26 anos, casado com dois filhos, cabelos longos (no ombro) como ditava a moda da época, um ano de formado, foi assim que cheguei à Atílio Vivácqua, pequena cidade no sul do Espírito Santo em Janeiro de 1977. Depois de ter no Dr. Argeo seu médico e chefe político por 42 anos, o município estava há dois anos sem médico e sem o amparo daquele que recém-falecido tinha sido o responsável pela saúde de gerações e gerações do povo Atiliense.
Imaginem a minha imensa responsabilidade e a desconfiança de todos ao comparar o jovem médico com o médico do povo durante tanto tempo. Tive que matar um leão por dia, não foi fácil. Uma dos meus primeiros desafios foi atender o fazendeiro Tenório, um senhor já beirando os 75 anos que bateu à minha porta, numa noite chuvosa do verão daquele ano, lá pelas 11 horas da noite.
-Boa noite, pois não, em que posso servi-lo?
-Quero falar com o Dr.
-Pode falar, sou em mesmo, Marco Sobreira, muito prazer
Olhou pra mim de cima em baixo , fez uma cara de espanto e falou,
-Você é o médico?
-Sim Sr. O que está acontecendo?
-Preciso que o Sr vá até a minha casa, explico no caminho, estou de carro aí e depois mando trazer o Sr de volta.
-Só um minuto, vou apanhar minha maleta e já poderemos ir,
Entramos numa Rural Willys bem conservada, e mal começamos a andar, ele falou,
-Dr, é o seguinte, sou viúvo, morava sozinho até pouco tempo, mas arranjei uma companheira, sabe como é, ficar sozinho não dá...
-Tudo bem, mas qual o problema? indaguei,
-O problema é que ela tem 25 anos, veio pra minha companhia há uns 6 meses, moça da roça, humilde, filha de família muito pobre que em amparei e agora mora comigo, mas o caso é que, sabe como é, não consigo ter intimidade com ela porque está sempre com um sangramento...
-Comecei a mentalizar o que poderia estar acontecendo, sangramentos constantes? O que sería?
-Olhe seu Tenório, só posso emitir minha opinião depois de examina-la,
-Tudo bem Dr, estamos chegando,
Realmente morava perto da cidade, imaginei uns 5kms mais ou menos, me deparei com uma velha casa de fazenda, um empregado veio abrir a porteira, subimos uma escada de madeira que foi dar numa varanda. A casa era iluminada por lampiões, já que a energia elétrica ainda era um melhoramento (palavras dele) que ainda não tinha chegado à fazenda.
-Pode entrar Dr Marco, ela está no quarto dela, fique à vontade...
Estranhei o fato dela não estar no quarto de casal , mas não fiz comentários, entrei acompanhado do fazendeiro e avistei deitada numa cama de solteiro, uma bonita jovem, com certeza de origem italiana a julgar pela brancura de sua pele e antes que eu pudesse falar ela se dirigiu ao fazendeiro,
-Seu Tenório, o Sr pode me deixar a sós com o Dr?
Meio a contragosto ele saiu, fechou a porta, nos deixando a sós.
-Boa noite, como é seu nome? Perguntei
-Boa noite, meu nome é Geovana e pedi que fosse buscar o Sr.
-Pois não, o que está acontecendo?
A moça abaixou a cabeça, envergonhada e ficou por momentos em silêncio, então percebendo seu constrangimento, incentivei,
-Olhe, sou médico, não se preocupe, tudo que conversarmos aqui fica entre nós ok?
Após alguns segundos de exitação, ela falou,
-Dr, estou morrendo de vergonha, olhe, sou jovem, tenho minhas necessidades e o Sr Tenório me trouxe pra morar com ele, de vez em quando vem ao meu quarto e tenta ter relações comigo, às vezes consegue, mas na maioria das vezes, tenta, tenta, acaba por me irritar, porque não consegue e isso acabou me deixando com nojo dele, então inventei um jeito de evitar que ele fique me pertubando...
-Sim, encorajei que ela continuasse,
-Pois é Dr, o que faço é o seguinte, entorno mercúrio cromo na minha calcinha e quando ele vem, mostro e falo que estou menstruada, só que hoje, comecei a pensar no Toninho...
-Toninho?
-Toninho é um namorado que eu tinha lá na roça, de vez em quando, tarde da noite quando o Sr Tenório está ferrado no sono, ele pula a minha janela.
-Mas e daí?
-Pois é, comecei a pensar nele e fui esfregando o vidro de mercúrio cromo na minha , minha,,,
-vagina,
-Isso dr, só que de repente o vidro entrou e não consigo tirar, daí o meu desespero e o motivo porque pedi para chamar-lo,
Confesso que fiquei surpreso, jamais esperei que esse seria o problema da moça do Sr Tenório, procurei manter a calma e falei,
-Não se preocupe, vou ver o que posso fazer,
Abri a maleta, coloquei uma luva e lhe ordenei,
-Deite, abra as pernas , dobre os joelhos,
Introduzi dois dedos em sua vagina até localizar o vidro, que retirei sem maiores dificuldades, para alivio da Geovana, dei-lhe uns conselhos, prometi manter segredo e me despedi, receitando um medicamento qualquer que não me lembro mais , para justificar o argumento que iria usar com o fazendeiro.
Saí do quarto e dei de frente com o Sr. Tenório, preocupado.
Não se preocupe, está tudo bem, argumentei, apenas um distúrbio hormonal que está fazendo com que ela fique menstruada muito tempo, deixei a receita com ela, compre o remédio e tudo ficará bem. Me levou pra casa, pagou minha visita, virou cliente habitual.
Quanto à Geovana, após o falecimento do Sr. Tenório, casou-se com o Toninho, fui padrinho do casamento, tiveram dois filhos e foram felizes.
Quando penso nesse caso, fico imaginando, quantos problemas poderiam ser evitados se naquela época já se comprasse um vibrador em qualquer sexshop.
Histórias de um médico do interior.
Simplesmente adorei!!!! Qto ao conselho pra evitar problemas concordo plenamente. Toda mulher precisa de um... Quaquaraquaquá!!!!
ResponderExcluirCoitado do Seu Tenório, além de ser enganado ainda ganhava chifres.... É, o que os olhos não veem o coração não sente!!!!
Gostei do relato e do comentário da Nadia!kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirkkkkkkkkkk
ResponderExcluirgenial. e quem manda um sr de 75 querer tirar vantagem de moça pobre?
e o pior que neste momento ainda há um monte de giovanas neste país de meu deus...
Muito bom! Ótimo contador de histórias. Concordo com o dr e com Nadia...kkkkkkk maravilha!!!
ResponderExcluirExcelente "causo"! E como não concordar com o comentários da Nadia e do Dr.
ResponderExcluir