quinta-feira, 28 de abril de 2011

PAI DA OVELHA DOLLY CRITICA OPNIÃO DE JUÍZ SOBRE CÉLULA-TRONCO



O pai da ovelha Dolly, Ian Wilmut, e outros cientistas britânicos reconhecidos criticaram a opinião do advogado-geral do Tribunal de Justiça Europeu, que é contra a autorização de patentes que envolvam invenções baseadas em células-tronco embrionárias humanas.
O homem que clonou a primeira ovelha e seus colegas afirmam que a opinião legal do juiz francês Yves Bot, advogado-geral do tribunal com sede em Luxemburgo, que ainda precisa ser aprovada pelos 14 juízes da Câmara, marcaria o fim das pesquisas europeias que poderiam servir para curar doenças degenerativas como o mal de Parkinson.
Em sua sentença, que respondia ao recurso apresentado pelo titular de um patente alemã, o advogado-geral assinalou que o processo de patentear "uma invenção que utilize células-tronco embrionárias" deveria ser proibido, pois sua "aplicação industrial" significaria utilizar embriões humanos "como banal matéria, o que vai contra a ética e a ordem pública".
"As pesquisas que se referem a células-tronco só podem ser patenteadas se não houver detrimento de um embrião, inclusive destruição ou alteração", assinalou o juiz Bot na sua opinião legal, que não tem, no entanto, caráter vinculativo para o tribunal.
De acordo com a publicação do jornal britânico "The Independent", Wilmut e outros 12 pesquisadores renomados no setor das células embrionárias assinalam que essa opinião legal, se for finalmente aceita, encerraria as pesquisas europeias sobre células embrionárias.
"A opinião do advogado-geral supõe uma ameaça para nossas pesquisas e para a ciência europeia em geral. As patentes são essenciais para proporcionar novos produtos com fins médicos", afirma o professor Austin Smith, presidente do centro de pesquisas de células embrionárias de Welcome Truste na Universidade de Cambridge.
O professor Peter Coffey, pesquisador de células-tronco na University College de Londres, que espera começar o teste clínico para tratar um tipo de cegueira conhecida como degeneração macular relacionada com a idade, disse que proibir esse tipo de patentes permitiria aos Estados Unidos e a outros países explorar as invenções europeias nesse setor.




fonte: Folha.com

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