quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ESQUIZOFRENIA DOMINANTE


 
Ao retornar de férias, voltamos a presenciar a predominância na sociedade mundial de comportamentos, ações e atitudes esquizofrênicas. A esquizofrenia caracteriza-se quando comportamentos abertamente desviantes se manifestam em um sistema. O que é válido para qualquer conjunto, seja ele um indivíduo, um país ou o mundo.

Na área internacional, persistem episódios dantescos, abrindo sérios precedentes, capazes de ameaçar todos os países. Virou moda o ataque dos modernos corsários a países detentores de matérias primas, em especial petróleo ou outros recursos naturais escassos nas nações agressoras e até mesmo daqueles passíveis de abrigar portos ou dutos de interesse estratégico. Primeiro o Iraque, sob o pretexto de possuir armas de destruição em massa, até agora não encontrados. Depois, a Líbia. Simultaneamente, Afeganistão e Paquistão.

Continua a agressão à Siria, realizada por hordas de mercenários estrangeiros, a soldo dos interesses de diferentes países, sob o pretexto de derrubada de um feroz ditador, Bashar Al-Assad, com o apoio de grupos locais de etnias diferentes daquelas que estão no poder. Ora, todos sabem que ele de fato não é o único ditador da região. De onde surgiram as “forças rebeldes”, com armamento e munição farta, em um regime dito tirânico? Recursos da Líbia, então país soberano, aplicados nas nações mais ricas, foram confiscados e sua utilização transferida para os “rebeldes”. E as graves consequências da queda do ditador Kadhafi estão provocando calafrios na comunidade internacional, com o fortalecimento da Al-Qaeda. Amanhã poderá ser qualquer outro país, inclusive o Brasil.

No campo econômico persiste o impensável. Os resultados das eleições na Itália levam ao caos o país, bem como afetam toda a União Européia. Um candidato de protesto obtém a terceira maior votação. É a previsível reação irada da massa da população atingida por duras medidas de contenção, as quais afetam diretamente o Estado de bem-estar Social tão duramente alcançado ao longo do tempo.

A indignação se alastra por toda a Europa, pois direitos adquiridos estão sendo atingidos. Até aposentadorias e pensões, além, é óbvio, da eliminação de oportunidades de trabalho. As taxas de desemprego atingem valores absurdos principalmente nos mais jovens. Enquanto isto os “donos do mundo” e seus agentes permanecem acumulando riquezas imorais. Bilhões de euros e dólares são “doados” aos grandes e verdadeiros responsáveis pela crise mundial. Será que os detentores do poder político ainda não tiveram a sensibilidade de perceber que estão criando as condições para uma revolta sem precedentes em seus respectivos países? Até quando o combalido dólar persistirá como moeda-padrão no mundo? Que venha o bancor de Keynes!

Uma contundente denúncia sobre o insidioso papel desestabilizador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), cujos recursos para fundação da entidade, em 1948, provieram da Fundação John D. Rockefeller, partiu do cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano (hoje papa Bento XVI). Em uma entrevista à Folha de S. Paulo de 10 de junho de 1997, ele afirmou: "Grande parte dos bispos católicos da América Latina se lamentam comigo do fato de que o Conselho Ecumênico de Igrejas [como o CMI também é conhecido] tem dado grande ajuda a movimentos de subversão, ajuda que talvez tivesse boas intenções, mas que acabou sendo bastante danosa para o Evangelho."

No Brasil, essa campanha de subversão permanente transcende a frente dos direitos humanos. De fato, o CMI tem financiado e promovido diversas iniciativas contra o desenvolvimento e a soberania do País, com ênfase nas questões agrárias, ambientais e indigenistas, além de ser um dos principais promotores das campanhas de desarmamento civil. Entre as organizações não-governamentais (ONGs) que recebem o seu apoio direto, destacam-se o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Via Campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Instituto Socioambiental (ISA). Praticamente cada grande projeto de infraestrutura e logística implementado no País, nas últimas décadas, tem se defrontado direta ou indiretamente com uma ação do CMI.

Em nosso país, não existem recursos para aplicação na infra-estrutura econômico-social (saúde, educação, segurança, energia, transportes, comunicações, ciência e tecnologia), mas eles aparecem milagrosamente para obras ou empreendimentos faraônicos como Olimpíadas, Copa do Mundo, “trem-bala” (no mínimo, 60 bilhões de reais) etc. Parece que as necessidades coletivas e básicas do povo brasileiro já foram atendidas e agora é hora do circo. A corrupção alcança patamares de pandemia. É difícil achar um órgão, nas três esferas de administração, capaz de passar incólume por uma devassa.

A União possui mais de 20.000 cargos de nomeação política para manter a “coalizão presidencialista”, fora os demais atrativos, como os 38 ministérios. Imaginem o número adicional de cargos de governadores, congressistas, prefeitos e suas respectivas e inúmeras assessorias. Enquanto isto a presidente Dilma tem a coragem de vetar o aumento real já acertado para os aposentados com valores acima de um salário mínimo. É o paroxismo da crueldade e da prepotência. Até quando?

Um artigo do Prof. Marcos Coimbra

RASGANDO A LEI



Contrariando o entendimento do ministro Luiz Fux, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu revogar a liminar, concedida no final de 2012, que determinava a votação em ordem cronológica os mais de três mil vetos presidenciais que se arrastam no Congresso Nacional há mais de uma década. Com a decisão da maioria dos ministros, que contraria o que determina a Constituição Federal, os parlamentares poderão analisar e votar os vetos como bem entenderem.

Entre os vetos presidenciais está o dos royalties do petróleo, que tem a rubrica da presidente Dilma Rousseff e continua provocando enorme polêmica no parlamento. Votaram contra a liminar concedida por Fux os ministros Teori Zavascki, Rosa Maria Weber, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Acompanharam o voto do relator os ministros Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa, presidente da Corte.
Na dependência da decisão tomada pelo Supremo nesta quarta-feira está a votação do orçamento da União de 2013, adiado pelo Palácio do Planalto depois que o Congresso, ao analisar a matéria, acabou rachado.

Desrespeitar a Constituição Federal está se transformando em hábito por parte do Executivo e do Legislativo. Quando a Carta Magna é vilipendiada na essência do seu texto e do que estabelece como sendo norte legal de uma nação, é impossível imaginar que o País seguirá rumo ao desenvolvimento e à mudança. Não há sociedade organizada sem o estrito respeito ao conjunto legal de uma nação.

Fonte: Ucho.Info
 

SUFOCO NAS PREFEITURAS

Radanezi Amorim
Já deve ter prefeito achando que foi mau negócio ter vencido as eleições do ano passado. Além das “armadilhas” deixadas pelos antecessores, praticamente todos estão às voltas com a queda repentina na receita do Fundap. Até bem pouco tempo esse dinheiro representava uma ajuda e tanto para pagar despesas e investimentos. Agora, sem ele, a solução é cortar, cortar e cortar gastos e investimentos.

Essa, pelo menos, é a receita que a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) dá para prefeitada enfrentar o ano difícil, segundo seu presidente , Elieser Rabelo. Não há muito o que fazer, ele admite.

“Nos últimos oito, dez anos, as prefeituras investiram muito. Fizeram quadras, escolas, postos de saúde, compraram ônibus e maquinário. Agora não tem como recuperar esse recurso do Fundap”, diz Elieser.

Ou seja: agora as prefeituras estão tendo de reduzir todo o tipo de despesa possível com servidores comissionados, horas extras e novas obras. A prestação de serviços está sendo afetada, mas não parece haver solução a curto prazo.

De fato, como A GAZETA mostrou esta semana, os repasses do Fundap despencaram em mais de 60% em janeiro. O total arrecadado pelo sistema no mês passado foi de R$ 175 milhões, ante R$ 258 milhões em janeiro de 2012.

Neste mês , o repasse para as prefeituras caiu de R$ 64 milhões para quase R$ 44 milhões. Em fevereiro foi pior: foram repassados às prefeituras R$ 15 milhões.

Já se sabia que essa bomba explodiria na mão dos novos prefeitos. Desde meados de 2012, após a redução da alíquota ser aprovada no Senado, já havia sinais de diminuição das receita do ICMS/ Fundap.

Isso ajuda a explicar por que cerca de 30 das 78 prefeituras não fecharam as contas no azul. Além do Fundap, também houve queda de repasses federais. “Não tem de onde tirar. As prefeituras precisam se adaptar à nova realidade”, sentencia Elieser.

Com certo tom de reclamação, ele lembra: o Estado recebeu um financiamento do BNDES a título de compensação para a redução da alíquota do Fundap. O problema é que o dinheiro veio para o governo, e não para os municípios, os mais atingidos.

Elieser pondera que o governo está ajudando as prefeituras no custeio da Saúde, enviando dinheiro para pagar médicos, transporte e medicamentos.


Também foi criada uma linha de crédito para os municípios. Porém, com o custeio em alta, as cidades não têm condições de contrair empréstimos, afirma Elieser. Assim, o que vemos na prática é a dura transição de um sistema que vigorou por cerca de 40 anos. Pelo menos este ano, os prefeitos terão uma realidade dura – bem diferente do clima alegre mostrando nas campanhas.

Fonte: Coluna Praça oito - A Gazeta

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O DECÊNIO QUE MUDOU O BRASIL


GRANDES INVESTIMENTO NO LITORAL SUL, O FUTURO É AQUI


Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul
Reprodução/TV Gazeta Sul
A economia No Litoral Sul do Estado cresce a todo vapor. O fato de os portos de Vitória não conseguirem mais receber os navios, devido à pouca profundidade do canal, fez com que as grandes
empresas investissem no balneário sul capixaba.
"Todo o litoral vai receber uma proporção de aproximadamente 45% dos investimentos anunciados no território capixaba", disse José Edil Benedito, presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Em Anchieta, a indústria de beneficiamento de minério de ferro atraiu várias pessoas para a qualificação profissional. Desde 2005, o Senai emitiu cerca de 14 mil certificados.

"O mercado e as indústrias necessitam dessa mão de obra específica. A gente acaba devolvendo o aluno para o mercado de trabalho", contou o gerente do Senai de Anchieta, Rodrigo Zorzal.

Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul
Reprodução/TV Gazeta Sul
Um dos maiores investimentos será na Praia dos Neves, em Presidente Kennedy. Até julho de 2015, a cidade deve colocar em funcionamento um grande porto para importação e exportação. Quase R$ 5 bilhões de reais serão investidos nos próximos sete anos. Isso, porque várias características contribuíram para o empreendimento.

"Os aspectos construtivos, ambientais e a localização dentro do contexto do novo pólo de produção de petróleo e gás, identificaram essa área como a melhor para empreender", contou José Maria Vieira, diretor de implantação do Porto Central.

A obra será feita em quatro etapas e deve gerar até 4.500 empregos. Mas, o Litoral Sul precisa estar preparado para que a oportunidade não se transforme em problema.

Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul
Reprodução/TV Gazeta Sul
"Uma das externalidades econômicas de regiões que têm um crescimento acelerado e, por vez, desorganizado, é a favelização, além do índice de criminalidade alto", afirmou o presidente do IJSN.

Já Itapemirim, vai receber dois portos para atender embarcações e plataformas de petróleo. E a primeira demanda será de profissionais que atuem na área da construção civil, como soldador, carpinteiro e mecânico.

O resultado de todos os investimentos pode beneficiar toda a região Sul. "Se trabalharmos em conjunto, esse crescimento não ficará só no litoral, mas no Caparaó e em todo Sul do Estado", disse Ricardo Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro.:

Fonte: Gazetaonline



 

DISPUTA MUITO ANTECIPADA

A tendência agora é que essa largada tão antecipada na sucessão presidencial contamine a política do país, deflagrando o jogo também nos Estados

O ex-presidente Lula pode ter suas razões para acelerar a campanha de 2014, mas para Dilma não pareceu bom negócio. Agora ela ficará a reboque dessa agenda, quando tem desafios em conta pela frente, como os sinais alarmantes na economia, o Congresso controlado pelo PMDB fisiológico, as obras empacadas de infraestrutura e da Copa de 2014, entre outros tantos.

A tendência agora é que essa largada tão antecipada na sucessão presidencial contamine a política do país, deflagrando o jogo também nos Estados, inclusive por aqui. A própria relação da presidente com o parlamento, que já não prometia ser das mas fáceis, com Renan, Henrique Alves e companhia por lá, pode ficar desfocada por essa ótica eleitoral.

O governo começa o ano sem ter o Orçamento aprovado no Congresso, e com questões espinhosas para negociar com deputados e senadores. Temas do calibre dos royalties do petróleo e as mudanças na alíquota do ICMS, só para citar dois pontos caros ao Estado.

Ao se colocar como candidata, a presidente tira da pauta a imagem gerencial e de austeridade que marcou o início do seu mandato, e passa a privilegiar a política, área em que, a bem da verdade, nunca teve traquejo.

Com Lula orientando à distância (mas não tanto), ela provavelmente vai lotear o ministério para realocar os partidos de olho na eleição. E não é à toa que o PSD já tem garantida uma pasta, enquanto PR e PDT, afastados na pretensa “faxina”, deverão galgar mais espaços na gestão.

O curioso é que, a rigor, não parecia haver motivos para deflagrar com tanta urgência a sucessão de 2014. A oposição andava “mergulhada”, desunida, sem um líder maior, sem um candidato com brilho e sem propostas consistentes para se contrapor ao projeto petista.

Alguns especialistas cogitam que o movimento foi sobretudo para evitar a divisão do próprio PT quanto à candidatura de Dilma. Avaliam que, se os resultados negativos na economia persistirem ou se agravarem, muitos órfãos de Lula defenderiam como solução o retorno dele, por ser um candidato mais competitivo.

Pode ser. Mas o fato é que ao trocar a agenda administrativa pela eleitoral, Dilma fez uma aposta de risco. Mas também não foi uma boa notícia para o país, que precisa com urgência de uma gestão consistente, embora esse sempre seja um ponto fraco do governo Dilma. Agora, com a pauta eleitoral dominando as atenções do governo, alguém ainda vai lembrar que há um país para governar até a próxima eleição.

Fonte: A Gazeta

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

NA CONTRAMÃO



Na festa de comemoração dos 33 anos do PT e de dez anos do partido no poder central, Luiz Inácio da Silva, que se comportou como uma versão mambembe de Odorico Paraguaçu, cometeu a insensatez (para ser minimalista) de afirmar que foi sob o comando da legenda que o Brasil ressurgiu em termos sociais e a economia avançou. E Lula, como sempre, não perdeu a oportunidade para atacar os adversários, até porque reeleger Dilma Rousseff, que já é conhecida dos brasileiros por sua inoperância, será uma tarefa mais difícil do que quando a companheira era uma estreante nesse tipo de disputa.

“Eles estão inquietos, porque percebem que estão sem valores, sem discurso e sem propostas. Porque toda e qualquer coisa que eles pensaram em fazer, nós fizemos mais e melhor”, disse Lula com a desfaçatez que lhe é peculiar.
Qualquer cidadão minimamente esclarecido sabe que na última década o Brasil caminhou para trás. Foram dez anos de muita pirotecnia oficial, que serviu como cortina de fumaça para os seguidos escândalos de corrupção. Lula, que é um animal político, sabe que a situação do partido não é das melhores. O que o ex-presidente tenta fazer com a ajuda de alguns aliados de primeira hora é erguer um murro de arrimo para conter a avalanche que pode soterrar o partido.

Por certo os ufanistas que idolatram Lula contestarão essa tese, mas é preciso analisar a economia como um todo e acompanhar o que pensam os integrantes dos partidos aliados no palco e principalmente nos bastidores. Todos sabem que a memória do brasileiro é curta e as reticências de escândalos tendem a se diluir com o tempo, mas o caso do Mensalão servirá de moldura para um assunto que cada vez mais tira o sono dos brasileiros e até mesmo de políticos da base. A crise econômica que os palacianos insistem em fingir que não existe.

Quando políticos que sempre defenderam o governo, algumas vezes de forma até irracional, começam a assumir publicamente que a crise econômica é grave e preocupante, é porque a situação é muito pior do que imagina a extensa maioria da sociedade, que por questões culturais e de comodismo prefere manter-se à distância do cotidiano da política nacional. Eis o grande erro de uma nação, que deixa os governantes agirem livre e impunemente.

Nos bastidores da base aliada a situação é ainda pior. Políticos não apenas reconhecem a existência e a virulência da crise, mas admitem que, por razões eleitorais, podem mudar o discurso ou trocar de partido. E as eventuais mudanças de legenda devem acontecer nos próximos meses de acordo com o que determina a legislação eleitoral. Um dos partidos da base que ensaia carreira solo e fala abertamente sobre a crise é o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que continua de olho na cadeira de Dilma.

Se isolados os números da economia não mentem, quando colocados simultaneamente sobre a mesa nenhuma desculpa, por mais elaborada que seja, é capaz de explicar o inexplicável. Como tem noticiado o ucho.info há alguns meses, o governo de Dilma Rousseff está em uma encruzilhada e nos próximos dias terá de escolher o caminho a ser seguido. Os discursos sobre a inflação, desconexos no primeiro escalão do governo, mostram que os palacianos estão perdidos em relação ao tema.
Enquanto o ministro Guido Mantega, da Fazenda, discursa em determinada direção, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, direciona sua fala na direção oposta.

A grande questão que ficou explicita durante os últimos dois anos é que o centro da meta de inflação nunca foi levado a sério pelas autoridades econômicas do governo, que se acostumaram a conviver com o teto da meta, que é de 6,5%. Atualmente, a inflação está em 6,15%, o que confirma que o governo do PT tem uma política econômica muito semelhante ao cidadão que incorpora o limite do cheque especial aos seus ganhos mensais. E a partir do segundo mês a conta começa a não fechar. É o que tem acontecido com a inflação, que foi combatida pelos petistas de forma desordenada e pontual, sempre ancorada na falsa sensação de que o teto era a bóia de salvação.

Entre a realidade dos fatos e o discurso que escapa do Palácio do Planalto, o núcleo do governo e a cúpula petista terão de abrir mão da mentira e deixar a reeleição de Dilma Rousseff à beira do caminho pelo menos por enquanto. Defendida pelo presidente do BC, a alta das taxas de juro já é admitida por boa parte do governo, que no momento não tem outra ferramenta de combate à inflação.
Com essa medida, o problema migra para outro vértice da crise. O crescimento econômico, que preocupa o governo, deve continuar patinando com tal decisão. Com taxas de juro mais altas, o consumo diminui e a já castigada indústria nacional reduzirá a produção. Com isso, irá pelo ralo a aposta do Palácio do Planalto de reverter a crise com o consumo interno. Eis o enigma que mereceu destaque em inúmeras e seguidas reportagens anteriores deste site. Não há como agradar os dois lados da crise e o governo terá de decidir com celeridade, apostando no escuro

Fonte: Ucho.Info

O PAÍS DOS ESPECIALISTAS


Ainda contabilizamos 13 milhões de analfabetos e temos Estados como Paraíba, Piauí e Alagoas que superam os 20% - não listarei os analfabetos funcionais para não perdermos a esperança de futuro

Escreveu o Marquês de Maricá em 1837: “A opinião pública é sujeita à moda e tem ordinariamente a mesma consistência e duração que as modas”. Doutor em Filosofia em Coimbra, o marquês – ou Mariano José da Fonseca – traçou a essência do pensamento que se eterniza em nossas terras. Passados mais de 170 anos, o brasileiro mostra a cada dia ser mestre na arte de dizer muito sobre o que nada se sabe.

Ainda contabilizamos 13 milhões de analfabetos e temos Estados como Paraíba, Piauí e Alagoas que superam os 20% (não listarei os analfabetos funcionais para não perdermos a esperança de futuro). Mas quem se importa? Como disse o doutor honoris causa Lula da Silva: “Escola mesmo é a da vida”. E como há quem acredite nisso, não há restrições: de analfabetos a estudiosos, por aqui todos são especialistas em tudo!

Basta uma vinheta de plantão e pronto: o país para e assiste ao assunto dos próximos dias. Entre um feriado e outro, o povo alimenta-se de escândalos, vive à base de repercussão e protagoniza surtos de (des)conhecimento.

Exemplo claro são os períodos de eleição. No país dos especialistas, esse é o momento do surto de militantes e cidadãos politizados. Amparados pelos sólidos argumentos da propaganda gratuita, eleitores colam adesivos, levantam bandeiras e defendem candidatos como se fossem da família. Enchem as redes sociais de lixo e debatem com um ânimo que deixa qualquer sindicalista com inveja.

Esquecem, porém, que a política não dura 3 meses, mas pelo menos 4 anos. O conhecimento é tamanho que alguns não veem problema em coligações de 16 partidos e ainda discutem ideologia. Mas, terminada a eleição, chega a hora de mostrar sabedoria em novos assuntos!

Na falta de um grande evento, recorre-se aos amparos tradicionais, como futebol, música ruim, fim do mundo ou “a novela que parou o país”. Se a novidade demora a surgir, os clássicos servem de balão de oxigênio para quem se sente sufocado pela falta de algo para cheirar. Em 2013, porém, o povo anda alimentado.
Quem sentia fome de tragédia, lamentavelmente, saciou-se com o ocorrido em Santa Maria. No país dos especialistas, deu-se o surto dos peritos e analistas de segurança. Amparados pelas enriquecedoras entrevistas que tomaram as tardes na TV, o grupo especulou, condenou e levantou alardes como se estivesse na boate.

Após terem sido exploradas e saturadas todas as facetas da tragédia, a moda passou. O assunto agora é a renúncia do papa!

No país dos especialistas, aconteceu um incrível surto de doutores em catolicismo e conhecedores dos bastidores do Vaticano. Amparados pelo “Fulano, que disse para Beltrano, que contou para Ciclano”, os teólogos do faz-de-conta apontam conspirações, intrigas e golpes. E alguns, em jornais e revistas, comentam o pontificado de Ratzinger dando claras demonstrações de que nunca leram seus livros ou suas encíclicas, e que acreditam que seis décadas como intelectual valem menos que um diploma de Jornalismo.

A renúncia de Bento XVI é, sobretudo, um ato de lucidez e humildade. Somente com tais virtudes se é capaz de reconhecer que as forças já faltam e que não se tem mais capacidade para exercer o que lhe foi confiado. A lucidez lhe permitiu analisar a si mesmo. A humildade lhe permitiu conceber-se humano e já frágil diante do que dele se espera.

Então alguns questionam: “Mas logo Ratzinger?”. A simples análise da biografia do pontífice torna tal pergunta vã. A vida dos religiosos (de diversas denominações) é marcada por renúncias. Desde a renúncia à família até os desfrutes de uma vida leve. Em seu caso, Bento renunciou até a defender-se contra os que o atacaram. Sua fala sempre foi “Peço perdão pelos meus defeitos”.

Mas no país dos especialistas, cuspir ideias é mais importante que digeri-las, e as reflexões têm a profundidade de um pires de moda. E, como escreveu o romancista francês Honoré de Balzac, “A moda é um ridículo que não teme objeções”. Pensando bem, no país dos especialistas, ser ridículo sempre esteve na moda.

Gabriel Tebaldi,

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DE BLOGUEIRO PARA BLOGUEIRA

Excelentíssima senhora Yoani Sánchez, mui digna representante do sofrido povo cubano! Não pense que a senhora será recebida com as devidas honras no palácio encantado da dona Dilma, indigna presidente do Brasil, e tudo que a senhora merece receber. Não espere que isso aconteça! A senhora conhece muito bem a “ficha suja” que ela é! -- Não fosse a pronta intervenção de uns poucos generais, ela estaria hoje comandando pelotões de fuzilamentos, à semelhança do que acontece em Cuba! -- Nem pense que os generais de hoje terão peito, coragem, culhões roxos (desculpe a expressão) de convidá-la para fazer palestras aos nossos jovens cadetes, contando os horrores sofridos pelos cubanos nas sanguinárias mãos do Fidel Castro.

Nem pense também que no Brasil há democracia; não! O que há por aqui é uma falsa democracia comprada com milhões de bolsas-esmolas, a maior compra de votos existente no mundo dito civilizado. Com certeza a senhora já ouviu falar também num tal “mensalão”, outra espúria forma de fazer democracia no Brasil. Pois bem: antes do STF, o nosso Supremo Tribunal Federal entrar em recesso, o Brasil estava prestes a ver os maiores bandidos comandados à distância pelo Lula e dona Dilma serem devidamente enquadrados, algemados e recolhidos em prisões de máxima segurança! Mas aconteceu o inevitável: terminado o recesso, férias muito bem remuneradas, não se ouviu mais falar em mensalão! Cessaram também as tímidas ameaças de enjaular o maior cretino do Brasil, o Lula, pai de todos eles.

Mas também, pudera, dona Yoani: -- Não sei se a senhora sabe o que está acontecendo em Santa Catarina: a maior esculhambação do mundo! Mas não é nada, nada, nada, se comparado com o que pode acontecer no Brasil, quando o Lula estiver para ser preso! A senhora não pode imaginar, dona Yoani, o que esse “hijo de una puta” (não sei se é assim que se escreve em espanhol) é capaz! -- Basta um leve toque nos dedos para que seja acionada uma poderosa bomba-relógio pronta para incendiar o Brasil inteiro! -- Aí sim é que a senhora vai ver o que é bom para resolver a tosse dos nossos brasileirinhos! – Vai ver o MST, ONG’s, todos os gays do Brasil; todos os “Bolsas-famílias”; todos os defensores dos “direitos humanos” (os falsos, tão diferentes da senhora!) Todos esses movimentos loucos liderados pelo Partido dos Trabalhadores, o partido que mais traiu os trabalhadores do Brasil! A senhora verá então esses “hijos todos” se apressarem para defender o eterno presidente Lula e seu chefe da casa civil, o corrupto Zé Dirceu.

Verá também “padrecos de passeatas”; os bispos vermelhos da Santa e Amada Igreja Católica; esses mesmos que apressaram a queda do Papa Benedito; verá os pastores dessas Igrejas Pentecostais com seus passaportes diplomáticos; verá os embaixadores de países alinhados, enfim, verá “Tutti Quanti” correrem para ajudar a atiçar o fogo com o suor vertido nos patíbulos; vertido nos presídios, nas ruas e até nas Forças Armadas, liderados pelos graduados, praças e soldados, já morrendo de fome com suas famílias tão desamparadas.

Mas é melhor eu ir ficando por aqui, sem esquecer lhe desejar dias felizes no Brasil (mas todo cuidado é pouco, dona Yoani! -- muito cuidado com os cães do PT soltos pelas ruas; iguais àqueles que receberam a senhora na sua chegada em Recife.).

Receba um forte abraço desse seu que é um velho piloto “hangarado” da nossa querida Força Aérea Brasileira!

Coronel Maciel

domingo, 17 de fevereiro de 2013

YOANI SÁNCHEZ E O DOSSIÊ DA VERGONHA


A embaixada de Cuba no Brasil montou uma operação para espionar a blogueira Yoani Sánchez em sua viagem ao Brasil. Pior: montou um dossiê para desqualifica-la e fez uma reunião com petistas, cutistas e pecedobistas para definir como distribuí-lo na rede, mas de forma apócrifa. Ainda era pouco: um assessor direto do ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência), Augusto Poppi Martins, participou do encontro. Mais detalhes desta história sórdida aqui. Os partidos de oposição exigem que o governo dê explicações. A pasta comandada por Carvalho emitiu ontem uma nota oficial sobre o caso. Afirma que “não tratou, nem autorizou nenhum servidor a tratar, da visita da cubana Yoani Sánchez ao Brasil”. Diz ainda que “a suposta participação do servidor Ricardo Augusto Poppi Martins será devidamente apurada quando de seu retorno ao Brasil”. Carvalho está tentando tergiversar. É ouro diversionismo. A coisa é bem mais grave do que parece. E vou dizer por quê. Antes, leiam a íntegra da nota:
 
Em relação à reportagem “O Dossiê da Vergonha”, da revista Veja desta semana, a Secretaria-Geral da Presidência da República esclarece que recebeu convite da Embaixada de Cuba para participar do II Taller Internacional “las redes sociales y los medios alternativos, nuevos escenarios de la comunicación política en el ámbito digital”, em Havana, de 11 a 13/02/2013, e que designou para participar do evento o servidor Ricardo Augusto Poppi Martins, coordenador de Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação. No dia 6 de fevereiro, o servidor esteve na Embaixada de Cuba no Brasil para obter seu visto de entrada no país.
A Secretaria-Geral ressalta que não tratou, nem autorizou nenhum servidor a tratar, da visita da cubana Yoani Sánches ao Brasil. A Secretaria-Geral não foi informada de reunião na embaixada cubana nos termos relatados pela revista. A suposta participação do servidor Ricardo Augusto Poppi Martins será devidamente apurada quando de seu retorno ao Brasil.
Assessoria de Comunicação
Secretaria-Geral da Presidência da República
Brasília, 16/02/2013
 
Retomo
Em primeiro lugar, “suposta participação” uma ova! Foi uma efetiva participação. Poppi estava lá. O objetivo da conspirata era divulgar o dossiê anti-Yoani na Internet, e o rapaz é justamente o coordenador de “Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação”. Aliás, leitor, se você quiser “participar” e dizer ao próprio Poppi o que pensa do assunto, o telefone dele no ministério é (61) 3411 5897, e seu e-mail, ricardo.martins@presidencia.gov.br. Só publico aqui porque os dados estão na página oficial da secretaria-geral, e o negócio de Carvalho é ouvir a sociedade… Adiante! A sujeira planejada pelo embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, é grave. E, obviamente, é ilegal.
 
Na conversa com os bate-paus convocados para desqualificar Yoani, Rodríguez informou que agentes cubanos acompanharão cada passo da blogueira no Brasil, 24 horas por dia. Assim, caros leitores, ficamos sabendo que agentes do castrismo circulam livremente em nosso país, espionando quem lhes der na telha. Perguntas óbvias:
a) entraram no Brasil como;
b) vieram especialmente para essa missão?;
c) a espionagem será feita por pessoas que já estão na embaixada de Cuba, o que significa que não existe ali um corpo diplomático, mas uma seção da polícia política?;
d) o governo brasileiro tem conhecimento desse fato?
 
É claro que planejar a divulgação de um dossiê apócrifo é prática asquerosa, além de ilegal. Mas é coisa ainda menos séria do que a confissão de que agentes da polícia política cubana praticam espionagem em solo brasileiro. A nota de Carvalho, como vocês puderam verificar, é omissa a respeito. Poppi, o tal que participou daquela sujeira, foi a Cuba para um seminário destinado a debater justamente a “ciberguerra”…
 
Mais um homem do Carvalho

Os assessores do ministro Gilberto Carvalho não são mesmo homens convencionais. Lembram-se do Pinheirinho? É aquela área que teve de ser desocupada por ordem da Justiça. O governo petista poderia, se quisesse, ter desapropriado o terreno. Não o fez. Deixou que a questão caminhasse para a impasse. A Polícia Militar de São Paulo teve de cumprir a ordem judicial, enfrentando as críticas de… Carvalho. Ao contrário do que propagandearam os petistas, a determinação da Justiça foi cumprida sem violência.
 
“Por que isso agora, Reinaldo?” Já explico. O mesmo governo federal que não moveu uma palha para evitar o conflito despachou para o Pinheirinho, na véspera da desocupação, um tal Paulo Maldos, que é chefe de gabinete de… Carvalho!!! Encerrada a operação, ele saiu por aí afirmando ter sido alvo de uma bala de borracha. Por alguma estranha razão, o diligente servidor federal decidiu não se submeter a um exame de corpo de delito. Para lembrar detalhes da história, clique aqui.
 
O que fazia Maldos no Pinheirinho? “Ah, estava lá para proteger a população”, poderiam responder o militante e o ingênuo. Mas proteger do quê? “Ora, da reintegração de posse!” Havia, pois, a decisão da reintegração, de cumprimento obrigatório. Carvalho e Maldos sabiam, então, que ela iria acontecer, como sabiam os tais “líderes” do Pinheirinho. Mas todos eles decidiram engabelar os moradores, mantendo-os na ignorância. Parece que o objetivo era mesmo usar o lombo dos pobres em benefício de uma causa política. Pergunto: o que distingue, nesse caso, o trabalho de Maldos do de um agitador qualquer? Em que ele se diferencia de um agente infiltrado, disposto a investir no quanto pior, melhor? Carvalho, naqueles dias, faltou com a verdade de modo absoluto ao afirmar que estavam em curso “negociações”. Não estavam, como deixou claro a Justiça. Os moradores do Pinheirinho, em suma, estavam à mercê de oportunistas, que se prepararam para o banho de sangue que não houve. E a operação “de resistência”, àquela altura, estava sendo coordenada, como se viu, pelo gabinete de Carvalho.

Duas fotos ilustram o modo como trabalham os homens de Carvalho. Vejam.
Quem é? Maldus, que exibe uma bala de borracha — não é a que supostamente o atingiu. Trata-se de um artefato qualquer, só para servir de exemplo. Pois bem: digamos que a coisa tivesse mesmo acontecido, como ele tentou fazer crer. O razoável seria que estivesse bravo, afetando, ainda que fingisse, indignação. Mas quê… Na primeira, foto, ele olha para a estrovenga de modo quase concupiscente; na segunda, gargalha. Estava, em suma, fazendo política, cumprindo uma missão.
Poppi só foi àquela reunião da vergonha porque existe um método de trabalho na Secretaria-Geral da Presidência. E quem responde por ele é Gilberto Carvalho. Deveria deixar a pasta pela porta dos fundos, junto com o seu subordinado.

Por Reinaldo Azevedo

O SHOW NÃO DEVE CONTINUAR

Artigos - Governo do PT

Foi muito fácil aos governos petistas colher aplausos enquanto gastavam o patrimônio acumulado.

O show a que me refiro é esse, diariamente apresentado ao público pela trupe política que, há mais de uma década, atua no grande palco, coxias e camarins de Brasília. A estas alturas o povo já descobriu que o PT oposicionista, vestido de lírios, com cheiro de madressilvas, era encenação. Apresentava-se como um partido formado por almas imaculadas, concebidas sem pecado, incapazes da mais tênue má intenção. Fiquemos, neste texto, com o PT do governo, o que subiu a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2002. Seus roteiristas e atores sabiam que o período precedente serviu apenas para marketing da companhia. O povo só descobriu isso depois.

Nunca fui fã de FHC. Sempre me pareceu que ele, entre outros defeitos, se preocupava demais com o que o PT dizia. Sempre achei que ele deveria fazer como Lula, que não leva o PT a sério. No entanto, a despeito das duríssimas campanhas movidas pela encenação lulopetista, os governos Itamar e Fernando Henrique implantaram e deram continuidade a importantes políticas. A saber: a) o Plano Real, que a trupe chamava de estelionato eleitoral; b) a Lei de Responsabilidade Fiscal, que chamava de arrocho imposto pelo FMI; c) a abertura da economia brasileira, que chamava de globalização neoliberal; d) o fim do protecionismo à indústria nacional, que chamava de sucateamento do nosso parque produtivo; e) as privatizações, que chamava de venda do nosso patrimônio; f) o cumprimento das obrigações com os credores internacionais, que chamava de pagar a dívida com sangue do povo; g) a geração de superávit fiscal, que chamava de guardar dinheiro para dar ao FMI; h) o Proer, que chamava de dar dinheiro do povo para banqueiro.

Aquelas medidas, entre outras, forneceram a estabilidade, a credibilidade e o lastro fiscal para que o petismo, assumindo o poder em tempo de bonança internacional, apresentasse como obra sua o espetáculo do crescimento e distribuísse à plateia, entre outros, os dois grandes pacotes de bondades que garantiram a eleição de Dilma: bolsa família para os pobres e bolsa Louis Vuitton para os ricos. Esses são os fatos, esse o script produzido com a caligrafia da História. No show, na versão apresentada ao público, Lula e sua trupe fizeram a economia brasileira colher aplausos internacionais, decolando como o 14 bis para o voo ao redor da Torre Eiffel. Ah, a mágica dos palcos! Ah, o lufa-lufa das coxias! Poucos se lembraram de perguntar como a economia passou a crescer sem que se alterasse, em nada, a política econômica que o PT condenava em seus antecessores. Sem mudar uma vírgula, sem ter que pensar nem que usar a caneta?

E agora? Agora, o cenário internacional piorou. A poupança foi dilapidada e as luzes vermelhas estão acessas nos paineis de todos os economistas. A sirene de alarme soa no teatro. Além do desastre continuado em Saúde, Educação, Segurança Pública e Infraestrutura, o Brasil já apresenta problemas seriíssimos em dez áreas fundamentais para o bom funcionamento das atividades produtivas. Há um problema cambial (com o dólar baixo é mais barato importar do que produzir, mas se o dólar subir a inflação aumentará); as exportações diminuem e a indústria passou a decrescer (-2,7% em 2012). Há um problema fiscal (o governo necessitou de escabrosos artifícios contábeis para encenar um pequeno superávit nas contas de 2012). Há um problema na taxa de investimento da economia (um pouco abaixo dos 18%), muito inferior aos 24% sem os quais o 14-bis levanta voo aqui mas tem que pousar logo ali. Há o problema do PIB, que também precisou passar no camarim e receber maquilagem para chegar a ínfimo 1%. Há o problema da dívida pública, que se aproxima dos dois trilhões de reais. Há o problema da inflação, cuja expansão em 2012 foi confessada à plateia como sendo de 5,84% (um número assustador, principalmente se considerarmos que o índice do primeiro mês deste ano chegou a 0,88%. Há o problema da balança comercial, que apresentou, no ano passado, o pior desempenho em 10 anos. Há o problema da infraestrutura insuficiente. E há, sobretudo, o despreparo dos recursos humanos para atuar nos setores dinâmicos da economia, que os empresários têm considerado como o mais alarmante problema que o país enfrentará nos próximos anos.

Foi muito fácil aos governos petistas colher aplausos enquanto gastavam o patrimônio acumulado. Mantiveram-se na ribalta como salvadores da pátria. Fizeram passar por gênios, canastrões como Palocci e Mantega. A exemplo de todos os brasileiros, torço para que o petismo encontre algum farelo de competência em si mesmo e tire o país do fosso para onde o conduz há uma década. Em outras palavras, que pare de fazer teatro e assuma um papel respeitável na história. Este país, senhores, tem 200 milhões de habitantes que não podem ser tomados como plateia de embromadores.

Percival Puggina

LULÂNDIA, O REINO DA AVACALHAÇÃO



Bastou o intervalo das festas de fim de ano, das férias nas praias ou no exterior – quando ninguém pensa em dívidas, contas a pagar, despesas que virão – para que Lula da Silva ressurgisse do conveniente mutismo e retomasse os preparativos para sua "trieleição".

De fato, o ex-presidente nunca deixou de exercer o poder. Recorde-se que tentou impedir o julgamento do mensalão chantageando o ministro Gilmar Mendes para que esse adiasse o julgamento. Como isto não funcionou ordenou ao Congresso que realizasse a CPI do 'Cachoeira', uma espécie de cortina de fumaça para desviar a atenção do público das condenações dos quadrilheiros do PT, que poderiam atrapalhar as eleições municipais de 2012. A CPI acabou condenando apenas o senador Demóstenes Torres e prendendo o contraventor sem que nada acontecesse à DELTA e a grande rede nacional de políticos envolvidos na trama. Deste modo, a farsa se converteu em um dos maiores espetáculos, de degradação moral e cívica, já apresentado pelo Congresso Nacional.

Consta também que a presidente Rousseff, gerente de apagões e 'pibinhos', não dá um passo sem consultar seu chefe e inventor, que assim demonstra quem é o verdadeiro presidente da República.

Contudo, após as acusações de Marcos Valério que indicaram Lula da Silva como chefe e beneficiário do "mensalão", este se calou. Especialmente, foi depois da eclosão do fragoroso escândalo no qual ficou demonstrado que a amante, Rosemary Nóvoa de Noronha, não só desfrutava de maravilhosas viagens presidenciais pagas por nós, os otários contribuintes, mas nomeava através do "tio Lula" uma quadrilha de trambiqueiros, falsificadores, fraudadores de pareceres, que o ex-presidente deu de fugir da imprensa. Fato grotesco ocorreu em Barcelona, quando o poderoso chefão Lula bateu em veloz retirada através da lavanderia do hotel em que se encontrava hospedado e escapuliu dos repórteres pela porta dos fundos.

Agora, enquanto o povo em férias se entretém com os preparativos do carnaval, Lula da Silva emerge anunciando futuras caravanas pelo Brasil. Ao mesmo tempo, faz saber que assumirá as negociações com a base aliada. Portanto, após ter nomeado o ministério de Rousseff, na prática, está demitindo a fiel Ideli Salvati de suas funções de ministra das Relações Institucionais, ou seja, um ministério que é uma espécie de balcão de negócios, posto muito conveniente para quem é candidato.

Além do mais, para mostrar quem manda de verdade, Lula da Silva se reuniu com seu outro 'poste', o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e secretariado para dar as ordens e ministrar lições de populismo.

Em países de instituições sólidas, poderes independentes e igualmente fortes, e de oposição para valer, tal avacalhação é impensável. Mesmo no Brasil, nenhum ex-presidente chegaria a tanta desfaçatez e lambança. Mas, na Lulândia tudo é permitido porque o povo elegeu e continua aplaudir o grão senhor Lula. Algo que faz parte da nossa "cultura da avacalhação", desde os tempos coloniais.

Além do mais, como não existe oposição, exceto uma ou outra voz solitária, Genoino, um dos condenados petista do mensalão tomou posse como deputado federal decretando o fim da ficha limpa. Se isto foi legal, como dizem seus defensores, foi imoral e abjeto.

Em outra manifestação típica da Lulândia, membros do PT, inclusive, e a juventude petista organizaram um jantar com o objetivo de arrecadar fundos para pagar as multas dos companheiros criminosos condenados. Alguns militantes acreditam ou fingem acreditar que os companheiros quadrilheiros, coitadinhos, foram injustiçados, condenados sem provas, vítimas da imprensa maldosa e da oposição que não existe. Por sua vez, a CUT, braço sindical do PT, fez ato para anular sentenças do STF. Hilariante piada de salão como diria Delúbio Soares.

Enquanto segue a politicagem, por mais que o ministro Mantega distorça e fraude dados da economia e faça mágicas para adulterar resultados, a inflação acelera, progride a inadimplência, aumenta a devolução de cheques sem fundo.

Com a projeção do endividamento da Petrobrás, virá o aumento dos combustíveis tantas vezes adiado politicamente e com ele mais inflação, apesar de que os reajustes previstos apenas amenizarão a piora do endividamento.

Acrescente-se que as previsões da economia para 2013 não são das melhores. Segundo, por exemplo, Flávio Castelo Branco, gerente executivo do Núcleo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI): "Se a economia seguir um padrão fraco como o de 2012, a desaceleração alcançará o mercado de serviços e aí podemos ter uma contaminação do mercado de trabalho".

Rousseff está em campanha e fez comício em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar redução de tarifas de energia. Entretanto, no cenário sombrio que se desenha para a economia de 2013, a quem o povo recorrerá como salvador da pátria? É fácil adivinhar. Que o digam os invasores do Instituto Lula que não perderam tempo indo à Brasília.

Maria Lúcia Victor Barbosa

INCOMPETÊNCIA DEVASTADORA



Sem saída – Afirmar que a economia brasileira é um barril de pólvora prestes a explodir é muito pouco perto das incertezas que vivem os cidadãos. A economia sob o comando dos gênios do PT pode ser comparada a um ciclista, com uma perna amputada, que tenta atravessar o Grand Canyon pedalando sua bicicleta, com um só pedal, sobre um longo e estreito cabo de aço esticado. Ou seja, a tragédia é tão certa quanto à tensão que domina o ciclista e os expectadores.

Compreender o que se passa no cotidiano da economia nacional é algo cada vez mais difícil, a ponto de as próprias autoridades não se entenderem. Enquanto de manhã um ministro faz determinada afirmação, à tarde outro faz declaração oposta.

O Palácio do Planalto pode até discordar, mas os números não nos deixam mentir. Em janeiro deste ano, a inadimplência do comércio varejista avançou 11,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O que significa que mais pessoas estão deixando de honrar seus compromissos.

Também em janeiro, aumentou o número de pessoas que procuraram bancos e instituições financeiras à procura de crédito. Segundo a Serasa Experian, o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito avançou 2,2% em janeiro, na comparação com dezembro de 2012. Se comparada com janeiro do ano passado, a demanda por crédito cresceu 12,3%.

Em 2012, a arrecadação de impostos levou aos cofres do Estado (União, estados e municípios) R$ 1,556 trilhão. Desde o primeiro dia do ano até as 14 horas da quinta-feira (14), os brasileiros já tinham desembolsado R$ 200 bilhões em impostos, conforme registrou o “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo.

Com todos esses números, mais as medidas adotadas pelo governo federal, como redução de IPI e desoneração da folha de pagamento para alguns setores, a economia cresceu menos de 1% em 2012. Fosse pouco, o governo de Dilma Rousseff insiste em reverter a crise econômica incentivando o consumo, estratégia cuja ineficácia já está provada.

O PT há uma década brinca de governar, mas na realidade o que conseguiu fazer foi abusar da pirotecnia e da mitomania oficiais, levando a parcela incauta da população a creditar no inacreditável. O pior nesse cenário é que há direitistas larápios que apoiam as sandices desses socialistas gatunos. Enfim, como disse Lula, um comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.

Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A HISTÓRIA COMO A HISTÓRIA FOI

his

Um dos textos que mais circulam hoje na Internet diz que, na época da ditadura militar, podia-se fazer de tudo – namorar no carro até meia-noite em total segurança, usar o INPS como único seguro de saúde, cortar árvores infestadas sem precisar de licença ambiental, andar tranquilamente nas ruas a qualquer hora – exceto falar mal do presidente. Só falta dizer, no texto, um “que bons tempos!”
Só que este colunista viveu aquela época. Foi quando O Vermelho e o Negro, livro clássico de Stendhal, publicado pela primeira vez em 1830, foi apreendido por acharem que o vermelho do título tinha a ver com comunismo.
INPS como único seguro de saúde? Claro: e este colunista, ávido por desperdiçar dinheiro, contratou um seguro-saúde privado. Morria-se esperando tratamento. E acredite (veja os jornais da época): era muito pior do que é hoje.
Segurança? Talvez para quem não morasse no Brasil. Os assaltos cresceram. O Esquadrão da Morte, formado por maus policiais, matava por encomenda – um concorrente de negócios, por exemplo, era assassinado por eles, o corpo jogado em algum lugar e, com auxílio de jornalistas amestrados – já os havia, só que do outro lado – informava-se que “o presunto” de “um meliante” tinha sido encontrado. E isso tudo não envolvia falar mal do presidente, não: esta era a vida normal (e explica por que tanta gente se mobilizou na luta pelas diretas-já, que encerrariam a ditadura). Falar mal do presidente era punido com tortura e morte.
Há gente que defende esse regime. E o pior é que há quem acredite neles.
Pra que mentir?
Tereza Collor não mandou carta a Renan Calheiros, a revista Forbes não publicou capa nenhuma dizendo que Lula era um dos homens mais ricos do mundo, não há qualquer indício de que o deputado petista gaúcho Paulo Pimenta seja dono oculto da boate que pegou fogo em Santa Maria, as estatais não foram privatizadas a preço de banana, as acusações contra Renan Calheiros se referem a fatos recentes, de 2007 (posteriores à época em que foi ministro de Fernando Henrique).
Governo e Oposição estão cheios de defeitos. Por que inventar outros?

A vergonha e a mentira
Lembre do vereador Kirrarinha, DEM, que agrediu uma repórter e foi filmado (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=wo1aP8O1lSc#)
Pois bem: o covarde (cujo nome verdadeiro é Lourivaldo Morais) acaba de ser nomeado secretário municipal de Esportes de sua cidade, Pontes e Lacerda, nomeado pelo prefeito Donizete da Len, do PPS. Parece inacreditável (e é): um agressor de jornalistas, um agressor de mulheres, prestigiado por seu partido, o DEM mato-grossense, e por um prefeito aliado. Esta é a vergonha.
A mentira ocorreu antes: alguém espalhou que José Rainha (um dos líderes do MST) seria o agressor. Não foi José Rainha: o covarde foi Kirrarinha.
E a mentira é ainda mais grave porque, seja Rainha o que for, Kirrarinha é muito pior.

De papo pro ar
Neste momento, estão em pauta no Congresso alguns temas da maior importância: o Orçamento deste ano (que não foi votado no ano passado e deixa o Governo em suspenso), mais de três mil vetos presidenciais não apreciados, trancando a apreciação de vetos atuais, Fundo de Previdência dos Servidores Públicos, fator previdenciário, situação dos portos, que podem entrar em greve.
Mas é Carnaval. No Congresso, começou dia 6, quando apareceram cinco dos 513 deputados e oito dos 81 senadores. Suas Excelências encerram dia 19 o período de sassarico. Descansar é preciso: as férias de fim de ano duraram apenas 39 dias.
De 1º a 5 de fevereiro os congressistas tiveram de trabalhar, e isso cansa.

El atrevido
José Dirceu, condenado à prisão pelo Supremo no caso do Mensalão, está promovendo atos públicos pelo país em defesa de sua inocência e contrários à decisão judicial . Está no seu direito. Uma coisa, entretanto, não pode ser tolerada: o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sanchez, participou de um dos ato. É uma intervenção totalmente sem sentido na política interna brasileira. É inaceitável que um embaixador participe de manifestações contra a decisão de um dos Poderes da República.
O intrometido ainda diz que continuará participando da afronta ao Brasil e às leis. Pior: Brasília está paralisada. Nem protestou, nem enquadrou el metidón.
Se o embaixador americano participar de uma manifestação desse tipo, a presidente Dilma Rousseff ficará calada?

A descoberta de Cabral
O governador fluminense Sérgio Cabral, ao contrário do que se imaginava, não chegou ao fundo do poço com as ridículas fotos da Turma do Guardanapo, em Paris, em que ele e amigos dançavam com guardanapos na cabeça e suas esposas mostravam a sola dos sapatos, para provar que eram os caros Louboutin. Cabral foi mais fundo: disse que os 27 presos que fugiram no dia 3, com toda a facilidade, do Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio, “terão os benefícios cancelados”.
Que benefícios, cara-pálida? Nem benefícios nem punições: eles estão nas ruas, prontos para cometer novos crimes. Cabral explica: perderão os benefícios da progressão de pena “quando forem recapturados”. Se forem.

 Carlos Brickmann

SURTO DE ESQUIZOFRENIA POLÍTICA NO PT

Setores do partido seguem fazendo eventos pelo país de desagravo a José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha, todos condenados pelo STF

Quase dois meses depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter encerrado o julgamento do mensalão, setores do PT seguem fazendo eventos pelo país de desagravo a José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha, todos condenados pela Corte. Ao fazer isso, porém, o partido segue apresentando sinais de esquizofrenia política.

O dicionário Houaiss cita como esquizofrenia a dissociação da ação e do pensamento, expressa por sintomas como delírios de perseguição e alucinações. Difícil não ver desta forma o último evento do PT pró-condenados, na quarta-feira, em São Paulo.

Os quatro petistas foram condenados pela instância máxima da Justiça do país, por praticarem corrupção no governo, entre vários outros crimes, como se sabe. Contudo, no evento de São Paulo, choveram elogios aos “injustiçados”.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), por exemplo, disse: “Os ataques que sofrem não são para eles, mas para a militância do PT”. Já o condenado João Paulo Cunha considerou haver contra a sigla uma “campanha” comparável às promovidas para desestabilizar os presidentes Getúlio Vargas e João Goulart. O deputado chegou a dizer que o mensalão deveria se chamar “mentirão”.

E mais uma vez houve ataques à imprensa e “às forças que se opõem” ao projeto do PT. Seriam esses os responsáveis pela condenação dos “companheiros” pelo Supremo.

Como se vê, lideranças nacionais do partido parecem vir sofrendo de um surto esquizofrênico-político. E o problema é que parecem encontrar apoio em muitos militantes país afora. Esse grupo parece não querer enxergar que investigações robustas e minuciosas comprovaram a máquina de corrupção instalada no início do governo passado. O STF nada mais fez do que julgar e condenar os réus envolvidos no esquema.

Ao fazer isso, o Supremo deu uma lição monumental de ética ao país e ao PT. Diante disso, o mais natural seria que a legenda expulsasse os condenados, virasse essa página vergonhosa de sua história e se reinventasse.

No entanto, o estado-maior petista prefere acreditar em conspirações ou viver em outra realidade, ventilando teorias de perseguição típicas de pessoas com esquizofrenia. Assim, veem o julgamento do mensalão como político, com o objetivo de inviabilizar o governo Dilma, como disse José Dirceu no evento. Diante de declarações assim, resta perguntar: haverá “cura” para esse surto? Haverá setores petistas não afetados?

Fonte: A Gazeta

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O NÓ POLITICO DE EDUARDO CAMPOS EM DILMA E LULA

Radanezi Amorim

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai dando um nó político em Lula e no PT nacional. No momento em que o maior líder petista articula a reeleição da presidente Dilma, Campos rouba todas as atenções na imprensa nacional. E surge como o aliado rebelde que ousa peitar os planos do ex-presidente.

Já vimos um filme parecido por aqui. Guardadas as devidas proporções, em 2010 o então senador Renato Casagrande e o mesmo PSB de Campos furaram a “fila” para o Palácio Anchieta, estabelecida pelo governador Paulo Hartung (PMDB). O final da história é bem conhecido.

Não quer dizer que Campos necessariamente será candidato a presidente e enfrentará Dilma e Lula nas urnas. Até a campanha de 2014, muita água ainda vai passar por baixo e por cima da ponte, como diz um líder petista do Estado.

Há quem acredite, por exemplo, que na verdade o governador e o PSB tentam tomar a vaga de vice de Dilma na corrida pela reeleição. Hoje o espaço está reservado para o PMDB. Outros veem os movimentos como uma forma de o PSB emplacar mais espaços no governo federal.

Mas, a despeito dessas especulações, vale a pena prestar um pouco mais de atenção no que Campos vem dizendo e fazendo. Numa reunião recente do partido em Brasília, o pernambucano anunciou: entregará os cargos no governo federal, no final do ano, se for mesmo candidato a presidente.

Mais do que isso: avaliou que o PSB marcou um novo discurso contra o PMDB, o PT e o PSDB.

“A presença do PMDB no imaginário popular, da dupla Renan e Sarney, e agora o Henrique (Alves), é o do envelhecimento da forma de fazer política. O projeto de poder do PSDB se resumiu a uma primeira-secretaria na Mesa. E o discurso do PT, da transferência de renda já incorporada, também já está vencido”, disse Campos, após a eleição da Mesa Diretora da Câmara, há uma semana.

Aliás, deputados socialistas chegaram a ironizar o comportamento “escorregadio” do PSDB e do senador Aécio Neves na eleição dos presidentes do Senado e da Câmara.

Assim, Campos constrói com habilidade o discurso de que a possível candidatura dele representa o novo e ética de fato na política, se contrapondo às práticas atrasadas de setores do PMDB e ao batido antagonismo entre PT e PSDB. Aonde tudo isso vai dar, não se sabe. Mas o governador segue ganhando musculatura eleitoral e causando dores de cabeça à cúpula do PT.

Cautela

Ao contrário de outros líderes nacionais do PSB, o governador Renato Casagrande adota um discurso mais cuidadoso ao tratar da possível candidatura a presidente de Eduardo Campos. “De forma objetiva, ele está fortalecendo o nome dele na política do país. Mas não tem nenhuma decisão tomada”, disse Casagrande à coluna.

Reeleição

O governador acrescentou que a presidente Dilma Rousseff tem plenas condições de ser reeleita em 2014. “Ele (Campos) sabe disso”, afirmou Casagrande, pontuando que o presidente do PSB trabalha também para fortalecer o partido.

Impacto

O fato é que se Eduardo Campos partir mesmo para o tudo ou nada contra a presidente Dilma, poderá complicar a relação do governador Renato Casagrande (PSB) com o governo federal. E justo num momento em que o Estado tem temas de peso em jogo em Brasília, como os royalties do petróleo e mudanças na alíquota do ICMS.

Planos

O PSB vai fazendo os planos para crescer como mais uma força no país. Em 2014, a sigla terá pelo menos 12 candidatos a governador. Além do Espírito Santo, com Casagrande, os socialistas terão nomes no páreo em Estados como Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. A legenda vai fazer acordos com aliados onde as candidaturas não se mostrarem viáveis.


Fonte: A Gazeta

domingo, 10 de fevereiro de 2013

CONTINUO AQUI !!!!!!



NÃO ME ESQUEÇAM AQUI.

Recife, , 10 de fevereiro de 1951; 130º da Independência e 63º da República.





Sábado, 4 dias após o término do carnaval, num quarto da pensão do Coronel Cipriano, rua do comércio, centro do Recife, o jovem casal Dulce e Gama se preparam para mais um dia de ansiedade na espera de seu primeiro filho. Ele capixaba do interior de Alegre, tendo estudado no Rio de Janeiro, foi convocado a servir na aeronáutica , trabalhando na torre de controle de Recife, durante a 2ª Guerra Mundial. Após o seu término, ingressou na prestigiosa Faculdade de Direito do Recife, onde cursava então o 4º ano. Ela, uma das mais novas filhas do então decadente Coronel Cipriano, filho de portugueses, com a índia Izaura, proprietários da pequena pensão. Barriga de 9 meses, confidenciou ao marido que estava particularmente animada nesse dia, mas preocupada porque desde o dia anterior a criança estava mexendo muito pouco. Após o almoço, começou a sentir dores e com o súbito rompimento da bolsa, tiveram que ir às pressas para a Maternidade de Casa Amarela, onde nasci de parto normal , lá pelas 22 hs de um sábado de calor intenso e na ressaca pós carnaval.

Marco Antonio, em homenagem ao grande guerreiro e Imperador Romano que apesar de todo poder, sucumbiu aos encantos de Cleópatra. Quando deveria punir esta mulher , se enamorou perdidamente, o que mais tarde seria uma das causas do seu fim. Parece que meu pai antevia que a vida toda eu estaria subjugado por elas.

Sempre me achei, um peixe fora d’agua, apesar dos ensinamentos católicos, cheguei a ser coroinha e pré-seminarista.Minha vocação acabou após o primeiro beijo na primeira namorada e logo me decepcionei, guardando entretando para a vida os ensinamentos de Cristo Sempre achei hipocrisia pessoas de mãos postas, cabisbaixas receberem a comunhão e lá fora negarem uma esmola ou matarem irmãos por um pedaço de terra..Numa família, onde quase todos são advogados, juízes, promotores, resolvi ser médico. Político, 3 mandatos de vereador, Presidente da Câmara e da Constituinte Muncipal, vice- prefeito e prefeito por 88 dias, não ter um filho, nora ou neto empregado na Prefeitura? Não devo ser normal, ou não sou desse planeta. Pensando nisso, fui investigar o que tinha acontecido de diferente no mundo no dia que nasci, tentando achar uma explicação. Fatos comuns, do dia a dia, um decreto de Lei do Getúlio Vargas, definindo o polígano da seca, Lei nº 1338 de 10-02-51, casamento do Xá da Pérsia, etc. Já estava desapontado quando achei uma notícia que me chamou a atenção e passo a descreve-la na íntegra:



Gandor Processo Sinopse - 10 de fevereiro de 1951, Terra Nova, Canadá



Em 10 de fevereiro, um avião da Marinha E.U., Atlantic / Continental Air Transport Squadron um, localizado na USN Air Station, Patuxent River, Maryland, estava fora de Keflavik, na Islândia, 49-50 graus de latitude norte e 50-03 graus de longitude oeste, cerca de 150 quilômetros [90 milhas] a oeste de Gander, Newfoundland sobre o Oceano Atlântico. A aeronave, provavelmente com destino Gander para reabastecer a julgar pela sua posição e curso de 230 graus de verdade, embora o relatório não menciona isso. E.U. Reserva Naval Tenente Graham Bethune, co-piloto do vôo 125, foi ocupando o capitão ¹ s assento do lado esquerdo da cabine do avião quando ele avistou um objeto enorme [pelo menos] 300 metros de diâmetro em rota de colisão com os seus aeronaves.



O co-piloto afirmou em seu relatório oficial, "... eu observei um brilho de luz no horizonte cerca de 1.000 a 1.500 pés [330-470 metros] acima da água. Nós dois [o piloto também] observaram o seu curso e proposta de cerca de 4 ou 5 minutos antes de chamá-lo à atenção dos outros membros da tripulação. ... De repente, seu ângulo de ataque mudou. altitude e maior dimensão, como se a sua velocidade era superior a 1.000 milhas [1.670 quilômetros] por hora. It fechado, em tão rápida que a primeira sensação foi que iria colidir em pleno ar. Neste momento o seu ângulo mudado ea cor alterada. Em seguida, [apareceu] laranja definitivamente circulares e avermelhadas no seu perímetro. Inverteu o seu curso e triplicou sua velocidade até ele foi visto pela última vez a desaparecer no horizonte. "



¹ O co-piloto do relatório continua a dizer que o objeto veio dentro de cinco milhas de suas aeronaves, que foi corroborada por provas de radar do encontro, porque o objeto tinha sido rastreado por DEW Line Ground Radar na base de Goose Bay, Labrador.



Anos mais tarde, Bethune foi capaz de recuperar os relatórios dos Arquivos Nacionais e confirmou que o OVNI que encontraram naquela noite tinha viajado 10.000 pés para cima em uma fração de segundo e foi seguido pelo radar a 1.800 km por hora, bem superior a 500 milhas -por-hora a capacidade de o homem mais avançado de artesanato feito naquele momento.



Bethune-se que o seu bordo compassos magnéticos foram girando loucamente, enquanto a embarcação de mistério estava nas proximidades.



Tivemos 31 pessoas a bordo e um psiquiatra que todos nós testemunhamos ", ele disse, antes de adicionar ao aplauso estridente:" Eu vou depor sob juramento perante o Congresso que tudo o que eu disse é verdade.






Imagem do O.V.N.I,conforme descrita pelos tripulantes e passageiros


Foi aí que comecei a entender tudo. Não pode ser coincidência, eles realmente estiveram e me deixaram aqui. Como explicar então as minhas incompreensões desse mundo? Como aceitar que milhões morram na África ,enquanto em muitos países os alimentos vão pro lixo? Como entender que a religião seja motivo para o massacre de milhares? Por que continuamos a destruir o planeta que nos abriga? Qual a justificativa para que uma Nação deseje a extinção de outra? E a vergonhosa exploração da fé por falsos profetas? E governantes que não educam seu povo para que não sejam questionados?

Não, definitivamente não devo ser desse mundo. Espero que não me esqueçam aqui.
 
Escrevi esse artigo em 10 de fevereiro de 2010 , o que mudou de lá pra cá? No mundo nada, aliás, piorou, o desrespeito ao planeta nos levará à destruição, vejam os ciclones, os furacões cada vez maiores, as mudanças climáticas não são mais coisa do futuro, já está acontecendo, as calotas polares estão derretendo num ritmo assustador o que elevará o nível dos oceanos com as consequências já conhecidas por todos, continuamos matando nossos semelhantes, num desrespeito à vida humana só comparável aos níveis das barbáries medievais, somos cada vez mais prisioneiros em nossas próprias casas.
No pessoal, muita coisa mudou, continuo trabalhando cada vez mais, morri um pouco com a perda de pessoas muito queridas e renasci com a chegada do MARCO SOBREIRA. "CONTINUO AQUI"

sábado, 9 de fevereiro de 2013

SUMIDO, TESOUREIRO DA CAMPANHA DE DILMA É INTIMADO À REVELIA

Depois de quase dois anos de sucessivas e inúteis tentativas de intimar o bancário João Vaccari Neto, tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff e secretário de Finanças do PT, a Justiça de São Paulo decidiu citá-lo por edital - na quarta feira (06), o Diário da Justiça Eletrônico publicou a chamada a Vaccari para que se manifeste na ação em que é réu por quadrilha estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, crimes que teria praticado quando exerceu a presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

A citação é subscrita pela juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, da 5.ª Vara Criminal da Capital. A Justiça “faz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem, especialmente João Vaccari Neto, por infração aos artigos...”, diz o texto que transcreve a denúncia do Ministério Público, de outubro de 2010.


Além de Vaccari, outros quatro réus que “atualmente encontram-se em lugar incerto e não sabido”, foram citados por edital para apresentação de defesa escrita no prazo de dez dias. Os acusados poderão “arguir preliminares e alegar tudo o que interesse às suas defesas, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas”.

Os oficiais de Justiça foram a vários endereços em São Paulo e em Brasília, inclusive no PT, mas nada de Vaccari. O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende o secretário do PT, disse que ele não driblou a citação. “Não é que o oficial ficou dois anos atrás do Vaccari. A sede do partido fica em Brasília, o oficial foi lá e Vaccari estava fora. Foi citado por edital, algo absolutamente normal. Vamos apresentar resposta no prazo.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fonte: Agência Estado

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

GOVERNO INCOMPETENTE, INÉRTE E IMORAL



Quando teve a vitória confirmada nas urnas, Dilma Rousseff disse que seu governo seria formado por técnicos e que o combate intransigente à corrupção seria uma prioridade. A mentira se consumou muito antes de Dilma assumir o poder central, pois concordou em manter na chefia de gabinete do escritório paulistano da Presidência da República a namorada do seu antecessor, Rosemary Noronha. O que é amoral, não sem antes ser criminoso.

Como se fosse pouco, a “Marquesa de Garanhuns” (a genial citação é da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa), nomeou o ex-marido, José Claudio Noronha, para o conselho de algumas estatais (Brasilprev e a outrora Aliança do Brasil). Na condição de suplente de conselheiro, Noronha, o ex-marido, nunca trabalhou ao longo de três anos e meio, mas recebeu nesse período R$ 132 mil, o que mensalmente representa pouco mais de R$ 3 mil.

Tirante o imundo enredo de novela mexicana da pior qualidade, o favor que Dilma fez a Lula, mantendo Rosemary Noronha no cargo até a deflagração da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, é café pequeno.

A corrupção maior campeia na Esplanada dos Ministérios, loteada de maneira acintosa para substituir o esquema do Mensalão do PT. Em outras palavras, mudou-se a forma de pagamento, mas a compra de parlamentares continua até hoje.

Em alguns momentos, Dilma Rousseff ensaiou lampejos de moralidade administrativa, demitindo alguns ministros e integrantes da máquina federal que acabaram transgredindo além do limite fixado pelo Palácio do Planalto. Entre os demitidos estava o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, presidente nacional do Partido da República, legenda que por conta da retaliação oficial deixou a base aliada, mas não se furtou de votar a favor do governo.

O mesmo Alfredo Nascimento agora é cortejado por Dilma Rousseff, que pretende reincorporar o PR ao governo, até porque a neopetista está de olho na reeleição. E por causa desse objetivo, de lado ficam a moralidade e a promessa de combater a corrupção. Dilma acena com a possibilidade de entregar o Ministério dos Transportes ou da Agricultura para o partido que é comandado efetivamente por Valdemar Costa Neto, deputado federal por São Paulo e condenado no processo do Mensalão do PT. A perda de mandato, que será consumada com o trânsito em julgado da sentença condenatória que consta na Ação Penal 470, em tramite final no Supremo Tribunal Federal, não tirará de Costa o seu poder de mando no partido.

Ainda que enfrentando a resistência das bancadas do partido no Senado e na Câmara dos Deputados, o senador Blairo Maggi, do PR de Mato Grosso, é um dos cotados pelos palacianos para vestir a fantasia de ministro depois do Carnaval. Maggi, para quem não sabe, é o padrinho político de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit, que foi ejetado do cargo no meio de um escândalo de corrupção, mas ameaçou o Planalto com a possibilidade de revelar, na CPI do Cachoeira, o que sabe sobre os imbróglios envolvendo o governo e a Delta Construção. Ficou na promessa.

Como afirmamos em matérias anteriores, a presidente Dilma Rousseff não está preocupada com a crise econômica que coloca o Brasil à beira do precipício e corrói a dignidade e o salário dos brasileiros, mas focada no projeto de reeleição em 2014. O objetivo do núcleo duro do governo é empurrar a atual situação até a próxima eleição presidencial, uma vez que o prazo de validade da mentira expirará longo em seguida.

O Brasil clama por mudanças, por faxina política, mas o conluio patrocinado pelos donos do poder caminha na contramão. Mantém o status quo e enlameia ainda mais a política nacional. Mesmo assim, alguns abusados conseguem falar em novos e melhores tempos

Fonte: Ufo.Info

O INFERNO ASTRAL DE ROSE DE FREITAS

O inferno astral de Rose A deputada Rose de Freitas (PMDB) acabou tendo um desgaste bem maior que o esperado na eleição da presidência da Câmara. Ao colocar uma candidatura alternativa no próprio partido, ela desagradou aos cardeais nacionais do PMDB. Depois desse revés, fica mais distante a possibilidade de ela colocar uma eventual candidatura ao Senado em 2014.

Os 47 votos obtidos por Rose foram muito abaixo dos 150 esperados por ela. A deputada acreditava que ela e o também candidato Júlio Delgado (PSB-MG) poderiam levar a disputa para o segundo turno, o que não ocorreu, apesar da divisão dos votos.

Para piorar, a Rose é atribuída a confecção de um dossiê entregue anonimamente nos gabinetes dos deputados, na segunda-feira pela manhã, antes da eleição na Câmara. O material continha a lista de denúncias contra o candidato oficial do PMDB, Henrique Alves (RN).

Além disso, o discurso dela após a eleição soou como desabafo. Ela disse que os colegas de partido foram enquadrados para votar no agora presidente Henrique Alves.

“O ambiente para ela era de saída do partido”, avalia um colega de bancada de Rose. Diante do clima de mal-estar no PMDB, já surgem cogitações que a deputada poderia migrar para PSD – onde teria mais chances para pleitar a candidatura ao Senado ou a reeleição –, ou para o PSDB.

Qualquer que seja a opção, contudo, o resultado da eleição na Câmara fez Rose perder densidade política. É bom lembrar que ela sempre foi considerada uma espécie de “despachante” de prefeitos.

Porém, após ela bater de frente com o partido, não é improvável que agora passe a encontrar algumas portas fechadas na Esplanada dos Ministérios.

Para um integrante da bancada capixaba, Rose errou feio com a candidatura. Por ter sido vice-presidente, ela poderia ter negociado um espaço importante numa comissão da Câmara.

Até a eleição de 2014 ainda falta uma eternidade. Pode ser que até lá a deputada consiga se reinventar ou reduzir os desgastes. Mas, por enquanto, ela se tornou persona non grata no PMDB. E o clima já não andava bom para ela entre os companheiros da bancada capixaba. Por ora, a deputada vive uma espécie de inferno astral.

Fonte: A Gazeta

domingo, 3 de fevereiro de 2013

LULA, O FUGITIVO DA IMPRENSA



Mal contado – Desde que seu nome foi envolvido em escândalos de corrupção, o que não é novidade, Luiz Inácio da Silva é um fugitivo da imprensa. Lula, que já declarou que odeia ler, não pode ouvir falar em jornalista. Até porque, dez entre dez profissionais da imprensa aguardam uma explicação do ex-presidente sobre as denúncias de Marcos Valério acerca do seu envolvimento no Mensalão do PT e escândalo de Rosemary Noronha, sua namorada, que foi flagrada pela Polícia Federal, na Operação Porto Seguro, como membro da quadrilha dos pareceres.

Desde que os escândalos vieram à tona, Lula tem intercalado viagens internacionais como sumiços de encomenda. Depois de refugiar-se no final do ano na casa de praia de um amigo, Lula voltou à cena política, mas não falou com a imprensa. Para continuar a fuga, o ex-metalúrgico arrumou uma viagem a Cuba, onde, segundo sua assessoria, faria uma vista ao moribundo Hugo Chávez, seu companheiro no esquerdismo barato que sopra na América Latina.

Em Havana, onde cumpriu o obrigatório beija-mão local, Lula visitou o ditador Fidel Castro, reuniu-se com o presidente Raúl Castro – que é igual ou pior que o irmão, participou de cerimônia oficial em homenagem a Jose Martí, discursou na Assembleia local, onde fez críticas aos Estados Unidos, e ouviu dizer que o tiranete venezuelano se recupera bem.

Ora, Lula viaja a Cuba para visitar Hugo Chávez e lá só consegue ouvir dizer que o camarada venezuelano está se recuperando? Há algo estranho nessa história que já se transformou em enredo de filme de terror, a ponto de fazer inveja ao Zé do Caixão. Que Lula queira continuar em fuga é compreensível, porque explicar o inexplicável é complicado, mas melhor seria ter combinado a mentira.

O fato de mais um político ir a Cuba para visitar Chávez e voltar sem vê-lo reforça as especulações de que caudilho bolivariano já mudou de lado há algumas semanas, como noticiou o ucho.info com base em informações de integrantes do serviço secreto de alguns países e ex-agentes da CIA. Chávez está morto e os sucessores esperam o momento para emplacar o último capítulo da farsa, que é dar posse ao cadáver, evitando assim a convocação de nova eleição na Venezuela

Fonte: Ucho.Info

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

DISCURSO INSANO DE FERNANDO COLLOR



Parafuso solto – O Brasil há de acabar um dia, mas os brasileiros não terão vistos todos os absurdos que os políticos locais destilam. Entre os discursos que prefaciam a eleição do novo presidente do Senado Federal, a sandice ficou por conta de Fernando Collor de Mello, que em razão do impeachment jamais poderia ter retornado à vida pública, apesar de a legislação nacional assim o permitir.

Desde os seus primórdios como homem público, Collor jamais deixou de demonstrar destempero comportamental. Seu olhar fixo e fulminante, que destila a raiva dos incorrigíveis e as chagas dos desalmados, traduz com precisão a sua trajetória. Fernando Collor, responsável por uma das negras páginas da história brasileira, deveria trocar a cadeira no Senado pelo divã do analista.

De raciocínio persecutório, Collor defendeu a candidatura de Renan Calheiros durante discurso que proferiu da tribuna do plenário do Senado. Não poderia ser diferente, pois ambos foram parceiros em um dos tantos períodos de corrupção da história deste País.

Primeiro presidente da República a sofrer um impeachment, colocar usou o tempo regimental para atacar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a quem acusou de “prevaricador e chantagista”. O senador por Alagoas foi além e disse que Gurgel não tem autoridade moral para oferecer denúncia contra qualquer senador, em referência ao que fez recentemente o procurador em relação a Renan Calheiros.

Collor não é adepto da lógica, muito menos da diplomacia, mas precisou explicar as sandices que escorriam pelo canto da boca. Para tal, disse que é estanho o fato de a denúncia contra Renan Calheiros, enviada ao Supremo Tribunal Federal, ter sido oferecida em um sábado. Como se existisse dia marcado para a atuação dos procuradores. Collor ultrapassou as raias do desconexo e disse que Renan Calheiros foi julgado e absolvido pelo plenário do Senado, não cabendo, assim, novo julgamento do candidato à presidência da Casa.

O Brasil, quiçá o mundo, sabe como funciona o Congresso Nacional. Um clube privado de negócios, onde um largo e lamacento balcão de escambos protege seus operadores, que têm na mira apenas os próprios interesses. Corporativista, pois a extensa maioria dos parlamentares tem telhados envidraçados, o Congresso se acostumou aos acertos tacanhos, espúrios e anti-republicanos para salvar seus integrantes. A história comprova isso de forma inconteste.

Fernando Collor, não contente, disse que o Senado está em momento de afirmação e que não deve se curvar ao Poder Judiciário. O que esse destemperado, que há muito deveria estar contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta, mas no parlamento regurgita lições de falso moralismo, precisa saber que a prerrogativa de foro a que têm direito os parlamentares não significa passe livre para o cometimento de crimes, não é sinônimo de impunidade.

A desfaçatez de Fernando Collor foi tamanha, que, antes de encerrar seu discurso psicótico, teceu loas descabidas ao senador José Sarney, a quem no passado dedicou adjetivos que fariam ruborizar a mais depravada frequentadora de um bordel de quinta.

Collor deveria fazer um enorme favor ao País, contentando-se com sua insignificância como cidadão e pequenez como político, poupando, assim, o Brasil de seus rebuscados embusteiros discursos, que servem para entrincheirar corruptos e corruptores

Fonte: Ucho. Info

300 PICARETAS E UMA PÁ DE CAL

Num dos meus primeiro mandatos de deputado federal defendi na tribuna da Câmara Os Paralamas do Sucesso, acusados de caluniar o Congresso Nacional com a música Luís Inácio (300 picaretas). Os primeiros versos diziam: "Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou/ são trezentos picaretas com anel de doutor".

Defendi-os em nome da liberdade de expressão. Não concordava inteiramente com Lula. Talvez fossem 312 ou 417. Reconheço que 300 é um número redondo, mais fácil de inserir nos versos de uma canção popular. Além do mais, nem todos têm anel de doutor. Mas isso são detalhes. O mais importante é registrar que estávamos na véspera da chegada do PT ao governo federal, início da era do "nunca antes neste país". E aonde chegamos, agora, uma década depois?

Renan Calheiros deve assumir a presidência do Senado, Henrique Eduardo Alves, a da Câmara e o deputado Eduardo Cunha, a liderança do PMDB. Caso se concretizem, esses eventos representam um marco na História do Congresso. Significa que, para muitas pessoas informadas, o Congresso deixa de existir. É o fim da picada...

Conheço os passos dessa estrada porque transitei nela 16 anos. O mensalão significa o ato inaugural, a escolha do tipo e da natureza de alianças políticas do novo governo. O mensalão significa a compra de votos dos partidos, uma forma de reduzir o Congresso a um balcão de negócios. Em seguida vieram as medidas provisórias (MPs). Governar com elas é roubar do Congresso tempo e energia para seus projetos. A liberação das emendas parlamentares era a principal compensação pelo espaço perdido.

Mas deputados e senadores não cedem o espaço porque são bonzinhos ou temem o governo. As MPs são uma forma simplificada de o governo realizar seu objetivo. Os parlamentares tomaram carona nesse veículo autoritário. E inserem as propostas mais estapafúrdias no texto das MPs. Com isso querem aprovar suas ideias sem o caminho democrático que passa por debates em comissão, audiências públicas, etc.

Na Câmara essas inserções oportunistas são chamadas de jabuti. O nome vem da frase "jabuti não sobe em árvore, alguém o coloca lá". O nome jabuti pressupõe que há interesses econômicos diretos por trás de cada uma dessas emendas.

A perda de espaço para o governo não é o problema, desde que todos os negócios continuem fluindo, das MPs às emendas ao Orçamento. O espaço não interessa, o que interessa é o dinheiro. Espaço por espaço, o Congresso já abriu uma grande avenida para o Supremo Tribunal Federal julgar casos polêmicos, como aborto e união gay.

Os negócios, como sempre, são o centro de tudo. Negócios, trambiques, maracutaias e, como diziam Os Paralamas em 2003, "é lobby, é conchavo, é propina e jeton". Uma década depois, vendo o Congresso idêntico à sua caricatura, pergunto quando é que nos vamos dar conta dessa perda, desse membro amputado de nossa anatomia democrática.

A saída da minoria - chamada, com uma ponta de razão, de Exército Brancaleone - foi pressionar por dentro e estabelecer uma tensão entre ala e a opinião pública. Na definição do voto aberto para cassar deputados, vencemos o primeiro turno porque a imprensa e eleitores estavam de olho. Vitória esmagadora, contra apenas três abstenções. Agora até esse caminho está bloqueado. Todos os dispositivos internos foram reforçados e passaram a impedir tais votações. Com a cumplicidade do PT, os piores elementos foram ascendendo aos postos estratégicos e agora o esquema chega ao auge, com a escolha de Calheiros e Alves.

De um lado, interessa-me avaliar como será o futuro do País sem um Congresso que possa realmente ser chamado por esse nome. De outro lado, um olho na saída. Não sei se repetiria hoje a campanha contra Renan, os cartazes com chapéu de cangaceiro e a frase: "Se entrega, Corisco". Nem se gostaria de ver de novo aqueles bois se deslocando pelos campos alagoanos para as terras de Renan, para comprovar que era dono de muitas cabeças de gado. O ideal, hoje, seria poupar os bois dessa nova viagem inútil. Passar o vídeo, criar uma animação, substituir toneladas de carne de boi por milhões de pixels.

Henrique Alves destinou dinheiro a uma empresa fantasma de um assessor dele. No lugar deserto onde a empresa funcionava havia apenas um bode, chamado Galeguinho. O bode foi dispensado depois de sua estreia. Os bois mereciam o mesmo. "Parabéns, coronéis, vocês venceram", diz a letra de Luís Inácio. Deixaram-nos monitorando bois de helicóptero e pedindo ao bode que nos levasse ao gerente da empresa.

Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou. Mas foi o primeiro a passar para o lado deles e a contribuir com algumas novas espécies para a fauna já diversa que encontramos em 2003.

A vitória dos cavaleiros do apocalipse recoloca a urgência de salvar o Congresso dele mesmo. A maneira de potencializar o trabalho da minúscula oposição é a maior transparência possível e uma ajuda da opinião pública. A partir dessa vitória, Calheiros, Alves e seus eleitores no Parlamento dizem apenas à sociedade: somos assim, e daí? Depois do descanso merecido, o bode que é o porteiro da empresa favorecida por Alves deveria ser colocado na porta do Congresso.

É impensável que 300, 312 ou 417 - não importa o número exato - picaretas enfrentem o Brasil sem uma represália dura. O espírito do "eles lá, nós aqui", de distância enojada, no fundo, é bom para eles, que querem total autonomia para seus negócios. Será preciso mostrar que toda essa farsa é patrocinada pelo dinheiro público. E que sua performance será amplamente divulgada agora e no período eleitoral. O instinto de sobrevivência da instituição não existe. Mas o do político é muito grande. É preciso que ele sinta o desgaste pessoal produzido por suas escolhas.

Muitas pessoas vão trabalhar nisso, cada uma no seu posto, às vezes em manifestações. A eleição direta para presidente foi uma conquista. A perda do Congresso para o ramo dos secos e molhados é uma dolorosa ferida em nossa jovem democracia.

Nós demos um boi para não entrar nessa luta. Daremos um bode para não sair dela.

* Fernando Gabeira