O planejamento definido para a ocupação do Complexo do Alemão e apoio incondicional das Forças Armadas deram ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, uma certeza quase que só dele: não haveria resistência nem troca de tiros na retomada do território. Apesar de admitir o poderio bélico dos criminosos — que resultou em 19 mortos, em 27 de junho de 2007 —, Beltrame assumiu a responsabilidade e antecipou em 15 meses a ocupação da “central de distribuição da desgraça”, do “coração do mal”. A O DIA, fez comparação entre as duas ações, falou do momento de maior tensão, garantiu punição para os abusos policiais e admitiu que houve falhas na ação, apesar de alcançar o objetivo de devolver ao Estado o domínio daquele lugar.
Sobre a mesa do gabinete de Beltrame, cartas de gente que aprovou a ação no Alemão, a quem promete responder
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Como foi ansiedade durante o planejamento da ação e nos minutos que antecederam a entrada da polícia no Complexo do Alemão? Já deu para descansar?
Mais ou menos. Passei esses dias todos praticamente aqui dentro. Ficava em casa apenas quatro horas por dia. Até ontem os mapas e os planos ainda estavam por aqui, em cima da mesa. Num momento como esse, não pode ser um grupo muito grande porque quanto mais se abre, mais se discute e menos se chega a alguma solução. Então, temos que juntar pessoas com muita experiência e mesclar com alguns planejadores, como o Roberto Sá (superintendente de Planejamento e Integração Operacional) e o Roberto Alzir (superintendente de Planejamento Operacional), e a inteligência. Tivemos que conversar rapidamente e decidir. Tive que deixar muito claro que a decisão era minha. Se desse errado, vocês iam estar aqui. Se desse certo vocês iam estar aqui também. Eu tinha a obrigação de trazer isso para mim. Quando a gente acerta, a gente acerta; quando a gente erra, a gente erra; e quando a gente recua, muitas vezes pode ser um ato de estratégia e não de covardia.
O senhor achou que essa estratégia poderia dar errado em algum momento?
Toda estratégia tem o seu risco. Na minha opinião, ela não ia dar errado porque nós só iríamos lá se efetivamente nós pudéssemos ocupar. Quando se completaram as condições para ocupar, ela não tinha mais como dar errado. A decisão é tomada com base no porquê eu estou fazendo aquilo. E naquele momento a Vila Cruzeiro (no Complexo da Penha) era a grande central de recepção das informações que vinham dos presídios. E dali capilarizava para o resto da cidade. Em vez de botar um policial em cada lugar apagando incêndio, ou tentando correr atrás muitas vezes de menores, porque esses atos foram protagonizados infelizmente por menores - inclusive eu soube que eles usaram até dependentes, que tinham que acertar contas de R$ 10 ou R$ 15, para tacar fogo - decidimos ir lá sem perder a viagem. Era para ir e ocupar.
E por que a decisão de ocupar só agora, e não em 2007, na última operação, quando morreram 19 pessoas?
Mas não era para ficar, naquela época. O que nós tínhamos que fazer em 2007 era localizar um paiol com 15 mil cartuchos de fuzil 7.62 e nós conseguimos. As pessoas, que no início do ano tinham protagonizado cenas horrorosas, de metralhar delegacias e queimar pessoas vivas na Avenida Brasil, elas estavam lá também. Então, não iríamos para dar uma resposta. Tínhamos um objetivo concreto. Essa foi a nossa missão. Se eu sei onde estão 15 mil cartuchos de fuzil, e eu não vou, eu estou prevaricando. Aqueles cartuchos eram para ser usados e muitos foram usados contra a polícia na progressão. Nesse passeio que eu fiz no Alemão, ontem (quinta-feira), fiz questão de fazer o mesmo caminho que naquela vez. Em 2007, levamos quatro horas para atravessar. Desta vez, levei 20 minutos.
Qual a diferença entre as duas operações?
Aquela era uma operação pontual. Tinha objetivo específico. Nós não tínhamos arquitetado o plano da UPP. Nós tínhamos recém pego uma cidade inteira para cuidar, nós tínhamos um Pan-Americano três meses na nossa frente. Não se tinha fôlego para fazer isso. Pode ver que a UPP tem dois anos, nós levamos 18 meses planejando a UPP. Por isso que se entrou e saiu. E, hoje, se tivermos um objetivo específico, a gente vai, não necessariamente para colocar UPP. O que não pode mais é "vou lá para dar uma resposta", "vou lá porque está muito barulho", como normalmente se fazia. Tem que ir atrás de alguma coisa. Não se tem mais gente nem condições de fazer essas coisas. Acho que essas entradas não foram boas para a polícia e fez, de uma certa forma, que o comportamento dos bandidos fosse este. "Eles vem aqui e batem em nós, vamos bater neles que eles vão embora". Nós temos que racionalizar e otimizar isso. Às vezes, o policial ia lá para retirar um carro roubado. Você está sujeito a ferir alguém lá dentro ou ter sua patamo toda ferida. Então, a gente planeja e vai lá buscar.
A decisão de entrar no Alemão e ocupá-lo foi no momento da fuga de traficantes da Vila Cruzeiro?
Não, não. Foi antes. O Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro estavam na fila das UPPs lá na frente, talvez em 15 meses, um pouco mais, um pouco menos. Quando a gente viu que tinha que ir lá, a gente trouxe o planejamento para hoje. Mas o planejamento tinha lacunas porque até lá eu iria ter mais policiais que eu tenho hoje e uma configuração de (veículos) blindados para soltar o pessoal lá dentro. Aí que eu pedi: "Nos ajudem aqui porque eu tenho que ir lá". Era entra e consolida. Toda entrada que a gente faz com plano é feita com grande cerco. Cercar todo o Alemão era difícil, é uma área de um milhão de metros quadrados. E eu precisava treinar uma polícia com instruções de polícia comunitária. Eu não quero colocar polícia de viatura e patamo. Eu quero montar uma PM a partir do conceito de UPP.
Agora que os policiais estão saindo, restará o Exército. Os soldados ficam até quando?
Até outubro do ano que vem. Nada disso foi solicitado sem uma análise prévia. Aqui no Rio, graças a Deus, nos reunimos, fizemos o planejamento e decidimos. Não houve nenhum problema. E ainda me disseram que se os batalhões daqui não atenderem, podem puxar um de São Paulo. Não dá mais para construir isso sozinho. Se o Ministério da Defesa não puder atender, eu, polícia, não saio mais de lá. Porque não vou perder a oportunidade. Aí, eu vou ter que criar uma outra forma de cuidar da cidade porque eu não vou mais deixar aquilo lá sem polícia. Nós conseguimos, por força dos eventos que aconteceram no Rio, acabar com a agência reguladora do crime nessa cidade. E eu não vou perder aquilo lá. E não acho que o Exército vai recuar. Tenho certeza de que eles vão fazer um grande trabalho ali. É uma oportunidade excelente, tem muita coisa a ser vasculhada naquela área. Não acredito que vá haver confronto mais ali e o Exército tem uma estrutura de envolver a comunidade com dentistas, hospitais de campanha. Acho que vai ser um caso de muito sucesso. Os batalhões de fora já saíram. Vamos colocar batalhão de campanha, mas a ideia é que eles possam fazer a transição para o Exército sair também.
Muitos bandidos fugiram. Como a polícia vai buscar essas pessoas? Essa fuga poderia ter sido evitada?
Nem todo traficante ou pessoas que lidam com o tráfico podem ser caracterizadas como portadoras de arma. Vocês viram correndo muita gente armada e muita gente desarmada (nas imagens filmadas pela TV Globo). Se essa pessoa se despoja de sua arma, ela passa na cara da polícia. Eu só posso prender uma pessoa em flagrante ou com processo judicial. Se não tem, ela passa rindo na cara da polícia. Quantas daquelas pessoas em fuga será que têm mandado de prisão ou estão já condenados? Muita gente gravita pelo tráfico endolando droga em casa por R$ 15 por dia, andando de moro por R$ 15 por dia, em cima de uma laje soltando pipa e com um radinho por R$ 15 por dia. Mas quando você vai subindo, você encontra um cinturão de pessoas que realmente fazem a segurança dos cascudos, como a gente chama. O cascudo tem 10, 15 anos no tráfico, e ao longo desse tempo obviamente ele já tem uma passagem ou condenação. Mas o soldado muitas vezes não tem. As pessoas cobram sobre o bando de bandidos correndo, mas na forma da lei, como bandido deve ser preso, nós estamos com 120. Se sobe o helicóptero e (faz gesto de arma) ... Aí, vocês iam vir aqui dizendo que morreram 50 pessoas, que tinha uns ali que não tinham nada a ver, que tinha uns ali só com mochila. Tudo isso tem que ser levado em consideração. Entendo que o objetivo foi um sucesso porque o território está consagrado e aquelas pessoas estão livres da didatura imposta pelo tráfico, da estigma do fuzil. Temos infinitamente mais coisas positivas que negativas.
Houve falhas?
Claro que sim. Era uma operação envolvendo 2.600 homens, decidida em algumas horas, num lugar que é um queijo suíço e tem 62 saídas, fora pular o mudo, pular o telhado. E tem esse aspecto, do cara que está há dois, três anos no tráfico, dispensa a sua arma e vai embora. Quando chegasse a vez do Alemão, eu ia sem dúvida fazer um grande cerco e entrar. Mas o princípio da oportunidade me fez antecipar. Algumas situações não puderam ser afinadas de uma hora para a outra, mas o objetivo da operação foi alcançado. Acabamos com essa central de distribuição da desgraça. Já que fomos num lugar difícil, fica, permanece, consolida e avança.
Quais são essas falhas? O fato de os bandidos terem conseguido espacar pelas galerias subterrâneas foi uma falha?
Eu digo falhas porque a gente tem um ideal e não aconteceu esse ideal. Isso vai ser motivo de uma grande reunião nossa. Qual seria o mundo ideal? Colocar dois mil homens no entorno e aí subir. Isso seria feito lá na frente. A gente não tinha como cercar as galerias porque elas são internas e não saem na beira da favela. Tem galeria que sai em Inhaúma. Em junho de 2007, tivemos casos de que as galerias serviram como depósito de armas. As galerias com essa estrutura de altura e dimensão foram construídas nas obras do PAC. E as plantas, o Bope só conseguiu essas plantas agora, exatamente para fazer um estudo disso.
Qual foi o momento de mais tensão?
Foi complicado, muito difícil. Um menor de idade com uma garrafa de 250ml de gasolina, ele gera uma sensação de insegurança nas pessoas muito grande. Mas ele é só um menor de idade e tem tratamento diferenciado. Essa é uma desigualdade e tínhamos que buscar de onde vinha isso. O mais difícil foi detectar que a gente tinha que ir ali. Porque a gente sabia que teria que organizar toda essa estrutura. Quando eu vi, e isso vai ficar no meu imaginário, aquele blindado subindo o morro eu disse: "Tá ganho". Nossa luta, desde que cheguei, foi configurar um veículo blindado. Meu pessoal foi à Rússia, Estados Unidos, África do Sul e Israel, e você não consegue configurar um carro desses para levar o efetivo. Quando eu vi que tinha fogo e o blindado só colocou de lado, eu disse: "Deu".
O senhor pretende comprar um blindado como o da Marinha, com esteira?
A integração e a resposta que a gente teve, não vou dizer que eles garantem isso, mas nos alivia muito. Inclusive os helicópteros. Eu acho que a integração efetivamente se deu. Antes, podia existir algumas rusgas e tinha a compreensão de GLO (Garantia de Lei e Ordem) genérica. Hoje, o Ministério da Defesa faz uma GLO específica (definindo a atuação de cada força na ação). Hoje posso dizer que eles podem me emprestar equipamento diversos. Temos uma área difícil de sobrevoar e que também toma muito tiro por baixo. Esse carro serve para capilarizar o policiamento.
A que o senhor atribui a aprovação da sociedade e comunidade?
A população estava cansada. A sociedade sofreu muito com isso. Muita gente tem algum amigo, algum familiar que sofreu alguma coisa, ou está sempre vendo notícias de jornal. Havia muitas soluções mirabolantes, entra e sai e nada de concreto, palpável e objetivo. As pessoas se preocupavam em atuar em cima da mídia negativa: incendiou um carro na Linha Amarela, bota policiamento lá. E se esquecia de um plano de território, um plano de desarmar. No dia a dia, não se via uma arquitetura. A gente quer acabar com territórios ocupados por armas e por trás disso tem um grande resultado que ninguém discutiu. Quando a gente tira armas, a gente proporciona um outro ambiente. Mas entendo que os moradores ainda estejam desconfiados. Antes, nós tínhamos medidas pirotécnicas. A história mostra para eles que as coisas não aconteceram. Como nós vamos vencer isso? Garantindo que nós vamos ficar. Com atitude de que vamos ficar. De lá não saio mais. Com ou sem a ajuda do Ministério da Defesa, de lá eu não saio. Eu dei essa garantia e eu seguro isso.
O senhor tem um plano B, caso o Exército queira sair antes do prazo combinado?
Claro! Quando caminhei lá, vi as pessoas acenando discretamente. Prefiro esse aceno, que eu sei que é sincero. Em todas que eu fui, foi assim. E hoje eu volto, passados dois anos, e vejo a diferença. Nós não ganhamos nada, não admito clima nenhum de euforia. No momento em que não há homens armados, eu crio a ambiência, não só para que os serviços cheguem. Tinha um colégio lá onde um cara passava de moto armado. Que educação é essa? Vou jogar bola e tem um cara com uma granada na cintura, na beira do campo. Não é só a retomada do território, mas o ambiente que você proporciona e a probabilidade de um pequeninho que cresce ali não conviver mais com isso. A perspectiva que ele tinha ali, o modelo, era aquele cara.
Os morros da Fé e da Chatuba, no Complexo da Penha, serão beneficiados com as UPPs?
Claro. Não há como fazer separadamente. Primeiro ocupamos o Cruzeiro, não dava para vir por outro lado. Eu não tinha garantias de que eu ia tomar o grande. Mas a ação das forças de paz vai incluir toda essa região.
O senhor já tem a confirmação de algum abuso de policiais?
Eu tenho sérias denúncias. Nesse momento, um defensor público, corregedores das duas instituições, mais o corregedor geral estão analisando as primeiras denúncias. Eu também estou farto de fazer um trabalho dessa dimensão e ter que responder por alguns casos dessa natureza. Por isso que o Mário Sérgio (comandante da PM) tem meu apoio. Participei de dois briefings e ele disse que vai punir com demissão, com a tropa formada. Considero isso essencial. Vamos dizer que eles sejam 20, 30, 50 (envolvidos em abusos). Eles estão desmoralizando instituições de 50 mil homens. Então, temos que são eles que estão nos desmoralizando. Pode ser uma atitude forte, triste, mas tem que fazer o caminho inverso. Essas operações grandes, sem dúvida vão apresentar esses problemas. Mas eu quero que se chegue nisso, até para dizer à sociedade e aos próprios policiais: "Esses caras aqui desmoralizaram você, que subiu naquele domingo, suscetível a todo o tipo de calibre, a uma ponto 50, uma arma de chumbo".
O senhor acha que uma punição assim vai acontecer?
Vai ser muito cobrado. Procura-se testemunhas idôneas, mas temos que chegar. Denúncia a gente tem um monte. Assim como a gente tem denúncia de que vizinho está roubando vizinho e botando na conta do tráfico ou da polícia. Hoje recebi mais uma denúncia de que estão jogando as coisas dentro das casas que tem bilhete informando que o local já foi vasculhado. Não vejo outra alternativa, senão vasculhar todas as casas. Lá tem muita coisa. O Rio, as pessoas talvez não tenham alcançado a importância do Alemão para aquela quadrilha. Num homicídio, ou o cara é de lá, ou foi se esconder lá, ou a moto que ele usou era de lá, ou ele desovou a moto lá, ou a arma ele conseguiu lá, a munição ele conseguiu lá, ou a droga que ele teve que dar uma cheirada antes de fazer o que fez. Alguma coisa das ações criminosas tinham um DNA dali.
O senhor disse que os policiais foram para lá suscetíveis a levar tiros de qualquer calibre. O senhor imaginava que ocuparia o complexo sem tiros?
Imaginava. Esse pessoal resolveu parar porque eles sentiram o tamanho do problema. O tráfico sempre tentou o Estado, que nem filho pequeno. Você diz "meu filho não mexe aí", ele faz aquela carinha, mas vai lá e pega. A polícia ia dar uma batida, com quatro, cinco patamos, e eles metiam bala. Na medida em que aumentava a força, eles aumentavam a força também. E tinha aquela história de não chamar as forças militares porque tinha aquele pânico de pedir ajuda externa. Na época do período eleitoral, eles não fizeram nada, achando que o governador e esse secretário maluco iriam embora e que tudo iria ficar como antes. Passado o processo eleitoral, veio a UPP dos Macacos e eles sabiam que ia ser diferente. Eles nos testaram quando anunciamos que íamos mandar os cabeças para fora do estado. Essa questão de botar fogo é muito antiga, ainda mais em lugares que são mais politizados. Aí, a pessoa que tem interesse político, ou desgaste, recua. Eu não gosto da palavra enfrentamento, mas a gente tem objetivo e segue em frente. Ninguém quer matar ninguém.
O senhor acha que eles fugiram depois de ver os tanques?
Ah, meu amigo, aí não tem ninguém que, com o mínimo de razoabilidade, queira enfrentar. Os líderes não são mais da guerra. Eles deixam para aqueles que correram, os buchas. Eles são tudo isso lá dentro, se tirar o muro de arma, eles pulverizam. O crime não vai acabar, mas eles vão ficar suscetíveis a serem pegos. Polícias do mundo inteiro tentam controlar o crime.
A ocupação do Alemão vai interferir no planejamento das próximas UPPs? A Rocinha vai sofrer atraso, em função dessa antecipação?
Fui um dos primeiros a pedir que o Ministério da Defesa nos ajudasse porque esse efetivo vem para dentro do Alemão e libera os policiais para eu seguir o meu programa até 2014. Quando eu tiver os policiais prontos, eles entram e as forças de paz saem. O cronograma está pronto e eu simplesmente vou tirar o Alemão da fila. A Rocinha vai ser feita dentro do planejado. E vou seguir com o planejamento com uma possibilidade muito boa de integração.
A inteligência apontou para que traficantes do Alemão estejam na Rocinha, mesmo sendo de quadrilhas rivais?
Não, o que temos é uma tentativa de entendimento num nível muito baixo da estrutura. Isso não vai acontecer. Por que o FB vai lá com o Nem (chefe do tráfico na Rocinha)? Só se for para o Nem matar o FB. Ele não vai dividir os negócios dele. Esse pessoal que está num nível estratégico pensa dessa forma. A ADA não quer nada, quer ficar quieta para não ser incomodada. A pessoa do Comando Vermelho que for procurar a outra facção vai completamente rendida. E eles têm muita coisa a acertar. Acho difícil, só um ato desesperado poderia fazer com que isso acontecesse.
Diante da pouca resistência de traficantes no Alemão, o senhor acha que a ocupação na Mangueira será fácil?
É que nem futebol, não tem jogo fácil, nem jogo ganho. A gente vai com a proposta de 'debelem armas'. Nós queremos o território, para tirar aquelas armas, aquelas drogas, aquela cultura do tráfico de perto das crianças, de toda uma geração que está vindo aí. E acabar com o cinismo do estado, de que não põe médico ou professor ali porque não pode entrar. O estado se libertou dessa responsabilidade usando cinicamente esse argumento. Fiquei muito feliz em ver a Prefeitura do Rio tão rapidamente realizando serviços. O secretário vai fazer seu trabalho lá, mas vai chegar um momento em que eu vou dar o serviço como pronto, como já está em três lugares. Tem que ficar claro que não é o policialzinho da UPP que vai segurar tudo sozinho. A gente está criando uma ambiência para a mudança.
Fonte: O DIA. http://bit.ly/fDGbA6
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