O PT pressiona a presidente eleita, Dilma Rousseff, para tentar reaver ministérios cedidos a partidos aliados no governo Lula. Os principais alvos são Saúde e Cidades, hoje nas mãos de PMDB e PP, respectivamente.
A ofensiva também inclui pastas de menor orçamento como a da Cultura, cuja indicação cabia ao PV, além de cargos federais de segundo e terceiro escalão nos Estados.
"É uma ação de reintegração de posse", resume a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), cotada para a Secretaria de Políticas para as Mulheres.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que as siglas aliadas serão respeitadas nas negociações, mas criticou a pressa por novos anúncios.
"Quem não estiver calmo tem que ficar, porque o tempo é da presidente eleita. Nenhum partido é dono de ministério", avisou.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, coordena um mapeamento de cargos para organizar os pedidos petistas em cada Estado. "Ou para ter ao menos uma noção do tamanho do pepino", brincou.
Ontem, representantes de diversas correntes do PT discutiram o tema em Guarulhos, na Grande São Paulo, em reunião fechada com a presença do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).
Sem mandato a partir de fevereiro, Ideli defendeu abertamente a retirada do Ministério das Cidades do PP, que se manteve neutro na eleição presidencial. "Politicamente, não faz sentido mantê-los ali. Não é compatível com o compromisso na campanha", disse.
Ela também pressiona por cargos em Santa Catarina cedidos a alas de PMDB e PP que apoiaram José Serra (PSDB) na eleição.
Anunciada como um seminário sobre conjuntura política, a reunião de ontem atraiu outros petistas sem destino certo em 2011, como o deputado José Genoino (SP), que não se reelegeu, e a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial).
Genoino pregou que os petistas evitem brigas internas ao negociar espaço no governo. "O PT aprendeu na prática que dividido a gente se ferra", afirmou.
Fonte: Folha.com http://bit.ly/hHNetw
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