sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FEBEAPÁ 2011





Estimadíssimos leitores, 2011 est mort, viva ano novo que já desponta.
2011 foi o ano em que os ditadores se ralaram, e isso já faz dele um ano ímpar, desculpem o trocadilho horroroso. Eu gosto muito de ver ditadores virando fumaça, não sei como os leitores se sentem. Mas ao ver o Kadafi nunca mais podendo usar aqueles modelitos que deusdocéu, saber que o Mubarak não vai mais enfeiar o Egito com aquela cara de quem vive em pirâmide há quatro mil anos, saber que o Kim Jong Il não passa de alimento de bactérias, como diria o Machado de Assis, simplesmente, faz bem.

Nos anos 60, Stanislaw Ponte Preta criou o Samba do Crioulo Doido, que muitos conhecem e pouquíssimos sabem cantar (o degas aqui, sabe, motivo para jactância na Mansão Carneiro da Cunha). Ele também criou o conceito de Febeapá, o Festival de Besteiras que Assolam o País. Stanislaw pode ter passado, mas o Febeapá continua, lindo, firme e forte, com a diferença de que ele hoje, mesmo se abatendo sobre o nosso país, em um planeta globalizado, tem as suas besteiras produzidas em qualquer canto.

Febeapá hoje é mundial.

Das besteiras que marcaram 2011, lembro de algumas, espero que os leitores colaborem lembrando as demais. A que encerra o ano está nos jornais e sites dessa semana, que é Jader Barbalho assumindo sua vaga no Senado, por conta da besteira nada acidental que derrubou a Ficha Limpa.

A besteira Hourse Concours ficou por conta do nosso bravo e inútil PCdoB, lançando a nota de pêsames pelo passamento do grande líder Kim Jong-Il, que recebeu do pai a Coreia do Norte em situação lamentável, trabalhou duro e a repassa ao filho em condições desastrosas. A nota do PCdoB louva o ditador por ter conduzido a sociedade coreana para o socialismo e a prosperidade. Talvez prosperidade tenha outro sentido em pcdobês, só pode ser isso. Espero que a nota tenha sido enviada em papel, assim o pessoal de lá poderá comer alguma coisa.

Entre as besteiras de maior porte tivemos o Rock in Rio, que se caracteriza por não ser uma coisa nem outra. Nem Clauddia Leitte é rock, nem a Barra da Tijuca fica no Rio, portanto, noves fora, zero.
O Estados Unidos finalmente desinvadiram o Iraque, besteira criada há quase nove anos. Invadiram uma ditadura, e deixam pra trás uma tranqueira a ser disputada entre sunitas e xiitas, e a briga não vai ser resolvida no tapa. No campo das besteiras, eles são quase insuperáveis, ao menos no calibre.

O Japão demonstrou toda a segurança das centrais nucleares deixando Fukushima defendida por um quebra-mar e com geradores de energia no mesmo nível dos reatores. Ou seja, molhou um, molhou tudo. E falam da gente.

No Rio de Janeiro, onde o movimento Febeapá começou e de onde se estendeu para o mundo, bueiros seguiram explodindo e um bondinho de Santa Teresa provou do que somos capazes, quando se trata de fazer manutenção com arames e superpovoar meios de transporte com o dobro dos passageiros permitidos. Não foi o maior acidente com mortes do ano, mas deve ter sido o mais desnecessário e tolo, bem ao gosto do governo de lá. Lá também a Chevron deixou a sua marca no Febeapá, com trágicas consequências para o meio-ambiente, e nenhuma para a Chevron, como imaginávamos.

Adriano, o Imperador, não poderia deixar o ano passar sem a sua, digamos, marca, aplicada a tiros na mão de uma garota que estava no mesmo carro que o nosso César. Nero não teria feito pior.
O Santos foi até o outro lado do mundo mostrar de quantas besteiras é feito o nosso desmiolado futebol. Em continuando assim na Seleção, e tudo indica que vai, a coisa em 2014 não vai ser uma besteira, e sim uma tragédia.

A Infraero se mostrou a mesma Infraero de sempre, criando puxadinhos onde deveria haver terminais de passageiros. Se a moda pega, nossos problemas acabaram, mas os aeroportos vão mesmo virar rodoviárias, no sentido que somente chegaremos a qualquer lugar dentro deles usando ônibus.

O cinema nacional fez a sua parte, e as maiores bilheterias ficaram com as besteiras Assalto ao Banco Central, Bruna Surfistinha, e De Pernas pro Ar. A música contribuiu com praticamente nada. Se não houve grandes besteiras, não houve mais muita coisa, mas no ano que vem teremos a volta dos Los Hermanos e o índice Febeapá vai dar um soluço legal.

A literatura pode ser pródiga em besteiras, mas o ano teve grandes livros, sobre os quais sou suspeitérrimo pra falar porque são de amigos meus. O que prova que eu posso errar em quase tudo, mas não na escolha dos amigos.

Tivemos o besteirol ecoinsustentável daquele vídeo dos globais contra Belo Monte, tivemos a bancada evangélica no Congresso sendo ela mesma, tivemos o show dos 80 anos do João Gilberto cancelado pela besteira dos produtores que acharam que os brasileiros pagam qualquer coisa por qualquer coisa. Isso é quase sempre verdade, mas, pelo visto, nem sempre.

Tivemos essa notícia engraçada de que, apesar do nosso grande e histórico Febeapá chegamos ao posto de 6ª economia mundial. Isso não prova nada, a não ser que se pode ser uma grande economia apesar das nossas grandes e enormes besteiras, além de sugerir que temos virtudes por aí, escondidas sob o grande tapete da nossa baixa auto-estima.

E, no meu cardeninho assim foi o Febeapá 2011 nos seus melhores momentos. É bom lembrarmos que 2012 somente acontecerá se aquela previsão maia não passar de uma, mais uma, tolice com nos presenteiam astrólogos, numerólogos e homeopatas, os nossos grandes besteirólogos de sempre. Como mais uma vez eles errarão em cheio, um ótimo 2012 para todos, e que ele não deixe de nos surpreender com essa incrível capacidade humana de se superar sempre que o assunto somos nós mesmos, e o tema, as nossas besteiras.

Até lá, logo ali, e vamos em frente.

Marcelo Carneiro da Cunha

Comento: Concordo com o Marcelo em quase tudo, infelizmente ele esqueceu da maior besteira dita este ano, sim , esse cara se superou, vejamos, "O câncer que vem atingindo os líderes da América Latina é coisa de uma macabra invenção dos americanos, ainda desconhecida por nós". INSUPERÁVEL. 

CABRAL ADMITE, EDUCAÇÃO NO RIO É VERGONHOSA. "RARA LUCIDEZ"

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que a situação da educação no Estado é vexatória e que ele se envergonha dos indicadores que colocam o Rio na 26ª posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). "Na educação eu errei no primeiro mandato: mantive a politização na ponta, nas coordenadorias", disse.

Apesar das críticas, ele elogiou o trabalho do secretário Wilson Risolia e prometeu melhorias. "Risolia está fazendo um trabalho emocionante. É vexatória a situação. Vigésimo sexto no Ideb me envergonhou profundamente. Meu compromisso é estar entre os cinco do Ideb em 2014", completou. O governador ainda fez uma avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff, que classificou com "nota 10", e defendeu as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. "Qualquer discurso caricato antiprivatização eu rejeito preliminarmente", completou.

Fonte: Terra Noticias

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE FIM DE ANO


2011 será lembrado como o ano em que o Brasil iniciou verdadeiramente a caça aos corruptos, ainda que timidamente o povo começou a ir para as ruas  mostrar a indignação contra o verdadeiro assalto que os cofres públicos vêm sofrendo por uma classe política ultrapassada que sempre usou o cargo que o povo lhe confiou para primeiro usar o Poder em beneficio seu e dos seus e depois se sobrar alguma coisa, para a comunidade, parecem gafanhotos, tal a ferocidade que atacam o dinheiro público.

O blog procurou fazer o seu papel e repercutiu diariamente as denúncias de corrupção, a herança maldita do Governo Lula, os abusos cometidos contra o consumidor, os ataque à imprensa e ao direito de expressão,  a carga tributária absurda a que somos submetidos, a péssima educação que o Estado oferece ao nosso povo, os absurdos e a vergonha da saúde pública, a insegurança pública, os desmandos do Judiciário, a pseudo-faxina da Presidente Dilma, finalmente evidenciada com a proteção a um Ministro de sua confiança, a omissão e incompetência da oposição,  os desdobramentos da política capixaba e o cotidiano do sul do Espírito Santo.

Procuramos denunciar os ataques ao meu Estado com a tentativa de roubar nossos royalties , a tentativa de falir nosso municípios com o anunciado  fim do FUNDAP e finalmente tentamos passar para os leitores do blog nosso dia a dia como médico atuando na saúde pública, nossas angústias e revolta com o descaso que são impostos aos nossos pacientes.

Terminamos o ano com quase 286 mil acessos e quero agradecer a fidelidade e confiança depositadas em nosso projeto, o blog é amador e repercute o nosso pensamento sobre o momento que vive o  país. Aqueles que usaram nosso espaço para ameaças e ofensas, aviso que estão perdendo tempo, não nos afastaremos de nosso propósito de lutar por um Brasil mais ético e democrático.

Finalmente desejar para todos nós um 2012 de muita paz, saúde e felicidade, sem que percamos jamais a capacidade de indignação com os desmandos do governo e os ataques à nossa jovem democracia. FELIZ ANO NOVO.

O RETRATO DE UM BRASIL QUE ANDA PARA TRÁS

JADER BARBALHO RETORNA E MANDA RECADOS AO PLANALTO
Depois de renunciar em 2001 e ter sido barrado pela Lei da Ficha Limpa, senador paraense assume o cargo em meio ao recesso parlamentar, promete ser um aliado do governo e diz que é "um recruta no fim da fila", mas dá pitacos sobre a reforma ministerial

Dez anos depois, Jader Barbalho (PMDB-PA) voltou a assumir uma das 81 cadeiras do Senado, posto que perdeu em 2001, após renunciar para escapar de um processo de cassação. Já no primeiro dia, recebeu mimos que não se aplicam aos novatos, como ser empossado em pleno recesso parlamentar e ser escoltado à liderança do PMDB para evitar protestos no Salão Azul. Apresentou-se como "um aprendiz", "um calouro", "um recruta" que entra no fim da fila, mas no meio do discurso manso mandou recados ao governo e demonstrou que chega para reforçar as fileiras do PMDB do Senado.
Jader comentou o espaço que o partido tem na Esplanada e disse que a reformulação da divisão dos postos passa por uma negociação dos líderes com o governo, mas atribuiu à presidente Dilma Rousseff a palavra final sobre a reforma ministerial. "Não considero que seja insatisfatório o espaço do PMDB, mas quem deve tomar a iniciativa para conversar sobre espaço é a presidente. Agora, essa questão é uma negociação dos líderes. Não é o PMDB que deve dizer o que quer, e sim esperar o chefe do governo se posicionar primeiro." O senador empossado ontem também fez questão de ressaltar que, apesar de o partido ter sido aliado do governo durante os oito anos de mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a chapa composta por Dilma e Michel Temer (PMDB-SP) que selou a união entre PT e PMDB.

Apesar do cuidado com as palavras, Jader disse que pertence à base do governo, mas reservou-se o direito a posições independentes. "Evidentemente que isso (pertencer à base) não me impedirá de eventualmente vir a divergir (do governo). Afinal de contas, devo o meu mandato exclusivamente ao povo do Pará."

O embate travado na Justiça para assumir o mandato impedido pela Lei da Ficha Limpa engrossa a lista de mágoas do senador, que teve o lugar ocupado pela terceira colocada na disputa de 2010, Marinor Brito (PSol-PA). Ao afirmar que não tem dívidas de gratidão por ter conseguido reaver o mandato, Jader comparou o desafio que enfrentou nas urnas — ao convencer os eleitores a votar em um candidato que teria as indicações anuladas, pois ele se enquadrava nos critérios de inelegibilidade da Ficha Limpa — às disputas históricas que travou com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (morto em 2007). "Concorri em uma eleição em que a recomendação era não votar em mim, pois o voto seria anulado. Depois do Antônio Carlos, nenhum adversário foi tão difícil. É uma homenagem que eu quero fazer ao Antônio Carlos Magalhães, que disse em uma entrevista que o adversário mais difícil era eu", lembrou.

Jader criticou os critérios da Lei da Ficha Limpa e afirmou que a regra precisa ser dividida em "duas etapas". A primeira, segundo ele, já foi encerrada e acabou quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei não valeria para as eleições de 2010. A segunda, continua o raciocínio, começa agora, na análise sobre a aplicabilidade da regra que veta a candidatura de políticos com condenações. "É como revogar a lei do divórcio e enquadrar você como bígamo", comparou.
Cartas ao Supremo

Questionado sobre a influência negativa que cartas endereçadas a ministros do STF tenham provocado, adiando sua posse, o senador do PMDB afirmou que o conteúdo das missivas era respeitoso. Jader é o último dos barrados pela Ficha Limpa a retomar o cargo no Senado. João Capiberibe (PSB-AP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) tiveram mais rapidez no resultado dos recursos. "É uma interpretação equivocada, mandei uma carta altamente respeitosa, não há uma expressão sequer", disse, negando a pressão ao relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.

Às vésperas da decisão do Supremo que determinou a posse de Jader, senadores da cúpula do PMDB se empenharam para fazer valer para o colega decisão que os magistrados tomaram favoravelmente a outros dois parlamentares também enquadrados no critério da Ficha Limpa. Ontem, na cerimônia de posse que ocorreu na presença de representantes da Mesa Diretora, apenas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), participou. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), foi substituído pela vice, Marta Suplicy (PT-SP), que deu posse a Jader. Considerado um dos principais aliados do novo senador na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) também faltou à cerimônia, mas funcionários do gabinete do líder do partido no Senado prestaram suporte a Jader.

O caçula e as travessuras

Jader Barbalho (PMDB-PA) recrutou os dois filhos mais novos para acompanhá-lo na missão de enfrentar a primeira coletiva de imprensa na volta ao Senado. Daniel, de 9 anos, sentou-se à direita do pai e Giovana, de 15 anos, à esquerda. Em vez de encontrar apoio familiar na presença das crianças, o filho mais novo de Jader deixou o peemedebista em saia-justa. Para matar o tédio, Daniel passou o tempo fazendo caretas e "chifres". Empolgado com a metralhadora de perguntas dos repórteres,

Daniel levantava o dedo para também interrogar o pai e arriscou, até mesmo, perguntas incisivas. "Qual foi a maior denúncia de outro vereador do PMDB?", perguntou ao pai durante a coletiva. "Que vereador, rapaz, é senador", retrucou Jader, emendando que se arrependeu da hora em que decidiu levar o caçula para a solenidade.

Fonte: Correio Brasiliense

POSSE DE JADER BARBALHO É DESMORALIZAÇÃO DO "FICHA LIMPA"

Dança de cadeiras – A Mesa Diretora do Senado Federal reúne-se nesta quarta-feira (28) de maneira extraordinária e com apenas um objetivo. Dar posse ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que depois de eleito em 2010 foi barrado pela Lei da Ficha Limpa. O plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu, em 14 de dezembro, o direito de Jader Barbalho ser empossado no cargo de senador, uma vez que a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa está sendo discutida pela Corte e não valerá para a eleição passada.
Mesmo enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Jader Barbalho recebeu 1,8 milhão de votos, suficiente para ocupar uma das vagas de senador pelo estado do Pará. Impedido de assumir o mandato, Barbalho foi substituído por Marinor Britto, do PSol, que obteve 727,5 mil votos.
Na terça-feira (27), os da senadora do PSol entraram com ação no STF para impedir a reunião da Mesa Diretora do Senado, sob a alegação de que feria a Constituição e o regimento interno do Senado, mas o ministro Carlos Ayres Britto negou o pedido da parlamentar paraense. “Ante o exposto, indefiro a liminar, o que faço, naturalmente, sem prejuízo de posterior análise do ministro-relator”, destacou Ayres Britto em seu despacho.

Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

QUEREM IMPOR A MORDAÇA

 
Marco Antonio Villa, O Globo

Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus opositores, montaram farsas. Não tiveram receio de transgredir a Constituição e todo aparato legal.

Para ganhar, praticaram a estratégia do vale-tudo. Transformaram seus militantes, incrustados na máquina do Estado, em informantes, em difamadores dos cidadãos. A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos.

A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor.
Para o PT, que segue esta linha, a política não é o espaço da cidadania. Na verdade, os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação “mãe do PAC”).

A pluralidade ideológica e a alternância do poder foram somente suportadas. Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia. No passado adjetivavam o regime como “burguês”; hoje, como detém o poder, demonizam todos aqueles que se colocam contra o seu projeto autoritário.

Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade.

Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial. Encontraram resistência por parte de milhões de eleitores. Mas não desistiram de seus propósitos. Querem controlar a imprensa de qualquer forma.

Para isso contam com o poder financeiro do governo e de seus asseclas. Compram consciências sem nenhum recato. E não faltam vendedores sequiosos para mamar nas tetas do Estado.
O panfleto de Amaury Ribeiro Junior (“A privataria tucana”) é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento, justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do governo federal.

A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão “malfeito”, popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção de uma funcionária (petista, claro) da agência da Receita Federal, em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Ribeiro — que está sendo processado — não tem vergonha de confessar o crime. Disse que não sabia como o despachante obtinha as informações sigilosas.

Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista “IstoÉ”).
Demonstrando absoluto desconhecimento do processo das privatizações, o autor construiu um texto desconexo.

Começa contando que sofreu um atentado quando investigava o tráfico de drogas em uma cidade-satélite do Distrito Federal. Depois apresenta uma enorme barafunda de nomes e informações. Fala até de um diamante cor-de-rosa que teria saído clandestinamente do país.
Passa por Fernandinho BeiraMar, o juiz Nicolau e por Ricardo Teixeira. Chega até a desenvolver uma tese que as lan houses, na periferia, facilitam a ação dos traficantes. Termina o longo arrazoado dizendo que foi obrigado a fugir de Brasília (sem explicar algum motivo razoável).

O panfleto não tem o mínimo sentido. Poderia servir — pela prática petista — como um dossiê, destes que o partido usa habitualmente para coagir e tentar desmoralizar seus adversários nas eleições (vale recordar que Ribeiro trabalhou na campanha presidencial de Dilma). O autor faz afirmações megalomaníacas, sem nenhuma comprovação.

A edição foi tão malfeita que não tomaram nem o cuidado de atualizar as reportagens requentadas, como na página 170, quando é dito que “o primo do hoje candidato tucano à Presidência da República...” A eleição foi em 2010 e o livro foi publicado em novembro de 2011 (e, segundo o autor, concluído em junho deste ano).

O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente.

Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento. Mas deixa uma lição: o PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão “pela covardia” protegidos da fúria fascista.

O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição, se for necessário ao seu plano de perpetuação no poder.
O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo.

Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP).

O STF E A FACA IMAGINÁRIA NO PESCOÇO

Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão. Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama. Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da Folha por perto, ligou para um certo Marcelo. Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que disse durante a conversa de 10 minutos. Mas qualquer das frases que anotou valia manchete.

“A tendência era amaciar para o Dirceu”, revelou de saída o ministro, que atribuiu o recuo dos colegas a pressões geradas pelo noticiário jornalístico. “A imprensa acuou o Supremo”, queixou-se. Mais algumas considerações e o melhor momento do palavrório: “Todo mundo votou com a faca no pescoço”. Todo mundo menos ele: o risco de afrontar a opinião pública não lhe reduziu a disposição de amaciar para José Dirceu, acusado de “chefe da organização criminosa”. Só Lewandowski ? contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, a denúncia do procurador-geral e a catarata de evidências ? discordou do enquadramento do ex-chefe da Casa Civil por formação de quadrilha. “Não ficou suficientemente comprovada a acusação”, alegou. O mesmo pretexto animou-o a tentar resgatar também José Genoíno. Ninguém divergiu tantas vezes do voto de Joaquim Barbosa: 12. Foi até pouco, gabou-se na conversa com Marcelo: “Tenha certeza disso. Eu estava tinindo nos cascos”.

Ele está tinindo nos cascos desde 16 de março de 2006, quando chegou ao STF 26 dias antes da denúncia do procurador-geral. Primeiro ministro nomeado por Lula depois do mensalão, Lewandowski ainda não aprendera a ajeitar a toga nos ombros sem a ajuda das mãos quando virou doutor no assunto. Para tornar-se candidato a uma toga, bastou-lhe a influência da madrinha Marisa Letícia, que transmitiu ao marido os elogios que a mãe do promissor advogado vivia fazendo ao filho quando eram vizinhas em São Bernardo. Mas só conseguiu a vaga graças às opiniões sobre o mensalão, emitidas em encontros reservados com emissários do Planalto. Ele sempre soube que Lula não queria indicar um grande jurista. Queria um parceiro de confiança, que o ajudasse a manter em liberdade os bandidos de estimação.

Passados mais de quatro anos, Lewandowski é o líder da bancada governista no STF ? e continua tinindo nos cascos, comprovou a recente entrevista publicada pela Folha. Designado revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, aproveitou a amável troca de ideias para comunicar à nação que os mensaleiros não seriam julgados antes de 2013. “Terei que fazer um voto paralelo”, explicou com o ar blasé de quem chupa um Chicabon. “São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume, porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero”. Como o relatório de Joaquim Barbosa deveria ficar pronto em março ou abril, como precisaria de seis meses para cumprir a missão, só poderia cloncluir seu voto no fim de 2012. O atraso beneficiaria muitos réus com a prescrição dos crimes, concedeu, mas o que se há de fazer? As leis brasileiras são assim. E assim deve agir um magistrado judicioso.

A conversa fiada foi bruscamente interrompida por Joaquim Barbosa, que estragou o Natal de Lewandowski e piorou o Ano Novo dos mensaleiros com o presente indesejado. Nesta segunda-feira, o ministro entregou ao revisor sem pressa o relatório, concluído no fim de semana, todas as páginas do processo e um lembrete desmoralizante: “Os autos do processo, há mais de quatro anos, estão digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal”, lembrou Barboza. Lewandowski, portanto, só vai começar do zero porque quis. De todo modo, o que disse à Folha o obriga a terminar a tarefa no primeiro semestre. Se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos: vai absolver os chefes da quadrilha por falta de provas.

As sucessivas manobras engendradas para adiar o julgamento confirmam que os pecadores não estão convencidos de que a bancada governista no STF é majoritária. Ficarão menos intranquilos se Cezar Peluso e Ayres Brito, que se aproximam da aposentadoria compulsória, forem substituídos por gente capaz de acreditar que o mensalão não existiu. Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, o Brasil decente deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007. Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária

Augusto Nunes

O MENSALÃO, A MENTIRA IDEOLÓGICA E A VERGONHA DO EXÉRCITO

O mensalão chega ao limite dos prazos judiciais para a sua apuração às vésperas de consumar a absolvição coletiva dos denunciados, por efeito da prescrição voluntária. Os quatro anos decorridos, entre hoje e a denúncia da "organização criminosa", assim denominada pelo honrado procurador-geral da República, Antônio Souza, ao Supremo Tribunal Federal, em agosto de 2007, foram fruto de manobras protelatórias dos advogados e da tardança tradicional da Justiça. Já causaram a prescrição do crime de formação de quadrilha que pesa sobre José Dirceu, "chefe da quadrilha dos 40", assim qualificado na denúncia. Daí a preocupação com a possível prescrição total em 2012, ano final para o voto do relator, Joaquim Barbosa.

O processo avança a passo de cágado, agora sob a ameaça da declaração pública, intempestiva do voto anunciado pelo ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, a quem cabe falar imediatamente e obrigatoriamente após receber o relatório, para opinar. Dizendo-se compelido a ler e opinar sobre mais de 2 mil páginas do processo, de que já recebera cópia e acaba de receber o original das mãos do ministro Barbosa, alega só poder fazê-lo em 2013.

Nessa data, estaremos há um ano de cumpridos todos os prazos para o voto final do ministro Joaquim Barbosa. Então dois ministros de conhecida inclinação para votar contra os mensaleiros terão deixado o STF por terem mais de 70 anos, obrigando-os à aposentadoria compulsória. Informa a revista Veja — edição de 21 de dezembro de 2011 — que "o voto anunciado do ministro Lewandowski criou um enorme mal-estar entre os colegas do Supremo Tribunal Federal", pois tornaria o processo totalmente perempto.

Certamente não esperava que o relator, mediante grande esforço físico e mental, iria remeter-lhe o processo pronto para a revisão, como já o fez. Antecipou sua disposição de, recebido de volta o relatório com o parecer do revisor, estará pronto para apresentar seu voto final habilitando o STF a iniciar o julgamento em abril. No relatório, antecipa voto, condenando desde logo José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, líderes do PT e Marcos Valério, organizadores "do mecanismo que possibilitou ao governo de Lula desviar milhões de reais dos cofres públicos para financiar campanhas políticas e subornar deputados".

O desafio do maior escândalo ocorrido logo no segundo ano do primeiro mandato de Lula abateu muito o então presidente. Sua popularidade desabou de 80% para 20%. Dizendo-se traído, foi acreditado. Cumpriu o conselho do seu ministro da Justiça, criminalista famoso, e passou a dizer que se tratava de "inocente caixa dois". Desde então, os mensaleiros viraram vítimas de uma farsa.

A leniência de ontem é trocada hoje pelo combate aos acusados de má conduta, exceção para o companheiro de guerrilha. O atual ministro de Estado Fernando Pimentel é o caso. Companheira de crença ideológica que perfilhou quando, ainda estudante, a hoje presidente deixou-se empolgar pela paixão revolucionária que dominou o século 20. No discurso de posse na Presidência da República declarou que não se arrependia e tinha orgulho desse passado.

Já o ministro Pimentel, não. Em resposta aos que o atacam da prática de suspeita relação financeira com a Federação das Indústrias de Minas Gerais, quando deixou a Prefeitura de Belo Horizonte, sempre foi democrata toda a sua vida e pela defesa da democracia lutara contra a "ditadura militar". Não é verdade. Desde sua filiação à facção marxista Colina, de estudantes de Minas Gerais, usando codinome, foi colega da jovem que hoje é presidente da República e do destacado líder Daniel Aarão Reis, mais tarde preso e exilado. Pois é Daniel quem o desmente por escrito para os jornais. Afirma que nenhum documento da guerrilha fala em luta pela democracia. Confirma-o também para a mídia Fernando Gabeira, enquanto José Dirceu acrescenta que a versão falsa foi um artifício usado a partir da luta pela anistia, por ser mais aceitável para com a opinião pública.

Quando eclodiu a série de desonestidades no Dnit do Ministério dos Transportes, o noticiário da mídia foi profuso em relação às fraudes em vários dos convênios para transposição de águas do Rio São Francisco para a região do semiárido do Nordeste. Obra de vulto faraônico do PAC, está praticamente paralisada por falta de verba para prosseguir os trabalhos. Aproveitando-se disso, houve quem se utilizasse da ausência da fiscalização permanente e desviasse máquinas do patrimônio da União para uso próprio ou para projetos do mesmo programa em curso, não importa.

Havia, entre os convênios, alguns a cargo do Exército. Fiquei confiante como sempre na tradicional reputação respeitável colhida pela Engenharia Militar de Construção. Os civis responsáveis pelos desvios foram demitidos. A honestidade, nunca antes manchada e por isso dela colhida em obras civis associadas, horrorizou-me vê-la pela primeira vez moralmente ofendida. Temos orgulho desde a existência do Exército, de centenas de anos, de conduta inatacável. Antes da eclosão pública e política das fraudes, o Exército já havia aberto inquérito que certamente trará consequências cuja gravidade é incompatível com generosidade para com quem enlameou a honra da instituição.

Jarbas Passarinho - Correio Brasiliense

FAROESTE TUPINIQUIM



 Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) é um fanfarrão conhecido. Atuando como a grande maioria dos políticos, Cabral Filho só aparece em cena quando a situação lhe favorece. Diante de crises e catástrofes, o governador fluminense simplesmente desaparece, até porque explicar o inexplicável é tarefa para competentes e persuasivos.

Depois da tomada do complexo de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral fez questão de ocupar o noticiário, como se tivesse encontrado a solução para o fim do banditismo que toma conta de uma das mais importantes cidades brasileiras.

Na noite de segunda-feira (26), um jovem de quinze anos morreu baleado na favela Vila Cruzeiro, na Zona Norte da capital fluminense. O jovem foi vítima de uma troca de tiros entre traficantes e soldados da Força de Pacificação que patrulhavam a comunidade.

De acordo com o coronel Malbatan Leal, chefe de comunicação da Força de Pacificação, “o comandante da patrulha realizou dois tiros de advertência para cima. Houve, inclusive, a realização de um tiro de borracha e, aí, em função dos tiros que a patrulha estava sofrendo, foram realizados tiros de autoproteção”.

É importante ressaltar que entre força de pacificação e pelotão de confronto há uma enorme diferença. Promover uma troca de tiros em uma comunidade que está sendo pacificada é no mínimo um ato de irresponsabilidade. Pacificar uma comunidade que durante décadas esteve sob o domínio do tráfico de drogas só é possível com o uso dos serviços de inteligências. Não sendo assim, qualquer ação é uma homenagem à burrice.

Em meados de 2007, semanas antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que, encerrado o evento esportivo, a cidade teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança do País. Como bem disse certa vez o próprio Lula, “nunca antes na história deste país”.

Fonte: Ucho.Info

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CORRUPÇÃO E MINISTROS EM QUEDA

O termo "faxina" - usado todas as vezes que a presidente petista indicou mudanças em seu primeiro escalão - foi uma das maiores marcas de 2011

Dia 8 de junho de 2011. Como se fosse a primeira peça de uma sequência de dominós enfileirados, o então ministro da Casa Civil Antonio Palocci - homem forte do PT, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - viu-se tocado pelo dedo indicador da presidente Dilma Rousseff (PT). Caiu sob acusação de ter usado informações privilegiadas do governo em consultorias privadas, fazendo seu patrimônio multiplicar por 20. Atrás dele, outros cinco ministros não mantiveram-se de pé após suspeitas de corrupção.
foto: AE
 Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci - Editoria: PolÃ?tica - Foto: AE
Palocci, que era o homem forte do governo, foi o primeiro ministro de Dilma a cair. Depois dele, cinco foram derrubados por denúncia de corrupção

Prara ele, houve perseguição
"Não há uma crise no governo, há uma questão em relação a minha pessoa. Isso é uma coisa que cabe a mim. Não há crise no país, não há crise no governo".
Antonio Palocci, ex-ministro da casa civil
O termo "faxina" - usado todas as vezes que a presidente petista indicou mudanças em seu primeiro escalão - foi uma das maiores marcas de 2011. A fórmula se repetiu em todos os casos: as denúncias surgiam na imprensa e ganhavam repercussão. O Congresso chiava, a presidente ponderava, esticava a corda e, antes que a poeira abaixasse, surgia uma carta de exoneração. Oficialmente, foram os ministros que pediram pra sair.

Segundo o doutor em Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB) José Matias Pereira, o caso Palocci foi o sinal de alerta para os demais ministros. Isso porque o ex-ministro da Casa Civil já havia passado pela União entre 2003 e 2006, à frente da Fazenda. Ao retornar ao governo federal, junto de Dilma, ganhou status de "superministro": era ele quem dialogava com partidos, combinava espaços e nomes para compor o governo.

Palocci perdeu força em menos de um semestre, graças às denúncias que colocavam em voga seu aumento patrimonial entre 2006 e 2010; justamente o vácuo entre sua queda da Fazenda, sob denúncias de quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa (que desde o escândalo nunca mais conseguiu um emprego), e o retorno a Brasília.

"A presidente sinalizou não estar disposta a tolerar desvios na atividade pública. Palocci caiu sozinho. Quando um ministro cai como uma fruta podre, dá o sinal de que nenhum outro está imune. Os demais vieram na sequência, expondo a lógica dessa política que entrega órgãos públicos e ministérios a partidos, de porteira fechada", ponderou Pereira.

A fila de dominós
Depois de Palocci, a devassa ministerial continuou. Caíram Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho). Sobre eles, pesaram suspeitas de cobrança de propina, favorecimento de fornecedores em troca de financiamento de campanha, uso de verba pública para fins pessoais, desvio de dinheiro e tráfico de influência. A última exoneração veio na noite de 4 de dezembro.

"A corrupção é a doença que mais mata no Brasil. Não temos sequer uma ideia clara do que é arrecadado e quanto disso chega ao destino final. Na queda dos ministros, a imprensa teve papel fundamental, porque foi ela que denunciou e acompanhou os casos. O governo reconheceu que já não dava mais para camuflar ou criar uma cortina de fumaça sobre eles", destacou José Matias Pereira.

Para o advogado Délio Prates, membro da ONG Transparência Capixaba, Dilma indicou não estar disposta a se manchar pelos erros dos outros. "Ela é menos política que seu antecessor e tem descartado os ministros porque não tolera ?o lado podre?, não tem estômago para isso. A presidente não segura a pressão das ruas", considerou.
foto: Editoria de Arte de A Gazeta/ Gilson
Frases dos Ministros de dilma que cairam em 2011, infográfico
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O povo nas ruas
Outra característica que marcou o ano foram as manifestações anticorrupção pelas ruas. Em sua maioria, elas nasceram nos sites de relacionamento, reunindo milhares de seguidores. Em setembro, o "Todos juntos contra a corrupção" reuniu cerca de 30 mil pessoas na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Na internet, o grupo reunia mais de 150 mil adeptos.

"Conseguimos incomodar os políticos, mostrando que temos ferramentas para combatê-los. Sinto que estamos todos falando a mesma língua, os movimentos estaduais estão se conectando", avaliou a empresária Cristine Ferreira, uma das organizadoras do ato da Cinelândia.

No Estado, também houve movimentos marchando em protesto ao cenário nacional. O estudante Guilherme Gouveia, de 17 anos, é um dos organizadores do grupo "NasRuas.ES", uma dissidência do grupo nacional de mesmo nome. Este ano, eles foram às ruas protestar contra a corrupção por três vezes, em atos realizados em Vitória e Vila Velha.

"A insatisfação das pessoas com a política aumentou, e isso fez com que elas saíssem de casa para protestar. Costumo ouvir, em casa, que quando o certo merece aplauso é porque o errado já virou constante. É o que está acontecendo por aí", observou o jovem.

E para o ano que começa no próximo domingo novas manifestações estão previstas. Tanto o "Todos juntos contra a corrupção" quanto o "NasRuas.ES" planejam voltar à atividade assim que o Congresso retornar do recesso, em fevereiro. "Está planejada uma campanha de conscientização do voto e novas passeatas em 2012. O cenário só vai mudar se todos participarem", ressaltou Gouveia.

Caminho sem volta

Na avaliação de Délio Prates, o sentimento de intolerância com a corrupção é algo irreversível, que deve gerar novos capítulos no próximo ano. "O povo está tomando a direção da barca e não está mais aceitando as coisas de qualquer jeito. Não dá mais para tolerar desmandos", ressaltou o advogado.

O cientista político José Matias Pereira é menos otimista. Para ele, enquanto o modelo de alianças e distribuição de cargos no governo federal não for alterado, nada vai mudar. "À medida que se entregam ministérios a partidos como uma fazenda de porteira fechada, tudo continua como está. Dilma herdou um número de ministros que provavelmente ela não faria se pudesse escolher".

Cristine Ferreira, do "Todos juntos contra a corrupção", põe parcela de culpa nos ombros da presidente. "Isso que assistimos em 2011 não foi faxina. Na verdade, saíram do governo os ?cabeças? dos esquemas, mas continuaram os subordinados. Todos ali são coniventes. A presidente tinha que trocar todos. Mas é difícil acreditar que possa acontecer", disse.

Para 2012, a promessa do grupo organizado pela empresária carioca é por na internet uma lista de políticos condenados e envolvidos em casos de corrupção, para ver se, assim, surge "uma luz no fim do túnel" após as eleições de outubro.

O representante da Transparência Capixaba não tem dúvidas de que isso acontecerá. "A nova geração não tolera os erros, a apesar de viver na era das notícias rápidas, da internet, sabe fazer barulho. Isso trará efeitos benéficos às urnas", concluiu Prates.

Análise
Carlos Vinícius de Mendonça, Doutor em História do Brasil e professor da Ufes

"Em 2011, começamos a virar a página da corrupção"

Acredito que 2011 foi um ano emblemático, de ruptura com a memória de corrupção apática no Brasil. Existe, hoje, uma tendência na sociedade que acredita que o Brasil é isso: essa corrupção toda, que nada muda, que a corrupção é um destino; e há uma outra tendência que acredita que é necessário a superação desta memória, para construção de outra. Este ano foi um ano de tomada de consciência, de atitudes. O Brasil hoje é um país muito mais transparente que há dois anos, com uma postura que não tolera velhas práticas. Mas essa nova tendência tem que ser contemplada pela punição exemplar. Se a sociedade não enxergar os resultados do que quer ver diferente, deve haver um processo que nenhum de nós deseja: o desencantamento. O cenário acena positivamente contra o tráfico, contra a violência e homicídios. Mas a corrupção é uma violência institucional e isso também precisa ser combatido.

Eduardo Fachetti - A Gazeta

R$ 100 BI SÓ DE JUROS

Consumidor paga R$ 1 mil por ano em despesas financeiras

Rotativo do cartão de crédito, conta com atraso ou parcelamento de compras. Essas atitudes, que hoje fazem parte da rotina de muitos brasileiros, escondem uma armadilha: o juro. E a nova classe média é a que mais sente os efeitos e paga R$ 100 bilhões de juros todos os anos. Isso significa que cada pessoa desembolsa mais de R$ 1 mil com despesas financeiras anualmente.

São 95 milhões de pessoas no país com renda familiar mensal entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. Juntos, esses brasileiros somam 52% da população brasileira e movimentam R$ 1,1 trilhão no mercado interno.

Para se ter uma ideia da imensidão do valor pago em juros, R$ 100 bilhões correspondem a quase metade de toda a
foto: Carlos Alberto Silva
ES - Vitória - A empresária Tatiane Soares não costuma usar cartão de crédito no pagamento de suas compras
"Prefiro comprar à vista para fugir dos juros. Compras no cartão, só se for para pagar a fatura toda".

Tatiane Soares, dona de restaurante
despesa do governo federal nos últimos doze meses com pagamento de juro da dívida pública, de R$ 230 bilhões.

O pior é que esse índice é velado. A percepção que se tem, declarada ao IBGE, é que está pagando "só" R$ 3 bilhões. Isso significa que a classe média acha que paga R$ 30 por ano em juros. Mas paga R$ 1 mil.

O estudo sobre a despesa foi apresentado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) esta semana, durante o 3º Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira.

Mas por que o espelho mostra uma imagem tão distorcida das finanças? O ministro da SAE, Moreira Franco, explica que falta de transparência na apresentação das informações "Quando a classe média compra um produto, o juro está embutido naquele preço, mas ela não sabe que o juro está ali", argumenta.

Moreira Franco avalia que os dados sobre pagamento de juros mostram que é preciso "esforço" pela transparência das informações.

"Para se ter ideia, essa nova classe media é responsável por colocar no mercado coisa em torno de R$ 1,1 trilhão. É algo maior do que o PIB de Portugal. Esse segmento é uma base que precisa ser preservada. Isso significa que temos que começar esforço no sentido de dar mais transparência ao consumidor, na propaganda. Para que ela (classe C) saiba o que é o preço e o que é juro pago", disse.

Juros escondidosPara o economista, Laudeir Frauches, um grave problema é a percepção de que existe compra a prazo sem juros. "Vemos muito, no Brasil, a expressão ?sem juros?. Isso é dito como se fosse possível alguém emprestar dinheiro sem cobrar por ele. Afinal, quando há uma compra, alguém está disponibilizando para o consumidor um valor por algum período".

Outro ponto que pode deixar o brasileiro com orçamento no vermelho é falta de planejamento. "Juro é o preço da impaciência. Antes de fazer uma compra, responda a três perguntas: você precisa do objeto? Tem dinheiro para a compra? Precisa comprar agora? Se a resposta para as três perguntas for sim, feche negócio"
Conheça seus direitos
Abuso
É possível verificar se o cidadão foi vítima de juros abusivos. No entanto, isso não é tão simples, já que não há uma tabela com os valores que podem ser cobrados no Brasil.

Justiça
Há consumidores que entram com ações judiciais por não conseguirem pagar a dívida. A Justiça entende, em muitos casos, que apesar de as taxas serem pactuadas no contrato, são abusivas. Mas isso é analisado caso a caso.

Oferta de crédito
A Justiça avalia, em ações como essa, como é feita a oferta de crédito, ou seja, se ficou claro na oferta quanto o consumidor vai pagar e quais são as taxas. Uma resolução do Banco Central determina que toda instituição que oferece financiamento deve detalhar como será a apresentação dos juros.

Como reclamar
A primeira porta pode ser o Procon. Para isso, é interessante ter em mãos todos os extratos de pagamento e o contrato. Além disso é válido levar a oferta de crédito, ou seja, a forma como você chegou a essa instituição. Nos Procons há setores de cálculo, que vão detalhar os juros e saber se são os que estão no contrato.

Fonte: Lorena Tamanini, advogada especialista em defesa do consumidor.

CGU CONSTATA DESVIOS DE R$ 1,1 BI EM 5 MINISTÉRIOS, ROMBO VEM DESDE LULA

Investigações em 5 ministérios apontam desvios de R$1,1 bi, que vêm do governo Lula

Além de derrubar cinco ministros este ano, as investigações de desvio de recursos públicos em órgãos federais identificaram ao menos 88 servidores públicos, de carreira ou não, suspeitos de envolvimento em ações escusas que acumulam dano potencial de R$1,1 bilhão. Esse valor inclui recursos pagos e também dinheiro cuja liberação chegou a ser barrada antes do pagamento. A recuperação do que saiu irregularmente dos cofres públicos ainda dependerá de um longo e penoso processo, até que parte desse dinheiro retorne ao Erário.

Os desvios foram constatados em investigações da Controladoria Geral da União (CGU) e dos cinco ministérios cujos titulares foram exonerados - Transportes, Agricultura, Turismo, Esporte e Trabalho. Outros dois ministros - da Casa Civil e da Defesa - caíram este ano, mas não por irregularidades neste governo. Antonio Palocci (Casa Civil) saiu por suspeitas de tráfico de influência antes de virar ministro, e Nelson Jobim (Defesa), após fazer críticas ao governo.

A contabilidade exclui investigações ainda não encerradas pela Polícia Federal, que apura se houve ou não pagamento de propina a servidores, apontados como facilitadores dos esquemas de corrupção em Brasília e nos braços estaduais dos órgãos federais. Somente nas últimas semanas, a Polícia Federal desmontou três esquemas de corrupção intimamente ligados às denúncias.

No dia 14 de dezembro, por exemplo, 40 agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no Instituto ÊPA, uma ONG de Natal, que, comprovadamente, desviou R$1 milhão do Ministério do Trabalho, de acordo com a Polícia Federal. Ao todo, o grupo ligado à ONG recebeu R$28 milhões, em convênios com pelo menos três órgãos federais.

Nos Transportes, são 55 funcionários sob suspeita

Os casos apurados em 2011 são fraudes que prosperaram silenciosamente durante o governo Lula, sem que nada fosse feito. Um "autismo" gerencial, de acordo com o cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB).

- A presidente Dilma Rousseff deu sorte. Como todos os casos envolviam práticas ou ministros que vieram do governo Lula, o ex-presidente ficou com o ônus, e a presidente ficou com o bônus da chamada faxina. Assim, ela também conseguiu espaço para se impor politicamente, mesmo sem ter ligação estreita com nenhum dos grupos políticos que compõem o atual governo - disse Leonardo Barreto.

Entre os flancos abertos para furtar o Erário, nada se compara à superestrutura que se enraizou nos gabinetes que decidiam a orientação de recursos para obras em estradas e ferrovias, muitos deles ocupados por filiados ou indicados pelo PR, do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (AM). Ao menos 55 funcionários - quase todos afastados de suas funções - são investigados em 17 sindicâncias ou processos disciplinares instaurados para apurar a sangria no Ministério dos Transportes.

A faxina foi inaugurada na sede e nas superintendências do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na Valec, a empresa pública das ferrovias. O rombo potencial, somente nos Transportes, alcançou, em setembro, R$662,3 milhões. Porém, em novembro, duas operações da Policia Federal, em Pernambuco e Rondônia, derrubaram dois superintendentes do Dnit e contabilizaram um buraco adicional de R$97 milhões, em obras superfaturadas ou em favorecimento a empresas do ramo da construção civil. Ainda assim, não ocorreram mudanças no comando em outras superintendências do Dnit, algumas sob investigação.

Na Agricultura, pagamento indevido a empresas

No Ministério da Agricultura e na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), bastaram denúncias de que o ex-ministro Wagner Rossi (PMDB) favorecia o lobista Júlio Fróes para detonar uma investigação imediata que detectou prejuízo potencial de R$228 milhões, apenas em pagamentos indevidos a empresas que fraudaram leilões de subvenção. Outros R$16 milhões foram pagos irregularmente a empresas que prestavam serviços ao ministério.

Até pequenos produtores rurais perderam dinheiro, vítimas dos esquemas verificados no Ministério da Agricultura. Depois de passar um pente-fino, pressionada pelas revelações de malfeitos, a CGU abriu três sindicâncias e apontou o suposto envolvimento de 20 pessoas nas irregularidades.

Fonte: O Globo

CRISE NO JUDICIÁRIO E FESTAS DE FIM DE ANO AJUDAM A ENTERRAR ESCÂNDALO PIMENTEL



Como planejado – Diferentemente do que ocorreu com ministros acusados de corrupção, tráfico de influência e outras irregularidades, que acabaram deixando o cargo após um período de desgaste, o petista Fernando Pimentel, titular do Desenvolvimento, continua com lugar garantido na Esplanada dos Ministérios. Pimentel é amigo de longa data de Dilma Rousseff, desde os tempos de combate à ditadura, e é o primeiro da cota da presidente que tem o nome envolvido em escândalo.

Dilma alega que Fernando Pimentel não tem obrigação de dar explicações sobre sua vida privada, mas o que está sendo deixado para trás é a ética quando o assunto é assumir um cargo público. O caso de Pimentel nos remete ao velho e secular ditado que diz que à mulher de César não basta ser honesta, mas é preciso parecer como tal.

A alegação de Dilma Rousseff de que a vida privada do seu colaborador não deve ser discutida e julgada na esfera oficial não convence, pois o também petista Antonio Palocci Filho, que comandava a Casa Civil até meses atrás, caiu pelo mesmo motivo que açoita Fernando Pimentel. Consultorias milionárias que permitiram evolução patrimonial meteórica e surpreendente dos acusados.

A diferença entre Palocci e Pimentel é que o primeiro não teve a seu favor as festas de final de ano e o racha do Judiciário, que servirão como anestésico da consciência popular. Enquanto os brasileiros abrem os presentes de Natal e escolhem a roupa para receber o novo ano, Dilma Rousseff participa do funeral do mais novo escândalo do seu governo. Como disse certa feita o boquirroto Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.
Fonte: Ucho.Info

domingo, 25 de dezembro de 2011

UM ANO PARA SER ESQUECIDO

O governo Dilma Rousseff é absolutamente previsível. Não passa um mês sem uma crise no ministério. Dilma obteve um triste feito: é a administração que mais colecionou denúncias de corrupção no seu primeiro ano de gestão. Passou semanas e semanas escondendo os "malfeitos" dos seus ministros. Perdeu um tempo precioso tentado a todo custo sustentar no governo os acusados de corrupção. Nunca tomou a iniciativa de apurar um escândalo - e foram tantos. Muito menos de demitir imediatamente um ministro corrupto. Pelo contrário, defendeu o quanto pôde os acusados e só demitiu quando não era mais possível mantê-los nos cargos.

A história - até o momento - não deve reservar à presidente Dilma um bom lugar. É um governo anódino, sem identidade própria, que sempre anuncia que vai, finalmente, iniciar, para logo esquecer a promessa. Não há registro de nenhuma realização administrativa de monta. Desde d. Pedro I, é possível afirmar, sem medo de errar, que formou um dos piores ministérios da história. O leitor teria coragem de discutir algum assunto de energia com o ministro Lobão?

É um governo sem agenda. Administra o varejo. Vê o futuro do Brasil, no máximo, até o mês seguinte. Não consegue planejar nada, mesmo tendo um Ministério do Planejamento e uma Secretaria de Assuntos Estratégicos. Inexiste uma política industrial. Ignora que o agronegócio dá demostrações evidentes de que o modelo montado nos últimos 20 anos precisa ser remodelado. Proclama que a crise internacional não atingirá o Brasil. Em suma: é um governo sem ideias, irresponsável e que não pensa. Ou melhor, tem um só pensamento: manter-se, a qualquer custo, indefinidamente no poder.

Até agora, o crescimento econômico, mesmo com taxas muito inferiores às nossas possibilidades, deu ao governo apoio popular. Contudo, esse ciclo está terminando. Basta ver os péssimos resultados do último trimestre. Na inexistência de um projeto para o País, a solução foi a adoção de medidas pontuais que só devem agravar, no futuro, os problemas econômicos. Em outras palavras: o governo (entenda-se, as presidências Lula-Dilma) não soube aproveitar os ventos favoráveis da economia internacional e realizar as reformas e os investimentos necessários para uma nova etapa de crescimento.

Se a economia não vai bem, a política vai ainda pior. Excetuando o esforço solitário de alguns deputados e senadores - não mais que uma dúzia -, o governo age como se o Congresso fosse uma extensão do Palácio do Planalto. Aprova o que quer. Desde projetos de pouca relevância, até questões importantes, como a Desvinculação de Receitas da União (DRU). A maioria congressual age como no regime militar. A base governamental é uma versão moderna da Arena. Não é acidental que, hoje, a figura mais expressiva é o senador José Sarney, o mesmo que presidiu o partido do regime militar.

Nenhuma discussão relevante prospera no Parlamento. As grandes questões nacionais, a crise econômica internacional, o papel do Brasil no mundo. Nada. Silêncio absoluto no plenário e nas comissões. A desmoralização do Congresso chegou ao ponto de não podermos sequer confiar nas atas das suas reuniões. Daqui a meio século, um historiador, ao consultar a documentação sobre a sessão do último dia 6, lá não encontrará a altercação entre os senadores José Sarney e Demóstenes Torres. Tudo porque Sarney determinou, sem consultar nenhum dos seus pares, que a expressão "torpe" fosse retirada dos anais. Ou seja, alterou a ata como mudou o seu próprio nome, sem nenhum pudor. Desta forma, naquela Casa, até as atas são falsas.

Para demonstrar o alheamento do Congresso dos temas nacionais, basta recordar as recentes reportagens do Estadão sobre a paralisação das obras da transposição das águas do Rio São Francisco. O Nordeste tem 27 senadores e mais de uma centena de deputados federais. Nenhum deles, antes das reportagens, tinha denunciado o abandono e o desperdício de milhões de reais. Inclusive o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, que representa o Estado de Pernambuco. Guerra, presumo, deve estar preocupado com questões mais importantes. Quais?

Falando em oposição, vale destacar o PSDB. Governou o Brasil por oito anos vencendo por duas vezes a eleição presidencial no primeiro turno. Nas últimas três eleições chegou ao segundo turno. Hoje governa importantes Estados. Porém, o partido inexiste. Inexiste como partido, no sentido moderno. O PSDB é um agrupamento, quase um ajuntamento. Não se sabe o que pensa sobre absolutamente nada. Um ou outro líder emite uma opinião crítica - mas não é secundado pelos companheiros. Bem, chamar de companheiros é um tremendo exagero. Mas, deixando de lado a pequena política, o que interessa é que o partido passou o ano inteiro sem ter uma oposição firme, clara, propositiva sobre os rumos do Brasil. E não pode ser dito que o governo Dilma tenha obtido tal êxito, que não deixou espaço para a ação oposicionista. Muito pelo contrário. A paralisia do PSDB é de tal ordem que o Conselho Político - que deveria pautar o partido no debate nacional - simplesmente sumiu. Ninguém sabe onde está. Fez uma reunião e ponto final. Morreu. Alguém reclamou? A grande realização da direção nacional foi organizar um seminário sobre economia num hotel cinco estrelas do Rio de Janeiro, algo bem popular, diga-se. E de um dia. Afinal, discutir as alternativas para o nosso país deve ser algo muito cansativo.

Para o Brasil, 2011 é um ano para ser esquecido. Foi marcado pela irrelevância no debate dos grandes temas, pela desmoralização das instituições republicanas e por uma absoluta incapacidade governamental para gerir o presente, pensar e construir o futuro do País.

Marco Antônio Villa - O Estado de S.Paulo

A CORAGEM DA MINISTRA ELIANE CALMON NESTA ENTREVISTA À VEJA.

NESSA ENTREVISTA A MINISTRA ELIANE CALMON DEIXA BEM CLARO O QUE ACONTECE NOS BASTIDORES DO PODER JUDICIÁRIO, FALA O QUE TODOS SABEM MAS POUCOS TÊM CORAGEM DE FALAR. O PODER JUDICIÁRIO, PRINCIPAL PILAR DA DEMOCRACIA, INFELIZMENTE ESTÁ MINADO POR PRÁTICAS NADA REPUBLICANAS, O QUE REPRESENTA GRAVE RISCO À LIBERDADE.


Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?
Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.

A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?
O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.

Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?
Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.

A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro Cesar Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.
É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.

Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?
Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.

Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.
Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: “Claro, se não tivesse, não estaria aqui”. Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.

No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?
Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Há colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicação política.

Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?
Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muito sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes.

E como resolver esse problema?
Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.

Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?
Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a “juizite”.

Fonte: @VEJA

sábado, 24 de dezembro de 2011

UM GRAVE RETROCESSO.

O controle da sociedade sobre a coisa pública é um princípio muito caro à democracia e deve ser preservado. Nesse sentido, é natural que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) seja um instrumento para receber reclamações e rever os processos disciplinares de juízes.

O CNJ, como entendem muitos respeitados juristas, não é apenas uma segunda instância de recursos e tem, assegurada pela Constituição de 1988, a competência concorrente de investigar de forma independente as corregedorias dos tribunais.

Por isso é lamentável que o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, conceda uma liminar restringindo os poderes de investigação do CNJ. É um grave retrocesso que se espera seja revertido amplamente pela Suprema Corte no ano que vem. É inconcebível, destarte, que parte do Judiciário se comporte como se fosse uma caixa-preta, temeroso em ser investigado e exposto aos holofotes da opinião pública. Magistrado que cumpre seu dever constitucional e age com ética não deve jamais temer qualquer ação correicional.

Passou o tempo que os poderes da República agiam sem transparência, sem prestar conta dos seus atos. Juízes não são bandidos, não são inimigos do povo; são, antes, agentes da promoção da Justiça, das boas práticas e a garantia de que as instituições sigam seu ritmo normal.

Tem razão o presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante, quando observa que a Emenda Constitucional 45 traz o CNJ para uma nova realidade política da Justiça do país, integrando todo o sistema Judiciário brasileiro. A autonomia dos Tribunais passou a ser mitigada e tem de ser interpretada a partir dela, pois não teria sentido criar o CNJ e permanecer com o modelo anterior em que as corregedorias podiam tudo. Não podem. Não devem

Fonte: A Gazeta

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CIENTISTAS CRIAM VIRUS CAPAZ DE MATAR 6 ENTRE 10 INFECTADOS

Parece um roteiro de Hollywood, mas é bastante real. Cientistas europeus e americanos criaram em laboratório uma linhagem mortal do vírus da gripe aviária, capaz de infectar e matar milhões de pessoas, segundo revelou uma reportagem exclusiva publicada pelo jornal inglês "The Independent". A notícia gerou temores entre especialistas em biossegurança de que as informações caiam nas mãos de terroristas que possam usar o agente como arma biológica de destruição em massa. O governo dos EUA pediu ontem que a sequência genética do vírus alterado não seja revelada na publicação do estudo.

Há o temor também de que um acidente acabe deixando escapar o micro-organismo. Alguns cientistas questionam se esse tipo de pesquisa poderia ter sido feita num laboratório de universidade e não numa instalação militar. "O medo, ao se criar algo tão mortal assim, é que se transforme numa pandemia global, com altas taxas de mortalidade e custos excessivos", explicou um conselheiro científico do governo americano, na condição de anonimato, ao jornalista Steve Connor, do periódico inglês. "O pior cenário nesse caso é muito pior do que se pode imaginar".

Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram provocar uma mutação na linhagem H5N1 da gripe aviária, tornando-a mais facilmente transmissível pelo ar. A linhagem da gripe aviária matou centenas de milhares de aves, desde que foi descoberta pela primeira vez, em 1996, mas, até agora, infectou apenas cerca de 600 pessoas que tiveram contato direto com as aves doentes.

Mortalidade -
O que torna o H5N1 tão perigoso, no entanto, é que ele matou cerca de 60% das pessoas infectadas — tornando-o uma das mais letais formas de influenza na História moderna — uma capacidade de matar moderada apenas por sua inabilidade (até agora) de se espalhar facilmente entre humanos. O vírus alterado em laboratório, no entanto, se transmite facilmente entre os humanos.

Cientistas que realizaram a controversa experiência descobriram que é mais fácil do que se imaginava transformar o H5N1 numa linhagem altamente infecciosa de gripe. Eles acreditam que o conhecimento adquirido com o estudo seria vital para o desenvolvimento de novas vacinas e drogas. "Trata-se de uma pesquisa muito importante", afirmou a diretora de políticas científicas do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, que patrocinou o estudo, Amy Patterson. "À medida que os vírus evoluem na natureza, queremos estar preparados para saber detectar rapidamente mutações que podem indicar que eles estão $aproximando de uma forma que o torne capaz de cruzar a barreira das espécies mais rapidamente".

Mas os críticos dizem que os cientistas colocaram o mundo em risco ao criar uma forma de gripe extremamente perigosa. Cientistas têm poucas dúvidas de que a nova linhagem de H5N1 criada — resultado de apenas cinco mutações em dois genes-chaves — tenha o potencial de causar uma pandemia humana devastadora que poderia matar dezenas de milhões de pessoas. O estudo foi feito em furões, que, quando infectados com influenza, são considerados os melhores modelos animais para se estudar a doença humana.

Os detalhes do estudo são considerados tão delicados que foram examinados pelo Conselho Nacional de Ciência para Biossegurança do governo americano, que pediu às revistas "Science" e "Nature", às quais o estudo foi submetido, que não publiquem a sequência genética completa. "Essas são áreas da ciência em que a informação precisa ser controlada — afirmou um cientista do conselho, que falou na condição de anonimato ao "Independent". — Os exemplos mais extremos são, por exemplo, como fazer uma arma nuclear ou qualquer arma que possa ser usada para matar pessoas. Mas as ciências biológicas não tinham se deparado com uma situação dessas antes. É realmente uma nova era.

O estudo foi feito por um grupo de cientistas holandeses coordenado por Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, em Roterdã; e também por Yoshihiro Kawaoka, da Universidade de Wisconsin-Ma$, nos EUA. "Descobrimos que isso é, de fato, possível e mais fácil do que se imaginava. No laboratório, foi possível transformar o H5N1 num vírus de transmissão por aerossol que pode se espalhar rapidamente pelo ar", informou Fouchier em comunicado oficial. "Esse processo também poderia ocorrer num ambiente natural."

Experiência - Para justificar a experiência, ele afirmou: "Sabemos por qual mutação procurar no caso de um surto e poderemos, então, interrompê-lo antes que seja tarde. Além disso, a descoberta ajudará no desenvolvimento de vacinas e remédios." Alguns cientistas questionaram se esse tipo de pesquisa deveria ser feito num laboratório de universidade, sem a segurança contra terroristas existente em instalações miltiares. Eles ressaltaram também que vírus experimentais já escaparam acidentalmente de laboratórios aparentemente seguros em outras ocasiões, causando epidemias humanas — caso da gripe de 1977.

"Há quem diga que um trabalho como esse não deveria nunca ser feito ou teria de ser em um local onde toda a informação pudesse ser controlada", afirmou uma fonte próxima ao Conselho de Biossegurança. "A tecnologia (de engenharia genética) é hoje comum em muitas partes do mundo. Com a sequência genética, é possível reconstruí-lo. Por isso a informação é tão perigosa".

Da Agência O Globo

UM PARAÍSO DE PATIFES NUMA REPUBLIQUETA DE CANALHAS

A pirâmide da corrupção debaixo de um magistrado praticante do ilícito pode ter dezenas de envolvidos, sem contar os tentáculos assessórios que se multiplicam conforme a demanda do submundo da corrupção pública e privada.

Estamos orgulhosos da coragem da Corregedora Nacional da Justiça Eliana Calmon Alves que permitiu que se desnudasse o Brasil, não apenas como somente um Paraíso de Patifes que todos já sabem que é, mas muito mais do que isso, como um bunker continental de uma organização criminosa que tem em sua retaguarda de proteção nada menos do que dezenas ou centenas de representantes do próprio Poder Judiciário.
 A consequência direta dessa desgraça para o país é que togados corruptos e seus cúmplices, tendo em vista suas absurdas remunerações acrescidas de ganhos ilícitos fazem parte da elite social e jurídica do país, considerando sua subordinação ou cumplicidade ao desgoverno fascista do PT, é conduzir a sociedade refletir em larga escala os efeitos imorais de suas posturas corruptas e prevaricadoras.
 Talvez não exista na história da Civilização Ocidental um nível de corrupção da Justiça algo nem de muito longe parecido e tão degenerado como o que está acontecendo no Brasil.
 Fica explicada com clareza a facilidade com que o PT e sua base aliada impuseram ao país sucessivos estelionatos eleitorais e transformaram o poder público em um Covil de Bandidos.
 A paralisação das investigações que estava sendo conduzida pela Corregedora do CNJ, por nada menos do que o STF, demonstra como o corporativismo corrupto envolvendo o próprio STF, a AMB, a Ajufe e a Anamatra, todas estas últimas sendo associações de juízes, acaba de demonstrar para a sociedade que dizer que o Poder Judiciário é o mais corrupto do país não é apenas uma crítica sem fundamento ou de efeito político, mas sim uma dura realidade que, perante a opinião pública não deixa mais dúvidas: o Regime Ditatorial Civil Fascista imposto pelo PT ao país está respaldado pelo Poder Judiciário.
 O que estarão pensando as forças policiais federais e civis, não envolvidas com a corrupção, que têm seus quadros tratados com todo o rigor das leis na hora da apuração de seus desvios de conduta, mas presenciam a absurda situação de um Poder Judiciário com milhares de bandidos entre togados e outros funcionários tendo garantidos a impunidade pelos seus crimes, e que põem em liberdade praticamente todos os cúmplices do PT e de outros partidos presos pela Polícia Federal, ou quando simplesmente desqualificam de forma irresponsável e ilegal  operações policiais que custaram milhões dos cofres públicos?
 O que estarão pensando os cidadãos comuns que sabem que a sua prática de ato ilícito, geralmente será duramente penalizada com a ação de uma polícia civil e militar que se, não é corrupta, é despreparada para o correto exercício de suas funções?
 O que estarão pensando as “casernas” ao assistirem covardemente a união entre o PT sua base aliada e o Poder Judiciário para garantir que as burguesias e oligarquias públicas e privadas fiquem simplesmente milionárias com o roubo do dinheiro dos contribuintes?
 Temos provas diárias que a Abertura Democrática não passou de uma fraude para acabar com o Regime Militar, desqualificar as Forças Armadas e impor ao país uma sociedade controlada por oligarquias e burguesias de ladrões que lotearam o poder público transformando o mesmo em um repositório de covis de bandidos agora com a liderança do Poder Executivo respaldado pelo Poder Judiciário.
 É muita idiotice alguém dizer que vivemos em uma democracia fingindo que não percebe que a Fraude da Abertura Democrática, na verdade, transformou o país em uma Republiqueta de Canalhas que abriga um Paraíso de Patifes, patrocinado por milhares de esclarecidos canalhas de todas as classes sociais formadoras de opinião e detentoras do poder político e econômico.
 Um regime de cotas também divide agora divide o país entre os que podem roubar impunimente e os que têm que temer as leis e as forças repressoras de um Regime Fascista Civil que abriga a maior corruptocracia que o mundo já deve ter conhecido.
 Que esses milhares de canalhas, pulhas, patifes, covardes, bandidos, mentirosos, safados, levianos, hipócritas que formam as legiões de corruptos que tomam conta do país quando estiverem com suas famílias na Ceia de Natal tenham um mínimo de consciência e arrependimento por estarem empurrando o país para uma guerra civil de consequências impossíveis de serem avaliadas.
 Enquanto o povo ganha as esmolas de uma bolsa qualquer e uma dependência sem fim de um Estado Covil de Bandidos, a classe média acovardada trabalha mais de cinco meses por ano e vive endividada para sustentar as elites da corrupção que ficam milionárias a exemplo de juízes que ganham mais de R$200.000,00 reais por mês por dentro e por fora, conforme diversas denúncias na Internet, que ainda pratica um jornalismo livre e que tem vergonha na cara, porque o resto está perdendo o seu verdadeiro papel de uma imprensa que luta pela democracia com a verdade dos fatos e não com suas manipulações e edições para agradar ou não desafiar os podres poderes constituídos.
 Até quando todos esses desgraçados pensam que podem fazer isso com a sociedade?
 Até quando eles pensam que as casernas ficarão imóveis e acovardadas a partir do momento que o poder mais corrupto do país é o Poder Judiciário cúmplice de uma Poder Executivo que dá as cartas no Regime Ditatorial Fascista que transformou o Brasil em uma Republiqueta de Canalhas e um Paraíso de Patifes que está se especializando no maior centro de lavagem de dinheiro do mundo?
 Temos que gritar para essa presidente que o papel das Forças Armadas não é garantir a impunidade de um Poder Público Covil de Bandidos, mas sim garantir o cumprimento da Constituição e cuidar da segurança interna e externa, sabendo avaliar as consequências, para a segurança nacional, da degradação moral da sociedade provocada pelos próprios podres poderes da Republiqueta de Canalhas, e quando isso terá que ter um fim.
 Espero que todos que leiam esta crônica não se omitam de retransmiti-la sem limites.
 Parabéns Corregedora Eliana Calmon Alves por ter mostrado ao país o que representa realmente esse Poder Judiciário influenciado por uma máfia de togados corruptos que não passam de grupamentos de canalhas traidores do país e do seu povo. Se esta sociedade tiver um pingo ainda de vergonha na cara deverá sair nas ruas para lhe dar apoio e impedir que esse Poder Judiciário corrupto a desqualifique para continuar sua luta em defesa da honra e da dignidade do Poder Judiciário, enfim do nosso país.

 Geraldo Almendra
 

SESSENTA DIAS DEPOIS... (By Marco Sobreira)


O Brasil pode ter melhorado em muitos aspectos, é evidente que a renda do brasileiro aumentou e que a vida melhorou, embora estejamos longe de uma distribuição mais justa da riqueza nacional. Milhares de pessoas conseguiram sair da pobreza absoluta, nossa economia reflete hoje os fundamentos implantados no governo FHC e mantidas nos governos Lula e Dilma.

Entretanto, infelizmente a saúde pública permanece de péssima qualidade, prejudicando justamente a camada mais pobre. Estamos cansados de ver exemplos diários nos telejornais, numa repetição macabra de filas, doentes morrendo na porta dos hospitais ou jogados em corredores infectos, numa visão degradante da condição a que são submetidos os pacientes do SUS. Descaso, irresponsabilidade e incompetência dos responsáveis em obedecer a Constituição e ofertar saúde de qualidade para todos.

Um grande problema continua sendo a marcação de exames e as cirurgias eletivas, já que a tabela do SUS continua com preços muito abaixo do mínimo aceitável, profissionais continuam evitando realizar os procedimentos e exigem que a Superintendência compre os procedimentos com preços a níveis de mercado e aí começa o sofrimento daqueles que dependem da agilidade do sistema.

Quem acompanha esse blog sabe do caso do meu paciente que com uma lesão vegetante de bexiga , urinando sangue permanentemente, necessitava de procedimento cirúrgico. Processo na superintendência para a compra do procedimento, já que os urologistas se negavam a fazer pela tabela. Pois bem, o paciente faleceu uns 30 dias depois sem que a cirurgia fosse realizada. Não comuniquei à superintendência regional o falecimento de propósito, pois queria saber quando a cirurgia ia ser liberada.

Confesso que na luta do dia a dia, já não me lembrava do caso quando fui avisado pela assistente social do hospital que tinham ligado da Superintendência informando que a cirurgia tinha sido comprada. Peguei o telefone e retornei, travando o seguinte diálogo com a funcionária responsável.

-Boa tarde, aqui é o Dr. Marco Sobreira e quero falar a respeito do paciente M.S.R,

-Boa tarde, doutor, a cirurgia foi liberada,

-Olhe amiga, não leve a mal, mas quero informar-lhe que esse paciente já faleceu há 60 dias,

-Ah, lamento muito,

-E é para lamentar mesmo, já estou cansado de falar com vocês, inclusive com o Superintendente que esse atraso na compra dos procedimentos é absurdo e inaceitável.

-Olhe doutor, o senhor tem razão, mas não tenho culpa,

-Não estou dizendo que a culpa é sua, a culpa é do sistema que não tem a agilidade que precisa, os pacientes não podem esperar pela burocracia e não posso te afirmar que a cirurgia salvaria a vida dele, mas o que temos que lamentar é que um procedimento importante e necessário não foi realizado em tempo hábil. Favor comunicar aos seus superiores do meu descontentamento, passar bem.

Então amigos, esse é apenas um caso, imaginem o que não se passa nesse Brasil, quantas pessoas estão morrendo por falta de um sistema que proporcione tratamento digno a todos os brasileiros. Estou cansado, mas continuarei lutando.

JÁ FOI TARDE, QUE QUEIME NO INFERNO AD ETERNUM

Se Deus é comunista, entrega a Coreia do Norte a um condomínio da ditadura de Pequim com dinheiro de Seul

Poucas vezes na história viu-se de forma tão direta e fotográfica o legado de um governante. É o buraco negro registrado pelos satélites que passam sobre o apagão da Coreia do Norte deixada por Kim Jong-il, o "Sol do Futuro Comunista", o "Comandante Invencível". Um apagão elétrico, social, político e econômico.

É com esse apagão que a jornalista americana Barbara Demick começa seu livro "Nothing to Envy" ("Nada a Invejar - Vidas Comuns na Coreia do Norte"). Ela foi correspondente do "Los Angeles Times" em Seul e, durante sete anos, entrevistou coreanos que fugiram da tirania de Kim Jong-il, que foi-se embora no domingo. Quando o "Querido Líder" nasceu, uma estrela brilhou no céu e dois arco-íris enfeitaram o dia. Sucedeu ao pai, o "Grande Marechal", e passou o poder ao filho.

Como sucedeu em 1994, quando o coração matou Kim Il-sung, o "Divino Guardião do Planeta", torce-se pela desagregação do regime que aprisiona 23 milhões de pessoas, dando-lhes fome, miséria e brutalidade.

Barbara Demick escreveu sobre uma tirania depois de um século varrido pelo Holocausto e pelo Gulag, quando seria possível pensar que já se viu de tudo. O que há de terrível no retrato da Coreia do Norte é que ele surpreende o leitor. Quando se acha que a vida de um povo não pode piorar, ela piora, envergonhando a época em que se vive.

Em 1945, a península coreana foi dividida entre duas ditaduras. A do Norte, comunista e rica. A do Sul, capitalista e pobre. Nos anos 60, quando se falava em "Milagre Coreano", o tema era a supremacia socialista. Em 1970, todos os vilarejos do país tinham eletricidade. Passou-se uma geração, o Sul tem uma democracia e o Norte tem uma tirania enlouquecida, que mais se parece com a Spectre do romance de Ian Fleming do que com um Estado. Em apenas quatro anos, entre 1991 e 1995, a renda per capita da população caiu de US$ 2.460 para US$ 719. O regime vive do socorro cúmplice da China.

Falta eletricidade, mas as 34 mil estátuas do "Pai da Pátria Socialista" são iluminadas mesmo de dia.

A professora Mi-Ran conta que via alunos de cinco ou seis anos morrerem de fome nas salas de aula. Sua turma de jardim de infância de 50 alunos caiu para 15.

Nas casas desse paraíso, uma parede da sala deve ser reservada para o retrato do Líder, que é distribuído com um pano. Fiscais zelam para que nenhuma família deixe de limpá-lo.

A fome dos anos 90 matou entre 600 mil e 2 milhões de coreanos do norte. Em algumas cidades morreram dois em cada dez habitantes. Um médico conta que ensinou mães a ferver demoradamente a sopa de capim. A certa altura, as famílias preferiam que as crianças morressem de fome em casa, porque nos hospitais, onde não havia remédio, faltava também comida.

Nessa época o governo informou que racionara alimentos porque o povo da Coreia do Sul estava passando fome e precisava ser ajudado.

Ninguém comemora aniversário na Coreia do Norte. Festeja-se apenas um dia: o do nascimento do Líder.

Kim Jong-Il, com seus sapatos-plataforma, já foi tarde. Se Deus é comunista, o filho do Líder entrega o campo de concentração a um condomínio da China com a Coreia do Sul.

Elio Gaspari

CRISE NO JUDICIÁRIO, ELIANA CALMON CHAMA ASSOCIAÇÕES DE JUIZES DE MENTIROSAS

 


A ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse nesta quinta-feira que as associações representativas de juízes são “mentirosas”, “maledicentes”, “corporativas” e estão focadas numa “tentativa de linchamento moral contra ela”. Ela negou as informações das associações de que ela estaria investigando 231 mil magistrados, servidores de tribunais e seus parentes. Segundo a ministra, os magistrados sob investigação não passam de 500 integrantes de 22 tribunais.

 

Só posso lamentar a polêmica, que é fruto de maledicência e irresponsabilidade da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e da Anamatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho), que mentirosamente desinformam a população ou informam com declarações incendiárias e inverossímeis - afirmou.

A corregedora disse que, com base em dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), 150 magistrados do estado de São Paulo tiveram a movimentação financeira taxada de atípica, porque receberam mais de R$ 250 mil por ano. No estado, 45% dos juízes não apresentaram declaração de Imposto de Renda, uma atitude obrigatória por lei. Outra preocupação é com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, onde nenhum juiz apresentou o documento.

O período examinado pela corregedoria são os anos de 2009 e 2010. A ministra explicou que as movimentações atípicas não necessariamente constituem irregularidades. Agora, os técnicos do CNJ vão examinar os pagamentos para dizer quais são ilegais. Há casos aceitáveis – como, por exemplo, heranças recebidas ou eventual venda de imóvel que represente ganho na renda do magistrado. Ela negou que tivesse acessado dados bancários dos magistrados.

Eliana Calmon disse que o monitoramento da evolução patrimonial dos juízes brasileiros é feito pelo CNJ há quatro anos, com base na emenda constitucional que criou o órgão. Ela reiterou sua posição de que o conselho deve fiscalizar a magistratura para contribuir com o fim da corrupção no país. Para ela, as associações de classe estão interessadas em comprometer a “sobrevivência com autonomia do CNJ”:

- Este é o verdadeiro ovo da serpente.


A decisão de interromper as investigações foi do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), em liminar pedida pelas associações representativas dos juízes. Por conta da polêmica, Eliana interrompeu suas férias e voltou a Brasília para dar entrevista sobre o assunto.
A ministra negou que a corregedoria tivesse informações sobre os rendimentos dos ministros Lewandowski e Cezar Peluso, do STF. Ela esclareceu que nenhum dos dois foi incluído na investigação, ao contrário do que informou parte da imprensa. A corregedora disse que não conversará com os ministros sobre o episódio.

- Se a questão está judicializada, não se pode conversar como se fosse um clube de amigos - disse.
Na segunda-feira, o ministro Marco Aurélio Mello, também do STF, deu liminar proibindo o CNJ de investigar qualquer juiz que não tenha sido antes investigado pela corregedoria do tribunal onde trabalha. A ministra afirmou que, por enquanto, não vai enviar os processos abertos no conselho para as corregedorias nos estados, porque ainda não recebeu a decisão do ministro. Ela acrescentou que, segundo foi informada, esse pedido de transferência de foro das investigações não estaria expresso na liminar.
- Se ele mandar eu devolver, eu devolvo - ponderou.

Juízes querem que MP investigue corregedora

Em mais um capítulo da guerra travada entre juízes e o CNJ, a Ajufe , a AMB e Anamatra divulgaram nota nesta quinta-feira anunciando que pedirão à Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar a ministra Eliana Calmon. As entidades reclamam da suposta quebra do sigilo de dados de 231 mil juízes, servidores de tribunais e parentes, sem ordem judicial, por parte da corregedora.

As entidades também anunciaram que vão pedir ao presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, a instauração de uma investigação na corregedoria do conselho para apurar o episódio. “As Associações entendem que a quebra do sigilo de dados de apenas um cidadão brasileiro, sem autorização judicial, já constitui violação ao texto constitucional e prática de crime”, diz a nota.

Por fim, as associações afirmam que apoiam as atividades do conselho, desde que exercidas dentro da lei. “As Associações subscritoras continuarão apoiando todas as medidas de investigação do CNJ da conduta de juízes e servidores do Poder Judiciário, desde que observadas as garantias constitucionais inerentes a todos os cidadãos brasileiros”, concluem.

Fonte: O Globo