quinta-feira, 31 de outubro de 2013

UMA ALIANÇA CRIMINO-ESTUDANTIL

Eugênio Bucci* - O Estado de S.Paulo
Em 1917 os bolcheviques forjaram o pacto entre operários e camponeses. Nascia ali a aliança que mudou a face do mundo e inaugurou o comunismo. Uma aliança cujo símbolo - o martelo e a foice, dispostos em forma de cruz - percorreu o século 20 como o selo maior da causa revolucionária. Em 1968 Paris foi o epicentro de outra aliança, esta entre os estudantes e os operários, numa vaga que fez a delícia dos intelectuais e ergueu barricadas de puro desejo. Agora, nas cidades brasileiras, vai se desenhando uma terceira aliança, esta um tanto estabanada, entre jovens estudantes em euforia voluntarista - que se veem como anarquistas e herdeiros do legado teórico das duas alianças anteriores - e serviçais do crime organizado, uns com um pé na banda podre da polícia, outros com as mãos na franja do tráfico, sem falar dos que dizem amém para as milícias, para botar fogo em ônibus na estrada, amedrontar os bairros pobres e, no fim das contas, esvaziar de vez as manifestações de rua, transformando-as em arruaça em que cidadãos de cara limpa não têm mais lugar.
Da aliança operário-camponesa de 1971 não sobrou quase nada além de um logotipo, ora empunhado por aposentados em Moscou, ora patrocinado por autoridades em Havana ou Pequim para atos oficiais e enfadonhos. Da aliança entre universitários e operários de Paris ficaram apenas fragmentos de narrativas mais ou menos filosóficas, além de uma nostalgia romântica e quase charmosa na fala de sobreviventes saudosos. Quanto à recente aliança crimino-estudantil, que promove festivais de pernadas em agências bancárias e em agentes da lei, dessa aí não se conhece bem o saldo. O que já se sabe é que, seja qual for, será um saldo completamente melancólico. A terceira aliança prestou seus serviços não às pessoas que protestavam nas ruas, mas à repressão, que queria bater nelas e não conseguia. Realizou a tarefa que a Polícia Militar, com seu despreparo bruto e chucro, jamais foi capaz de realizar: acabar com o sentido cívico e transformador dos protestos de rua, arrancando-lhes a graça, a criatividade e a força social.
Pôr fogo em viatura não muda nada em lugar nenhum, apenas reforça o apego à ordem (daí as especulações, fundamentadas, de que o quebra-quebra generalizado serve para angariar apoio para a tropa de choque). Espatifar vitrines a esmo não promove nenhuma boa causa, apenas desperta a antipatia popular. A estultice estratégica embutida na tática supostamente anarquista de partir para a ignorância beira o inacreditável. Parece ação de inimigo infiltrado. Aliás, em parte, é isso mesmo. A máscara, essa fantasia de Durango Kid, de Zorro, de Tartaruga Ninja de esquerda, virou um passe livre não para andar de graça no circular, mas para qualquer um que queira instaurar a violência no meio da rua. Era tudo o que a criminalidade queria. A propósito, as notícias de que existem entre os mascarados dos quebra-quebras delinquentes já conhecidos nas delegacias não deveriam surpreender ninguém. Fantasiado de black bloc, o assaltante pode roubar o que bem quiser e disseminar o pânico. Foi assim que o crime sequestrou os protestos da cidadania.
A aliança crimino-estudantil não nasceu de um programa revolucionário, de uma inteligência, mas de uma política sem programa e sem pensamento, que resultou na antipolítica. Ela surgiu como um efeito colateral provocado pela pancadaria festiva, que fugiu ao controle dos que, dizendo não acreditar em controle, se imaginavam no controle da confusão. Alguns deles gostavam de falar que a tal da "mídia" promovia a "criminalização dos movimentos sociais". Pois bem, agora eles criminalizaram estupidamente um dos mais significativos movimentos de inconformismo que tivemos no Brasil. Criminalização dos movimentos sociais é isso aí, o resto é teoria da conspiração (que tem 0,1% de teoria e 99,9% de conspiração).
Sabemos todos que um toque de vandalismo sempre escapa a qualquer episódio em que as multidões se exaltam. É da natureza da coisa. Há brigas em estádios de futebol, assim como há socos no vizinho em shows de heavy metal e xingamento entre motoristas nos engarrafamentos. Até aí, nenhuma novidade. As manifestações de rua não são - nunca foram - celebrações de boas maneiras e de congraçamentos em câmera lenta, com as pessoas de olhos lânguidos, semicerrados, dando sorrisinhos zen umas para as outras. O problema, agora, é que o toque de vandalismo - que era absolutamente previsível e, por isso mesmo, um tanto inevitável - acabou virando a regra e tornando o todo inviável. Exatamente por isso é que podemos dizer que os entusiastas das máscaras como salvo-conduto para depredar todo o cenário acabaram fazendo o trabalho da repressão mais primitiva. Mandaram os manifestantes pacíficos de volta para casa e fizeram propaganda da polícia, da pior polícia que pode existir, aquela que se vale da força bruta para impor a ordem dos de cima contra a vontade dos de baixo.
Se fenecerem nesse esvaziamento patético, as manifestações de junho terão sido um malogro. Que grande pena. Sem gente na rua, gente de cara limpa, não será possível mudar o Brasil. Vivemos ainda num país que trata como se fosse rotina o fato de um tiro de policial, no exercício de sua função pública, matar um adolescente desarmado. Isso não escandaliza ninguém (escândalo é quando o cidadão desarmado bate no policial). Vivemos num país em que as autoridades estão aí, perdidas, atarantadas, sem saber como conter o caos das ruas. Um país em que a tropa de choque é treinada para ver no manifestante um inimigo - e onde os policiais se omitem criminosamente diante de tantos atos de vandalismo escancarado. Vivemos, enfim, num país que precisa mudar. Aí vêm os black blocs e expulsam das ruas os manifestantes pacíficos. Mesmo que involuntariamente, eles agem como os coveiros de uma esperança.

O ENEM E A CHIBATA AUTORITÁRIA

Alexandre Barros* - O Estado de S.Paulo
O Brasil está mal em educação e, pelo visto, quer melhorar seu desempenho com o chicote do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Primeiro, criou um exame que reflete a incapacidade do Estado de fiscalizar a qualidade do ensino. Se não conseguimos melhorar a qualidade do ensino, chibata nos iludidos. Afinal, a culpa não é sempre do estudante. O Ministério da Educação (MEC) prefere olhar pelo retrovisor a olhar pelo para-brisa. Os educatecas (obrigado, Elio Gaspari), já que não resolvem o problema com reais soluções, fa-lo-ão punindo as vítimas.
Há gente que apenas não quer fazer o Enem. É uma liberdade assegurada pela Constituição, mas os educatecas põem todos no mesmo vagão. Destino: um campo de condenados. Talvez queiram imitar (mal) a Coreia do Sul. Lá, um exame feito no fim do curso secundário define o futuro de um estudante: se será um felizardo por toda a vida - seja na burocracia governamental, seja nos chaebols, os grandes conglomerados industriais - ou um pária para sempre, porque não se saiu bem num exame. A Coreia está repensando o que a revista inglesa The Economist (26/10) chamou de corrida armamentista: todos correm numa raia só para se saírem bem na prova que definirá a universidade - mas nem a economia nem a felicidade se resumem a um diploma universitário.
No Brasil, quem vai para a burocracia governamental regulará cada vez mais a vida de todos nós. Quem vai para a empresa privada terminará junto com muita gente no topo e pouca gente para fazer o que é importante no processo produtivo. De ambas as coisas se queixam muito os empresários brasileiros e são eles que fazem o Brasil crescer.
Na Coreia do Sul, menos estudantes estão optando por fazer o exame e aceitando que a felicidade pode estar fora daquilo que o bom resultado nele garante. A pressão é simplesmente muito grande e talvez não compense os sacrifícios.
Nos Estados Unidos a democratização da universidade começou com o fim da 2.ª Guerra Mundial. Todos os veteranos da guerra tiveram acesso a um curso universitário ou profissional e puderam melhorar de vida. Esse sistema subsistiu até cerca de 2005. Aí a economia disse: basta! Precisava de mais gente treinada para cumprir as tarefas de nível médio. Para isso a universidade é demais. Hoje, para muita gente, não compensa endividar-se para fazer um curso universitário que já não garante um emprego mais bem remunerado.
Em conversas com empresários brasileiros, estes dizem querer menos regulação e mão de obra mais competente no nível médio e operacional, "onde as coisas acontecem". Melhor um college de dois anos ou reciclagens periódicas. Com matérias específicas, universitárias ou não, concluídas num curso via internet, servem melhor às necessidades das empresas, que estão sempre sendo forçadas a inovar, e aos empregados, que precisam estar atualizados.
Há alguns anos uma universidade brasileira ofereceu cursos com aulas das 11 da noite à 1 da madrugada. Os educatecas chiaram: ninguém pode estudar a sério nesse horário, disseram. Depois de uma longa queda braço cederam e os cursos são um sucesso. Enquanto isso, o Senai (que, felizmente, não é controlado pelos educatecas) passou a oferecer cursos ligados à ferramentaria, das 4 da madrugada às 7 de manhã, no Complexo do Alemão. Havia fila na porta e a moçada que de lá saía tinha emprego garantido porque e economia precisava. Felizes eles, que não eram regulados pelo MEC.
Quem toma decisões em Brasília muito pouco contato tem com quem produz riqueza e paga impostos que sustentam o governo. Resultado cruel: mais políticas que saem da cabeça de quem não tem nenhuma experiência no processo produtivo e prejudicam a satisfação das necessidades reais da produção. A ânsia regulatória-fiscalizatória desvia atenções e recursos, que deviam ser canalizados para o crescimento, para atividades cartoriais e certificatórias que pouco ou nada rendem e muito atrapalham.
Steve Jobs, da Apple, e Bill Gates, da Microsoft, largaram a universidade e por isso puderam inovar. Peter Thiel, que ficou bilionário com o PayPal e com o Facebook, criou, por meio de uma fundação com seu nome, 20 bolsas por ano para estudantes com menos de 20 anos de idade largarem cursos universitários e se dedicarem a desenvolver inovações, orientados não por burocratas governamentais, mas por empresários de sucesso que produzem as coisas que nos fazem mais felizes. Esse choque de realidade faria efeito aqui, mas cá nem Jobs nem Gates poderiam ensinar em nenhuma faculdade porque não são formados por uma...
A Coreia pensa em "descomprimir" o sistema credencial. No Brasil, educatecas criam mais obrigações para "comprimir" mais os adolescentes com políticas que estão sendo abandonadas em outros países. Burocratas ouvem falar de programas que parecem ser muito bons em outros lugares e os transplantam para o Brasil sem saber de suas disfuncionalidades. Ou seja, criam políticas sem pés nem cabeça, "macaqueadas" de outros lugares onde já estão sendo abandonadas, para trazê-las para cá como se pudessem ser panaceias.
As regras do Enem estão cada vez mais rígidas (como tudo o que é administrado por burocracias). Agora, além de esse exame se estar tornando obrigatório, ainda querem colocar mais umas bolinhas de ferro nas tiras da chibata, inventando multas para quem se inscrever e não aparecer no dia da prova! Da cabeça de quem sairia uma coisa dessas?
Para quem ainda não se deu conta, uma ditadura se baseia no autoritarismo burocrático. Viver num sistema em que sempre os outros obrigam os uns a fazer o que os eles querem explica um pouco do que é o "tudo isso que está aí" contra o que as pessoas protestam.

LULA E A FARSA DO BOLSA FAMÍLIA, CAIU A MÁSCARA!!!

VEJAM O QUE O JORNALISTA R. AZEVEDO, DA VEJA, TAMBÉM DENUNCIA, ACRESCENTANDO OUTRAS INFORMAÇÕES IMPACTANTES. ABAIXO REPRODUZO A COLUNA ESCRITA EM BLOG EXPOSTO NO SITE DA VEJA EM 30/10/2013 às 19:54. VALE A PENA LER ATENTAMENTE.
REPRODUZAM ESTE MATERIAL PARA O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE BRASILEIROS E AJUDEM A DESMASCARAR ESTE QUE É UM DOS MAIS MANIPULADORES E INESCRUPULOSOS POLÍTICOS DA HISTÓRIA DO BRASIL. 
Lula, o Bolsa Família, os detalhes de uma farsa e uma falha escandalosa da imprensa (ESCRITO PELO JORNALISTA REINALDO AZEVEDO)
Já expus a questão aqui algumas vezes. Mas que se volte ao ponto, ué, se isso se mostra necessário. O governo Dilma promoveu nesta quarta uma cerimônia de comemoração dos 10 anos do “Bolsa Família”. Em si, já se trata de uma fraude.
As práticas reunidas sob a rubrica “Bolsa Família” estavam em curso no governo FHC. O que o petismo fez foi reuni-las, o que, no caso, foi uma boa medida. Mas não criou nada. 
O convidado de honra do evento foi Lula. Falou, como de hábito, pelos cotovelos. Disse que são preconceituosos os que afirmam que os pobres recorrem ao Bolsa Família porque não querem trabalhar. Mas esperem aí: quem acha? Quase ninguém, que se saiba!
Afirmou o ex-presidente:
“O que essa crítica denota é uma visão extremamente preconceituosa no nosso país. Significa dizer que a pessoa é pobre por indolência, e não porque nunca teve uma chance real em nossa sociedade. É tentar transmitir para o pobre a responsabilidade pelo abismo social criado pelos que sempre estiveram no poder em nosso país”.
Que coisa! Já demonstrei aqui dezenas de vezes que o primeiro a dizer que os programas de bolsas deixavam os pobres vagabundos foi Lula. E o fez de maneira explícita, arreganhada. No vídeo abaixo, ele aparece em dois momentos: exaltando o Bolsa Família, já presidente da República, e no ano 2000, quando chamava os programas de assistência direta (como o Bolsa Família) de esmola. Vejam o vídeo.
Pobre vagabundo
Mas foi bem mais explícito. Nos primeiros meses como presidente, Lula era contra os programas de bolsa que herdou de FHC. Ele queria era assistencialismo na veia mesmo, distribuir comida, com o seu programa “Fome Zero”, uma ideia publicitária de Duda Mendonça, que ele transformou em diretriz de governo. Deu errado. O Fome Zero nunca chegou a existir.
Já demonstrei isso aqui. No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semiárido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…
No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudado o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?
A questão se arrastou por meses. O tal programa Fome Zero, coitado!, não saía do papel. Capa de uma edição da revista Primeira Leitura da época: “O Fome Zero não existe”. A imprensa petista chiou pra chuchu.
No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família? E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças frequentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.
E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?
Ora, ele passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso, conforme se vê no vídeo.
A imprensa
Notem: o que vai acima não é uma invenção minha. Lula efetivamente achava que políticas assistenciais viciavam os pobres e corrompiam suas respectivas consciências. Lula efetivamente achava que os programas que resultaram no Bolsa Família desestimulavam a plantação de macaxeira… Se alguém achava que um assistido pelo benefício se tornava vagabundo, esse alguém era… Lula!
Não obstante, ele é convidado para o aniversário do programa, faz proselitismo da pior espécie e é poupado de seu próprio passado e de suas próprias palavras.
Por Reinaldo Azevedo


http://youtu.be/KdNXha8Tt04



quarta-feira, 30 de outubro de 2013

RASGANDO NOSSA FANTASIA

Pegue o trem-bala em Campinas e vá até o Rio em altíssima velocidade. Faça baldeação para outro trem, o da Ferrovia Norte-Sul, e viaje paralelamente aos canais de transposição das águas do rio São Francisco. Na região que antigamente era árida, beba água pura à vontade, trazida de mananciais distantes.
É possível? Claro que sim: o trem-bala, que deveria estar pronto para a Copa, e a transposição das águas do São Francisco correm em paralelo – ambos são sonhos futuros. A Ferrovia Norte-Sul, que já provocava escândalo nos antigos tempos do presidente José Sarney, continua no ritmo de Martinho da Vila: é devagar, bem devagar, é devagar é devagar devagarinho. A transposição do São Francisco vem do império, de D. Pedro 2º, que prometeu vender até a última joia da coroa para acabar com a seca do Nordeste. Perdeu a coroa, sem vendê-la. E a seca do Nordeste continua ganhando de goleada – sempre com a ajuda do apito ladrão.
Oito mil creches! E 800 aeroportos, que a presidente, estimulada pelas luzes de Paris, prometeu construir! E os royalties do pré-sal, revolucionando Educação e Saúde! O pré-sal ainda não foi extraído, vai levar uns 15 anos para começar a render, mas a festa está no ar. Creches? Estarão prontas um dia, quem sabe. Os 800 aeroportos não existem, nem caberiam no país, mas o número é tão bonito! Há as casas dos desabrigados de Petrópolis, que não têm teto, que não têm nada; os caças da Força Aérea, esperando os aeroportos; Internet para todos, espalhando seus sinais sem fio, de graça, pelo Brasil. Sonhar não é um sonho impossível.
Oração do silêncio
Os mestres também se enganam. O monumental Aldous Huxley, no ensaio Music at night, dizia que, depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música. Não é bem assim: o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é o som de uma história certa na hora certa. Comenta-se, por exemplo, que até políticos avessos à religião têm orado com frequência pelo silêncio de José Amaro Pinto Ramos, conhecida personalidade da política brasileira, indiciado na Suíça pelo caso Alstom. Pinto Ramos sempre teve fama de amigo do PSDB. Mas não é radical em sua atuação na área política.
Na negociação dos caças, por exemplo, conversou com gente de todos os partidos. O caso Alstom – Siemens atinge diretamente o Governo tucano paulista – aliás, os Governos dos últimos 15 anos, já que o cartel começou a operar na administração de Mário Covas e passou pelas gestões de Alckmin e Serra. Mas tanto uma empresa quanto outra participam de obras comandadas por outros partidos em diversos Estados e no Governo Federal. Pinto Ramos, mudo, será o poeta de todos.
A falha assassina
A tragédia ocorreu no domingo: durante abordagem policial em São Paulo, provocada por uma queixa de som alto, um rapaz de 17 anos foi morto por um PM (que já foi autuado por homicídio culposo e está preso administrativamente). A reação de revolta foi imediata: três ônibus incendiados, barricadas nas ruas, horas de tumultos. Mas há um fato que a população revoltada desconhece: neste ano, conforme minuciosa reportagem apresentada no SBT por Joseval Peixoto e Raquel Sherazade, o comando-geral da PM de São Paulo mandou recolher 98 mil pistolas Taurus .40, séries 640 e 24/7, por disparar sem motivo. O filme mostra que a arma dispara mesmo travada, mesmo sem que haja um dedo no gatilho.
Pode ter sido falha humana. Mas evitar injustiças exige ampla investigação.
E vai rolando a festa
Lembra do famoso discurso do senador Renan Calheiros, prometendo cortar despesas? Esqueça: naquela ocasião, o presidente do Senado demitiu 512 funcionários terceirizados, que trabalhavam oito horas por dia. Mas, informa o colunista Cláudio Humberto, isso valeu por pouco tempo. Vários já foram recontratados, com menos trabalho e mais dinheiro. Em números: 65 funcionários, que trabalhavam 40 horas por semana, passam a trabalhar 30 horas por semana. Destes, 43 que recebiam R$ 3.541 mensais passaram a R$ 3.669. Outros 21, que ganhavam R$ 4.678, passaram a R$ 4.678 mensais.
Quem disse que fazer economia é difícil? Basta saber como é que político faz.
E todos em um
A promessa é de Marina Silva: se o PSB ganhar as eleições presidenciais (com ela na cabeça de chapa, ou com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos), vai governar “com os melhores do PT, do PMDB e do PSDB”. Digamos, com Kátia Abreu, do PMDB do Tocantins, senadora boa de voto e de forte atuação, mas, como porta-voz do agronegócio, adversária política de Marina. Sem Fernando Gabeira, que é ótimo mas não é do PT, nem do PMDB, nem do PSDB. Com Paulo Skaf, do PMDB, presidente da Federação das Indústrias, “patrão dos patrões”, e o dirigente sindical e político petista Luiz Marinho.
Falta Gilberto Gil, claro; não para ocupar um cargo, mas para cantar a Geleia Geral.
O pioneiro
E pensar que todos falaram mal de Gilberto Kassab, por ter dito que seu PSD não era de centro, nem de direita, nem de esquerda! Kassab pode ter muitos defeitos, mas tem duas virtudes: saiu à frente dos outros e fala a verdade.
 Carlos Brickmann 

PORTO CENTRAL DE PRESIDENTE KENNEDY, AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 07 DE NOVEMBRO




Porto Central - maquete 1


  Já está definida a data da audiência pública do Porto Central de Presidente Kennedy: 07 de novem, às 18h, no Ginásio de Esportes “Correão”, na sede do município. A TPK Logística, responsável pelo empreendimento que tem também investidores do Porto de Roterdã (Holanda), começou a divulgar esta semana os convites para a realização do evento. A audiência pública será coordenada por técnicos do Ibama, que virão de Brasília especialmente para esse fim. Na ocasião, serão apresentados o EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), últimos requisitos para a obtenção da licença de instalação do Porto Central, entre as praias das Neves e Marobá. Novo sistema viário De acordo com o engenheiro SalomãoFadjlalah, representante da TPK, o projeto “é limpo e contempla o que há de mais moderno em respeito às normas ambientais, nos moldes dos clusters que compõem o Porto de Roterdã, de impacto quase zero para os recursos naturais que integram Presidente Kennedy e entorno”. As obras, inicialmente orçadas em R$ 1,8 bilhão e que vão gerar entre 4.500 e 5.000 empregos durante a construção, devem ser iniciadas em julho de 2014. Além do engajamento e suporte da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, a Prefeita Amanda Quinta Rangel destaca a importância da participação do DER nos entendimentos envolvendo a Prefeitura, o grupo empresarial e o Estado, “pois significa o cumprimento da palavra do Governador Renato Casagrande, de dotar Presidente Kennedy e região das rodovias sem as quais um empreendimento desse porte não se viabiliza”. – Temos do governo – frisou Amanda – a garantia de três ações fundamentais em termos de infraestrutura viária: o desvio da ES-060 (Anchieta-Praia das Neves), que já teve início;melhorias em diversos pontos da ES-162 (Presidente Kennedy-BR-101) e a construção da nova ES-297 (Apiacá-Praia das Neves), com cerca de 45 km de extensão. Essas obras de um novo sistema viário, no entendimento da Prefeita, “vão permitir que a construção do Porto Central interfira o mínimo possível na vida das pessoas que moram, estudam e trabalham nos núcleos urbanos do nosso município. Comunidades como a de São Paulinho, que margeia a rodovia Kennedy-BR-101, serão beneficiadas com melhoramentos, como acostamentos, que serão construídos em toda a extensão, além do desvio do trânsito pesado para um novo traçado”. Geração de empregos – Outro aspecto fundamental – destacou a Prefeita – é que os empreendedores garantiram que 70% da mão-de-obra serão contratados em Kennedy e municípios vizinhos, algo em torno de 3.000 postos de trabalho que serão gerados e empregarão gente daqui. Para dar oportunidade de emprego aos kennedenses, a Prefeitura tem investido maciçamente, em parceria com a Findes/Sesi/Senai/Senac, em cursos de qualificação técnica e formação de mão-de-obra. Nos próximos quinze dias, será inaugurada a Agência Municipal de Formação e Qualificação, que já dispõe de calendário para todo o ano que vem. Segundo o professor Durval Vieira, consultor da TPK, “é fundamental essa parceria com a Prefeitura, objetivando a qualificação e a formação da mão-de-obra”. Para o consultor, merece elogios “a disposição da Prefeita Amanda em adequar a orientação profissional dos jovens que têm bolsas municipais para cursos superiores, orientando-os para esse novo mercado de trabalho que se descortina na região”. Atualmente, a Prefeitura de Presidente Kennedy mantém bolsas de estudo integrais para aproximadamente 400 universitários, que frequentam faculdades do Sul do ES e de Campos-RJ. A partir do ano que vem, a Secretaria Municipal de Educação vai direcionar a escolha dos cursos à oferta de empregos no município, especialmente por parte do Porto Central.clique aqui

Fonte: Blog Kennedense

CIENTISTAS TRAÇAM MAPA DA RESISTÊNCIA HUMANA AO HIV

Pesquisadores analisaram as mutações genéticas que ocorrem no DNA do vírus, em consequência da defesa natural do corpo contra a doença

Modelo tridimensional do vírus da aids
Vírus da aids: segundo pesquisadores, novo estudo poderia levar a tratamentos individualizados, levando em conta a genética do paciente (Centro Nacional de Biotecnología (CSIC) / Comunicación CSIC)
Um grupo de pesquisadores suíços elaborou o primeiro mapa de resistência humana ao HIV, vírus causador da aids, que mostra a defesa natural do corpo contra a doença. O avanço poderá ter aplicações como a criação de novos tratamentos personalizados. O estudo foi publicado nesta terça-feira, no periódico eLife.
Quando uma pessoa é infectada pelo HIV, seu sistema imunológico devolve estratégias de defesa. Em alguns casos, elas são tão bem sucedidas que permitem controlá-lo sem o uso de medicamentos, como é o caso dos chamados “controladores de elite”, indivíduos que possuem o vírus HIV, mas não desenvolvem a aids.
Infelizmente, isso não acontece na maioria dos casos, pois o genoma do vírus também se modifica rapidamente, a fim de driblar as estratégias do sistema imunológico.  Mesmo assim, o esforço do organismo em combater o invasor deixa suas marcas no próprio vírus: mutações genéticas que indicam como ele reagiu aos ataques.
Analisando cepas do vírus que viveram em hospedeiros humanos, cientistas da Escola Politécnica de Lausanne e do Hospital Universitário de Vaud, ambos na Suíça, e diversas instituições de outros seis países, identificaram as mutações genéticas que ocorreram em resposta aos ataques do organismo. Dessa forma, reconstituíram toda a cadeia de eventos, criando o mapa da resistência ao HIV.
Combinações – Para isso, foram estudados vírus de 1 071 pacientes soropositivos. Os pesquisadores cruzaram mais de 3 000 mutações potenciais no genoma viral com mais de 6 milhões de variações no DNA dos pacientes. Com uso de supercomputadores, eles estudaram todas as combinações possíveis e identificaram correspondências entre os pacientes.
“Tínhamos de estudar as cepas virais de pacientes que ainda não tivessem recebido nenhum tratamento, o que não é comum”, explicou o pesquisador Jacques Fellay, um dos autores do estudo, em um comunicado divulgado pela Escola Politécnica. Por esse motivo, os cientistas basearam o estudo em bancos de amostras criados nos anos 1980, quando ainda não havia tratamentos eficazes contra o vírus.
Segundo os autores do estudo, esse trabalho permitiu obter uma visão mais completa dos genes humanos e sua resistência ao HIV. Isso permite não só entender melhor como o organismo se defende, mas também como o vírus se adapta a esses mecanismos de defesa. “Agora nós temos uma base de dados que vai nos indicar qual variação genética humana vai provocar que tipo de mutação no vírus”, explicou Amalio Telenti, integrante da equipe.
As descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novas terapias contra o HIV e tratamentos individualizados, que levem em consideração as virtudes e desvantagens genéticas do paciente.
(Com agência EFE)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MINIRREFORMA ELEITORAL: A REFORMA QUE VIROU MAQUIAGEM

Medidas anticorrupção e discussão no modelo de financiamento das campanhas milionárias? Que nada!


Uma maquiagem malfeita pode ser uma boa definição para aquilo que os excelentíssimos senhores congressistas querem empurrar para cima da população como sendo a “minirreforma eleitoral” para 2014. Como efeito da onda de manifestações que parou o país há menos de seis meses, o Senado e a Câmara dos Deputados decidiram mexer na “periferia” das regras da eleição, passando longe daquilo que levou o povo às ruas.

Medidas anticorrupção, discussão no modelo de financiamento das campanhas milionárias, maior transparência nos gastos? Que nada! Esqueça. Os parlamentares definiram que para a disputa ser mais leal, o mais precioso é proibir faixas, placas, cartazes, bandeiras, pinturas e bonecos em propriedades particulares, veja só.

Ou seja: se em 2010 tivemos os bonecos “Maguinho” pelas ruas da Grande Vitória, feitos à imagem e semelhança do senador Magno Malta (PR), no ano que vem, caso de fato dispute o governo estadual, o republicano não poderá usar do mesmo artifício para se fazer presente em diversos locais ao mesmo tempo.

Preocupados com as receitas de suas campanhas, os congressistas deram um passo adiante, mas não no sentido de conter disparates: decidiram que candidatos e partidos podem parcelar as multas que receberem em até cinco anos - ou seja, até um ano após do próximo pleito presidencial. Ainda nessa área, decidiu-se que a Justiça Eleitoral poderá fiscalizar, exclusivamente, “identificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos”.

E num ano que não tem eleição, mas já tem debate eleitoral posto nas ruas, como é o caso de 2013, ainda houve a “cereja do bolo”: a proposta dá liberdade a pré-candidatos para participarem de entrevistas, programas, encontros e debates no rádio, na televisão e na internet, “inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos” sem que isso lhes ofereça risco de um processo por campanha antecipada.

Não restam dúvidas: o gigante dormiu, e parece ter sido dopado por uma política apequenada, vazia, que finge ser séria mas oferece engodo ao eleitorado. Mas é bom lembrar que nem só de eleições viverá 2014. Pode ser que, ao primeiro grito de “gol” da Copa do Mundo, os torcedores que estarão fora dos megaestádios milionários, sem dinheiro para pagar pelos ingressos e por passagens aéreas, despertem novamente. E o time adversário já dá para prever qual será..


Eduardo Fachetti - Praça Oito

domingo, 27 de outubro de 2013

AS ESCOLHAS ERRADAS NA SAÚDE

O Estado de S.Paulo
Quando se observa o conjunto das ações do governo na área da saúde, não há como fugir à penosa impressão de que ele se tem limitado a medidas pontuais, em torno das quais faz muito alarido, deixando de lado os verdadeiros problemas. Enquanto cuida do programa Mais Médicos e de medidas destinadas a melhorar o desempenho dos planos de saúde, por exemplo, ele descuida do Sistema Único de Saúde (SUS), que, no entanto, deveria ser o principal alvo de suas atenções. O governo revela, assim, uma visão de curto prazo, medíocre, que compromete o futuro de um setor-chave da administração pública.
A última novidade é a ideia - ainda em estudo, segundo o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo - de abrir uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as empresas de planos de saúde investirem na ampliação de sua rede hospitalar. O pedido partiu das empresas, que dizem não ter como bancar sozinhas esse investimento.
Em setembro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que se estudava o oferecimento, pelo BNDES, de uma linha de crédito desse tipo às cooperativas de médicos, que agora se pretende estender a todas as empresas do setor. Tal como já então propunha Pimentel, as operadoras deverão dar "como garantia as reservas técnicas que detêm junto à ANS".
Para Longo, a medida se justifica porque o crescimento da rede hospitalar privada não acompanhou o aumento do número de clientes dos planos - principalmente os coletivos, oferecidos pelas empresas -, que hoje chega a 49 milhões. Isso é fato. Mas é preciso acrescentar que tal aconteceu porque as empresas venderam o que não podiam entregar. Elas sabiam muito bem que sua rede de hospitais, laboratórios e médicos não tinha condições de suportar o aumento de clientes.
Isso só seria possível se elas investissem na ampliação da rede, principalmente a hospitalar, o que não fizeram, como dizem, por não terem recursos suficientes. Querem fazer isso agora com o crédito a juros favorecidos - em última instância, bancados pelo contribuinte - do BNDES. Se dinheiro público será aplicado em hospitais, ele deve ir para a rede pública. Ela está disso muito necessitada, pois perdeu quase 13 mil leitos entre janeiro de 2010 e julho deste ano, de acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)com base em dados do Ministério da Saúde. Este, sim, é um dos grandes problemas da saúde no Brasil.
Pouco antes de propor esse financiamento, a ANS tinha tomado uma medida - a inclusão de dezenas de novos procedimentos e medicamentos na lista daqueles que os planos de saúde são obrigados a oferecer - que traz inegáveis benefícios para os clientes da rede de saúde privada, mas, ao mesmo tempo, ajuda a mostrar os seus limites. A partir de janeiro, os clientes dos planos terão direito a mais 50 procedimentos, em cirurgias, exames, tratamentos e consultas, e a 37 medicamentos orais para câncer.
Muitos ficaram de fora, porque a medicina progride rapidamente, mas se torna também cada vez mais cara. Se todos ou a grande maioria dos novos tratamentos e remédios fossem incluídos na lista da ANS - e a tendência natural tanto das associações médicas como dos pacientes é querer que assim seja -, isso acarretaria custos enormes, que tornariam os planos de saúde proibitivos para as camadas de baixa renda. Mesmo a classe média teria dificuldade de honrar esse compromisso.
A dura realidade é que há uma forte tendência de a médio e a longo prazos os planos de saúde se tornarem restritos a uma parcela pequena da população. Este é mais um elemento que mostra a necessidade urgente de se investir maciçamente no SUS, para que ele possa cumprir aqui o seu papel de sistema público e universal de saúde, atendendo a grande maioria da população. Essa é a sua vocação original. Deixar um quarto da população (49 milhões) por conta dos planos e ainda oferecer-lhes crédito do BNDES é uma aposta errada - para não dizer irresponsável - que custará muito caro ao Brasil.

A VARINHA MÁGICA DE DILMA

O Estado de S.Paulo
Ao longo da última semana, a presidente Dilma Rousseff declarou ao menos três vezes que seu governo está cumprindo os "cinco pactos" que ela propôs durante as manifestações de junho passado. Não é, portanto, algo casual. Dilma quer fazer o eleitor acreditar que o Brasil, graças à varinha mágica de seu governo, está hoje muito melhor do que há quatro meses.
Em uma das declarações, Dilma sublinhou que sua avaliação é "absolutamente baseada em fatos, em dados, objetiva". A ênfase da presidente na solidez de sua argumentação parece ter a intenção de desmentir o fato, notório, de que seu governo habitualmente fantasia sobre suas ações e tortura números para que eles reflitam o cenário idealizado.
Mas a realidade, como sempre, desmente a ficção criada pelos marqueteiros do Planalto. O primeiro "pacto" que Dilma disse estar "sistematicamente" cumprindo é o da responsabilidade fiscal, que ela classificou como "a mãe dos outros pactos". A presidente voltou ao assunto diversas vezes, afirmando que "é impossível fazer pactos e ao mesmo tempo quebrar o controle da inflação, a estabilidade fiscal e o montante de reservas".
Dilma tem razão quando diz que todos os compromissos que ela assumiu dependem, em primeiro lugar, da responsabilidade fiscal. Trata-se de uma grande conquista do País, após décadas de gastança desenfreada e perda de credibilidade internacional. Aliás, foi justamente graças ao equilíbrio das contas públicas, obrigatório por lei a partir do ano 2000, que os governos petistas puderam incrementar os programas de transferência de renda que tanta popularidade lhes trouxeram.
Para provar que está cumprindo o "pacto" pela responsabilidade fiscal, Dilma afirmou que a inflação está "sob controle" e que o orçamento está "equilibrado". Mas não é possível, por nenhum parâmetro razoável, dizer que uma inflação de 6% esteja "sob controle". Dilma costuma dizer que essa variação de preços está "dentro da meta", mas a meta é 4,5%, e a inflação está no limite da margem de tolerância - e só não subiu mais porque os combustíveis estão com seus preços represados.
Sobre as contas públicas, falar em "equilíbrio" é zombar da inteligência alheia. A contabilidade criativa da equipe econômica já ganhou fama mundo afora. Além dos truques, são cada vez mais necessários, para fechar as contas e cumprir as metas, os dividendos pagos por estatais e as receitas extraordinárias, como o bônus do leilão do Campo de Libra.
Assim como no caso da responsabilidade fiscal, os demais compromissos assumidos durante as manifestações de junho só estão sendo cumpridos no palanque. Dilma mencionou o "pacto" pela reforma política e tornou a defender a realização de um plebiscito sobre as eventuais mudanças - uma proposta que sua própria base no Congresso já rejeitou.
Outro "pacto" que Dilma disse ter cumprido é a melhoria da saúde. Para provar, citou o Programa Mais Médicos - um remendo eleitoreiro destinado a turbinar a candidatura do ministro Alexandre Padilha (Saúde) ao governo de São Paulo. Enquanto isso, o Ministério da Saúde investiu, até agosto, apenas 26,5% dos R$ 10 bilhões que estavam reservados para equipamentos e obras.
A presidente citou ainda, como compromisso cumprido, a melhoria da mobilidade urbana, algo que afinal estava no centro das reivindicações de junho. Na época, ela anunciou uma injeção de R$ 50 bilhões em projetos de transporte público. Mas seus próprios ministros agora admitem que essa meta não será cumprida, principalmente porque faltam projetos viáveis.
Por fim, Dilma mencionou o "pacto" pela educação e disse que este também está sendo obedecido, porque seu governo conseguiu destinar 75% dos royalties do petróleo para a melhoria desse setor. Um dos problemas é que essa destinação só vale para os contratos novos - e, na melhor das hipóteses, o dinheiro só começará a irrigar as salas de aula na próxima década. No entanto, o maior empecilho, como se sabe, não é a falta de recursos, e sim a má gestão das verbas existentes. E isso não se resolve no gogó.

sábado, 26 de outubro de 2013

NO SETOR EXTERNO, UM DESASTRE MADE IN BRAZIL

ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff deve terminar o ano com mais um troféu econômico, o pior resultado das contas externas em mais de uma década - exportações estagnadas, importações em alta e um enorme buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. Nos 12 meses terminados em setembro o déficit na conta corrente chegou a US$ 80,51 bilhões, equivalentes a 3,6% do produto interno bruto (PIB), informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). No relatório recém-divulgado foram mantidas as projeções para 2013: saldo comercial de US$ 2 bilhões, déficit em conta corrente de US$ 75 bilhões (3,35% do PIB) e investimento estrangeiro direto de US$ 60 bilhões. Alguma melhora será necessária, portanto, para se chegar ao fim de dezembro com o cenário estimado pelo BC. Um quadro mais positivo, neste e no próximo ano, dependerá principalmente de uma recuperação da balança comercial e nesse quesito o País continua muito mal.
A exportação rendeu neste ano US$ 192,59 bilhões até a terceira semana de outubro, 1,1% menos que no ano passado em igual período. A importação consumiu R$ 193,19 bilhões, 8,7% mais que um ano antes, segundo os dados oficiais. O saldo acumulado em quase dez meses, US$ 605 milhões, só foi possível graças ao resultado favorável obtido nas três primeiras semanas do mês, um superávit de US$ 1 bilhão. Mas esse resultado embute uma exportação meramente contábil de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,9 bilhão. Outras plataformas foram contabilizadas nos meses anteriores, mas foram sempre vendas fictícias, vinculadas à concessão de benefícios fiscais.
Se esses números fossem eliminados, o quadro do comércio exterior brasileiro, já muito feio pelos números oficiais, seria bem menos favorável. Para acertar as contas seria também preciso, poderiam dizer os mais otimistas, eliminar as importações de combustíveis efetuadas em 2012 e registradas só neste ano graças a um arranjo especial da Petrobrás. É verdade, mas é indispensável lembrar uma diferença entre essas compras e as vendas de plataformas. Estas só ocorreram na contabilidade, mas as compras de combustíveis foram realizadas e seria necessário incluí-las nos cálculos em algum momento. Se tivessem entrado nas contas do ano passado, o superávit comercial teria ficado bem abaixo dos US$ 19,41 bilhões divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Se as projeções do BC estiverem corretas, o Brasil vai faturar neste ano US$ 241 bilhões com as vendas ao exterior. O gasto com produtos estrangeiros chegará a US$ 239 bilhões. O valor exportado será 0,6% menor que o do ano passado e 5,8% inferior ao de 2011. A importação terá custado cerca de 7% mais que em 2012 e 5,6% mais que dois anos antes. A deterioração é inegável e a causa mais importante é o enfraquecimento da indústria brasileira, por falta de investimentos, aumento de custos e dificuldade crescente para enfrentar uma disputa mais dura em mercados mais apertados. Isso vale para o mercado nacional.
As medidas protecionistas impostas pelo governo foram insuficientes para barrar o ingresso de produtos estrangeiros. Além do mais, nenhuma barreira tornaria os produtores brasileiros mais capazes de competir fora das fronteiras, mesmo em áreas antes consideradas campos de caça tranquilos, como o Mercosul e a maior parte da vizinhança. Também na região outros produtores têm conseguido ocupar espaços crescentes sem muita oposição brasileira.
Quando se aponta a piora do balanço de pagamentos - especialmente da balança comercial -, ministros costumam citar a acumulação de reservas para mostrar a segurança do setor externo. Mesmo com intervenções no mercado cambial, como reação às turbulências do meio do ano, o BC conseguiu, graças a uma estratégia bem desenhada, evitar a perda de moeda estrangeira e preservar mais de US$ 370 bilhões. Esse é, sem dúvida, um importante fator de segurança, mas de nenhum modo pode substituir a eficiência produtiva e os acordos internacionais favoráveis à expansão do comércio.
A política brasileira tem falhado nas duas frentes. A deficiência de investimentos, o desperdício de recursos, o erro na escolha de prioridades (na política educacional, por exemplo) têm dificultado ganhos gerais de produtividade. Se as concessões derem certo, a taxa de investimentos chegará a 22,5% do produto interno bruto até 2018, segundo estimativa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Muitos países latino-americanos já estão acima desse padrão, enquanto a taxa brasileira continua oscilando entre 18% e 19%.
Como as condições de produção foram geralmente negligenciadas nos últimos dez anos, a começar pela infraestrutura, o potencial de crescimento diminuiu, como seria previsível. Hoje esse problema é assunto da pauta internacional, pouco importando os desmentidos e esperneios do governo brasileiro.
Na outra frente, a escolha das parcerias prioritárias, também se acumularam erros desastrosos. A diplomacia comercial pôs no alto da agenda a aproximação com mercados pouco importantes, com exceção do chinês. Mas o comércio com a China virou uma relação semicolonial, com o Brasil praticamente limitado a vender commodities, em geral de pouca ou nenhuma elaboração, e a importar manufaturados.
Os imperialistas, desprezados pela diplomacia de passeata dos governos petistas, continuam como compradores relevantes de manufaturados - e poderiam comprar muito mais se tivessem sido assinados acordos de livre-comércio. Mas nem todos criticam a estratégia comercial brasileira e o desprezo petista aos grandes mercados. No caso dos chineses e outros exportadores realistas e dinâmicos, a fantasia terceiro-mundista vivida em Brasília nos últimos dez anos elimina um possível competidor de peso.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

LEILÃO DE LIBRA FOI UM SUCESSO?

Leilão do pré-sal. Reuters
Apenas um consórcio apresentou oferta e o governo vai receber o mínimo estipulado nas regras
"Sucesso" para o governo, "aquém" nas palavras do mercado. As opiniões divergentes sobre o leilão da maior bacia petrolífera do Brasil, o campo de Libra, ilustram um caso típico de resultado que pode ser visto sob uma ótica positiva ou negativa, dependendo de onde se enxergue.

Ótica negativa: sob o novo marco para a exploração do petróleo, aprovado em 2010, não se viu a participação maciça de empresas estrangeiras, como era a aposta de apenas alguns meses atrás.

Apenas um consórcio apresentou oferta e o governo vai receber o mínimo estipulado nas regras – um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões mais 41,65% do petróleo produzido após descontados os custos de produção (o chamado lucro-óleo).

Ótica positiva: o resultado não foi simplesmente um "acordo de estatais" entre a Petrobras e suas equivalentes chinesas, como temiam alguns críticos, mas atraiu duas gigantes privadas do setor, a francesa Total e anglo-holandesa Shell, que juntas detêm 40% da empreitada.
Se o governo receberá pagamento mínimo pelo acordo, isso também quer dizer que o negócio é mais lucrativo para a Petrobras, um alívio para uma empresa com problemas de caixa e cuja capacidade de operar todas as bacias, como requer o modelo, sempre foi questionada pelos críticos.
Referindo-se ao resultado, a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse que "sucesso maior que este é difícil de imaginar".
"A qualidade técnica que conseguimos reunir, com empresas como a Petrobras, que explora e produz 25% do petróleo em águas profundas do mundo e alterna recordes com a Shell, que também está no consórcio, vai entrar para a história do país", disse a presidente da ANP.

Descontando o entusiasmo

Mas analistas ouvidos pela BBC Brasil preferiram descontar o entusiasmo, acreditando que as razões para questionar o modelo até agora continuam válidas.
"Apesar de haver um consórcio vencedor com duas empresas privadas internacionais, a participação ficou aquém do que era esperado", disse Marcelo Torto, da corretora Ativa, no Rio de Janeiro. "Houve interesse, mas algumas questões continuam pesando muito e afastando os investidores estrangeiros do pré-sal."
Torto sintetizou os questionamentos do mercado em três linhas principais. Primeiro, há as dúvidas sobre a capacidade da Petrobras de arcar com os pesados investimentos inerentes ao seu protagonismo no modelo.
Segundo, ele disse, ainda não está claro o poder de interferência que terá a estatal recém-criada para gerir os contratos do pré-sal, a PPSA, nas decisões estratégicas do consórcio. Entoando o coro do mercado, Torto avaliou que a falta de "regras mais claras" sobre os poderes de veto da PPSA traz insegurança para investidores.
Por fim, o especialista explicou que as exigências das regras de conteúdo local implicam temores de atrasos e possíveis aumentos de custo "que poderiam ser reduzidos se navios e plataformas pudessem ser encomendados de outros fornecedores internacionais".
Na disputa pelo modelo mais adequado, o governo até agora ganhou as quedas de braço com os críticos. Mas há quem acredite que as mudanças na dinâmica da economia global e brasileira, assim como da geopolítica das fontes de energia globais, podem obrigar o Brasil a relaxar as regras para os futuros leilões do pré-sal.
"Se o governo quiser acelerar os investimentos e o crescimento, vai olhar para o setor do petróleo como uma fonte para isso", disse à BBC Brasil o especialista em América Latina da consultoria Eurasia Group, em Washington, Luiz Augusto de Castro Neves.
"Para tanto, precisa propiciar mais abertura para o investimento estrangeiro, e isso demanda uma flexibilização maior das regras."

'Bilhete de loteria'

Seis anos atrás, quando foi descoberto o petróleo na camada pré-sal da costa brasileira, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou o potencial energético como "um bilhete de loteria" que o Brasil tinha ganhado.
Isso foi, entretanto, antes do advento de novas fronteiras no campo da energia, como a exploração de gás de xisto nos EUA, uma alternativa que os analistas acreditam capazes de transformar o panorama energético mundial.
Um dos efeitos até 2035 pode ser que os Estados Unidos deixem de ser importadores e se convertam em exportadores de energia, com os correspondentes efeitos sobre o preço do petróleo no mercado internacional.
Castro Neves diz que as recentes descobertas de petróleo e gás em outros países do mundo colocam o Brasil na posição de competir pela atenção dos investidores com economias que oferecem outras vantagens para as empresas que pretendem atrair.
É um ambiente global muito diferente daquele em que o governo brasileiro delineou as regras que esperava impor às companhias interessadas em participar do pré-sal, afirma o analista.
"Houve um excesso de confiança que gerou o modelo do pré-sal. Nos últimos três ou quatro anos, o mundo mudou", ele disse.
"O Brasil ainda é um ator promissor no campo energético mundial, mas está tendo de adaptar um pouco as suas políticas a esse cenário menos favorável."
Para Castro Neves, "cada vez fica mais claro que o pré-sal é um bilhete de loteria, mas com um prazo de validade", compara. "Se você não tirar (o petróleo) do chão a tempo, pode ficar tarde demais."

Incertezas políticas

Analistas acreditam que o governo já venha sinalizando com boa vontade para rever algumas das regras do pré-sal, a fim de atrair mais investidores estrangeiros no futuro.
A dúvida é como isso poderia ser feito em ano de eleições presidenciais (em 2014) sem dar panos para mangas aos críticas, diz o analista da consultoria Eurasia.
Apesar das dificuldades, Castro Neves acredita que "seria um erro" não reavaliar o modelo do pré-sal diante do pouco interesse que gerou entre os investidores internacionais.
Outro desafio para o Planalto será equilibrar o desejo do mercado por menos controle sobre os contratos petroleiros com as reivindicações dos protestos de rua que se opõem ao que chamam de "privatização" do setor e pedem, na via oposta, maior destinação de recursos do governo para a educação e a saúde.
Mesmo que consiga encontrar formas de caminhar sobre a corda bamba, avalia Torto, da corretora Ativa, as mudanças podem não conquistar a confiança dos investidores na intensidade desejada.
"Por um lado, podem vir melhorias (nas regras do pré-sal, na visão dos investidores)", ele diz. "Por outro lado, podem surgir incertezas porque você não tem a estabilidade do marco regulatório", completa o analista.
"Qualquer revisão do modelo pode ser positiva, mas também pode deixar os investidores com o pé atrás."
Fonte: BBC BRASIL

MARIA DO ROSÁRIO, A CRIMINOSA SEM ENCANTOS

Caros amigos,
Já manifestei, algumas vezes, minha repulsa à situação de insegurança que os bandidos, colocados no poder da República pela ignorância do povo, têm permitido que tome conta dos homens e mulheres de bem, aqueles que trabalham e produzem para sustentar o Brasil e toda a sorte de canalhices e crimes que caracterizam a era pós moral em que vivemos.
Revolta, a mim e a toda comunidade das pessoas honestas, a forma ridícula e patética com que Sra. Maria do Rosário apresenta as causas da criminalidade e com que condena a "violência policial".
Sou levado pela circunstância a pensar que esta senhora ou é ingênua além do limite da ignorância, ou vive em outro planeta, ou é uma cega ideológica, ou uma anarquista contaminada pelo ranço colérico dos perdedores, ou, o que acho mais provável, é, a seu modo, conivente com o crime, sendo, neste caso, a pior das criminosas!
É preciso colocá-la na linha de frente do combate que diuturnamente é travado entre bandidos, policiais e a população em geral, para que ela veja a realidade com seus próprios olhos, sinta escorrer entre seus dedos o sangue e a vida de inocentes e, quem sabe, conheça o calor de uma bala ou a frieza de uma lâmina a cortar-lhe as carnes, já que, dificilmente seria vítima de estupro, porquanto, para isto, é preciso, pelo menos, inspirar o criminoso!
PChagasi - Grupo Terrorismo Nunca Mais