sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ACORDO PT/PMDB AMEAÇADO NA CÂMARA.

 A presidente eleita Dilma Rousseff nem tomou posse e a divisão de sua base na Câmara já foi exposta, ontem, na disputa pelo comando da Casa. Menos de cinco horas depois de o candidato oficial do PT, Marco Maia (RS), divulgar o apoio de líderes do DEM e do PSDB a sua candidatura, o grupo formado por deputados de partidos aliados - PC do B, PSB e PDT - informou a abertura do processo de consulta em todas as bancadas por um nome alternativo para presidir a Casa nos próximos dois anos.

O bloquinho - formado pelos três partidos - vem canalizando as insatisfações dos deputados de diversas bancadas com a partilha do comando da Casa pelo PT e pelo PMDB nos quatro anos de mandato. "O processo de escolha do presidente da Câmara, da forma como vem sendo conduzido, gera desconforto e insatisfação em um grande número de deputados", afirmou Aldo Rebelo (PC do B-SP), ex-presidente da Câmara e um dos cotado pelo grupo para disputar o cargo.

"O processo de consulta vai examinar a possibilidade de uma candidatura alternativa", disse. Esse nome, necessariamente, sairá de um dos partidos da base do governo. Com isso, o grupo espera evitar a pressão do Palácio do Planalto a favor de um dos candidatos. "Não é um nome que desencadeia o processo, é o processo que desencadeia o nome. Se viabilizarmos um nome, é para ganhar a eleição", disse Aldo.

Líderes do bloquinho e deputados do DEM e do PPS vêm discutindo a sucessão na Casa e uma forma de garantir os espaços ameaçados com o que chamam de "condomínio" do PT e PMDB na Casa. Esses dois partidos fecharam um acordo pelo qual Maia presidirá a Casa no primeiro biênio (2011- 2013) e um peemedebista, no segundo (2013-2015). Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) já foi escolhido para comandar o segundo período.

O apoio dos líderes do DEM, Paulo Bornhausen (SC), e do PSDB, João Almeida (BA), a Maia foi vista com reservas entre os aliados. Os dois não consultaram suas bancadas antes de oficializar o apoio a Maia. Nem mesmo petistas acreditam que eles entregarão os votos que prometem. Além disso, o líder tucano não voltará à Câmara em 2011. O grupo que articula a candidatura alternativa aposta nas dissidências verificadas em quase todos os partidos.

Bornhausen e Almeida argumentaram que apoiam o petista, porque tiveram a garantia de que os dois partidos terão assegurados seus espaços na Mesa da Câmara e nas comissões.

Fonte: O Estadão. http://bit.ly/gtdUg0

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