Para senador, dar asilo a Battisti foi um dos mais graves erros da política externa de Lula
Em nota divulgada nesta quarta-feira (5), o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Eduardo Azeredo (MG), afirmou que a decisão do ex-presidente Lula de conceder liberdade e asilo a Cesare Battisti foi “um dos mais graves equívocos cometidos em sua condução da política externa brasileira”. O tucano também manifestou solidariedade aos protestos dos italianos ao ato do Palácio do Planalto, tomado no apagar das luzes do governo Lula.
“O asilo a Battisti, terrorista condenado à prisão perpétua por 36 crimes, incluindo quatro assassinatos, coloca em risco as relações excepcionais que o Brasil mantém com a Itália e a União Europeia. Ao mesmo tempo, atrai contra nosso país o desprezo das vítimas sobreviventes, que encabeçam protestos diante da embaixada brasileira em Roma”, alerta o senador.
Na terça-feira (4), manifestações contra a recusa do Brasil de extraditar Battisti ocorreram em toda a Itália. O chefe de governo, Silvio Berlusconi, prometeu firmeza em relação ao caso. Ao se encontrar em Milão com Alberto Torregiani, filho de um joalheiro morto em 1979 durante um atentado atribuído a Cesare Battisti, Berlusconi prometeu dar continuidade à “batalha” junto à nova presidente brasileira, Dilma Rousseff, para obter a extradição do ex-ativista de extrema-esquerda.
Na nota, Azeredo lembra que Battisti teve amplo direito de defesa. “Apesar de não estar presente, instituiu advogado, que acompanhou o processo até a Corte de Cassação Penal, o órgão máximo do Judiciário italiano, que decretou sua prisão perpétua”, destacou. Diante disso, o senador do PSDB afirmou que Lula desrespeitou a Justiça de um país democrático, que possui instituições consolidadas, e à própria justiça brasileira, que considerou o réu criminoso comum.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores destacou, ainda, os reiterados apoios de Lula, enquanto presidente, às decisões legais tomadas por regimes totalitários, como os do Irã e de Cuba. No entanto, com a Itália o comportamento foi diferente. “Seria muito mais lógico que defendesse as ações de um Estado de direito, com plenas garantias democráticas, como a Itália. A liberdade de Cesare Battisti, sem dúvida, mancha sua biografia”, reprova Azeredo. (Da redação com assessoria e portal Terra/ Foto: Eduardo Lacerda)
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Como Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, manifesto solidariedade à Nação italiana em seus protestos contra a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder liberdade e asilo a Cesare Battisti. Tomada nos estertores de sua administração, é um dos mais graves equívocos cometidos em sua condução da política externa brasileira.
O asilo a Battisti, terrorista condenado à prisão perpétua por 36 crimes, incluindo quatro assassinatos, coloca em risco as relações excepcionais que o Brasil mantém com a Itália e a União Europeia. Ao mesmo tempo, atrai contra nosso país o desprezo das vítimas sobreviventes, que encabeçam protestos diante da embaixada brasileira em Roma.
Battisti teve amplo direito de defesa. Apesar de não estar presente, instituiu advogado, que acompanhou o processo até a Corte de Cassação Penal, o órgão máximo do Judiciário italiano, que decretou sua prisão perpétua. Trata-se, portanto, de desrespeito à Justiça de um país democrático, que possui instituições consolidadas, e à própria justiça brasileira, que considerou o réu criminoso comum.
Enquanto era presidente, Lula manifestou, diversas vezes, apoio e respeito às decisões legais tomadas por regimes totalitários, como os do Irã e o de Cuba. Seria muito mais lógico que defendesse as ações de um Estado de direito, com plenas garantias democráticas, como a Itália. A liberdade de Cesare Battisti, sem dúvida, mancha sua biografia.”
Fonte: http://bit.ly/h0IRVh
Nenhum comentário:
Postar um comentário