segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DIREITO DE ESCOLHA.

Discute-se, nos meios políticos nacionais, e até mesmo nos regionais, como no presente caso da Espírito Santo, o chamado "continuísmo" administrativo, a pressão de Lula e das cúpulas partidárias em indicar ministros e a turma do segundo escalão. Aparentemente, com a continuidade de alguns nomes saltando do governo de Lula para o de Dilma, dá a impressão de que há uma integração do chamado "criador" de Dilma com a criatura, ela própria. Mas tudo não passa de um ensaio, de uma tentativa de continuísmo administrativo, quando na realidade todos nós temos ideias próprias e, mesmo que saia errado, queremos ser senhores dos nossos erros e acertos.


Creio firmemente que, com o passar do tempo, alguns nomes que compuseram o governo Lula deverão ter continuidade com Dilma, porque nesse caso presente, toda essa gente repetitiva faz parte de um "caldeirão" de novos donos do Brasil, todos, quase, farinha do mesmo saco, a formidável lata de caranguejo, um puxando o outro para dentro da lata, para que não se sobressaia e fuja daquele centrismo de aproveitadores.

Diz velho aforismo: "Rei morto, rei posto". Não vai ser diferente com Lula, mesmo com todo seu carisma, suas irreverências e sua cara de pau, de se intrometer nos negócios alheios.

Lula vai passar muitas dores de barriga, muitas cólicas, vai curtir muitos porres, quando ver todos seus sonhos de manda-chuva caírem por terra, principalmente suas possibilidades de se tornar um sucessor de Dilma, porque o povo irá exigir isso, no seu entender. Lula não tem jeito! Ele é capaz de tudo para sobreviver, e se não conseguir, morrerá de tédio

No caso do Espírito Santo, devido à certa influência de Paulo Hartung na eleição do senador Renato Casagrande, imagina-se que o futuro governador deva absorver um formidável contingente de secretários do governo que está se extinguindo.

Aparentemente, pode parecer um sinal de prestígio ou até capacidade técnica invejável dos que serão "convidados" a continuar, mas não é, porque, se o continuador não der certo, sob a ótica de um novo governador, vai dar a impressão de que o governador era bom e o auxiliar não prestava, era empurrado.

Existem prós e contra nessa história de continuísmo. A questão da liberdade de escolher é que deve prevalecer. Deixem ao novo governador a incumbência de escolher seu secretariado, afinal, o governador eleito não é nenhum ilustre desconhecido da política capixaba e, pelo que se nota, da inflexibilidade do governador Paulo Hartung, diante da formação de um novo governo, prefere o mutismo, o natural isolamento de quem tem consciência do dever cumprido, o que faz muito bem.

Dilma está sendo embuchada com o monte de ministros, auxiliares os mais diversos que o "professor" Lula lhe tem forçado a continuar, como se fossem as únicas cabeças pensantes desta nação, quando não é verdade. Se persistirem as políticas econômicas da Mantega e Meirelles, a tragédia da educação, com esse tal de Enem, com suas trapalhadas, a questão da insegurança, da Previdência Social, os escândalos da Petrobras e outras organizações públicas, como os Correios, tudo isso deve continuar?

Gutman Uchôa de Mendonça

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