domingo, 17 de julho de 2011

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS.

Descobri que terei muito menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.


Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos, que tentam destruir quem eles admiram, por cobiça de seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos e leviandades de vidas alheias, que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, não buscaram crescer e aprender o que suas histórias trouxeram como ensinamentos, muitas delas ficaram ainda presas em seu triste narcisismo fora de época...
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos - apenas os rótulos - que por vêzes se parecem sim com conteúdos, mas cristalizados e imutáveis por sua rigidez egóica: transformados, então, em rótulos repetitivos e vazios.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços e com esses ter se repensado; que até se encanta com triunfos mas também sabe rir deles... por suas circunstâncias e transitoriedade, que não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...
Meu desejo é caminhar junto a coisas, sensações, sentimentos, percepções e pessoas verdadeiros, em movimento de composição, construção e compartilhar...
Este é, para mim, o essencial que faz a vida valer a pena.
E, para mim, basta o essencial

Autor desconhecido.

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