domingo, 20 de fevereiro de 2011

O GRANDE JOGO DA POLITICA INTERNACIONAL.


No “grande Jogo” da Política Internacional, qualquer estrategista, olhando o tabuleiro, vislumbra cenários de ameaças e oportunidades. Alguns dos cenários até podem evoluir no sentido imaginado, mas alguns seguem outro rumo. Por causa dos acontecimentos que se desviam do esperado, após o levantamento dos cenários é necessário um acompanhamento.

Estes lances intelectuais de jogos de guerra e poder, nos revelam uma situação inédita face as potências dominantes. Pela primeira vez na História, ao enfrentar a ambição das grandes potências, teremos que nos defender sozinhos. Ninguém mais nos protege. Da independência até a I Guerra Mundial, a Inglaterra, tendo grandes lucros aqui, garantia que ninguém mais metesse o bedelho. Depois, até recentemente, na órbita dos EUA, contávamos com certa proteção, que ocasionalmente até se transformava em parceria para não perder o aliado. Agora, quase auto-suficiente e desligado do anterior “protetor” a situação se transforma.

Vejamos, resumidamente, algumas das potenciais ameaças, ainda no estágio de observação Observe-se que não são estanques, mas acontecem de forma combinada.

Primeira ameaça Estratégica

Com o dólar perdendo o valor, os EUA procuram voltar a ser a potência industrial de antigamente. Para isto necessitam de petróleo e de diversos minerais. Não podendo comprar, buscarão onde puderem, inclusive garantindo a independência das áreas indígenas que tem minérios estratégicos no sub solo.

Não é a toa que a IV Frota norte-americana já volta a patrulhar as águas da América Latina. Em português claro, posiciona-se para garantir a hegemonia sobre os recursos naturais deste lado do continente.

Segunda Ameaça Estratégica

As manufaturas baratas da China acabam com a viabilidade das indústrias brasileiras. O Brasil se torna totalmente dependente da exportação de produtos primários para a própria China, ou seja um verdadeiro satélite, mesmo sem guerra.

A nossa economia já depende quase inteiramente da dela. Já vivemos, em outras épocas, situações semelhantes em relação ao Reino Unido e aos EUA, e não foi bom.

Terceira ameaça estratégica

As convulsões no mundo árabe tendem a radicalizar o Islam, alterando o equilíbrio de força no Oriente Médio. O desenvolvimento e a posse de armas nucleares por parte de governos radicais islâmicos levará Israel e os EUA a atacar preventivamente, arrastando o Ocidente, e mesmo a Rússia e a China, que também se sentem ameaçadas.

Resumindo: estamos vivendo um jogo sobre o poder. Os mais poderosos impõem seus interesses em cada área do mundo. Entram em jogo os modelos de capitalismo, as interpretações de democracia e as estruturas religiosas desfiguradas, pois os verdadeiros motivos dos ambiciosos - o jogo de interesses - podem ser suficientes para matar, mas não para morrer. Isto fica para os idealistas ou para quem não tenha alternativa.

Temos alternativa? Claro. É só integrar e ocupar as áreas indígenas; recusar a fornecer produtos primários, aumentando paulatinamente o valor agregado, e principalmente, criar uma força de dissuasão suficiente para evitar pressões, quer para aceitar a secessão das áreas indígenas, quer entrar em uma guerra que não nos diga respeito.

Em minha opinião, essa força de dissuasão só será efetiva se tiver capacidade nuclear..

Pequenas notícias para compor

De Paul Wolfowitz, Sub-Secretário de Defesa de Bush, agora Presidente do Banco Mundial: “É consideração prioritária, na formulação de qualquer estratégia de defesa, que se impeça, de qualquer maneira, o surgimento de uma potência na região cujos recursos naturais sejam suficientes para alçá-la ao patamar dos Estados Unidos da América”. - Só existe um alvo possível: o nosso Brasil. E isto é ainda antes do desespero para conseguirem matérias primas sem poder comprar com dólares

Do Wikileaks:.”As reservas de petróleo da Arábia Saudita foram superdimensionadas Esse fato poderia antecipar uma crise energética de proporções gigantescas” -Talvez seja a razão pela qual os EUA estão empenhados em assumir o controle das jazidas do Irã.

Da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA): “As restrições ambientais são uma das causas da inflação de alimentos e aumentará o risco de alta nos preços se os produtores não tiverem acesso a financiamento por causa de pendências ambientais”. - Certamente, se aprovado o código florestal proposto por Aldo Rebelo será eliminada a causa principal da inflação de alimentos

De Paulo Cesar Quartieiro, líder da resistência na Raposa-Serra do Sol: “Mesmo sendo de oposição, apoio integralmente a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Se os verdes e os índios conseguirem bloquear a construção de Belo Monte, jamais conseguiremos construir a hidrelétrica de Cotingo, que libertará Roraima da dependência da Venezuela”. - Enfim alguém pensa geopoliticamente em soberania

De José Antonio Reguffe, deputado que recusou os 14º e 15 salários: “Não quero receber mais salários do que o povo que represento”. - Um com vergonha na cara, num Congresso que aumenta desproporcionalmente os próprios salários.

Do grupo Viva Rio: “Nunca reaja a um assalto. É muito perigoso. O bandido não tem nada a perder e sua vida vale mais. Nem olhe para ele. Ande com algum dinheiro para que ele não se aborreça e se torne violento”. - A idéia é acovardar a população, em conseqüência a nação

Do grupo Viva Brasil: “Desestimulando a autodefesa, e pessoas decentes não mais enfrentarão aos rufiões. cederão a qualquer ameaça sem pensar em reagir.” - E face a qualquer ameaça estrangeira o Brasil cederá; será dominado sem reagir, pois seu povo estará acostumado a deixar que o dominem.

Da Folha de São Paulo: “Para sobrar 54 bilhões bastaria reduzir em 3% a Taxa Selic. Afinal, para cada 0,5% de juros, o Governo dá cerca de 9 bilhões de reais para os banqueiros”. - Tornaria desnecessário o corte de 50 bilhões do orçamento. Contudo, destes, saudamos o corte nas emendas dos parlamentares

Que Deus guarde a todos vocês!

Adendendo: RAONI NÃO QUER PROGRESSO, por Janer Cristaldo

RAONI NÃO QUER PROGRESSO

Retirado de artigo de Janer Cristaldo

Cerca de uma centena de índios, liderados pelo cacique Raoni Metuktire, pisaram a grama do Congresso, em Brasília, para protestar contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Segundo a imprensa, a presença de jornalistas e profissionais de mídia foi grande, inclusive de veículos de outros países, o que atesta o apelo internacional que possui o tema, por conta dos impactos socioambientais e do polêmico debate que vem se ampliando na sociedade civil.

De fato, as questões relativas à Amazônia sempre tiveram grande apelo internacional. Em abril ano passado, James Cameron, o diretor de Avatar – aquele solene abacaxi produzido para adolescentes e bobalhões outros – esteve nesta terra de botocudos e criticou a construção da usina. Disse que iria ped ir apoio de congressistas norte-americanos na luta contra o projeto. “Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores”.

Se conversou, não sei. Mas imagine o leitor o inverso, um cineasta brasileiro protestando em Washington contra a construção de uma usina pelos Estados Unidos. A imprensa ianque o tomaria por alucinado. No Brasil, jornalistas deslumbrados vêem Cameron como um profeta.

Volto a Raoni, que, segundo os jornais, falou na sua língua nativa, com a dignidade da velhice que mantém seus ideais. Por artes mágicas da Funai, o cacique, que era txucarramãe, de repente virou caiapó. O que está por trás desta troca de tribos, ignoro. Mas alguma intenção oculta há de haver.

Raoni, se alguém não lembra, é aquele cacique que, nos anos 80, exibia orgulhosamente aos jornais a borduna com que matou onze peões de uma fazenda. Não só permaneceu impune, totalmente alheio à legislação brasileira, como foi recebido com honras de chefe de Estado na Europa. O papa João Paulo II, François Mitterrand e os reis da Espanha, entre outros, o receberam como líder indígena. Raoni, com seus beiços, se deu inclusive ao luxo de expor sua pintura em Paris. Um dos quadros do assassino atingiu US$ 1.600 em uma lista de preços que começava a partir de mil dólares. Em 2008, Raoni recebeu o título de Dr. Honoris Causa pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso). Enfim, isso de universidades homenagear assassinos está virando praxe acadêmica. Fidel Ruz Castro também é Dr. Honoris Causa pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).< /span>

Dr. Raoni Metuktire, portanto. Que em setembro de 2009 encontrou-se com Nicolas Sarkozy na Embaixada da França, em Brasília, pouco antes do desfile da Independência. O presidente francês ficou impressionado com os belços do bugre, círculo de 8 cm de diâmetro que Raoni tem no lábio inferior. O cacique tem um instituto, que leva seu nome, e desenvolve projetos econômicos sustentáveis no parque do Xingu além de ações para proteção ambiental das áreas indígenas, com apoio financeiro de organismos europeus. Sempre haverá na Europa quem se oponha a projetos de desenvolvimento no Terceiro Mundo. Questão de proteção de mercado.

Há uns bons quatro anos, comentei reportagem do 60 Minutes sobre uma região da Índia que abrigava quarenta milhões de habitantes. O programa começava mostrando mulheres e crianças carregando em baldes, para próprio consumo, uma água preta e lamacenta. Outras juntavam esterco de vaca, usado como combustível. Havia um projeto de uma represa para abastecer de energia elétrica e água potável a região toda. Uma ONG vetou o projeto junto ao Banco Mundial, com a argumentação de que a represa ameaçava uma espécie qualquer de tigre. A represa gorou e quarenta milhões de pessoas continuaram a beber água podre e cozinhar com esterco de vaca.

A reportagem entrevistava em Nova York, em um elegante apartamento, a porta-voz da ONG que conseguiu sepultar a represa. Não sei se a moça percebeu a ironia, mas o repórter a filma enchendo um copo de límpida água de torneira. O repórter quer saber porque privar milhões de pessoas de água limpa. A moça dizia mais ou menos o seguinte (cito de memória): não queremos que aquelas populações adquiram os hábitos de consumo do Ocidente. É como se dissesse: esses hábitos do Ocidente são privilégios de ocidentais. Vocês aí, continuem catando esterco de vaca.

Todas as casas de Roma tinham água encanada antes de Cristo. No Brasil, até hoje, milhões de pessoas não dispõem deste conforto. Mais de trezentos projetos de barragens já foram engavetados no mundo, especialmente na África, Ásia e América Latina, por obra de ONGs. Estas organizações estão cometendo crimes contra a humanidade, ao condenar milhões de pessoas a viver longe da água potável e energia elétrica. Seus militantes são sempre oriundos de países desenvolvidos, todos pontilhados de represas. Sua ação sempre incide sobre países do Terceiro Mundo, que precisam de energia para abandonar esta condição.

O cacique assassino, tido hoje como símbolo internacional do movimento de defesa da Amazônia, quer dizer à presidente que os povos indígenas da região do Rio Xingu, no Pará, não querem a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. “Vim para falar que somos contra, que não queremos Belo Monte. Se o governo pudesse me ouvir, queria dizer que não construam a usina. Não temos mais espaço. Vocês homens brancos já tomaram conta de todas as terras. O governo deveria deixar os índios onde os índios estão. Quero que rios e florestas fiquem para os meus netos e vou lutar por isso”.

Coitadinhos dos bugres. São os maiores latifundiários do Brasil e se queixam da falta de espaço. Quando branco possui uma grande extensão de terra produtiva, é insultado pela imprensa como latifundiário. Indígenas que nada produzem a não ser folclore têm extensões ainda maiores de terra se queixam de pouco espaço. Com a carinhosa complacência dos jornalistas que anatematizam quem trabalha e produz alimentos.

Um assassino em série, que deveria estar na cadeia e hoje se arvora em defensor do meio-ambiente, exige de a uma chefe de governo que proíba a construção de uma hidrelétrica.

Que tempos, os que nos foram dado viver!

Gelio Fregapani










Um comentário:

  1. Simplesmente Perfeito!!!
    Tomo a liberdade de postar mais uma ameaça comum aqui na América Latina: A MÍDIA VENDIDA E/OU AMORDAÇADA.
    Aqui no Brasil através de meios de comunicação que pertencem a pessoas que estão no poder não levam para conhecimento da população a Verdade sobre a economia, a educação, as contas públicas... em países como a Venezuela a imprensa vem sendo calada, isto aos poucos também vem acontecendo no Brasil, o jornal O Estado de São Paulo há mais de um ano está sob censura a pedido da família Sarney.
    Abraços Marcos
    Sucesso!!!
    Ivete Depelegrim

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