Se a presidente Dilma vai ou não se beneficiar eleitoralmente com o programa “Mais Médicos”, isso são outros quinhentos. Mas o ruído que a chegada de centenas de médicos estrangeiros vem gerando é desproporcional à ausência de debate sobre a qualidade do serviço público de saúde.
É legítimo que os médicos daqui reivindiquem melhores condições detrabalho e queiram ser valorizados, mas essa cobrança não pode vir em forma de murros em porta de hospitais, recomendações de não-atendimento a casos encaminhados por estrangeiros ou travestida de preconceito.
No início desta semana, em Fortaleza, cerca de 50 médicos cearenses interceptaram 96 colegas estrangeiros que participavam de treinamento para começar atrabalhar na rede pública, e os receberam com gritos de ordem. “Escravos!” foi apenas uma das expressões.
Muitos dos estrangeiros que ouviram aos acintes eram cubanos e negros, mas o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará decidiu defender a categoria lembrando que “existem também escravos brancos, não apenas pretos”, e que o episódio não se deu “no sentido pejorativo”.
Ora, o que é pejorativo, então? É um país, da magnitude do Brasil, não ter formado médicos suficientes para atender do Oiapoque ao Chuí, mesmo tendo quase 200 faculdades de Medicina. É presenciar prefeituras desviando milhões em recursos e mantendo postos de saúde espinafrados.
Também é de se estranhar que, para garantir atendimento nos rincões mais distantes do país – onde, é bom que se frise, nenhum brasileiro quis viver, apesar da bolsa de R$ 10 mil por mês do programa –, o governo se submeta a um regime como o cubano, onde liberdade e querer são coisas tão raras quanto bons serviços médicos são aqui.
Enquanto portugueses, espanhóis, argentinos, bolivianos e venezuelanos poderão aqui ficar e receber visitas, os egressos da ilha dos Castro terão seu direito ao convívio familiar restringido. Estão proibidos de receber parentes.
Ao chegar ao Brasil, o médico cubano já sabe, de antemão, que se pedir asilo à terra de Dilma, isto lhe será negado. E, ainda, que não verá os R$ 10 mil da bolsa em mãos, já que odinheiro será repassado a Cuba, que só lhe repassará uma determinada quantia. Tudo previsto em contrato.
O “Mais Médicos” merece, sim, ser questionado. Há muitas dúvidas insanadas e atitudes que, a priori, soam estranhas em sua concepção. Isso tem que ser feito na base da razão e do argumento, sem vaias e gritos.
Uma coisa não se pode negar: o Brasil carece de cuidados. Na Saúde e na Política, o quadro é de paralisia geral. Se o remédio importado servir para algo, já está valendo.
Fonte: A Gazeta
É legítimo que os médicos daqui reivindiquem melhores condições de
No início desta semana, em Fortaleza, cerca de 50 médicos cearenses interceptaram 96 colegas estrangeiros que participavam de treinamento para começar a
Muitos dos estrangeiros que ouviram aos acintes eram cubanos e negros, mas o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará decidiu defender a categoria lembrando que “existem também escravos brancos, não apenas pretos”, e que o episódio não se deu “no sentido pejorativo”.
Ora, o que é pejorativo, então? É um país, da magnitude do Brasil, não ter formado médicos suficientes para atender do Oiapoque ao Chuí, mesmo tendo quase 200 faculdades de Medicina. É presenciar prefeituras desviando milhões em recursos e mantendo postos de saúde espinafrados.
Também é de se estranhar que, para garantir atendimento nos rincões mais distantes do país – onde, é bom que se frise, nenhum brasileiro quis viver, apesar da bolsa de R$ 10 mil por mês do programa –, o governo se submeta a um regime como o cubano, onde liberdade e querer são coisas tão raras quanto bons serviços médicos são aqui.
Enquanto portugueses, espanhóis, argentinos, bolivianos e venezuelanos poderão aqui ficar e receber visitas, os egressos da ilha dos Castro terão seu direito ao convívio familiar restringido. Estão proibidos de receber parentes.
Ao chegar ao Brasil, o médico cubano já sabe, de antemão, que se pedir asilo à terra de Dilma, isto lhe será negado. E, ainda, que não verá os R$ 10 mil da bolsa em mãos, já que o
O “Mais Médicos” merece, sim, ser questionado. Há muitas dúvidas insanadas e atitudes que, a priori, soam estranhas em sua concepção. Isso tem que ser feito na base da razão e do argumento, sem vaias e gritos.
Uma coisa não se pode negar: o Brasil carece de cuidados. Na Saúde e na Política, o quadro é de paralisia geral. Se o remédio importado servir para algo, já está valendo.
Fonte: A Gazeta
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