No exercício da presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva era um falastrão. Falava até demais. Era comum os jornais esperarem por suas famosas frases diárias porque... elas vinham. Engraçadas, curiosas, importantes, relevantes, o ex-presidente falava diariamente e sempre de uma maneira peculiar. Podemos ter sido mal acostumados por Lula, mas o silêncio da presidente Dilma Rousseff é inquietante. Desde sua posse, ela se manifestou publicamente apenas duas vezes: logo após ter assumido o principal cargo da Nação - e isso pode ser tomado como uma quase obrigação - e durante sua visita à devastada área da região serrana do Rio, quando falou pouco e, logo depois, voltou à sua reclusão em Brasília.
Pode ser um novo estilo de administração? Sem dúvida. São poucos os mandatários com a capacidade de Lula de falar, falar, e, a partir de sua fala, criar situações, resolver questões, comunicar-se com a população. Mas... existem alguma prerrogativas do cargo inescapáveis.
Dilma foi eleita por sua capacidade de continuar uma gestão marcada pela enorme popularidade. Foi ungida por Lula como a figura capaz de continuar sua obra. Os eleitores confiaram nessa argumentação a ponto de engregar a presidência do país a uma figura pública sem nenhuma experiência efetiva num cargo do poder Executivo.
Do Planalto partem sinais pretensamente tranquilizadores: a presidente teria um perfil discreto, executivo, silencioso. Nada contra, desde que essa discrição se transformasse em atos concretos, em medidas visíveis da administração. Não é o que se vê - ao menos por enquanto. O exemplo mais claro está na tragédia enfrentada pelo Rio de Janeiro. Dilma foi, visitou a área atingida pelas chuvas, fez cara de compungida e... só. Dias depois, anunciou um plano de prevenção para daqui a quatro anos. Nem mesmo a liberação total do FGTS para os flagelados - medida adotada no governo Lula diante de desastres parecidos, mas de consequências menores - foi adotada.
Dilma Rousseff apresentou uma boa plataforma de trabalho no dia de sua posse. O combate à miséria, a necessidade de melhorar a educação e intolerância com a malversação do dinheiro público são medidas incontestáveis, apoiadas por todos os brasileiros. Mas é preciso passar do plano das intenções para a fase da execução. Logo ao assumir, o presidente Lula anunciou sua intenção de combater a fome e começou a fazer rodar o programa Fome Zero - depois substituído pelo Bolsa Família. Não se exige de Dilma a frequência das manifestações de Lula - mesmo porque ela não tem o carisma de seu padrinho político. Mas a presidente precisa dizer a que veio. Ou a sua pretensa imagem de executiva discreta passará a ser entendida como a de presidente omissa. E isso, óbvio, não é nada bom...
A presidente visitou as áreas atingidas pelas chuvas do Rio ao lado do governador Sérgio Cabral. Fez cara de tristeza, deu algumas poucas declarações... e foi só
Editorial de A Gazeta.
Pode ser um novo estilo de administração? Sem dúvida. São poucos os mandatários com a capacidade de Lula de falar, falar, e, a partir de sua fala, criar situações, resolver questões, comunicar-se com a população. Mas... existem alguma prerrogativas do cargo inescapáveis.
Dilma foi eleita por sua capacidade de continuar uma gestão marcada pela enorme popularidade. Foi ungida por Lula como a figura capaz de continuar sua obra. Os eleitores confiaram nessa argumentação a ponto de engregar a presidência do país a uma figura pública sem nenhuma experiência efetiva num cargo do poder Executivo.
Do Planalto partem sinais pretensamente tranquilizadores: a presidente teria um perfil discreto, executivo, silencioso. Nada contra, desde que essa discrição se transformasse em atos concretos, em medidas visíveis da administração. Não é o que se vê - ao menos por enquanto. O exemplo mais claro está na tragédia enfrentada pelo Rio de Janeiro. Dilma foi, visitou a área atingida pelas chuvas, fez cara de compungida e... só. Dias depois, anunciou um plano de prevenção para daqui a quatro anos. Nem mesmo a liberação total do FGTS para os flagelados - medida adotada no governo Lula diante de desastres parecidos, mas de consequências menores - foi adotada.
Dilma Rousseff apresentou uma boa plataforma de trabalho no dia de sua posse. O combate à miséria, a necessidade de melhorar a educação e intolerância com a malversação do dinheiro público são medidas incontestáveis, apoiadas por todos os brasileiros. Mas é preciso passar do plano das intenções para a fase da execução. Logo ao assumir, o presidente Lula anunciou sua intenção de combater a fome e começou a fazer rodar o programa Fome Zero - depois substituído pelo Bolsa Família. Não se exige de Dilma a frequência das manifestações de Lula - mesmo porque ela não tem o carisma de seu padrinho político. Mas a presidente precisa dizer a que veio. Ou a sua pretensa imagem de executiva discreta passará a ser entendida como a de presidente omissa. E isso, óbvio, não é nada bom...
A presidente visitou as áreas atingidas pelas chuvas do Rio ao lado do governador Sérgio Cabral. Fez cara de tristeza, deu algumas poucas declarações... e foi só
Editorial de A Gazeta.
O estilo de Lula beirava ao insuportável, aparecendo todos os dias em todo tipo de mídia. Palavras são palavras, nada mais que palavras. A presidente não tem que seguir o estilo dele, melhor que ela trabalhe efetivamente do que buscar os holofotes diariamente como fazia o ex-patrão dela.
ResponderExcluir@valnobre