Eficácia e segurança de peginterferon alfa 2a + ribavirina na hepatite C com fibrose avançada e cirrose
Thomson Reuters
Os pacientes com fibrose hepática avançada atingem taxas de resposta virológica sustentada significativamente menores que os pacientes com doença menos grave; o tempo até a indetectabilidade do HCV-RNA é o mais forte preditor da resposta virológica sustentada, independentemente do genótipo e do grau de fibrose
Milão, Itália
Um estudo publicado por Bruno e colaboradores avaliou a eficácia e segurança da terapia com peginterferon alfa-2a + ribavirina em pacientes com fibrose hepática avançada com base nos dados de 341 pacientes com hepatite C genótipos 1 ou 4 (99 dos quais apresentavam fibrose em ponte/cirrose hepática) tratados por 48 semanas e de 1547 participantes com genótipos 2 ou 3 (incluindo 380 com fibrose em ponte/cirrose hepática) tratados por 16 ou 24 semanas. Os autores observaram que as taxas de resposta virológica sustentada (RVS) diminuíam progressivamente de 60%, entre os pacientes com genótipos 1 ou 4 sem fibrose avançada, para 51% naqueles com fibrose em pontes e para 33% nos que sofriam de cirrose (p = 0,0028); e de 76% para 61% e 57%, respectivamente, nos pacientes com genótipos 2 ou 3 tratados por 24 semanas (p <0,0001).
Prevalência e fatores relacionados à hepatite delta em usuários de drogas endovenosas
Thomson Reuters
Há um aumento preocupante da prevalência de infecções pelo vírus da hepatite delta entre pacientes com hepatite crônica B
A maioria dos levantamentos epidemiológicos realizados para estimar a prevalência de infecção pelo vírus da hepatite delta (HDV) foi feita há mais de 10 anos. No entanto, a hepatite delta sofreu variações temporais em algumas populações e a coinfecção pelo HDV e o vírus da hepatite B (HBV) progrediu rapidamente nos últimos anos, apresentando mais complicações e exigindo um regime terapêutico diferente daquele adotado nas monoinfecções por HBV.
Para obter dados atualizados sobre esse tema, pesquisadores do Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, avaliaram em uma população de usuários de drogas endovenosas com marcadores sorológicos positivos para hepatite B o perfil de anticorpos anti-HDV em 2 períodos de tempo: de 1988 a 1989 (194 participantes) e de 2005 a 2006 (258 participantes). Os participantes positivos para o anticorpo anti-HDV foram avaliados em relação à presença de HDV-RNA, HBV-DNA e HCV-RNA. As características associadas com a exposição ao HDV e a viremia também foram identificadas.
Os autores observaram que a prevalência de infecção por HDV reduziu de 15%, entre 1988 e 1989, para 11%, entre 2005 e 2006. Entre os pacientes com hepatite crônica B, essa prevalência aumentou de 29% (14 de 48 participantes) para 50% (19 de 38 participantes; p = 0,05). Frequentar locais onde usuários de drogas se reúnem para injetar drogas ilícitas (shooting galleries, em inglês) foi fortemente correlacionado com positividade para os anticorpos anti-HDV (RR = 3,08; p = 0,01). Dentre os pacientes com positividade para o anticorpo anti-HDV, 8 (32%) também apresentavam viremia do HDV, aumento das enzimas hepáticas e frequentavam muito mais os serviços de emergência médica.
Recomendações de especialistas latino-americanos para o diagnóstico e tratamento da hepatite C.
Thomson Reuters
As diretrizes latino-americanas para o diagnóstico e tratamento da hepatite C, baseadas em uma rigorosa revisão da literatura realizada por especialistas, foram recentemente publicadas.
Publicadas em um suplemento do Annals of Hepatology, estas diretrizes dirigidas à comunidade médica têm por objetivo principal estabelecer recomendações para o diagnóstico da hepatite C, propor ações preventivas contra a infecção e considerar as recomendações atuais de tratamento para os diferentes grupos de risco. Cada recomendação descrita neste artigo está respaldada pelo nível de evidência e grau de recomendação.
O suplemento aborda desde a epidemiologia – recomendando, por exemplo, teste para detecção do vírus da hepatite C em todo doador de sangue (Nível I-Grau A), passando pelo diagnóstico, para o qual se determinou que o teste de escolha para o diagnóstico inicial em pacientes com suspeita de infecção aguda ou crônica pelo vírus da hepatite C é o de anticorpos anti-HCV (Nível I-Grau A) ou que a biópsia de fígado é essencial para definir o estágio da lesão hepática em pacientes com hepatite C para determinar o prognóstico (Nível I-Grau A) – até as recomendações de tratamento atual em diferentes populações. Atualmente, para o paciente com genótipo 1 e que não recebeu tratamento antirretroviral prévio, recomenda-se iniciar tratamento com alfapeginterferona 2a, 180 mcg/kg/semana, injeção subcutânea, ou alfapeginterferona 2b 1,5 mcg/kgmg/kg/semana, injeção subcutânea, combinados com ribavirina 800-1400 mg/dia (dose ajustada ao peso), durante 48 semanas (Nível I-Grau A). As diretrizes mencionam uma metanálise Cochrane recentemente publicada, cujos autores compararam a eficácia de alfapeginterferona 2a versus alfapeginterferona 2b e observaram que a alfapeginterferona 2a apresentou taxas maiores de resposta virológica sustentada (47%) que alfapeginterferona 2b (41%) (. Hepatology. 2010 Apr;51(4):1176-84). Para pacientes com genótipos 2 ou 3, a indicação é a mesma que para aqueles com genótipo 1, porém durante 24 semanas (Nível I-Grau A). Pacientes com cirrose hepática Child A, compensados, devem receber o tratamento usual (Nível I-Grau A) e o tratamento de escolha em pacientes pós-transplante deve ser alfapeginteferona mais rivabirina (Nível IIa-Grau B). Em pacientes não respondedores ou com recidivas, o retratamento com peginterferon e rivabirina deve ser individualizado (Nível II-Grau B). Apesar desse tratamento combinado estar contraindicado para mulheres grávidas devido à alta teratogenicidade da rivabirina ou à neurotoxicidade do interferon, o tratamento com alfapeginterferona 2a (100 mcg/m2/semana ou alfapeginterferona 2b (60 mcg/m2/semana ou 1,5 mcg/kg/ semana) mais rivabirina (15 mg/kg/semana), durante 48 semanas, é eficaz em pacientes de 3 a 18 anos (Nível I-Grau B).
Finalmente, abordou-se a evidência do tratamento de pacientes com infecção com vírus C e doença renal, co-infecção com HBV, HIV; tratamento da hepatite aguda e outros itens, como controle dos efeitos adversos do tratamento, resistência à insulina, a síndrome metabólica e sua relação com a infecção pelo vírus C; hepatite C e carcinoma hepatocelular; relação custo-eficácia-benefício e aspectos médico-legais do tratamento.
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