Quando o helicóptero do governo do Estado pousar, hoje de manhã, em São Gabriel da Palha, dele descerão o governador Renato Casagrande (PSB), o senador Ricardo Ferraço (PMDB) e o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Juntos, eles vão participar do 50º aniversário de uma cooperativa de cafeicultores. Mais que esta celebração, a mensagem que tentam passar é de que as relações vão bem e de que a aliança, firmada lá atrás, constante “alvo de boataria” de ruptura, segue firme.
Ontem, o colunista Ilimar Franco cravou que Casagrande já havia definido apoio ao presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) e que o PMDB lançaria Ferraço ao governo, tendo Hartung como candidato ao Senado e o PT na vice. O cenário não é impossível, visto que o governador tem imagem fortemente ligada ao partido e o PMDB nacional tem pressionado o senador para a disputa. Mas viabilizá-lo seria complexo.
Os interlocutores de Casagrande dizem que ele não se decidiu; os de Hartung negam que os rumos do PMDB estejam traçados. Na cúpula peemedebista, fala-se em “fogo de palha” e “bolha artificial” para definir as especulações sobre o futuro de Ferraço, que passou as últimas semanas em franca movimentação política, com direito a aparições na TV.
Há poucos dias, Hartung e Ferraço almoçaram com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no Palácio do Jaburu, em Brasília. No cardápio, conjuntura nacional, local e análises de cenário. Mas, segundo consta, nenhuma posição foi digerida. Nos corredores do Palácio Anchieta, a ponderação é de que “o PMDB não é um partido disciplinado” a ponto de acatar ordens vindas de cima.
Aliados de Casagrande têm reiterado que “há uma aproximação muito grande” entre os três caciques e interpretam os movimentos de Ferraço como “forma de se valorizar”. Entre socialistas, não se descarta que, quando o processo sucessório de fato começar, “o PMDB pode usar a pressão nacional como desculpa” para um voo solo. Mas parece haver descrença nessa possibilidade.
Para que a aliança se rompa por aqui, será preciso muito cálculo, e a conta é difícil de fechar. Primeiro, porque Ferraço há tempos vem alvejando o PT de Dilma Rousseff pelos maus-tratos às agendas capixabas; e em sua mais recente investida – o resgate do senador boliviano Roger Pinto Molina –, ele contrariou o Palácio do Planalto e gerou estremecimento nas relações diplomáticas com a terra de Evo Morales.
Em segundo lugar, uma ala do PT local não mantém boas relações com Hartung. Na campanha de 2012, por exemplo, a então candidata à Prefeitura de Vitória Iriny Lopes (PT) escreveu uma carta-bomba com diversas críticas ao peemedebista. Parece improvável vê-los abraçados em 2014.
Há ainda, nessa matemática, os componentes Guerino Balestrassi e seu PSDB, que embora nacionalmente estejam flertando com o PSB, aqui assumiram uma postura crítica com a gestão Casagrande, e Magno Malta e PR, que ainda é uma incógnita para o futuro.
Por todas as incertezas, o que resta a Casagrande, Ferraço e Hartung, no momento, é seguir no mesmo rumo. Pelo menos até que se enxergue um horizonte sem maiores turbulências.
Fonte: Praça Oito - A Gazeta
Ontem, o colunista Ilimar Franco cravou que Casagrande já havia definido apoio ao presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) e que o PMDB lançaria Ferraço ao governo, tendo Hartung como candidato ao Senado e o PT na vice. O cenário não é impossível, visto que o governador tem imagem fortemente ligada ao partido e o PMDB nacional tem pressionado o senador para a disputa. Mas viabilizá-lo seria complexo.
Os interlocutores de Casagrande dizem que ele não se decidiu; os de Hartung negam que os rumos do PMDB estejam traçados. Na cúpula peemedebista, fala-se em “fogo de palha” e “bolha artificial” para definir as especulações sobre o futuro de Ferraço, que passou as últimas semanas em franca movimentação política, com direito a aparições na TV.
Há poucos dias, Hartung e Ferraço almoçaram com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no Palácio do Jaburu, em Brasília. No cardápio, conjuntura nacional, local e análises de cenário. Mas, segundo consta, nenhuma posição foi digerida. Nos corredores do Palácio Anchieta, a ponderação é de que “o PMDB não é um partido disciplinado” a ponto de acatar ordens vindas de cima.
Aliados de Casagrande têm reiterado que “há uma aproximação muito grande” entre os três caciques e interpretam os movimentos de Ferraço como “forma de se valorizar”. Entre socialistas, não se descarta que, quando o processo sucessório de fato começar, “o PMDB pode usar a pressão nacional como desculpa” para um voo solo. Mas parece haver descrença nessa possibilidade.
Para que a aliança se rompa por aqui, será preciso muito cálculo, e a conta é difícil de fechar. Primeiro, porque Ferraço há tempos vem alvejando o PT de Dilma Rousseff pelos maus-tratos às agendas capixabas; e em sua mais recente investida – o resgate do senador boliviano Roger Pinto Molina –, ele contrariou o Palácio do Planalto e gerou estremecimento nas relações diplomáticas com a terra de Evo Morales.
Em segundo lugar, uma ala do PT local não mantém boas relações com Hartung. Na campanha de 2012, por exemplo, a então candidata à Prefeitura de Vitória Iriny Lopes (PT) escreveu uma carta-bomba com diversas críticas ao peemedebista. Parece improvável vê-los abraçados em 2014.
Há ainda, nessa matemática, os componentes Guerino Balestrassi e seu PSDB, que embora nacionalmente estejam flertando com o PSB, aqui assumiram uma postura crítica com a gestão Casagrande, e Magno Malta e PR, que ainda é uma incógnita para o futuro.
Por todas as incertezas, o que resta a Casagrande, Ferraço e Hartung, no momento, é seguir no mesmo rumo. Pelo menos até que se enxergue um horizonte sem maiores turbulências.
Fonte: Praça Oito - A Gazeta
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