Sob Lula, a velha Casa de Rio Branco, quinta-essência da correção, supra-sumo da eficiência, tornou-se casa-da-mãe-joana.
Muito conhecida dos brasileiros, a desordeira senhora virou de ponta-cabeça o departamento que cuida da emissão de passaportes no Itamaraty.
O repórter Matheus Leitão já havia noticiado que, ao arrepio das regras, o ex-chanceler Celso Amorim concedeu passaportes especiais a dois filhos de Lula.
Em nova notícia, veiculada nesta sexta (7), Matheus conta que também um neto de Lula, 14 anos, ganhou de presente o passaporte diplomático.
Foi expedido em 29 de dezembro. De novo, 48 horas antes de Lula transferir a faixa presidencial para Dilma Rousseff. Vale por quatro anos.
A norma que rege a emissão dos passaportes inclui os dependentes de autoridades. Categoria na qual o neto de Lula não se encaixa.
Celso Amorim invocou o “interesse do país”. O mesmo argumento usado no caso dos filhos de Lula, cujas idades (25 e 39) extrapolam o limite regulamentar: 21 anos.
Não é só: guiando-se pelos instintos de mãe Joana, o Itamaraty brindou com o passaporte diplomático um bispo da Igreja Universal.
Chama-se Romualdo Panceiro Filho. Responde pela congregação em toda a América Latina. É visto como sucessor do autoproclamado bispo Edir Macedo.
Macedo, sua igreja e sua TV, apoiaram Dilma na campanha presidencial. Na cruzada do aborto, o bispo pegou em lanças pela pupila de Lula.
Deve-se a concessão do passaporte a Romualdo Panceiro a um pedido do senador Marcelo Crivela (PRB-RJ), bispo licenciado da Universal e governista pétreo.
No caso do bispo, o passaporte especial tem validade de um ano. Emitido em fevereiro de 2010, expira no mês que vem.
Procurado, o bispo Panceiro mandou a assessoria dizer que “o mais apropriado a responder é o próprio Itamaraty”.
Ouvida, a ex-casa de Rio Branco informou que o passaporte do bispo foi concedido “em caráter excepcional” e, de novo, por “interesse do país”.
Quanto ao neto de Lula, a casa-da-mãe-joana informou: “parentes de Lula” foram aquinhoados para "evitar problemas com autoridades de outros países".
Assim como no caso dos filhos de Lula, a platéia fica sem saber como o adolescente de 14 anos e o bispo servirão ao “interesse do país”.
Fica-se no escuro, de resto, quanto aos “problemas” que “autoridades de outros países” poderiam causar aos membros da ex-primeira-família.
Vivo, o humorista Bussunda diria para a mãe Joana: “Fala sééééééééério!”
Fonte: http://bit.ly/epHbNG
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