terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UM MÉXICO EM MINIATURA?

É histórico o processo de pressão para que o Estado do Espírito Santo, situado num dos pontos mais estratégicos do território nacional, não tenha o desenvolvimento econômico que merece.


Ao longo da história nosso território foi roído pelos Estados de Minas Gerais e Bahia. Esses avanços nos deram com Minas Gerais, até a década de 50, atos de belingerência, marcados pelo confronto de forças militares nas divisas, tendo a situação amainado na administração capixaba do sr. Francisco Lacerda de Aguiar e, de Minas Gerais, do sr. Magalhães Pinto, quando foi assinado um acordo (armistício) de demarcação de fronteiras, altamente prejudicial aos interesses capixabas. Por sua vez os baianos empurraram nossas fronteiras até o rio Mucuri.

Não bastassem as questões fronteiriças, vieram as pressões econômicas, comandadas pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo porque sempre deteve a hegemonia do desenvolvimento econômico nacional. Qualquer Estado que se atrevesse a olhar para a industrialização, se tornava um inimigo audacioso. Rio de Janeiro, mais próximo, forma uma barreira intransponível, pela sua incapacidade de gerar riqueza e, devido a questões de parentesco (genro) do então governador Amaral Peixoto, ditados com Getúlio Vargas na década de 40, fez com que fossem desviadas daqui as orientações técnicas para que a Siderúrgica Nacional (CSN) fosse localizada em Volta Redonda, desviando sua vinda para o Espírito Santo, embora detendo todas facilidades de transporte de minério de ferro de Minas Gerais, pela estrada de ferro Vitória a Minas, por gravidade, quase, até o Porto de Vitória.

No campo do desenvolvimento econômico ficamos estagnados até 1973, quando o presidente Ernesto Geisel determinou que a CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão fosse localizada aqui, na Grande Vitória, quando afirmou que "Minas Gerais não tem reivindicações a serem atendidas nesse campo".

A CST veio mas, com ela, a determinação que suas vendas fossem exclusivas para o mercado internacional, sem a produção de perfis industriais, para não "prejudicar" a Usiminas, em território mineiro.

A luta desesperada do Estado tem sido travada no campo do desenvolvimento industrial. É preciso contar com detalhes a luta pela implantação da CST e da Aracruz Celulose. Até então, com o plantio das reservas de eucalipto, estava tudo bem! A tragédia veio quando a Aracruz Florestal queria implantar a sua indústria de produção de celulose, quando novamente as forças mineiras se opuseram.

Estaleiros, fábricas de tratores, de automóveis, geladeiras, tudo tem recebido pressões da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, para que aqui não se instalem, mesmo com as provas de que temos capacidade portuária para suportar todos os esforços no campo do desenvolvimento industrial.

Entretanto, pelas proximidades com o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, nos transformamos num poderoso polo de recepção e exportação do narcotráfico, nos tornando uma das regiões mais perigosas do Brasil.

De forma tênue, a Polícia faz um "mapeamento" da venda de drogas na Grande Vitória, muito aquém da grave realidade que, pela falta de aparelhamento policial, corremos um tremendo risco de nos transformarmos num México, em miniatura. Graças a quem?

Uchôa de Mendonça - A Gazeta.

Um comentário:

  1. Essa é a grande herança maldita do analfabeto cachaceiro, no desgoverno desse crápula, o tráfico de drogas foi tratado como "atividade dos manos" e "cumpanheros das farc's" e a população brasileira está cada vez mais corroída por essa desgraça.

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