sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ENTENDA A CRISE NOS TRANSPORTES.

02 de julho



A revista "Veja" denuncia um suposto esquema de superfaturamento em obras públicas e que a presidente Dilma Rousseff se reuniu dia 24 de junho com representantes do Ministério dos Transportes e reclamou dos sucessivos aumentos dos custos das obras em rodovias e ferrovias, além de suspender novos projetos. Acompanhada das ministras Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior, Dilma cobrou explicações de valores ligados a obras do PAC e disse que o ministério estava "sem controle". No mesmo dia o governo federal determinou o afastamento dos principais dirigentes do ministério.


05 de julho



Numa clara tentativa de estancar a crise instaurada no Ministério dos Transportes, o ministro Alfredo Nascimento determinou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e à Valec (estatal responsável pelas ferrovias) a suspensão por 30 dias de todos os procedimentos licitatórios em curso. Isso inclui projetos, obras e serviços de engenharia, além dos aditivos com impacto financeiro.

06 de julho



Reportagem do GLOBO revela uma investigação do Ministério Público Federal sobre suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, filho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Dois anos após ser criada com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%. A revelação tornou insustentável a permanência do ministro na pasta e, no mesmo dia, ele entregou sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff.

08 de julho


Alegando "conflitos de interesses e impedimentos", o senador Blairo Maggi (PR-MT) recusa o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério dos Transportes no lugar de Alfredo Nascimento, demitido um dia antes. O secretário-executivo Paulo Sérgio Passos assume a pasta interinamente.

11 de julho


A Presidência da República divulga nota oficial informando que o minstro interino do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, foi efetivado no cargo. De perfil técnico, o economista que ingressou no serviço público em 1973, por meio de concurso, ocupou postos de comando em vários governos. Ele mantém, desde o lançamento do PAC, em 2007, um canal direto com Dilma.

12 de julho


Em audiência pública no Senado, o  diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, nega esquema de corrupção no Ministério dos Transportes e garante que o ex-ministro do Planejamento e atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nunca fez pedidos ou exigências a ele no que se refere à condução das obras do órgão.

13 de julho


Em depoimento em audiência pública na Câmara dos Deputados, o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, voltou a negar as denúncias de corrupção no Dnit, a exemplo do que fez no Senado um dia antes. Pagot disse que a sua permanência no órgão depende da presidente Dilma Rousseff. Ele voltou a dizer que não está afastado do cargo - apesar de o governo ter divulgado o seu afastamento -, mas sim de férias.

15 de julho


Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" revela que a mulher de José Sadok de Sá, diretor-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, fechou contratos de R$ 18 milhões com o Dnit para executar obras em rodovias federais em Roraima entre 2006 e 2011.  Sadok, que ocupava interinamente o cargo de diretor-geral no lugar de Luiz Antonio Pagot, de férias e fora do posto por suspeita de corrupção, também foi afastado temporariamente pelo atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

19 de julho


O governo desarticula a rede de influência do Partido da República (PR) no Dnit com a exoneração de seis servidores, três deles em cargos-chaves do órgão. As exonerações fazem parte da limpeza no ministério, ordenada pela presidente Dilma. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, (foto) protocola, no Senado, requerimento para convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

22 de julho


O petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, pede demissão após denúncias de irregularidades em obras sob o seu comando.
Três dias após a exoneração de Caron e após tentativas frustradas para se manter à frente do Dnit, Luiz Antonio Pagot entrega sua carta de demissão ao ministro dos Transportes. No mesmo documento, houve o pedido de cancelamento de suas férias, que se estenderiam até 4 de agosto.

29 de julho


O coordenador de Operações Dnit, Marcelino Augusto Rosa, foi exonerado, após a revelação feita pelo GLOBO de que sua mulher é representante de oito empresas que têm contratos de sinalização rodoviária, área de atuação do servidor.
Já são 23 os afastados ou exonerados desde o início da Crise dos Transportes.



Fonte: O Globo, O Estadão, Isto é, Google



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