FIQUE À VONTADE SR. MINISTRO, NÃO COBRAREI DIREITOS AUTORAIS.(by Marco Sobreira)

Navegando pelos grandes portais de noticias, aliás como faço diariamente, minha atenção fixou-se numa pequena noticia no pé de uma página, quase não acreditei no que lia, mas estava lá, “Padilha anuncia SWAT do SUS para emergências”. Fico imaginando o que pode levar um médico infectologista, até onde sei, bem conceituado a propor tal insanidade. Os jornais e as televisões denunciam todos os dias o sofrimento das pessoas que têm que recorrer à saúde pública, filas intermináveis, falta de médicos e medicamentos, pacientes amontoado em macas pelos corredores dos grandes hospitais, incapacidade técnica de paramédicos ocasionando mortes e mutilação em crianças, pinças esquecidas no abdômen de pacientes, cirurgiões operando e anestesiando ao mesmo tempo, enfim a imagem do caos e do desrespeito para com a população que paga a maior carga de impostos do mundo.


O Brasil é um país continental, as cidades cresceram sem o menor planejamento, as favelas proliferam por encostas, ao lado ou sobre córregos, portanto, todos em áreas que podemos considerar de riscos, e não estou falando só de Rio ou São Paulo, essa é uma realidade comum em todas as regiões, nas grandes e pequenas cidades. Não é possível prever onde será o próximo desastre, pode ser em qualquer estado ou região, e só esse fato já torna sem utilidade a tal força tarefa da saúde ou como prefere o Ministro, um nome mais bombástico, a SWAT DO SUS.

Imaginem uma grande enchente no nordeste, um deslizamento de barreira no sul ou sudeste, um surto de meningite na Bahia, de dengue em Roraima, de gastroenterite no Guarujá, quanto tempo levará o socorro para chegar aos doente, desabrigados ou soterrados? Que meio de transporte usarão? Quantos serão e quanto custará essa pretensa elite socorrista? Só posso concluir que algum desses burocratas, encastelado nos gabinetes com ar condicionado do Ministério da Saúde, querendo mostrar serviço, sem conhecer a realidade e até a geografia do país, idealizou tal disparate e o que é pior, ainda corremos o risco que tal factóide, conquiste as mentes de gestores já interessados nos ganhos políticos com as ações cinematográficas dos super agentes da tal Swat tupiniquim.

Planejamento de novos bairros, canalização de córregos, realocação das famílias em áreas de riscos, uma melhor coleta do lixo, rigor na concessão para novas construções, reflorestamento das encostas, dragagem de rios, construção de piscinões, sistema que possam prever temporais com antecedência com um plano viável de retirada da população, capacitação de agentes de endemias, vigilância epidemiológica eficiente, seriam ações sérias e certamente aplaudidas por todos nós.

O povo não suporta mais tanto descaso, tanta insensibilidade, tanta hipocrisia, é preciso denunciar incansavelmente e vou dar a minha contribuição. É preciso que o Ministério Público tome uma atitude para que se investigue a farta distribuição de ambulâncias UTIs , sim, não entenderam errado, ambulâncias caríssimas, montadas com aparelhagem de última geração para milhares de municípios que não têm condição de manterem equipes especializadas para que as mesmas se justifiquem. É necessário pelo menos 4 equipes compostas por médico, enfermeiro, técnico, motorista especializado para que a população tenha a sua disposição por 24 horas os serviços das UTIs sobe rodas. Posso garantir que a imensa maioria dos municípios do interior não têm condições de bancar tamanho custo e nem têm demanda que justifique tal gasto, entretanto os pequenos municípios estão sendo agraciados com tais ambulâncias e posso garantir que tem muita corrupção embutida nessas doações.

A título de sugestão, que tal dotarmos cada unidade de saúde com um pequeno laboratório que faça exames simples e baratos, como hemograma completo, glicose, creatinina, fezes e urina, só isso bastaria para se salvar milhares de vidas e diminuiria a demanda aos grandes hospitais, tudo a um custo irrisório em relação às idéias estapafúrdias como as ambulâncias UTIs ou a nati-morta SWAT DO SUS. Fique à vontade Sr. Ministro, não cobrarei direitos autorais.