Pelo menos 90 pacientes nos corredores, banheiros sujos, lixo exposto e fios do chuveiro desencapados. Esse foi o cenário flagrado ontem no Hospital São Lucas, em Vitória, durante fiscalização do Conselho Regional de Medicina (CRM). A inspeção contou com a presença de um representante da Justiça, que vai enviar um relatório para o Ministério Público Estadual investigar a situação.
Foto: Divulgação / CRM
Comissão do CRM foi à unidade: “É grave. Havia pessoas acumuladas”, disse juiz
Enquanto o atendimento permanece crítico na unidade, as obras do novo São Lucas, no Forte São João, também na Capital, estão atrasadas. A primeira fase de conclusão estava prevista para o primeiro semestre deste ano, mas agora a nova unidade só vai começar a receber pacientes em 2014, com a abertura de 160 leitos. No entanto, o pronto-socorro só estará em funcionamento no novo espaço em 18 meses, ou seja, no início de 2015.
Demora
A conclusão das obras está longe: o edital para a licitação da última etapa de construção será publicado no fim de agosto.
O São Lucas vem sendo reformado e ampliado desde 2010. Em função da obra, a estrutura do hospital funciona, atualmente, nas dependências do Hospital da Polícia Militar (HPM), no bairro Bento Ferreira.
A superlotação na unidade já foi tema de várias reportagens em A GAZETA desde que começou a funcionar provisoriamente no HPM. O atendimento chegou a ser suspenso por decisão dos médicos, que trabalhavam no local.
O presidente do CRM, Aloísio Faria de Souza, disse que pretende ingressar com uma ação civil pública contra os gestores da saúde no Estado. “O local não consegue atender à demanda. Pacientes estão em condições desumanas”, afirma. A comitiva também visitou o Pronto-Atendimento da Glória e o Hospital Antônio Bezerra Faria, ambos em Vila Velha. “Há pacientes em corredor, mas a situação no São Lucas é pior”, observou.
Para o vice-presidente do CRM, Oswaldo Pavan, a solução para o problema é a construção de pelo menos três grandes hospitais em Vila Velha, Cariacica e Guarapari. “Com o fechamento do pronto-socorro do Hospital Dório Silva (na Serra) e das Clínicas (em Vitória), a situação piorou. Há pacientes idosos e em estado grave no corredor”, diz.
A inspeção do CRM foi acompanhada por representantes do Conselho Regional de Engenharia (Crea) e do Tribunal de Justiça. O material será encaminhado ao Ministério Público, garantiu o juiz da 5ª Vara Cível de Vitória, Paulo César de Carvalho, representante do Comitê Regional do Fórum Nacional de Saúde. “É grave. As pessoas estavam acumuladas nos corredores”, ressalta o juiz.
Cenário
Superlotação
Havia 90 pacientes no corredor, muitos vítimas de derrame, insuficiência cardíaca, com traumas e até sangrando
Macas
Estavam em macas altas e com rodas, o que aumenta o risco de queda
Falta de higiene
- Banheiros sujos
- Lixo exposto
- Chuveiro sem água quente e com fiação exposta
18 meses
É o tempo que falta para a conclusão do novo Hospital São Lucas.
Fonte: A Gazeta
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