segunda-feira, 4 de julho de 2011

GASTOS DO GOVERNO SÃO PREOCUPANTES.

As contas do governo federal mostram que nem sempre o discurso tem casamento perfeito com a prática. A aplicação dos recursos públicos está longe do desejável.
O governo prometeu reduzir despesas improdutivas (com a burocracia) de forma a ter dinheiro no orçamento para investir mais em obras e em serviços. Boas intenções, sem dúvida, mas, a realidade tem sido outra. Nos cinco primeiros meses de 2011 (dado disponível mais recente), os dispêndios da União com salários atingiram R$ 73,2 bilhões ? crescimento de 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse percentual também chama a atenção porque é três vezes maior do que a inflação de 3,7% acumulada de janeiro a maio, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Nos mesmos cinco meses, os investimentos do governo em obras e serviços cresceram muito acanhadamente. Conforme números oficiais, R$ 16,9 bilhões foram repartidos para uso em duas áreas: infraestrutura (aeroportos, portos e rodovias) e serviços (nos setores de saúde e de educação, entre outros). Significa acréscimo de apenas 1% em relação a R$ 16,7 bilhões destinados para as mesmas finalidades em igual período de 2010.

As duas contas - a da folha de pagamento dos servidores e a dos investimentos - deixam claro que os recordes mensais na arrecadação de impostos federais não se convertem na devida proporção em benefícios para a sociedade. Primeiramente bancam o crescimento do custeio da máquina burocrática, cada vez maior.

Ainda assim, a União divulga propaganda sobre sua gestão financeira. O superávit primário (economia que o governo faz para pagar juros de sua dívida) virou peça de marketing. É que no acumulado do ano, até maio, esse saldo atingiu R$ 64,8 bilhões, o que representa o cumprimento de 55% da meta de superávit para todo o período de 2011, que é de R$ 117,9 bilhões. A mensagem que o Palácio do Planalto quer passar com esses números é que o ajuste fiscal está sendo bem sucedido.

Mas o outro lado da moeda não aparece na propaganda governamental. O recorde no superávit primário não é suficiente para saldar a despesa total de juros da dívida pública. No acumulado do ano até maio, o pagamento de juros somou R$ 100,7 bilhões. É o pior resultado para o período.

A diminuição desse ônus permitiria à União aplicar volumosa quantia para restaurar e construir novos equipamentos de infraestrutura e para atender melhor à população em demandas essenciais como educação, saúde, habitação transporte, segurança, etc.

O quadro dos gastos federais aponta duas necessidades: redução da emissão de papéis e dos juros, visando a amenizar a dívida pública, e vontade política para cortar despesas de custeio

Fonte: A Gazeta

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