segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SALÁRIO MINIMO, DILMA TESTA BASE ALIADA.

O valor do salário mínimo, que começa a ser apreciado pelo Congresso nesta semana, não afetará apenas o equilíbrio das contas públicas e o poder de consumo dos mais pobres, mas também a taxa de popularidade de Dilma Rousseff nas primeiras pesquisas de opinião após a posse na Presidência da República.


O histórico das pesquisas nos últimos 16 anos indica que a política salarial teve impacto negativo na taxa de aprovação ao governo Fernando Henrique Cardoso. Em sete de seus oito anos de mandato, FHC enfrentou queda ou oscilação negativa na popularidade na primeira pesquisa após o reajuste do mínimo.

Duas dessas quedas, em 1997 e em 2001, foram significativas, de 21 e 12 pontos porcentuais, respectivamente. Esse padrão não se repetiu no governo Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu reajustes maiores em termos reais. O petista ganhou pontos ou oscilou positivamente em quatro anos, perdeu em três e ficou na mesma em 2010, quando já tinha a taxa recorde de 83% de aprovação.

Mínimo vira teste político

O governo considera a votação do salário mínimo o primeiro e decisivo teste da presidente Dilma Rousseff na administração da complexa aliança política que lhe dá sustentação. Vai daí que a questão do valor - se R$ 545 ou R$ 560 - é secundária: o que importa é que a Câmara aprove o que vier a ser o limite estabelecido pelo Planalto até o dia da votação.

No raciocínio do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, a quem Dilma terceirizou a condução política de seu governo, é hora de jogar duro para mostrar força, sob pena de perder o controle político de uma base voraz e em permanente disputa por espaços na estrutura estatal.

Para se impor o governo fez dois movimentos historicamente eficazes em início de mandato: adiou as nomeações do segundo escalão para após a votação e avisou que o voto contra será considerado dissidente. É muito provável que funcione agora enquanto a moeda de troca é forte.

Fonte: O Estado de São Paulo

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