sábado, 27 de novembro de 2010

A SEMANA EM QUE O RIO VIROU IRAQUE.

por Mirtes Guimarães


Imagine uma cidade em que crianças sabem diferenciar o som de uma escopeta, de uma AR-15, de uma pistola, de uma AK-47.

Imagine uma cidade onde uma criança sabe que aquelas luzinhas no céu não são estrelas nem fogos e sim balas traçantes

Imagine uma cidade em que os moradores identificam pelas cores não o time para que torcem e sim as organizações criminosas.

Pois é, esta cidade existe e tem o belo nome de São Sebastião do Rio de Janeiro. Acredito que em cidade alguma do planeta, a não ser as que passaram por guerras e guerrilhas, haja crianças com tanto conhecimento balístico como aqui. Como também acredito que somente em países em guerra é que jornalistas fazem treinamento de como se comportar em uma batalha, com direito a colete e carro blindado.

É claro que tudo isto não acontece da noite por dia. Óbvio que os últimos governantes têm sua parcela de culpa. Como também a tem a sociedade, que pouco se mobiliza, e a infinidade de ongs e de grupos de direitos humanos que insistem em reduzir tudo a uma questão econômica.

Agora esta semana iraquiana pela qual o Rio passou demonstra que a hora é de se definir o que se quer para o futuro. Ou se assume que há uma guerra e a enfrenta com todas as conseqüências, ou o Rio desandará de vez. O carioca já demonstrou por cartas aos jornais, depoimentos, manifestações nas redes sociais, que como Corisco não quer se entregar não. Ele exalta e clama pelo Bope, por todo o aparelhamento policial, pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. Só falta o governo demonstrar que também é um Corisco!

 Mirtes Guimarães é jornalista ,cidadã , moradora e amante do Rio.

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