bo/hIL2tc
Os bons resultados, como dito acima, são perceptíveis. O problema é o exagero. Chico de Gois, ótimo repórter de Política da imprensa nacional, a quem vi iniciar e crescer na profissão, registrou dias atrás: "Faz 20 dias que Dilma deu sua última entrevista. Durou 25 segundos, como deixa claro a página da Presidência na internet". A agenda da presidente é, muitas vezes, sigilosa, reduzida ao essencial. Ou nem isso. E começam a surgir entre jornalistas questionamentos sobre tanto sigilo. Na semana passada, por exemplo, surgiu a informação oficial de uma viagem para São Paulo. Apenas isso. Bastou para se levantarem algumas hipóteses a respeito da necessidade de se manter o segredo. Eles iam desde uma piora repentina na já abalada saúde do ex-vice-presidente José Alencar até a uma consulta médica de Dilma, com inevitáveis comentários a respeito do tratamento contra o câncer recentemente enfrentado pela presidente.
Aqui já se falou sobre a necessidade democrática de a presidente dar satisfação de seus atos para a nação. Os defensores de Dilma argumentam: ela tem o direito de escolher sua maneira de governar. Isso é verdade - e entre um governante verborrágico, no pior sentido da palavra, e um dono de silêncio obsequioso, talvez a segunda opção seja mesmo melhor. O problema surge quando o exagero no estilo começa a provocar suspeitas de que esse silêncio não é apenas um estilo, mas uma necessidade. Isso pode gerar um ruído de comunicação ensurdecedor.
Fonte: Antonio Carlos Leite. A Gazeta - http://glo.bo/hIL2tc
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