quinta-feira, 17 de junho de 2010

PMDB retoma intervenção em diretório de Santa Catarina.

O PMDB informou nesta quinta-feira que está retomando o processo de intervenção no diretório do partido em Santa Catarina. Segundo nota veiculada no site oficial do PMDB, "a Executiva Nacional se vê obrigada a assegurar que, no processo político, palavras e compromissos assumidos sejam cumpridos integralmente".


O compromisso citado se refere a declarações públicas do ex-candidato a governador do estado pelo partido, Eduardo Pinho Moreira, de que apoiaria a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef. Moreira desistiu recentemente de sua candidatura e declarou apoio ao candidato a governador do PSDB, Raimundo Colombo.

"O compromisso assumido pela Direção Nacional e pelo presidente do Diretório Estadual de Santa Catarina (Pinho Moreira) gerou atitudes do PT em estados onde havia empecilhos à coligação. Atitudes essas que criaram as condições para que a aliança nacional com o PMDB fosse realizada", diz a nota.

O PMDB diz ainda que a situação de Santa Catarina é diferente de outros diretórios regionais como São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, onde também há apoios a candidatos fora da coligação com o PT. Para um dos quadros mais antigos do partido, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a situação nesses estados é semelhante e o que está havendo é uma injustiça com Santa Catarina.

"É um absurdo. O PMDB vem numa repetição de absurdos. O PMDB está tendo uma solução para cada estado", criticou Simon. "O próprio presidente do partido, que é candidato a vice numa chapa com o PT, lá no seu estado fez um acordo com o Quércia, do diretório estadual. Quércia e o diretório estadual vão aprovar para o governo do estado o senhor Alckmin, do PSDB, para presidente da República o senhor Serra, do PSDB e para senador o Quércia, do PMDB."

De acordo com o senador, diretórios do PMDB de outros estados também apoiam candidatos do PSDB e do Democratas. Para ele, a aliança do PMDB com o PT está "anárquica".

Isso, acrescentou o parlamentar, tem motivado esse tipo de atitude, que ele considera antidemocrática. "Ela não tem um princípio uniforme. O PT lá no Rio Grande do Sul dizia que não ia ter candidato e tem e nada acontece. Lá no Maranhão [o PT] obriga a não ter candidato. O partido precisa ter uma linha, ''a nossa linha é essa''. Precisa ter coerência. Parece que eles estão marcando o PMDB de Santa Catarina."

O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) foi procurado pela Agência Brasil para falar sobre o assunto, mas já tinha retornado ao estado. Lá, ele deve participar de reuniões com o diretório do partido para definir a situação do estado. A expectativa é que um acordo seja firmado com a Executiva Nacional até a próxima semana.

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