sexta-feira, 9 de julho de 2010

PRISÃO NÃO PODE SER LUGAR DE TORTURA, ADVERTE JOSÉ SERRA.

Primeiro candidato à presidência a visitar o Espírito Santo nestas eleições, Serra chegou a Vitória por volta das 15h25 desta sexta-feira (9) para permanecer por apenas seis horas em terras capixabas. Após ser recepcionado no aeroporto Eurico Sales pelo candidato ao governador Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e comitiva, Serra seguiu para o polo de confecções da Glória, em Vila Velha. Depois fez carreata pelas ruas centrais da Capital. Antes de deixar o Estado, por volta das 20 horas, para seguir para Fortaleza, o presidenciável concedeu uma entrevista exclusiva à TV Vitória.


Na entrevista, Serra disse que a prisão não pode ser um lugar de tortura. “Não é lícito que o Estado use as mesmas armas da bandidagem para tortura e matar. É importante que o presídio cumpra seu papel de ressocialização”, advertiu.

Na resposta à apresentadora da TV Vitória, que justificou ao candidato que a pergunta partiu da população, Serra teve o cuidado de não culpar diretamente o governo Paulo Hartung pela situação do sistema prisional capixaba, que ganhou repercussão nacional e internacional, em função da violação de direitos. Ele lembrou que a construção de presídios tem um custo muito alto e os estados precisariam receber o apoio financeiro do governo federal para criar novas vagas. Ele alfinetou Lula novamente ao dizer que o governo federal praticamente não construiu presídios nos últimos anos.

Serra disse ainda que, caso seja eleito presidente, criará o Ministério da Segurança para que o governo federal possa trabalhar em conjunto com os estados no combate à criminalidade. A proposta de Serra veio em resposta a outro telespectador que queria saber quais os planos do tucano para conter a violência. O presidenciável ressaltou que o problema da violência é muito complicado e também exige recursos do governo federal. “Vou entrar em cheio na questão da segurança”, prometeu. Ele lamentou ainda que o Espírito Santo seja o segundo estado mais violento do Brasil.

Dívida

Nos raros momentos, em meio ao tumulto da carreata, em que o presidenciável conseguiu falar com a imprensa, mandou recados ao governo Lula. O tucano disse que o governo federal está em dívida com o Espírito Santo.

Serra criticou a paralisação das obras do aeroporto de Vitória que, segundo ele, viraram motivo de piada nacional. O candidato paulista também apontou a privatização das rodovias federais que cortam o Estado como urgentes. Serra credita ao PSDB a iniciativa providencial de iniciar o processo de privatização das rodovias paulistas há mais de 20 anos. Embora seja constantemente questionado pelo alto valor dos pedágios (como aconteceu recentemente no programa Roda Vida, da TV Cultura de São Paulo, que provavelmente custou a saída do jornalista Heródoto Barbeiro da mediação do programa, que perguntou sobre o assunto ao candidato), Serra costuma justificar aos descontentes que as 20 melhores rodovias do Brasil estão em São Paulo.

O ex-governador paulista também criticou o abandono dos portos capixabas. Serra advertiu que o sucateamento dos portos capixabas prejudica o crescimento do Espírito Santo e do Brasil.

O presidenciável tranqüilizou os capixabas sobre o Pré-sal. O tucano garantiu que se for eleito presidente não permitirá que o valor arrecadado com os royalties do petróleo seja rateado entre os estados. “Isso é um absurdo. Essa discussão não deveria nem ter começado. Foi a Dilma [Rousseff] e o ministro [Edison] Lobão que colocaram essa discussão na pauta. Comigo na presidência isso não vai acontecer”, assegurou.

Acompanharam Serra na carreata o candidato ao governo Luiz Paulo, a candidata ao Senado, Rita Camata, além do vice de Luiz Paulo, Max da Mata (DEM) e diversos candidatos à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa. Além dos tucanos, que eram em maioria, candidatos do PMN, PTB, PPS e DEM (da aliança de apoio a Luiz Paulo) também aproveitaram a oportunidade para fazer o primeiro corpo a corpo pra valer com a população.

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