Em visita a Salvador, a presidente Dilma Rousseff voltou a falar, nesta quinta-feira (4), sobre o plebiscito para a reforma política, que horas antes fora descartado pelo vice-presidente Michel Temer após reunião com líderes partidários. A presidente destacou em seu discurso a “inteligência, sagacidade e esperteza do povo brasileiro” para responder às perguntas de um plebiscito sobre reforma política.
Fingindo que ouviu as roucas vozes das ruas, como fazem muitos políticos, Dilma insiste em um tema que está longe das cobranças que emolduraram os recentes protestos. A população quer o fim da corrupção e a devida contrapartida dos abusivos impostos cobrados sem dó do contribuinte. Ou seja, o brasileiro deseja que o governo seja mais atuante e deixe de lado os apoios espúrios que fazem da política o mais imundo balcão de negócios do planeta.
“Eu acredito muito na inteligência, na sagacidade, na esperteza do povo brasileiro. Acho que o povo brasileiro sempre mostrou ao longo de toda a nossa história que suas escolhas sempre foram acertadas. Eu não sou daqueles que acredita que o povo é incapaz de entender porque as perguntas são complicadas. Não é verdade”, declarou Dilma durante cerimônia de lançamento do Plano Safra Semiárido, que surge em cena depois da dura seca que castigou o Nordeste.
Fosse de fato inteligente e esperto, o povo brasileiro jamais teria feito escolhas políticas tão equivocadas, como, por exemplo, o agora lobista Luiz Inácio da Silva, que no vácuo dos inúmeros escândalos de corrupção continua fugindo da imprensa. Na última década, por conta de escolha equivocada, o Brasil viveu o período mais corrupto de sua história, sem que Lula tivesse tomado alguma atitude para interromper prática criminosa que sempre criticou enquanto oposição. Ao contrário, o ex-metalúrgico concordou e incentivou a corrupção, que chegou a níveis assustadores.
No tocante à capacidade do povo brasileiro de compreender as perguntas de um eventual plebiscito, Dilma comete um enorme desserviço à democracia ao induzir a erro o eleitor que supostamente decidirá sobre a reforma política. A extensa maioria da população não compreende as questões políticas e com boa dose de certeza acabará transformando o plebiscito em passe livre para um regime totalitarista de esquerda, a exemplo do que vem corroendo a vizinha Venezuela.
O fato de o governo ter desistido temporariamente do plebiscito não significa que a parcela pensante da sociedade pode abandonar a cautela. É preciso estar vigilante e pressionar o governo de maneira contundente para que mudanças ocorram em um país que está paralisado e enfrenta crises política e financeira.
Fonte: Ucho.Info
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