quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TIRO NO PÉ.

Décadas de conivência com a contravenção e descaso com a situação das favelas e seus moradores, resultaram na ocupação das mesmas pelos narcotraficantes, levando a cidade maravilhosa ao estado que se encontra.


Ao não se fazer presente, o Estado permitiu a construção de um verdadeiro Governo paralelo pois a população passou a ser assistida pelos marginais. Atendimento e transporte de doentes, cestas básicas, doação de gás de cozinha, medicamentos e proteção, foram ações habilmente empregadas para que os moradores ficassem reféns e protegessem os traficantes. A corrupção de policiais dava a tranqüilidade necessária para a comercialização de drogas e armas, enfim, o melhor dos mundos, poder, dinheiro, mulheres, armas e impunidade.

Com a implantação das UPPs ( Unidades de policia pacificadoras) , o Estado tenta retomar os territórios ocupados, o que gerou forte reação ocasionando esse clima de guerra civil.

Não basta reocupar as favelas, é necessário um tratamento de choque, expulsar os traficantes e readquirir a confiança da comunidade. O Estado tem que estar presente na educação, esporte, opções de lazer, cursos de capacitação, saúde, transporte e principalmente na segurança. Melhorar a qualidade das habitações com pequenas reformas, ampliação das vias públicas, iluminação e saneamento básico, completariam as ações e consolidaria a posição do Estado na comunidade e trariam a paz e a alegria que sempre marcaram a personalidade dos cariocas.

Nada disso será eficaz sem um policial honesto, satisfeito e dedicado e a aprovação da PEC 300 seria um bom começo. Salário digno, seleção rigorosa e capacitação permanente são indispensáveis na formação de uma força policial confiável.

Penitenciárias de segurança máxima para os chefes do narcotráfico, combate intenso, permanente ao contrabando de armas e drogas , fiscalização efetiva de nossas fronteiras e alteração no nosso código penal criando leis mais severas para os traficantes, são decisões políticas importantes e que devem ser consideradas. Outra situação que merece uma atenção especial, é a atuação dos advogados, que acabam se associando e servindo de interlocutores entre os chefes encarcerados e seus comandados.

Sabemos que as ordens para execuções e ações como as que estão acontecendo agora, são efetuadas de dentro das penitenciárias e para que isso aconteça, logicamente é necessário a colaboração dos agentes penitenciários , a custo de muito dinheiro, tornando obrigatório uma verdadeira investigação sobre a ação desses servidores.

O mundo olha estarrecido o que está acontecendo no Rio de Janeiro e algumas vozes já se levantam duvidando da capacidade realizarmos com segurança a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o momento é agora, estamos numa guerra e só há duas opções, a vitória e a paz ou a derrota e o caos. A julgar pela determinação das autoridades e o apoio da população, me parece que ao iniciar esta guerra, os traficantes deram um verdadeiro tiro nos pés.

2 comentários:

  1. Engraçado,Dr.Marcos...Qdo vc diz:"Atendimento e transporte de doentes, cestas básicas, doação de gás de cozinha, medicamentos e proteção, foram ações habilmente empregadas para que os moradores ficassem reféns...etc"

    Me fez lembrar que o que o PT faz c/ os nossos irmãos nordestinos, a grosso modo, é a mesma coisa que o tráfico faz com os moradores das favavelas!

    Nossos irmãos menos favorecidos acabam ficando reféns dos bandidos, achando que nenhum outro mundo melhor é possível...
    Tem mta semelhança,não?

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  2. Amiga Zinha_09

    O modus operandi é o mesmo, suprir com migalhas quem não tem nada, manter sobre controle e ainda agradecidos, deixando de oferecer o que é de direito.

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