sexta-feira, 13 de setembro de 2013

VEREADORES ACUSADOS DE COBRAR 100 MIL PARA DERRUBAR LEI




Ricardo Medeiros



























A Polícia Civil de Guarapari está colhendo depoimentos dos 15 vereadores do município após o recebimento de denúncia feita por duas empresas de transporte coletivo que atuam na cidade.

Segundo a denúncia, quatro parlamentares teriam cobrado R$ 100 mil das empresas para derrubar a lei que concede à Asatur exclusividade para operar o sistema de bilhete eletrônico em Guarapari. A lei foi derrubada no último dia 3.

O presidente da Câmara, José Wanderlei Astori (PDT), que prestou depoimento ontem, promete tomar providências se for comprovada a cobrança de propina por parte dos vereadores. “Eles foram eleitos para ajudar a sociedade e não para fazer esse tipo de coisa. Temos que ter respeito pelos cidadãos”.

A vereadora Fernanda Mazzelli (PSD), que depôs na última terça-feira, conta que recebeu com surpresa a intimação. “É normal esse tipo de questionamento na vida pública, mas eu fiquei chateada. Isso acaba manchando o nome da Câmara”.

Vereador pede criação de CPI

Já o vereador Germano Borges (PSB) mostra revolta com a situação. “Nós não podemos divulgar os nomes dos quatro parlamentares para não atrapalhar a investigação e isso nos preocupa. Se for comprovado, não vai ficar barato. Quem errou vai ter que pagar e nós vamos criar uma CPI para punir os malfeitores”.

Jorge Figueiredo (PP), o primeiro a depor na semana passada, também não está satisfeito com o caso. “Há denúncias graves, e eu fico muito triste com isso porque a campanha eleitoral foi toda pautada na renovação. Se for verdade, vamos pedir o afastamento deles. Precisamos separar o joio do trigo”, declara.

Inquérito concluído até semana que vem

Mesmo tendo um prazo de 30 dias para concluir o inquérito, o delegado titular da Divisão de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio, Luiz Carlos Claret Pascoal, que coordena a investigação, afirma que ele deve ser finalizado já na próxima semana.

Segundo Pascoal, sete dos 15 parlamentares já foram ouvidos. “Resolvi ouvir todos os vereadores para averiguar melhor a situação e concluir sobre quem realmente está envolvido”. Ainda hoje, outros dois vereadores devem prestar depoimento.

O delegado ainda comenta sobre o andamento da investigação. “Já estamos com muitos elementos para indiciar os quatro vereadores. Estou deixando para colher os depoimentos deles por último”, afirma.

A reportagem entrou em contato com a empresa Asatur no fim da tarde de ontem, mas ninguém foi localizado. Além da Asatur, outras três empresas de transporte coletivo atuam em Guarapari. Duas delas denunciaram suposta cobrança de propina pelos vereadores.

Entenda o caso

A lei|
A lei 3369/2012, que concede à Asatur exclusividade para operar o sistema de bilhete eletrônico em Guarapari, foi proposta e aprovada pela Câmara na legislatura passada.

Em pauta
Os 15 atuais vereadores voltaram a discutir a lei e a derrubaram no último dia 3. Mas duas empresas denunciaram que houve cobrança de propina por parte de vereadores para que essa lei de exclusividade fosse derrubada.


Fonte: A Gazeta

Um comentário:

  1. Infelizmente essa é uma prática muito com um na política brasileira mal acostumada ao famoso "toma lá dá cá" que de acordo com o momento em que ocorre, recebe nomes diferentes, como "propinoduto e mensalão" ... Aí vem as arrastadas CPIs e muitas vezes acaba redundando em arquivamento por causa dos acordos de bastidores. É preciso que a opinião pública acompanhe de perto as investigações e que se dê imediatamente os "nomes aos bois", pois não vejo como a identificação dos autores do fato, possa prejudicar as investigações de um fato óbvio. Isso tem cheiro de pizza !!!

    @DRLUIZAUGUSTO_

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