Enquanto governo e equipe de transição iniciam negociações com a Comissão Mista de Orçamento do Congresso em torno do valor do salário mínimo de R$ 538,15 para 2011, parlamentares da oposição se articulam para tentar elevar o mínimo a R$ 600, como defendido pelo candidato derrotado à Presidência José Serra (PSDB).
Pelo menos dois parlamentares da oposição que integram a Comissão Mista de Orçamento, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) disseram que irão apresentar emenda ao texto do Orçamento propondo o aumento no valor no mínimo. "A tendência natural dos partidos que apoiaram Serra é de defender essa proposta", disse Jardim.
Ribeiro reforçou que apresentará hoje, durante reunião da comissão, emenda de mesmo teor e afirmou que a proposta não coloca o equilíbrio fiscal em risco. "O que o governo tem de fazer é reduzir o tamanho do Estado", disse o senador.
Nos bastidores, o senador Gim Argello (PTB-DF), relator da peça orçamentária, sinalizou que poderia arredondar para cima sua proposta de salário mínimo, para R$ 540. As centrais sindicais defendem que o valor seja reajustado para R$ 580.
Cálculos do Planejamento indicam que cada real a mais concedido ao mínimo eleva as despesas federais em R$ 286,4 milhões. O encontro entre sindicalistas e governo deve ser realizado na próxima semana.
"Não é hora de falar de política", diz Serra
José Serra (PSDB), candidato derrotado na eleição presidencial do último dia 31, afirma que agora não é hora de falar de política brasileira. Passada apenas uma semana desde o segundo turno, afirmou que é o momento de descansar dos sete meses de campanha. Questionado sobre seu futuro, o tucano disse: "Não é hora de falar disso. Após sete meses de campanha, é hora de esfriar a cabeça, ler jornal, descansar". É para isso que está na Europa. Passou o fim de semana em Biarritz (litoral francês) e fica mais uns dez dias no continente. Ele não diz, mas, ao evitar os assuntos políticos, busca não alimentar agora a discussão interna do PSDB sobre culpados pela derrota para Dilma Rousseff (PT). Divulgados os resultados, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, afirmou que foi um erro esperar até março para definir o candidato tucano (decisão que partiu de Serra). Em Biarritz, o ex-governador de São Paulo participou de seminário sobre relações entre América Latina e Europa, realizado quinta e sexta.
Fonte: http://bit.ly/c1NUtJ
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