Quatro dias antes de pedir ressarcimento à Câmara por despesas em um motel, o agora ministro do Turismo, Pedro Novais, solicitou um passaporte diplomático e um visto para sua mulher ir a Miami, nos Estados Unidos. Segundo registros da Segunda Secretaria da Câmara, no dia 24 de junho de 2010, quando era deputado, Novais enviou o ofício 106/2010 requerendo a emissão do passaporte especial para sua "companheira", Maria Helena Pereira de Melo.
Uma semana depois, outro ofício, de número 110/2010, tratou da emissão de visto de "turismo" para Maria Helena ir a Miami (EUA) entre 30 de agosto e 30 de setembro do ano passado. Outro ofício, de número 109/2010, requereu passaporte e visto também para Pedro Novais. Os documentos estão registrados nos relatórios de "sistema de passaporte" da Segunda Secretaria, órgão da Câmara responsável por cuidar dos documentos dos parlamentares.
"Isso é uma vergonha. Esse documento deve ser usado para fins diplomáticos, para missão do Congresso Nacional", disse ontem o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti
Deputados e seus parentes aproveitam os passaportes diplomáticos para viajar a turismo. Quem tem esse documento recebe privilégios em aeroportos, como fila e atendimento especiais - inclusive em alfândegas, prioridade em bagagens e pode até ser dispensado da necessidade de visto. Pelo menos dois terços desses passaportes solicitados ao Itamaraty, nos últimos dois anos, foram para mulheres, maridos e filhos dos parlamentares.
Novais pede explicações sobre denúncia a secretário
O ministro do Turismo, Pedro Novais, reuniu-se no fim de semana com seu secretário-executivo, Frederico Silva da Costa, para receber ex plicações sobre as denúncias publicadas pela revista "Época" desta semana. De acordo com a reportagem, Costa está com os bens bloqueados desde fevereiro do ano passado, sob a acusação de desvio de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que patrocinou a indicação de Costa para o segundo cargo na hierarquia do Turismo, confirmou o encontro. Alves não deu outras informações sobre a reunião.
Segundo "Época", como coordenador do Programa de Desenvolvimento do Turismo, Costa teria autorizado a liberação de R$ 13 milhões para a construção de uma rodovia em Goiás, a GO-507, que beneficiou o Rio Quente Resorts, que pertence à sua família
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