domingo, 4 de setembro de 2011

BALCÃO DE NEGÓCIOS

Com o racha nos partidos da base aliada e ameaças diárias de assinatura de CPIs e dificuldades nas votações no Congresso, como a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), o Palácio do Planalto decidiu mudar de estratégia no seu relacionamento com os parlamentares governistas: a ordem é intensificar o contato individual.

Na semana passada, articuladores políticos do governo fizeram um diagnóstico que preocupou o Planalto: praticamente todos os líderes da base aliada estão esvaziados e enfraquecidos. Resultado: as bancadas dos partidos aliados estão sem comando.

E até os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), perderam a influência no Congresso.

Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff recebeu recados de que os aliados continuam insatisfeitos. Por isso, a ordem é abrir um canal direto de negociação entre os parlamentares e o Planalto.

Diante desse quadro, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, recebeu a missão de atuar para amenizar as queixas. Nas palavras de um auxiliar da presidente, a ordem é conversar não só com os líderes, mas com todas as lideranças partidárias.

Nesse quadro de rebelião permanente, o PMDB passou a ser um foco de preocupações para o Planalto. Dilma decidiu usar mais o vice-presidente Michel Temer e sua influência no partido para conversar com todas as facções. O Planalto quer que Temer enquadre o partido e chame o PMDB à responsabilidade.

"O PMDB também é governo. Por isso, precisa ter responsabilidade de garantir a governabilidade no Congresso Nacional", ressaltou um ministro.

Os líderes temem que essa nova estratégia palaciana enfraqueça ainda mais a influência deles nas bancadas. Mas, num momento em que o Planalto vai precisar muito do Congresso, a ordem é diminuir os riscos. (AG)

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