quarta-feira, 27 de abril de 2011

REQUIÃO, O BRUCUTU.

O Sindicato dos Jornalistas de Brasília protocolou ontem no Senado uma representação solicitando advertência e censura ao senador Roberto Requião (PMDB-PR), por ele ter agredido um repórter. O caso ganhou ampla repercussão na imprensa. Requião tomou o gravador de um repórter e apagou uma entrevista na qual ele era questionado sobre a aposentadoria que recebe, como ex-governador do Paraná, de R$ 24 mil. O senador deve mesmo explicações. Em 2007, em ação relativa ao Mato Grosso do Sul, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o dispositivo que concedia a aposentadoria a ex-governadores. Tramitam hoje no Supremo ações contra esse tipo de benefício em oito Estados, entre eles, o Paraná. A sociedade tem o direito de questionar o benefício, num país em que a vasta maioria se aposenta pelo INSS. A agressão a um repórter, no exercício de sua função, é algo grave, não apenas pelo repórter em si, mas pelo que ele representa: ele é o profissional que leva a informação à sociedade. As perguntas do jornalista não foram ofensivas. Em determinado momento, ele questionou se o senador não seria capaz de abrir mão da aposentadoria. "Já pensou em apanhar, rapaz? Me dá isso aqui", disse Requião, ao tomar o gravador, num gesto inadmissível numa democracia. Os políticos devem, sim, satisfação à sociedade, que paga os seus salários. Por sua truculência, o senador merece a punição do Senado. E o repúdio da sociedade.

Fonte: A Gazeta




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