sábado, 28 de setembro de 2013

DIZE-ME COM QUEM ANDAS...


Gen Div Clovis Purper Bandeira
    Na crista da mais recente onda diversionista orquestrada pelo governo petista, com a finalidade de desviar a atenção dos cidadãos dos graves problemas que vive a nação, acenando com um inimigo externo que ameaça nossa soberania – no caso, os EUA e sua NSA – a cada dia temos na imprensa “equivocada” mais uma pílula sobre o vazamento de informações e a procura de conhecimentos sobre nossa vida política e econômica por parte dos “gringos”.
O fato de só ter aparecido, até agora, a Petrobrás como alvo econômico da bisbilhotice eletrônica apenas demonstra que poucas empresas brasileiras atingem um nível de importância que cause real atenção mundial por seus assuntos. Ou que há mais matéria guardada, a ser divulgada a conta-gotas, para fazer a crise durar bastante.
Enquanto isso, arrefecem os protestos quanto aos problemas que realmente afetam a vida dos brasileiros, motores das manifestações espontâneas de junho – nada a ver com as arruaças atuais montadas pela extrema esquerda, pelos anarquistas classe média Black Blocs e por marginais comuns – em que se exigiam melhor transporte, saúde, educação, gestão pública e honestidade.
    O governo se diz surpreso e indignado pela busca de informes por parte dos americanos que, como potência que são, procuram todo tipo de informação que lhes possa ser útil. Assim, aliás, procede qualquer país, dentro dos limites de seu poder nacional.
    O governo brasileiro não sabia disso? De onde vinham as informações a respeito do tráfico de drogas e armas que abasteciam nossa Polícia Federal? E as outras informações trocadas no interior da comunidade de inteligência americana, da qual o Brasil participa e se beneficia? Não, o mundo da inteligência não começou hoje, sempre existiu e sempre existirá. É claro que nossos governantes tinham conhecimento da existência de um grande e poderoso esquema de coleta de dados sobre todos, apoiado por tecnologia de ponta, em favor das grandes potências.
    Só o governo brasileiro não sabia que a NSA é o maior centro mundial de  SIGINT, isto é, inteligência obtida a partir de sinais, incluindo interceptação e criptoanálise? Também é o principal órgão estadunidense dedicado a proteger informações sujeitas a SIGINT, sendo, dessa forma, o maior núcleo mundial de conhecimento em criptologia. Foi criada no início da Guerra Fria, em 1952, e foi se adaptando às mudanças do mundo.
      Sim, meus compatriotas: após a 2ª Guerra Mundial, houve uma Guerra Fria, que opôs democratas e comunistas e que só acabou com o desaparecimento da URSS.
Novamente sim, meus amigos: o comunismo acabou em todo mundo, menos em Cuba, Coreia do Norte e alguns países sul-americanos, dentre os quais desponta o Brasil. Quase cem anos depois da falecida e fracassada Revolução Comunista na Rússia, estamos criando nossos sovietes, mencheviques e bolcheviques, para reinventar o que não deu certo no mundo inteiro e reescrever a história. Parece que estamos fadados a andar sempre em círculos, incapazes de romper tal inércia e mover-nos para frente.
Numa das imagens apresentadas nos jornais e na TV, principalmente na mídia  “equivocada”, como alvos da espionagem americana, aparecem o Brasil e mais alguns países vacilantes, sob o título: países amigos, neutros ou inimigos.
Novo arrepio de indignação: como podemos ser considerados inimigos? Nós, que sempre fomos tão democratas?
Observem o rumo de nossa política interna, sob um governo paquidérmico, incapaz e corrupto, cada vez interferindo mais no livre arbítrio e nas demais liberdades individuais do povo, aparelhando os órgãos do estado com companheiros e sindicalistas despreparados, controlando as atividades empresariais por meio de empréstimos generosos aos escolhidos e pela crescente carga tributária e ingerência no mercado de trabalho já engessado, apoiado por ONGs e “movimentos sociais” espúrios e, muitas vezes, criminosos. Isso é ser democrata?
Vejam como a política externa dúbia dos nossos últimos governos causa dúvidas sobre o real alinhamento internacional brasileiro, já admitindo que possa vir a ser inimigo do país que simboliza a democracia e o liberalismo em seu grau máximo.
Por quê?
Ora, basta ver os votos brasileiros nos foros internacionais, sempre contrários à posição defendida pelos EUA e aliados, mesmo em prejuízo de nossos reais interesses, desde que marquem a ideia de antiamericanismo.
Quem têm sido os amigos de fé, irmãos e camaradas do Brasil nos últimos anos? Os irmãos Castro, Cristina Kirchner, Nicolas Maduro – herdeiro bolivariano de Hugo Chávez – Evo Morales, Mahmud Amajinehad, Muammar al-Kadafi, o insano e divino imperador norte-coreano Kim Jong-um, além de uma plêiade de ditadores africanos cujas dívidas para conosco foram perdoadas... Isso é ser democrata?
Se os caros leitores tivessem um amigo assim, também não se precaveriam, colecionando dados de inteligência sobre ele?
Percebem em que barco, em que águas e em que companhia estamos navegando?
Não há, portanto, motivo algum para surpresa.
Dize-me com quem andas e te direi quem és, ensina o velho ditado.

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