Desde o início da semana, os medicamentos que contenham alguma substância classificada como antimicrobiano, os conhecidos antibióticos, só podem ser vendidos mediante a apresentação de receita prescrita por profissional competente em letra legível e em duas vias. A determinação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e entrou em vigor no domingo.
Segundo a Anvisa, a determinação vale para mais de 90 substâncias antimicrobianas que englobam todos os antibióticos registrados no país. Nas embalagens e bulas será obrigatória a inscrição da frase "Venda sob prescrição médica - Só pode ser vendido com retenção da receita". O processo ainda está em implantação e as farmácias e empresas farmacêuticas têm até 180 dias para se adequar à nova exigência.
A receita tem validade de dez dias e deve conter o nome completo do paciente, estar escrita sem rasuras e com letra legível e em duas vias. Na hora da compra também será exigida a identificação do comprador, endereço e um telefone para contato. Todas as vendas realizadas serão cadastradas em um livro fiscalizado pela Vigilância Sanitária.
De acordo com o gerente de uma farmácia localizada na Vila Santa Cecília, Rogério Baião, os pacientes da rede pública já estão levando as receitas em duas vias, mas os das redes particulares apresentaram apenas uma via. Como solução temporária, para o paciente não ficar sem a medicação, ele pediu que uma cópia da receita fosse tirada. Essa orientação foi passada pela Vigilância Sanitária de Volta Redonda.
Nas ruas, as pessoas demonstram compreender a necessidade da nova medida. Esse foi o caso de uma senhora que se identificou apenas como Izabel Cristina. Ela contou que seu filho chegou a tomar um medicamento antibiótico com receita médica e só foi descobrir que era alérgico na terceira dose:
- Meu filho tomou com receita e chegamos a ter problemas, imagina se é um caso que a pessoa se automedica. Isso é muito perigoso e sou totalmente a favor da exigência.
Preocupações comerciais
Com a nova exigência, algumas farmácias acreditam que a venda possa cair porque até mesmo uma pomada cicatrizante, que é comumente vendida nos balcões sem prescrição médica e que contém a neomicina, uma substância antimicrobiana, não poderá mais ser vendida sem a apresentação e retenção de receita médica.
O gerente Rogério Baião acredita que pode haver a possibilidade de queda nas vendas, mas ressalta a necessidade da nova determinação.
- Pode até acontecer de termos uma queda nas vendas, mas por outro lado vai ser melhor porque vai zelar pelo bem-estar da população, acabando com a automedicação - disse.
O coordenador da Vigilância Sanitária de Volta Redonda, Luis Carlos Rodrigues, o Imperial, comentou que a preocupação da Vigilância Sanitária é controlar o costume de automedicação, a fim de evitar o fortalecimento e surgimento de bactérias mais resistentes.
- Nós não podemos ter um pensamento comercial, mas sim um pensamento que se preocupa com a qualidade de vida - falou
Fonte: .Sul Fluminense . http://bit.ly/dVyutq
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