Afora uns escassos e tradicionais gatos pingados da nossa política, sabe-se que no Brasil, terra do futebol, do carnaval e da cachaça, nenhuma filosofia político-partidária resistirá, muito embora, como todo latino, gostamos de uma sinecura. O nosso quase saudoso "professor" Lula está arquitetando como se manter vivo, aceso na política brasileira. Com tempo e dinheiro sobrando, inclusive a eterna disponibilidade de tempo, Lula imagina reunir todas as siglas com tendência esquerdista, menos o PDT e o PTB, para fundar um novo partido, através do qual buscaria sua futura eleição.
Lula, que é um sabidão, entende que será muito difícil Dilma romper com as questões entre PT e PMDB. Cada qual, a seu modo, com suas turmas, querem tirar maiores resultados do governo e, diga-se de passagem, Dilma terá muitas dificuldades em contentar esses bandos de aventureiros, principalmente aqueles que perderam o mandato, mas não perderam a pose.
Lula, com toda sua esperteza, não está imaginando que o tempo trabalha contra ele. A velocidade das mudanças de ideia no cérebro da humanidade é tão veloz que é bem provável que, até lá, ao término do mandato de Dilma, o povo, até mesmo por uma questão de amnésia, esqueça completamente que existiu um governante chamado Lula.
Se efetivamente Lula se desviar de outro interesses pessoais para voltar suas vistas para um novo perfil da política nacional, com a reunião dos comparsas de "esquerda", vai conhecer um retumbante fracasso. Os petistas triunfaram com Lula porque vieram montados no sindicalismo de resultados que, afinal de contas, foi quem elegeu Lula.
Quem conhece a política nacional sabe que o nosso político é extremamente volúvel e traidor. Ele não admite ser conduzido por quem quer que seja, mune-se do seu amor próprio para fazer o que lhe vem na telha, não aceitando conselhos de nenhuma pessoa.
A ideia de Lula em reunir os partidos de esquerda em torno de sua pessoa soa apenas como um projeto pessoal, para ver se combina um retorno ao poder, nos próximos quatro anos, caso Dilma não acorde de sua inebriante eleição, como primeira mulher a assumir a Presidência da República do Brasil.
Dilma é uma imagem, ninguém conhece ela direito, o que pensa, o que é capaz de fazer. Admitem alguns curiosos da política nacional que acham que ela tem tudo para governar bem, se mantiver a ótica de se afastar dos corruptos das diversas agremiações partidárias que a elegeram, inclusive o grande protetor de Lula, José Sarney, que não traz fluídos muitos positivos, à altura do seu último mandato de senador, dentro das observações de que ele não se reelege nem a sopapo.
Dilma não tomou posse ainda e uma avaliação mais sensata do que ela é, do que pode fazer, de acordo com quem se alinhar, será após decorridos 100 dias de mandato. Arrumar essa tragédia toda que Lula está deixando para trás, essa corja de mensaleiros impunes, tudo isso vai pesar muito nas decisões que Dilma vier a tomar. Pressupõe-se que ela tem muito medo de errar, quer se sair bem, porque existe uma ânsia nacional que espera que ela dê certo como presidente, para que a mulher brasileira possa ter maiores oportunidades no mais variados campos.
Gutman Uchôa de Mendonça - A Gazeta
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