O presidente francês, Nicolas Sarkozy, denunciou ontem um "plano particularmente perverso de depuração religiosa no Oriente Médio", após o atentado que, na sexta-feira passada (31), resultou na morte de 23 pessoas no Egito e na perseguição de outras comunidades cristãs na região.
"Não podemos tolerar o que cada vez se parece mais com um plano particularmente perverso de depuração religiosa no Oriente Médio", declarou Sarkozy em discurso de ano novo perante as autoridades religiosas da França.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, em discurso na sede do governo
O presidente francês fez referência ao atentado em Alexandria, mas também às bombas lançadas no dia anterior nas casas de cristãos de Bagdá e ao atentado dois meses antes na catedral síria da capital iraquiana, ação esta que resultou em 46 mortos, incluindo dois padres e sete policiais.
O presidente pediu que se levassem as ameaças a sério e que se protejam nas celebrações natalinas dessa comunidade.
"Os direitos que estão garantidos em nossa casa a todas as religiões devem ser reciprocamente garantidos em outros países", acrescentou.
O presidente se apresentou como a favor do laicismo do Estado e advertiu que "nenhuma religião pode ocupar o espaço público, embora todas tenham direito a um lugar digno para seus fiéis rezarem".
ATENTADO NO EGITO
Um carro-bomba explodiu em frente a uma igreja na cidade de Alexandria, no norte do Egito, matando 23 pessoas que participavam de uma missa de Ano-Novo.
Outras 43 pessoas ficaram feridas na explosão, que levou centenas de coptas --os cristãos do Egito-- a organizar protestos nas ruas durante a madrugada deste sábado. A igreja copta representa uma das crenças orientais mais antigas do mundo, sendo governada pelo atual líder --o papa Shenouda 3º-- ao lado de seu sínodo.
Em entrevista à TV estatal, o governador de Alexandria, Adel Labib, acusou a rede Al Qaeda de planejar a ação, sem fornecer mais detalhes.
Durante as manifestações nas ruas, alguns grupos de coptas e muçulmanos lançaram pedras uns contra os outros, e carros foram incendiados. Os cristãos são cerca de 10% dos cerca de 79 milhões de habitantes do país, de maioria muçulmana.
A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Dezenas de homens foram destacados neste sábado para reforçar a segurança.
"As pessoas foram à igreja para rezar, mas acabaram mortas. Esse massacre foi planejado pela Al Qaeda, segue o mesmo padrão das ações em outros países", disse Kameel Sadeeq, do conselho da igreja copta em Alexandria.
Em um comunicado, o Ministério do Interior informou que a explosão ocorreu pouco depois da meia-noite, após uma missa para marcar o Ano-Novo. De acordo com a nota, o ataque também danificou uma mesquita próxima à igreja, e oito muçulmanos estariam entre os feridos.
Fonte: Folha on-line - http://bit.ly/hHr4z8
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