quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

AVANÇOS E REAÇÕES NA ESFERA POLITICA.

Logo no seu primeiro dia, o ano de 2011 ficará marcado por um fato político sem precedente na história do país. Trata-se da posse da primeira mulher na Presidência da República - um avanço na nossa democracia, consagrando a igualdade de oportunidades.


Mas, como as coisas não são perfeitas, há também aspectos preocupantes no cenário político brasileiro para 2011. O país ainda não se livrou de práticas inadequadas, herdadas de uma cultura nefasta que perpassa governos e legislaturas nas Casas de Leis. É o caso da feira de cargos nos escalões do Executivo e do escandaloso aumento salarial de 61,8% que os congressista se concederam, e foram seguidos em Estados e municípios.

O Brasil viveu grande festa política em 2010 com as eleições e a aplicação da Lei da Ficha Limpa - um marco ético no processo eletivo. No dia 3 de outubro, cerca de 115 milhões de cidadãos compareceram às seções eleitorais e elegeram a presidente da República e o seu vice, 27 governadores e vices, 54 senadores, 513 deputados federais (entre 5,1 mil candidatos no país) e mais de mil deputados estaduais, entre 12,6 mil candidatos.

E foi uma corrida regada a muito dinheiro. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, as campanhas para presidente da República e governadores custaram R$ 3,23 bilhões. Os gastos declarados pelos candidatos a governador dos 26 Estados e do DF somaram R$ 735,04 milhões. Já os que pretendiam vaga na Câmara dos Deputados, informaram despesa total de R$ 916,44 milhões. Nos Estados, os aspirantes às Assembleias Legislativas revelaram dispêndio de R$ 936,05 milhões.

Terminada a festa eleitoral, começaram as decepções dos eleitores. Uma semana após o pleito, governadores eleitos já se articulavam para aumentar a carga tributária com a recriação da CPMF. Soou como estelionato eleitoral. O tema não fez parte da campanha. Tal tentativa foi abortada em função da forte reação popular, mas há a sensação de que haverá nova investida no Congresso.

A seguir começou acirrada disputa por cargos nos Executivos federal e estaduais. Explicitaram-se cobranças, apelos e rusgas. Em muitos casos nem se fala em critério de competência, que deveria ser condição sine qua. Mas espera-se que a fase atual seja de acomodação política e que, ao longo das gestões, os quadros funcionais possam ser enriquecidos com novos nomes.

Já o reajuste dos parlamentares vem gerando atos públicos de repúdio em várias partes do país, como os realizados em Brasília e no Espírito Santo, em frente à Assembleia Legislativa. Também corre na internet um abaixo-assinado, até agora com mais de 242 mil adesões, documento que será entregue ao Congresso na próxima legislatura. É uma iniciativa democrática. Há que se aguardar os desdobramentos.

Editorial de A Gazeta.

2 comentários:

  1. não acho importante esta coisa de primeira presidente mulher
    e mais, estas eleições foram as piores de todos os tempos, a começar pelo desrespeito presidencial sistemático às leis

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  2. Dr. Marcos, procurei na internet os nomes dos deputados que votaram a favor desse aumento hipócrita, já assinei o abaixo-assinado contra essa safadeza, se por acaso vc descobrir o nome desses vagabundos nos comunique, vamos fazer uma campanha contra cada um desse vigaristas.
    Saudações democráticas e um bom Ano Novo para vc e seus familiares.

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