segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A REPÚBLICA AGONIZA.

A República agoniza. O dinheiro, a libertinagem, os costumes gregos corrompem os cidadãos. A plebe vive da esmola que lhe dão a cada mês. Se não receber a parte do trigo que calcula lhe devem, insurge-se. Mas os magistrados eleitos, os questores, tribunos, pretores e cônsules são ainda piores que os pobres cidadãos. Compram os votos; vendem a si mesmos. (Caio Júlio César)


A internet continua a me surpreender. Desta vez tive a oportunidade, através de meus artigos, de travar contato virtual com o ex-prefeito de Itu, SP, o senhor Lázaro José Piunti. Falei-lhe de meu amazônico projeto e ele me enviou alguns belos textos. Apresento o primeiro deles que faz uma incisiva reflexão sobre o triste momento político que vivenciamos neste nosso “pobre” e “rico” Brasil. Pobre, indigente mesmo em moralidade, escravo da indecência, capacho de ladrões, servo de usurários. Rico pelas mãos do Grande Arquiteto do Universo que o abençoou com pródigos recursos naturais, clima generoso, terra fértil e mananciais dadivosos. Até quando seremos o país do futuro? Já era tempo, se tivéssemos tido políticos comprometidos com a sociedade e não com suas contas bancárias, de estarmos ocupando posição de relevo no concerto das nações.

Voltemos nossos olhos para o Japão e vamos verificar que em apenas duas décadas, depois de ser arrasado na Segunda Grande Guerra, o país saiu de, praticamente, uma era feudal para se alinhar às potencias de primeiro mundo. Pobre em recursos naturais, mas com uma riqueza imensurável, seu povo que soube escolher seus governantes e escorraçá-los quando necessário. Não imagino os japoneses elegendo, como aqui, o cearense Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, que se auto-define como “abestado”, para Deputado Federal.

- Prosperidade para os atrevidos!

Lázaro José Piunti, 19-09-10 (ex-prefeito de Itu)

“O que é o mundo senão uma comédia?” (Balzac)

Pensei que a era do abuso tinha se esgotado. Quão ingênuo sou!

Eis aí, imenso e estendido de horizonte a horizonte, o território da indignidade.

Os velhacos são os acrobatas do grande circo. O povo é o comparsa. Enquanto a mocidade são os galãs, a velhice é formada pelos logrados.

Os néscios são a maioria – palhaços.

Orquestra – é tudo isso em movimento.

Verdadeiro enxame de moscas, entoando zunidos e zumbidos de mutucas que se chupam mutuamente.

E a Associação dos Malfeitores cresce continuamente!

Surgem aqueles que se propõem a curar sem nunca ter sido médico.

E monta colégio para ensinar, quem jamais freqüentou aula.

Aparecem abridores de igrejas. E pregam Deus. Embora jamais tenham cumprido mandamentos santos.

Vira conselheiro o imoral. E governa bens públicos quem nunca soube administrar suas próprias coisas.

Banqueteiam-se à custa da ingenuidade dos simples. Ampliam sua fortuna. Esmeram-se em enganar aos pobres oferecendo migalhas.

Sua meta é a exclusão dos sábios – estes perturbam os insanos.

O lugar é dos canalhas – porque são mais espertos.

Os monges precisam retornar ao deserto. Novos pastores sejam produzidos.

Ou a nefanda comédia humana se perpetuará!

Imaginei um novo tempo. Onde a sordidez seria vencida pelo bom senso, a astúcia derrotada pela honestidade e a decência restabelecida.

O que se vê é o facho obscuro da “Lanterna Mágica” de outrora.

Definitivamente estou me despedindo deste planeta. A cada dia, mais e mais.


Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E–mail: hiramrs@terra.com.br

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