sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

TERCEIRIZAÇÃO: O QUE É RUIM PODE FICAR PIOR (By Marco Sobreira)

 
O Governo do Estado do Espírito Santo decidiu terceirizar a gestão dos hospitais públicos e isso é motivo de preocupação da classe médica e principalmente dos usuários do SUS já que é grave o risco para as regras determinadas pela Constituição deixando margens a ações dos mais variados fins.

Na verdade, quando o Estado transfere a responsabilidade que é sua para terceiros, assume a incompetência de gerenciar a saúde pública e ao misturar o público com o privado coloca em risco a saúde da população.

Se analisarmos o resultado da terceirização onde já foi implantada, veremos que estragos irreversíveis foram ocasionados com evidente prejuízo para médicos e pacientes, o que está gerando protestos de toda a classe médica e da sociedade. A gestão da saúde tem que obedecer a universalização do atendimento sem visar lucros, o que sabemos não ser o propósito dos que querem lucrar com o sofrimento do paciente.

O setor público tem que capacitar gestores, contratar profissionais competentes, rever regras, organizar padrões,  traçar metas e cobrar resultados  sem esquecer o preceito constitucional de que a saúde é um direito de todos e obrigação do Estado e para isso o bom atendimento tem que ter como base a satisfação dos usuários , termômetro que pode identificar um bom ou mau serviço prestado.

Me parece uma grande contradição que justamente o Governo do socialista Renato Casagrande encaminhe a saúde para este tortuosos caminho, onde os interesse do capital privado certamente visará lucros em detrimento de um bom e igualitário tratamento médico, isso mesmo, não basta ser bom, ter que ser igual para todos, o que não vemos por exemplo no parceiro tradicional que são as entidades filantrópicas, que apesar de bons serviços prestados, acabam priorizando planos de saúde e particulares, discriminando os usuários do sistema público de saúde.

Infelizmente a terceirização parecer ser fato consumado para a administração estadual que sequer admite discutir o assunto, só nos resta mobilizar as entidades de classe e a sociedade civil para a luta contra essa agressão ao que determina a Constituição Federal, não temos tempo a perder, se quisermos evitar esta catástrofe é preciso agir e já. O que  é ruim pode ficar pior.

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